quarta-feira, 10 de junho de 2009

Uma outra Amazônia

Merval Pereira
DEU EM O GLOBO

O ministro Mangabeira Unger, do Planejamento Estratégico, tem sido alvo, nos últimos dias, de ataques dos ambientalistas devido à medida provisória 458, que regulariza a posse de terra na Amazônia e é vista como nociva à preservação ambiental. Ele diz que a primeira coisa que compreendeu quando assumiu a condução do Plano da Amazônia Sustentável (PAS) - o que, aliás, provocou um mal-estar com a então ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e apressou sua saída do governo - foi que "nada na Amazônia vai avançar, nenhum aspecto do desenvolvimento sustentável includente, se não resolvermos o problema da terra".

Na definição de Mangabeira Unger, a Amazônia tem sido até agora "um caos fundiário", onde menos de 4% das terras em mãos de particulares têm a sua situação jurídica esclarecida. Enquanto persistir esta situação, diz ele, a pilhagem será mais atraente do que a preservação ou a produção.

"Fico alarmado com o grande número de distorções que surgiu no debate nas últimas semanas.

Dizer que a regularização favorece ou legitima a grilagem é um absurdo", reclama, afirmando que, com a MP, "vamos poder regularizar a situação de 500 mil famílias urbanas e 400 mil famílias rurais. Essa é a população que construiu a Amazônia, que está construindo a Amazônia".

Mangabeira Unger diz que chamá-los de grileiros é o mesmo que chamar de grileiros os que ocuparam e construíram os Estados Unidos ou a Austrália. "A grilagem é conduzida na Amazônia por máfias que se aproveitam justamente da falta de regularização, e que atuam acobertadas pela neblina dessa confusão fundiária que só a regularização pode liquidar", diz o ministro.

Dizer que a regularização favoreceria o desmatamento é outra distorção, reclama, afirmando que a situação "é exatamente o oposto".

Segundo ele, a falta de segurança jurídica "cria condições propícias a uma atitude curtoprazista e predatória. Só com a regularização é que o posseiro ou o produtor vai poder ter um projeto de longo prazo, ter acesso a ajuda técnica, a crédito regular, e vai ter condições objetivas de desenvolver um projeto em sua posse".

A regularização não é uma condição suficiente para superar uma disposição predatória, adverte, mas "é necessária". Nos planos de Mangabeira Unger, temos que iniciar uma grande dinâmica, que começa pela regularização ambiental baseada no zoneamento ecológico e econômico; no soerguimento da indústria extrativista madeireira ou não, "que não seja apenas uma atividade de cunho e escala artesanal".

Na Amazônia do Cerrado, temos que recuperar as áreas degradadas. Unger diz que grande parte do território brasileiro hoje é pastagem degradada, e que, se recuperássemos uma pequena parte disso, "poderíamos triplicar nossa produção sem tocar em uma única árvore". No projeto estratégico traçado, o objetivo é "tirar a Amazônia do isolamento, criando estradas vicinais necessárias à população, e dar um choque de educação e ciência. Mas tudo isso começa na regularização fundiária".

Mangabeira Unger diz que nesse debate houve, "entre muitos absurdos, a tentativa de excluir da regularização qualquer posse onde haja trabalho assalariado. Isso é como querer decretar a morte do capitalismo".

O ministro diz que o debate demonstrou "como a Amazônia funciona como uma fantasia ideológica, onde os ressentimentos contra o mundo moderno, o arcaísmo de certa esquerda, resultam em uma conta a ser paga pela Amazônia".

A ideia de que possamos construir um modelo de desenvolvimento sustentável includente, numa área que representa 61% do território nacional, proibindo o trabalho assalariado e a presença de pessoas jurídicas "é absurda, um escândalo", ressalta.

A organização do crescimento socialmente includente é um ponto comum nos Brics, grupo de países emergentes formado por Brasil, Rússia, Índia e China, cujos chefes de Estado se reunirão pela primeira vez na próxima semana, na Rússia.

Mangabeira participou de uma reunião preparatória, em Moscou, e ressalta que nessa reunião a China colocou na mesa a questão da mudança climática. Os chineses são muito sensíveis a que a temática não evolua como um constrangimento sobre os grandes países emergentes.

"A mudança do clima não deve ser vista como uma limitação imposta a nós; nós é que devemos liderar essa agenda, compreendendo que o desenvolvimento dessas novas tecnologias, inclusive dos agrocombustíveis como energias renováveis, cria novos setores da economia".

Na reunião de Moscou houve uma discussão sobre a cooperação entre os Brics nesse campo, com três focos. O primeiro é a criação de um mercado mundial de agrocombustíveis, para transformá-los em commodities. "Para isso, é preciso que mais países participem da produção, não pode ser um quase duopólio, como é hoje nos Estados Unidos e no Brasil", lembra Unger.

