sexta-feira, 20 de janeiro de 2017

Opinião do dia – Sérgio Moro

Foi um grande magistrado e um herói brasileiro. Exemplo para todos os juízes, promotores e advogados deste país. Sem ele, não teria havido a Operação Lava-Jato. Espero que seu legado, de serenidade, seriedade e firmeza na aplicação da lei, independente dos interesses envolvidos, ainda que poderosos, não seja esquecido.

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O juiz Sérgio Moro, responsável pelos processos da Lava-Jato em primeira instância, sobre a morte do Ministro do STF. Teori Zavascki

Morre Teori Zavascki; rumo da Lava Jato no STF é incerto

Escolha de substituto de Teori abre discussão jurídica

• Regimento do STF diz que em caso de morte relator é substituído por próximo nomeado pelo presidente da República, mas Corte pode adotar solução provisória

Fábio Fabrini, Beatriz Bulla, Fábio Serapião e Ricardo Brandt | O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Com a morte do ministro Teori Zavascki na quinta-feira, em um acidente aéreo em Paraty, o futuro da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) ficará inicialmente nas mãos da presidente da Corte, ministra Cármen Lúcia, que é a responsável pelas decisões urgentes no período de recesso do Judiciário, que vai até 1º de fevereiro. As normas do Supremo abrem algumas possibilidades sobre a sucessão de Teori na relatoria do maior caso de corrupção da história do País.

O regimento interno diz que, em caso de morte, o relator é substituído pelo próximo nomeado para o cargo. A escolha cabe ao presidente da República, Michel Temer (PMDB), que não tem prazo para uma definição. O provável é que o Supremo tente uma solução provisória para que um ministro assuma os casos mais urgentes até a nomeação de um substituto. Entre eles está a homologação das 77 delações de executivos e ex-executivos da Odebrecht. A expectativa era de que Teori fizesse isso na primeira semana de fevereiro. Uma equipe de juízes designados por Teori já estava desde dezembro analisando o material, composto por 900 depoimentos.

Nas redes sociais, surgem teorias conspiratórias sobre acidente de Teori

• Delegado da Lava Jato, amigos da família do ministro e a advogada Janaína Paschoal pedem ‘investigação a fundo’

Pedro Venceslau | O Estado de S. Paulo

Um dos mais antigos integrantes da força-tarefa da Polícia Federal na Lava Jato em Curitiba, o delegado Márcio Anselmo chegou ontem a publicar uma mensagem nas redes sociais na qual levantou suspeitas sobre o acidente que matou o ministro do Supremo Tribunal Federal, Teori Zavascki. “Agora, na véspera da homologação da colaboração premiada da Odebrecht, esse ‘acidente’ deve ser investigado a fundo. Sinceramente, se essa notícia se confirmar, é o prenúncio do fim de uma era!”

Em novembro de 2014, Anselmo já havia causado polêmica nas redes sociais ao chamar o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de “anta”. “Alguém segura essa anta, por favor”, escreveu.

PF abre inquérito para investigar acidente que matou ministro da Lava Jato

• Equipe de policiais de Brasília vai se deslocar à Delegacia da Polícia Federal em Angra dos Reis para descobrir as causas da queda do bimotor nas águas do mar de Paraty

Julia Affonso, Fausto Macedo, Fábio Serapião e Mateus Coutinho | O Estado de S. Paulo

O chefe da Delegacia de Polícia Federal de Angra dos Reis, Adriano Soares, abriu inquérito para investigar as circunstâncias do acidente aéreo que matou o ministro da Lava Jato, Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, na tarde desta quinta-feira, 19.

Uma equipe de Brasília já está se deslocando para o Rio de Janeiro. O grupo é formado por um delegado, peritos e papiloscopistas para atuarem em conjunto em Paraty.

Teori ocupava com mais três pessoas um bimotor que decolou do Campo de Marte, aeroporto situado na zona norte de São Paulo. O avião espatifou-se no mar de Paraty por volta de 13h45. As causas do acidente serão investigadas pela PF.

