O Globo
Coach e apresentador apostam na negação da
política para seduzir eleitores em SP
"Não sou político", diz Pablo
Marçal. "Não quero ser político", repetia José Luiz Datena. Com
estilos diferentes, o coach e o apresentador apostam na mesma tática. Negam a
política para seduzir o eleitor e conseguir votos.
No domingo, a dupla protagonizou o pior momento
da eleição de São Paulo. Até agora. Em debate na TV, Marçal chamou
Datena de "arregão" e o desafiou a enfrentá-lo. O apresentador
atravessou o cenário e atingiu o rival com uma cadeirada.
A agressão fez a TV Cultura interromper a
transmissão ao vivo. Com ar assustado, o mediador Leão Serva incorporou o
espírito de Flávio Cavalcanti: "Nossos comerciais, por favor". Para
esticar o intervalo, a emissora apelou a um concerto de música clássica.
Às vésperas de escolher o próximo prefeito, São Paulo virou palco de outro tipo de show. A eleição foi capturada pela lógica das redes, que premia o escândalo e o entretenimento.
Forjado nesse ambiente, o coach conseguiu
arrastar os concorrentes para a lama. Agora os políticos profissionais parecem
imitar seus truques, num vale-tudo por cliques e audiência na internet.
Antes da cadeirada, os dois candidatos da
antipolítica já haviam mostrado que não têm nenhum compromisso além da
autopromoção.
Datena não aprendeu nem o nome dos técnicos
que redigiram seu plano de governo. Em entrevista, admitiu que muitos itens do
documento, registrado na Justiça Eleitoral, seriam "inviáveis".
Em outro debate na TV, Marçal ironizou a
cobrança para que apresentasse alguma ideia para São Paulo: "Quem quer
proposta de governo vai no site do TRE. Tá tudo lá", debochou.
Datena subiu dois pontos,com mais uma cadeirada será eleito,rs.
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