Em segundo lugar, o interesse no desenvolvimento de agrocombustíveis de segunda e terceira geração, lembrando que a tendência do avanço científico será diminuir a importância da geografia.

Por outro lado, lembra o ministro, é muito importante para nós que não aconteça com o etanol o que aconteceu com a borracha no século passado, superada pela evolução tecnológica.

"A única maneira de nos resguardarmos desse perigo é estarmos nós mesmos na vanguarda tecnológica". O terceiro foco é a possível colaboração com os países mais pobres, como os africanos, onde o biodiesel poderia ter um impacto altamente benéfico.

Um tiro certeiro

Dora Kramer
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

A Petrobrás não dava um tiro tão certeiro no próprio peito desde que alguém teve a ideia de mudar o nome da empresa para PetroBrax, no governo Fernando Henrique Cardoso.

Lá, a intenção era internacionalizar, tirar a marca "bras", de Brasil, de uma empresa global. A mudança, cuja qualificação mais amena recebida foi a de "imbecilidade", sobreviveu dois dias entre o anúncio e o cancelamento do projeto.

Aqui, a justificativa para a criação do blog da estatal é fazer frente aos ditames da transparência por meio de modernos instrumentos interativos de comunicação. Já sobrevive há vários dias, tempo suficiente para fazer história no quesito boçalidade.

Em tese, o blog surgiu para a Petrobrás se antecipar às questões que poderiam vir a aparecer na CPI do Senado, responder às dúvidas da imprensa, manter o máximo de informações possíveis à disposição do público na internet e até para se defender de acusações.

Na prática, logo se revelou uma ferramenta a serviço de uma trincheira na luta sem quartel nem respeito a normas civilizadas contra a imprensa tida como inimiga. Embora devesse se resguardar da atuação política, atuando dentro dos princípios da sobriedade adequada a uma estrutura daquele porte, a direção da empresa optou por se desnudar em praça pública.

Pretendia anular a motivação para a existência da CPI e acabou dando razões de sobra a uma investigação acurada sobre os critérios éticos adotados na condução da administração da empresa. Sendo a ética um valor absoluto, quando não é adotada num caso específico, dificilmente é aplicada de um modo geral.

Recapitulando: a Petrobrás passou a usar o blog para divulgar, e comentar, as perguntas enviadas às empresas pelos veículos de comunicação antes de respondê-las aos interessados. Isso significa apropriação de informações pertencentes a outrem, quebra da relação de confiança e exposição das pautas em andamento, muitas vezes exclusivas.

Em duas palavras, falência ética. O procedimento não é ilegal, argumenta a empresa. Mas é altamente imoral. Algo muito semelhante ao ocorrido com os parlamentares que abusavam das passagens aéreas pagas pelo Congresso argumentando a ausência de proibição do abuso em lei.

Em matéria de tentativa (desastrada) de intimidação não se via nada igual desde que o presidente Luiz Inácio da Silva, de cima dos altíssimos saltos na eleição recente, mandou cancelar a renovação do visto do então correspondente do New York Times, Larry Rother, por causa de uma reportagem sobre os hábitos presidenciais.

Lá, as consequências caíram sobre a cabeça de sua excelência ao revelarem sua personalidade autoritária.

Aqui, os efeitos negativos recairão sobre os ombros da Petrobrás, cuja direção fez mais em termos de lesa-reputação da empresa, que qualquer investigação da CPI poderia fazer.

Revelou a vocação antiética da direção, angariou antipatias e incentivou os jornais, revistas e emissoras a não mais consultarem a área de comunicação da empresa para checar informações, dada a inexistência de segurança em relação ao indispensável sigilo quando a notícia é exclusiva ou carece de sustentação.

Portanto, aumenta-se a margem de erro ao mesmo tempo em que se reduz o espaço da Petrobrás na oitiva do "outro lado".

Além disso, fica a estatal obrigada a responder a todo e qualquer questionamento, mesmo os que não queira, sob pena de desmentir a alegação de transparência.

Perde também o direito de reclamar de eventuais vazamentos de informações, da mesma forma como não pode mais pedir embargo na divulgação de coisa alguma, trato comum quando há algo importante a ser comunicado coletivamente, a partir de determinada hora ou data.

Fica estabelecido que na relação com a imprensa Petrobrás se dá por excluída da proteção constitucional ao sigilo da fonte, pois rompeu unilateralmente esse compromisso. Finalmente, no tocante à CPI, fica garantida a abertura da caixa-preta com todas as informações sigilosas sobre os negócios da empresa.