Temer deve optar por ministro substituto com perfil técnico

Coluna do Estadão | O Estado de S. Paulo

Com o poder de indicar o novo ministro do Supremo Tribunal Federal em mãos, o presidente Michel Temer deve buscar magistrado com perfil técnico para preencher a vaga de Teori Zavascki. “Ele vai enaltecer um técnico até para valorizar a tecnicidade reconhecida de Teori”, disse, de forma reservada, um amigo de Temer. A tendência é que nomes de juristas próximos ao presidente sejam descartados até pela relação de amizade. “A amizade seria um impeditivo, já que Michel tem dito que o governo não é um clube de amigos”, disse um interlocutor.

Morte de relator da Lava-Jato atrasará delação da Odebrecht

Queda de avião em Paraty mata Teori, ministro do STF | Associação de juízes diz que investigação é imprescindível | Tragédia abre debate sobre escolha de novo responsável pelo caso

A morte do ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal, deve provocar atrasos no processo, especialmente nas delações da Odebrecht. Aos 68 anos, Teori foi vítima da queda de um bimotor em Paraty, acidente que também matou o dono do avião e do grupo Emiliano, Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, e mais três pessoas. O desastre já abriu debate sobre o sucessor no STF e a escolha do novo relator da Lava-Jato. Em caso de morte, o regimento do Supremo prevê que os processos sejam repassados ao substituto na Corte, indicação que cabe ao presidente Michel Temer, citado nas investigações. Mas o regimento também estabelece que, “em caráter excepcional”, a presidente da Corte, Cármen Lúcia, pode sortear o processo para outro ministro. Associações de juízes afirmaram que uma investigação rigorosa é imprescindível. Para o juiz Sérgio Moro, sem Teori não teria havido a Lava-Jato. Queda de bimotor, que deixou outros quatro mortos, terá impacto direto na Lava-Jato. PF investiga

DESASTRE SUPREMO

• Acidente aéreo mata Teori Zavascki

Sérgio Roxo*, MARIANA Timoteo da Costa* , Eduardo Bresciani e Vera Araújo | O Globo

-PARATY, BRASÍLIA, SÃO PAULO E RIO- Um desastre aéreo, no início da tarde de ontem, em Paraty, no litoral Sul do Rio, matou o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, de 68 anos, relator da operação Lava-Jato no tribunal. Outras quatro pessoas também morreram no acidente com o bimotor que partiu de São Paulo. A tragédia terá impacto direto sobre o andamento das investigações que apuram o envolvimento de políticos com mandato, como deputados e senadores, além de ministros, no esquema de corrupção da Petrobras. A Aeronáutica e a Polícia Federal investigam a queda.

Futuro incerto

Morte de Teori atrasará Lava-Jato

• Novo relator pode ser escolhido por Temer ou sorteado no Supremo

Carolina Brígido, Andre Souza | O Globo

-BRASÍLIA- A morte do ministro Teori Zavascki tornou incerto o destino da Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) e paralisou momentaneamente as apurações. O Regimento Interno da Corte determina que, em caso de morte, os processos devem ser herdados pelo substituto, que será escolhido pelo presidente Michel Temer. No entanto, um outro artigo do mesmo regimento afirma que “em caráter excepcional”, a presidente do tribunal, ministra Cármen Lúcia, poderá sortear o processo para outro ministro que já integra a Corte.

Os ministros do tribunal deverão se encontrar em breve para decidir qual regra deve prevalecer. No entanto, o STF só retoma as atividades a partir de 1º de fevereiro. Até o relator ser escolhido, o ministro Luís Roberto Barroso poderá tomar decisões urgentes na Operação Lava-Jato. De acordo com o regimento da Corte, ele é o substituto por ter sido nomeado logo depois de Teori.

Comoção Choque e apelo por investigação

• Temer cita ‘trajetória impecável’ de Teori; Ajufe pede apuração ágil sobre acidente

André de Souza, Carolina Brígido, Eduardo Barretto, Leticia Fernandes e Maria Lima | O Globo

-BRASÍLIA- A tristeza tomou conta ontem do usualmente frio Supremo Tribunal Federal (STF). Funcionários que lidavam diretamente com o ministro eram vistos chorando quando entravam ou saíam do gabinete onde Teori Zavascki despachava. Além do clima de lamentação, a Associação dos Juízes Federais (Ajufe), cobrou a investigação sobre as causas do acidente de avião.

De Portugal, onde passa férias, o ministro Gilmar Mendes, colega de Teori no STF, chorou ao conversar sobre o assunto.

— Eu não tenho a menor condição de falar agora. Eu era amigo dele. Estou muito arrasado. Já estou voltando ao Brasil e aí falo com vocês (imprensa) — disse por telefone.

