O Globo
Ao ordenar ataque a Marçal, Bolsonaro tenta
manter controle da extrema direita
Até outro dia, Ricardo Nunes acreditou que a reeleição cairia em seu colo. O prefeito de São Paulo imaginava estar diante de um roteiro tranquilo. Sem rivais à direita, seria impulsionado pelo peso da máquina e pela rejeição a Guilherme Boulos, visto como radical pelo conservadorismo paulistano. Neste cenário, Nunes herdaria os votos bolsonaristas sem muito esforço. Nem precisaria fazer arminha com os dedos.
A pesquisa divulgada ontem pelo Datafolha
mostra que o prefeito precisará recalcular a rota. Em duas semanas, o nanico
Pablo Marçal subiu sete pontos, foi a 21% e passou a aparecer numericamente à
frente de Nunes, que recuou para 19%. Boulos oscilou para cima e tem 23%. Os
três candidatos estão em empate técnico, mas a situação do emedebista parece
ser a mais complicada do trio.
Ex-vice de Bruno Covas, Nunes assumiu a
prefeitura após a morte do tucano, no quinto mês de mandato. Teve mais de três
anos para se tornar conhecido e construir uma imagem positiva. Até aqui, não
conseguiu. Sua gestão é boa ou ótima para 25%, mesmo percentual que a define
como ruim ou péssima. Quase metade (48%) crava razoável, o que sugere uma
cidade indiferente ao alcaide de plantão.
Marçal já lidera a corrida na raia da extrema
direita, que vibra com seu estilo rude e histriônico. Este público vê Nunes
como um político convencional, um representante do sistema que o capitão diz
combater. Em julho, o prefeito piscou para a turma ao insultar Boulos e
entregar a vice a um policial bolsonarista. Não bastou, e ele agora será
pressionado a radicalizar mais para não acabar fora do segundo turno.
Há apenas oito dias, Jair Bolsonaro disse que
Nunes não era seu “candidato dos sonhos” e fez elogios a Marçal. Alguém o
avisou do perigo, e ele passou a usar os filhos para torpedear o coach nas
redes. A rusga pode definir quem comandará a ultradireita nos próximos ciclos
eleitorais, com o capitão impedido de concorrer.
A campanha de Boulos mantém o discurso de que
Marçal é problema para Nunes, que ficará cada mais refém de Bolsonaro. Mas a
preocupação com o aventureiro também começa a aumentar na esquerda. O maior
temor é que seu crescimento ganhe os contornos de uma onda, como a que levou
João Doria à prefeitura em 2016.
Se preparem! se preparem!
ResponderExcluirComo dizia Lula bêbado e seus comícios , o Marçal vem aí
A turma da política do faz de conta Está tremendo !
Pois é.
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