Tudo aberto, sem restrições, em nome da transparência.

Godot

O PSDB é um partido de quem se pode dizer, sem receio de incorrer no pecado do lugar comum, que está em eterno compasso de espera.

Espera sempre que algum fator externo o favoreça. Primeiro, esperou que os escândalos de corrupção dessem conta do serviço de evitar a reeleição do presidente Lula.

Recentemente ficou surpreso e deveras decepcionado com as pesquisas, porque a crise econômica não afetou os índices de popularidade do presidente Lula, conforme o esperado. Mas ainda espera que a candidatura Dilma Rousseff não vingue.

Agora, se espera que ainda assim a massa empregada no governo vá entregar com facilidade o osso, conformando-se em voltar às respectivas vidinhas na planície em respeitosa reverência ao princípio da alternância de poder, convém esperar sentado.

Coluna do Milton

Milton Coelho da Graça

Cesar Asfor Rocha para presidente: é ele’ o cara

Queremos emprego para todos, educação para todos, saúde para todos, mas o primeiro mandamento para a democracia e a igualdade dos brasileiros éJustiça para todos. E, antes de mais nada, ela tem de ser rápida, porque rico pode esperar pela Justiça, pobre não pode.

O presidente do Superior Tribunal de Justiça descreveu sua luta contra a burocracia, o contingenciamento de verbas pelo Executivo, a natural resistência a novas idéias etc. etc., mas já está digitalizando todos os 65 mil processos – mais ou menos 200 milhões de folhas de papel - que deram entrada no STJ desde o início deste ano. E, assim que essa fase terminar, todos os processos mais antigos. Incrível: “o nosso STJ será o primeiro tribunal do mundo a eliminar o papel completamente”, afirmou o ministro Asfor Rocha à excelente repórter Giselle Souza, dos Diários Associados.

O advogado não precisará mais ficar de olho no relógio para terminar uma petição ou outro documento e sair correndo para entregar até as 19 horas. Sem sair do escritório, terá até as 23 horas, 59 minutos e 59 segundos para clicar “envia” no computador e cumprir o prazo.

Acreditem: o governo federal contingenciou as verbas que o STJ está usando para esse trabalho revolucionário. Contingenciar significa “segurar”, não soltar no momento justo um dinheiro que está previsto no orçamento da República, geralmente porque prefere-se usá-lo em alguma outra coisa.

Acredite: todos os programas de computação foram preparados por funcionários e técnicos do STJ.

Vocês têm idéia da economia de tempo e dinheiro que esse fantástico processo de modernização vai trazer para o país e para cada um de nós que tiver de ir até a última instância para obter Justiça? Hoje só a distribuição de um processo leva cinco meses (passará a ser dez dias); envio e retorno via postal de um recurso especial vindo de outro tribunal exige de seis a oito meses. E vocês sabem quanto o STJ gasta anualmente com os Correios e passará a economizar integralmente? 20 milhões de reais;

Mas Asfor Rocha não está travando só a batalha da modernização. Ele está lutando para implantar no STJ o mesmo princípio da súmula vinculante já estabelecido pelo STF. Isso quer dizer que uma decisão do STJ serviria de base para os julgamentos de todas as causas idênticas nas instâncias inferiores. No Brasil existem 65 milhões de ações correndo na Justiça, outras 20 milhões começam a cada ano. Asfor Rocha acha que a independência de cada juiz é vital numa Justiça democrática. Mas ele pergunta: Será que ele precisa de independência para julgar 130 mil processos iguaizinhos?

São muitas as barreiras a quebrar. “Tem que haver a decisão política de querer fazer” – disse o ministro. Ouviram bem, senhores do Executivo, do Legislativo e também de uma boa parte do Judiciário? “”Depois é preciso mudar rotinas. No princípio os funcionários tinham medo de se tornarem desnecessários. E também os advogados, o próprio presidente da OAB previu dificuldades “porque nem todos têm acesso à internet.”

Asfor Rocha explica com uma clareza a diferença entre gasto e investimento, bem como as economias financeiras que serão feitas além de selos dos Correios e energia, de tempo dos ministros, advogados e partes, e até de vagas no estacionamento porque muito menos gente precisará ir até o tribunal.

Agora Asfor Rocha está empenhado em convencer todos os tribunais estaduais a seguirem rapidamente o caminho da digitalização..

Como vocês vêem, não sou maluco. Com Cesar Asfor Rocha na presidência da República, o ministro da Fazenda seguramente não iria gastar o tempo
fantasiando previsões de crescimento. O Brasil iria se modernizar muito mais
rapidamente e crescer de verdade.