A presidente do STF, ministra Cármen Lúcia, estava no aeroporto de Confins, em Belo Horizonte, de onde seguiria para o interior de Minas Gerais para visitar o pai, quando soube da morte de Teori. Ela foi informada por Marcio Schiefler, juiz que auxiliava o ministro na Lava-Jato.

Ministro Teori Zavascki morre em acidente de avião no RJ

SÃO PAULO, BRASÍLIA, RIO - O ministro Teori Zavascki, 68, relator da Operação Lava Jato no Supremo Tribunal Federal, morreu na tarde desta quinta-feira (19) em um acidente de avião na costa de Paraty (RJ). A informação foi confirmada pelo filho do ministro Francisco Zavascki.

O Corpo de Bombeiros do Rio informou que ao menos três pessoas morreram na queda. De acordo com os bombeiros, o avião permanece submerso e três pessoas ficaram presas nas ferragens. Carlos Alberto Filgueiras, dono do hotel Emiliano, também estava no avião. A capacidade da aeronave é de sete pessoas, incluindo tripulantes.

O bimotor King Air C-90, de fabricação americana tem prefixo PR-SOM.

Juiz da corte desde 2012, ele era responsável pelos casos da Lava Jato que envolvem pessoas com foro privilegiado, como congressistas e ministros. Ele trabalhava na fase final da análise da homologação da delação da Odebrecht, o maior acordo de colaboração da operação.

Odebrecht teme que morte de ministro atrase homologação da delação

Bela Megale, Wálter Nunes | Folha de S. Paulo

BRASÍLIA, SÃO PAULO - A morte do ministro Teori Zavascki, do STF (Supremo Tribunal Federal), causou grande preocupação entre executivos e advogados da Odebrecht.

Além do atraso na homologação dos acordos de delação premiada e leniência (delação da pessoa jurídica), que seria feita por Zavascki, relator da Java Jato, a empresa está apreensiva, por exemplo, com a possibilidade de um ministro nomeado pelo presidente Michel Temer ser o novo relator.

Assim que souberam do acidente que vitimou Teori, dirigentes da empreiteira passaram a pesquisar a jurisprudência em torno da sucessão de uma relatoria como essa.

Como aliados do governo Temer, incluindo o próprio presidente, são citados na delação, a Odebrecht teme que um relator nomeado pelo peemedebista possa intervir a favor do governo, chegando até a vetar a homologação.

Caso a homologação não aconteça, o acordo passa a não ter validade.

Indicado por Temer, substituto de Teori pode assumir Lava Jato

Marina Dias, Valdo Cruz, Letícia Casado, Julio Wiziack | Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - O ministro que substituirá Teori Zavascki, 68, no STF (Supremo Tribunal Federal) poderia assumir a relatoria da Lava Jato, embora, segundo a Folha apurou, a tendência seja que a presidente da corte, ministra Cármen Lúcia, recorra a uma solução interna e redistribua o processo em sorteio na 2ª Turma, da qual Teori fazia parte.

O colegiado hoje é composto pelo decano do Supremo, ministro Celso de Mello, além de Ricardo Lewandowski, Dias Toffoli e Gilmar Mendes.

A decisão de Cármen Lúcia estaria baseada na jurisprudência do caso do ministro Carlos Alberto Menezes Direito, morto em 2009. Naquela ocasião, o então presidente do STF, Gilmar Mendes, determinou em dois dias, por sorteio, a redistribuição de alguns processos que estavam com o magistrado, inclusive aqueles que tratavam de réu preso, como é o caso da Lava Jato.

'Temer indicará novo ministro o mais rapidamente possível', diz Moreira

Marina Dias | Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Secretário-executivo de Parcerias de investimentos do governo, Moreira Franco afirmou que o presidente Michel Temer vai indicar "o mais rápido possível" um novo ministro para substituir Teori Zavascki, morto nesta quinta-feira (19), no STF (Supremo Tribunal Federal).

"Ele [Temer] disse para mim que vai indicar um novo nome o mais rápido possível", afirmou Moreira à Folha.

Questionado sobre o perfil do novo ministro, que poderia herdar a relatoria da Lava Jato na corte, Moreira afirmou "será uma pessoa com muito critério, reconhecido saber jurídico e que honrará a toga", que não quis antecipar cotados para o posto.

Apesar da postura mais comedida de Moreira, apostas de nomes para o cargo já começam a aparecer entre os interlocutores do Palácio do Planalto. Um deles é o ex-procurador do Ministério Público de São Paulo Luiz Antonio Marrey. Além dele, a ministra da AGU (Advocacia-Geral da União), Grace Mendonça, de perfil bastante técnico, também foi lembrada por aliados de Temer.

Morte de Teori Zavascki alimenta teorias da conspiração

Anna Virginia Balloussier – Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - Acidente? Há controvérsias.

A morte do ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Zavascki num acidente de avião em Paraty (RJ), nesta quinta-feira (19), movimentou as redes sociais com teorias da conspiração.
A linha de pensamento que prepondera: Zavascki é relator da Lava Jato, operação que transferiu dos círculos do poder para a cadeia de Eduardo Cunha (PMDB-RJ) a Marcelo Odebrecht. Seria, portanto, natural que quisessem tirá-lo do caminho.

Como sintetiza o músico Lobão no Twitter: "APAGARAM O TEORI!".

As causas que levaram à queda do monomotor ainda não foram apuradas. Personalidades de todos os espectros políticos, contudo, sugerem que pode haver algo de criminoso por trás do acidente.

"Tem que investigar a queda do avião, sim! Queremos investigação transparente, feita por equipe formada por membros de vários órgãos", tuitou Janaina Paschoal, coautora do pedido de impeachment de Dilma Rousseff.

Teori Zavascki morre em acidente aéreo em Paraty

Carolina Oms, Fabio Murakawa, Rafael Bitencourt, Ricardo Mendonça, Cláudia Schüffner, Juliana Schincariol e Rafael Rosas | Valor Econômico

BRASÍLIA, SÃO PAULO E RIO - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Teori Zavascki, relator do processo da Operação Lava-Jato na Corte, morreu ontem num acidente aéreo na região de Paraty (RJ). Ele e pelo menos outras duas pessoas estavam a bordo de um avião de pequeno porte que caiu no mar, nas proximidades da Ilha Rasa, a cerca de dois quilômetros da costa, após decolar de São Paulo.

Até as 22h, a equipe de resgate do Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro havia conseguido visualizar três vítimas dentro do aparelho. Uma quarta pessoa, cujo nome aparece no plano de voo, ainda não havia sido localizada. A Força Aérea Brasileira (FAB) falou em cinco ocupantes do aparelho.

Também foram confirmadas as mortes do empresário Carlos Alberto Fernandes Filgueiras, dono do grupo hoteleiro Emiliano, tido como amigo de Teori, e o piloto Osmar Rodrigues.

PT deve confirmar apoio a governista na Câmara

• Posição sobre a sucessão na Casa será definida nesta sexta pelo diretório

Catia Seabra | Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - O presidente do PT, Rui Falcão, defendeu nesta quinta-feira (19), uma negociação com candidatos da base aliada do governo Temer à presidente da Câmara: Rodrigo Maia (DEM-RJ) e Jovair Arantes (PTB-GO).

Numa reunião da Executiva nacional do partido, Falcão propôs a apresentação de uma pauta de reivindicações aos candidatos como condição para o apoio.

Para sustentar seu ponto de vista, Falcão alegou que o partido não tem condições de liderar um movimento de massa capaz de boicotar a sucessão no congresso. Participantes da reunião sinalizaram com a possibilidade de acordo com candidatos da base governista para a eleição do comando da Câmara e do Senado.

Trocam princípios por cargo, diz candidato da oposição

• Para André Figueiredo (PDT-CE), apoio de PT e PC do B a Maia é lamentável

Daniel Carvalho | Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Único candidato da oposição a disputar a presidência da Câmara, o deputado André Figueiredo (PDT-CE) qualificou como "lamentável" o apoio do PC do B à reeleição de Rodrigo Maia (DEM-RJ), anunciado na quarta-feira (18), e a tendência de o PT seguir o mesmo caminho.

"É frustrante para quem confia nesses partidos, para quem veste a camisa deles. É absolutamente lamentável alguns parlamentares realmente defenderem a tese de que é necessário trocar seus princípios por cargos", afirmou à Folha. Leia a seguir.

• Folha - Dizem que o senhor foi "convencido" a disputar. Não queria?
André Figueiredo - No primeiro momento, eu realmente resisti à tese de lançar uma candidatura do PDT, até porque achava que o PT iria lançar uma candidatura como maior partido da oposição. Não lançando, começaram deputados do próprio PT a instigar o PDT a apresentar uma opção. Conversei com vários parlamentares do PT, do PC do B, da Rede e do PSOL e tivemos a expectativa de que, já num primeiro momento, pudéssemos apresentar uma candidatura que representasse a unidade do nosso campo político. Não sei o que levou o PT a ter essa hesitação, talvez por parte de alguns setores ou de alguns parlamentares tanto do PT como do PC do B mais pragmáticos, que talvez estejam defendendo a ocupação de um espaço na Mesa em detrimento da coerência com seus princípios.

• O apoio a candidatos que apoiaram o impeachment frustra o senhor?
É frustrante não para mim. É frustrante para quem confia nesses partidos, para quem veste a camisa deles. É absolutamente lamentável alguns parlamentares realmente defenderem a tese de que é necessário trocar seus princípios por cargos. Isso é um absurdo e rechaçamos qualquer hipótese disso. Movimentos sociais que têm uma identidade com PT e PC do B não aceitarão a possibilidade de que esses partidos tomem a decisão de caminhar ao lado de candidatos da linha de frente do golpe.

Em crise, Uerj adia novamente o início das aulas

• Bandejão fechado esta semana pesou na decisão de transferir o o período letivo para o dia 30

- O Globo

A Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) decidiu adiar mais uma vez o início das aulas. O período letivo, que deveria ter começado no dia 17 deste mês e havia sido transferido para segunda-feira, só terá início no dia 30. A medida foi anunciada ontem pela reitora em exercício da instituição, Maria Georgina Muniz Washington, após reunião com os sub-reitores e os diretores das unidades acadêmicas, durante Fórum de Diretores da universidade. A Uerj alega que está sem dinheiro para pagar os salários dos servidores e os auxílios estudantis e sem verba para custeio e manutenção dos campus.

Além das denúncias de sucateamento da instituição que já vinham sendo apresentadas por alunos e professores, pesou na decisão da reitoria o fato de o restaurante universitário, que fica no campus Maracanã, ter interrompido o funcionamento esta semana. No dia 30, a Uerj dará início ao segundo semestre de 2016. O calendário da instituição está atrasado, devido à greve realizada no ano passado.

Lula afirma que vai se dedicar a reconstruir e limpar imagem do PT

Por Fernando Taquari | Valor Econômico

SÃO PAULO - Em um discurso em que reconheceu erros, defendeu o legado do PT no governo federal e não citou a morte do ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje que vai se dedicar a “reconstruir e limpar” a imagem do partido em 2017. A declaração, no lançamento do 6º Congresso do PT, na capital paulista, reforça a percepção de que o petista deve suceder Rui Falcão no comando da sigla.

“Este ano quero me dedicar a reconstruir esse partido, limpar a imagem deste partido, fazer as pessoas perceberem que temos mais virtudes do que defeitos e que não temos medo de competir com ninguém, porque ninguém fez mais do que nós”, disse o ex-presidente ao defender que a nova direção aproveite o ano para rodar o país em visitas a empresários, fábricas e sindicatos.

Um alívio para os servidores

• Plano de recuperação fiscal prevê R$ 4,5 bilhões em empréstimos para quitar salários

Rafael Galdo | O Globo

Enquanto a equipe econômica do governo do Rio está em Brasília discutindo os detalhes finais do plano de recuperação fiscal do estado, que provavelmente será apresentado na próxima segunda-feira, o presidente da Assembleia Legislativa do Rio (Alerj), Jorge Picciani, confirmou ontem que uma das propostas é a obtenção imediata de R$ 4,5 bilhões em empréstimos. Os recursos seriam para regularizar os pagamentos dos servidores da ativa, aposentados e pensionistas. Com os salários em dia, o governo espera aprovar com mais facilidade na Alerj o aumento da contribuição previdenciária do funcionalismo, a principal aposta do governo para tirar o estado da crise.

Em negociação com o Ministério da Fazenda, o plano precisará ser assinado pelo presidente Michel Temer e, se aprovado, homologado pelo Supremo Tribunal Federal (STF). Segundo Picciani, a proposta inclui ainda a suspensão, por três anos, dos pagamentos das dívidas com a União e dos débitos com instituições financeiras — como Banco do Brasil, Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e BNDES —, em operações em que o governo federal é avalista do estado. Nesses casos, afirma o deputado, a União assumiria os compromissos.

Urdidura dos diabos - Merval Pereira

- O Globo

Mais uma vez o realismo mágico interfere nos destinos nacionais, de maneira brutal. A morte trágica do ministro Teori Zavascki, às vésperas de homologar as delações premiadas de Marcelo Odebrecht e associados, parece saída do mesmo autor da doença e morte de Tancredo Neves às vésperas de assumir a Presidência da República, em 1985. Uma urdidura dos diabos, na definição de um ministro do STF.

Assim como, naquela ocasião, a presença de Tancredo era uma garantia da transição para um regime civil sem maiores percalços, a presença de Zavascki à frente dos processos da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF) era uma garantia de que o desfecho se daria dentro da ordem legal, sem atropelos nem postergações.

Um ano de tragédias - Eliane Cantanhêde

- O Estado de S. Paulo

• A morte de Teori Zavascki joga mais um peso enorme em Temer, no STF e na Lava Jato

Se 2016 foi o ano do impeachment da primeira presidente mulher no Brasil e da maior crise econômica da história brasileira, este 2017 está sendo o ano das tragédias. Começou com os assassinatos bárbaros em presídios do Norte e Nordeste e chega agora à morte do ministro Teori Zavascki, que não era apenas um a mais no Supremo Tribunal Federal, mas justamente o relator da Lava Jato, a mais explosiva investigação sobre corrupção no País. O clima em Brasília é de absoluta perplexidade.

Não será fácil achar substituto - Ricardo Noblat

- O Globo

Com a morte de Teori Zavaski, caberá a um dos integrantes da 2ª Turma do STF a relatoria provisória de ações urgentes da Lava-Jato até que o presidente Michel Temer, como manda a Constituição, nomeie um novo ministro e submeta o seu nome à aprovação do Senado.

Fazem parte da 2ª Turma Celso de Melo, Gilmar Mendes, Ricardo Lewandowiski e Dias Toffoli. A escolha de um relator provisório será feita mediante sorteio ou de comum acordo entre os demais dez ministros, que em breve trocarão ideias a respeito com Cármen Lúcia, presidente do Tribunal.

A “morte” da Lava-Jato - Luiz Carlos Azedo

- Correio Braziliense

• Teori era o principal esteio da atuação dos juízes de primeira instância nos casos envolvendo o ex-presidente Lula, que foram por ele desmembrados

O bimotor turbo-hélice King Air C-90 é uma aeronave pressurizada, de pequeno porte e alta performance para uso em viagens domésticas, com capacidade para quatro ou cinco passageiros. Ganhou fama porque sua certificação autorizava transportar o presidente dos Estados Unidos.

Começou a ser fabricado na década de 1970, nos EUA, pela Beechcraf Corporation. É um avião robusto, com amortecedores no trem de pouso, capaz de voar a 470 km/h, em altitudes de até 9,1 mil metros. Era desse modelo o avião que caiu no mar em Paraty com o relator da Operação Lava-Jato no STF, ministro Teori Zavascki, o que inicialmente alimentou suspeitas de que possa ter sido um atentado.

Pontos de interrogação – Bernardo Mello Franco

- Folha de S. Paulo

A morte de Teori Zavascki lança um grande ponto de interrogação sobre o futuro da Lava Jato. O ministro conduzia o caso mais importante entre os milhares que aguardam julgamento no Supremo Tribunal Federal. O novo relator terá forte influência sobre o ritmo e o desfecho das investigações.

Estavam nas mãos de Teori todos os processos do petrolão que envolvem políticos com foro privilegiado. Sua próxima tarefa seria homologar as delações da Odebrecht, que comprometem figurões do governo Temer e das gestões petistas.

Nas mãos de Cármen Lúcia - José Casado

- O Globo

Com a ausência do juiz Teori Zavascki abre-se um novo ciclo para 364 pessoas e empresas investigadas por corrupção na Petrobras e outras empresas estatais.

É a presidente do tribunal, Cármen Lúcia, quem vai decidir o destino das oito dezenas de inquéritos, nos quais se destacam 48 políticos acusados e com processos em andamento. Será uma determinação solitária — e, talvez, a mais relevante — a ser tomada por essa mulher de 62 anos, disciplinada nos hábitos espartanos de uma família de portugueses pobres que migraram para Montes Claros, Minas Gerais.

Zavascki e as entranhas do poder - Vinicius Torres Freire

- Folha de S. Paulo

A morte horrível de Teori Zavascki deve expor as entranhas do sistema de arranjos políticos do Brasil destes tempos de tumulto institucional. Perdoe-se a associação de um acontecimento tão seriamente triste a outros tão vulgarmente lamentáveis.

De imediato, é óbvio que se vai tratar do comando da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal. Como já estava claro logo depois da morte do ministro, o método de substituição de Zavascki pode ser confuso, dadas as alternativas oferecidas pela lei. A argumentação jurídica da escolha do método deve ser mais política do que de costume, mesmo nestes dias de judicialização e politização cruzada de tudo.

Na era do ineditismo, sucessão no STF pode ganhar as ruas - Vera Magalhães

- O Estado de S. Paulo

Com a morte de Teori Zavascki e a consequente vacância da relatoria da Lava Jato num momento crucial, o Brasil pode assistir a um inédito movimento popular provocado pela escolha de um ministro do Supremo Tribunal Federal.

Segundo a previsão expressa do regimento interno do STF, em caso de morte de um ministro caberá ao seu substituto, indicado pelo presidente, assumir seus processos. Então o ministro nomeado por Michel Temer seria o novo relator da Lava Jato.

A pressão da tragédia sobre o Planalto - César Felício

- Valor Econômico

• Acidente condiciona a escolha de Temer e o aval do Senado

Não é surpreendente que a morte de Teori Zavascki, ministro relator da Lava-Jato, às vésperas de procedimentos para acelerar a homologação de delações que aumentam o impacto da Operação no meio político e empresarial, entre no umbral das suspeitas. Para isso não são necessários indícios, não conta a lógica, prescinde-se do exame dos fatos.

Pelo mesmo roteiro passaram tragédias de outros tempos, como as mortes dos ex-presidentes Castello Branco, Juscelino Kubitscheck e Tancredo Neves e o acidente que vitimou Eduardo Campos. Todas suscitaram narrativas lendárias, sem que nada cabal fosse comprovado posteriormente. A mitologia que pode cercar uma morte repentina, contudo, tende a ser mais perigosa nos dias de hoje.

Que falta ele fará - Míriam Leitão

- O Globo

O imenso vazio deixado pelo ministro Teori Zavascki e a dúvida diante do que acontecerá neste momento mostram as imensas qualidades do juiz, mas ao mesmo tempo exibem a vulnerabilidade institucional do país. Teori, morto ontem numa queda de avião, reunia uma série de virtudes que o tornou essencial na principal luta que o Brasil trava atualmente, a luta contra a corrupção.

As dúvidas que surgiram na Lava-Jato, logo após a notícia da morte de Teori, mostravam, por si só, a nossa fraqueza. Cada hipótese de solução embute um enorme risco de que o projeto no qual o país tem estado envolvido, nos últimos três anos, seja derrotado.

O império vai agir - Celso Ming

- O Estado de S. Paulo

Os analistas políticos e econômicos estão todos na situação dos embaixadores de Alexandria, tal como relatada no poema de Konstantinos Kaváfis.

A história de que trata o poema aconteceu no século 1.º antes de Cristo. Os dois irmãos Ptolomeus que lutavam pelo poder no Egito enviaram embaixadores, com valiosos presentes, para o santuário de Delfos a fim de consultar o oráculo de Apolo sobre qual dos dois devesse ocupar o trono. Semanas se passaram e nada de sair o oráculo.

Aquilo deixava os embaixadores exasperados, até que um dia, mesmo sem o oráculo, os embaixadores sumiram de Delfos. Por que desistiram? Ora, Roma já havia escolhido o novo rei do Egito e o recado de Apolo já não teria nenhuma importância.

O presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, chega nesta sexta-feira à Casa Branca sem ter antes disputado um único cargo eleitoral sequer e se julga desobrigado dos compromissos tanto do Partido Republicano quanto do sistema propriamente dito. Ninguém sabe até que ponto sua retórica demolidora será transformada em políticas de governo. Daí a exasperação geral.

Governo estima PIB potencial de 3,8% - Claudia Safatle

- Valor Econômico

• Em 10 anos, capacidade de crescimento é maior do que se imagina

Recém-concluído, um estudo da área econômica do governo indica que o potencial de crescimento do país é maior do que a maioria das estimativas feitas por profissionais do setor privado. Pelas contas oficiais, o Produto Interno Bruto (PIB) potencial nos próximos dez anos é de 3,8%.

Duas questões básicas orientam os economistas do setor público quando o tema é a atividade econômica. Elas se referem a quanto o país conseguirá crescer nos próximos anos e porque a saída da recessão, desta vez, é mais lenta do que nas experiências anteriores.

Para responder à primeira indagação, os técnicos oficiais tomaram como base o período pós-Plano Real, de 1994. Antes disso, a superinflação distorcia os dados. O crescimento da economia desde então foi, em média, de 3,3%.

Trump inaugura uma era mundial de incertezas – Editorial | O Globo

• Sinais emitidos pelo novo ocupante da Casa Branca geram dúvidas sobre manutenção de princípios e compromissos históricos da maior potência ocidental

Donald Trump assume hoje o posto de 45º presidente dos EUA, inaugurando junto com o mandato uma era mundial de incertezas. As promessas que, com ares de bufão, o republicano fez durante a campanha eleitoral foram consideradas por muitos como bravatas que não se sustentariam diante da realidade e importância do cargo. Mas os anúncios feitos antes mesmo de ocupar a Casa Branca e a montagem do primeiro escalão do gabinete parecem confirmar uma guinada radical e inédita da maior potência econômica e militar do mundo.

Preocupação em Davos – Editorial | Folha de S. Paulo

Poucos ousariam prever que um líder chinês ocuparia a tribuna do Fórum Econômico Mundial, em Davos, para defender o livre-comércio e a globalização, enquanto seu congênere americano advogaria por uma agenda protecionista.

Tal inversão no tradicional encontro que reúne a elite econômica do planeta, identificada com o liberalismo cosmopolita ocidental, é prova inconteste de que passa por profundas transformações a ordem mundial estabelecida e liderada pelos EUA no pós-guerra.

A chegada de Donald Trump à Casa Branca e o resultado do referendo pela saída do Reino Unido da União Europeia evidenciam que o protecionismo e o populismo estão em ascensão.

Refletem a frustração de parcelas crescentes da sociedade com a distribuição desigual dos benefícios da globalização e do avanço tecnológico, mas não correspondem a uma solução verdadeira.

O humor flutuante do investidor estrangeiro – Editorial | Valor Econômico

Na abertura do Fórum Econômico Mundial, segunda-feira, em Davos, Suíça, uma pesquisa apresentada pela PricewaterhouseCoopers (PwC) chamou a atenção. Realizada há 20 anos pela consultoria para medir o clima econômico e as expectativas de alguns dos mais importantes CEOs globais, a pesquisa constatou a diminuição do interesse pelo Brasil, depois de um período promissor no início da década. Para alguns analistas, o resultado indicou que o país "saiu do radar"; para outros, perdeu posições, mas continua atrativo.

As razões do Copom – Editorial | O Estado de S. Paulo

A aceleração do ritmo de corte do juro básico decidida pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) na sua primeira reunião de 2017, quando aprovou por unanimidade a redução de 0,75 ponto porcentual da taxa Selic (de 13,75% para 13% ao ano), foi uma “antecipação” do processo de alívio da política monetária recomendada pela constatação de que a recuperação da economia será mais demorada e mais lenta e pelos sinais de que a desaceleração da inflação já é um processo bastante disseminado. Estas são, em resumo, as explicações do Copom, expostas na ata de sua reunião da semana passada, para um corte da taxa básica mais profundo do que o esperado por boa parte dos economistas de instituições financeiras privadas.

De um lado cantava o sol – Cecília Meireles

De um lado cantava o sol,
do outro, suspirava a lua.
No meio, brilhava a tua
face de ouro, girassol!

Ó montanha da saudade
a que por acaso vim:
outrora, foste um jardim,
e és, agora, eternidade!
De longe, recordo a cor
da grande manhã perdida.
Morrem nos mares da vida
todos os rios do amor?

Ai! celebro-te em meu peito,
em meu coração de sal,
Ó flor sobrenatural,
grande girassol perfeito!

Acabou-se-me o jardim!
Só me resta, do passado,
este relógio dourado
que ainda esperava por mim . . .