Lula, extraordinário vendedor de otimismo

Os números do PIB no primeiro trimestre do ano foram divulgados juntamente com os da mais recente pesquisa CNI-Ibope. O país produziu de janeiro a março deste ano 1,8% menos do que no mesmo período de 2008. Se levarmos em conta que a população brasileira deve ter crescido 1,3 ou 1,4% entre 2008 e 2009, a renda por cabeça diminuiu pelo menos 3%.

Mas na pesquisa CNI-IBOPE, feita agora no início de junho, revela que a maioria esmagadora dos brasileiros – 77% - considera este ano “bom” ou muito bom”, índice melhor do que três meses antes quando essa percentagem era de 74%. E o número dos que responderam “ruim” ou “muito ruim” baixou de 25% para 22%. A crise era “grave” ou “muito grave” para 83%, o susto agora baixou para 78%. Maluquice? Não. Realmente as coisas foram menos ruins no primeiro trimestre do ano em relação ao trimestre anterior: a produção caiu SÓ 0,8%, enquanto a queda anterior de trimestre a trimestre havia sido de 3,6%.

De onde vem esse incrível otimismo brasileiro? Ele está em nossa alma, mas,
sem qualquer dúvida, Lula tem a varinha de condão que mantém otimismo e esperança mais vivos do que nunca. Os mesmos brasileiros ouvidos pela pesquisa dão ao Presidente 80% de aprovação à maneira como ele administra o País.

“O caminho para um homem genial governar é persuadir uma eficiente minoria a coagir uma maioria indiferente e tolerante.”

James Fitzjames Stephen (1829-1894), advogado britânico

IBGE mostrou também dados para pessimismo

Nossa produção industriall continuou capengando no primeiro trimestre deste ano – menos 9% do que no mesmo período do ano passado.

Mas o pior de tudo foi que o otimismo a maioria do povo em geral não é compartilhado pelo empresariado: a Formação Bruta de Capital Fixo caiu 12,6% em relação ao trimestre anterior e 14% em relação a um ano antes.

Vasco Coutinho,uma História de luta e fracasso

Vasco Fernandes Coutinho foi um dos primeiros donatários de capitanias hereditárias. O feudalismo estava acabando mas o rei de Portugal não tinha recursos para manter as terras descobertas além-Atlântico. Deu uma de esperto e dividiu o Brasil em 15 fatias, dando pleno direito de exploração,mas ficando com todos os direitos sobre o pau-brasil, 20% de todos os metais preciosos que fossem descobertos e dez por cento sobre o que fosse produzido. Só duas capitanias sobreviveram. O resto não deu certo.

Soldado de coragem provada em muitas batalhas, ganhou um pedaço de terra a que deu o nome de Espírito Santo. Mas faliu e sua história de soldado-empresário valente, de quem o governo (el-rei d. João III) só queria cobrar impostos e se recusava a lhe dar uma mãozinha, é contada pelo jornalista Cláudio Lachini, no belo livro “Vasco, memórias de um precursor da globalização”. Muitas páginas parecem se referir ao Brasil de hoje.

“A relutante obediência de províncias distantes geralmente custa mais do que elas valem.”

Lord Macaulay (1800-1859), político e historiador britânico.

Lei do cão para quem tiver cão

Alô, alô prefeitos, que tal acabar com as brigas de vizinhos por causa de cachorro? Um programa experimental na área da delegacia policial de Ruijin, bairro de Shangai, exige a obtenção de uma autorização dos vizinhos para ter cachorro em casa. Quando alguém solicita a autorização, a associação de moradores do bairro indica os cinco vizinhos mais próximos para uma reunião na delegacia que, por maioria, concede ou não.

O responsável pela segurança pública do bairro disse que esse “é um bom caminho para acabar com brigas entre vizinhos”. Uma das mais causas mais constantes de reclamações na delegacia é o fato de cachorros urinarem e defecarem em via pública.

Agora quem recebe a autorização fica obrigado a vacinar seu animal de estimação, conduzi-lo na rua com coleira, ensiná-lo a não latir à noite e não sair com ele nas horas de maior movimento. Chineses ainda estão aprendendo a não cuspir na rua, mas os cachorros vão ficar bem educadinhos.

OEA vira ‘doente terminal’

La Jornada é um jornal mexicano. Publicou esta curiosa nota de Francisco Alencar, um ex exilado nosso nos duros tempos da ditadura:

Silêncio, amigos de La Jornada! Es uma antiga tradición em México y en todas las naciones y pueblos de nuestro continente hacer velorio a los muertos. Es casi sempre um momento de dolor y tristeza. Pero, en este caso hay anticipación del difunto, la OEA (Organização dos Estados Americanos) es el enfermo terminal. Termina su vida y deja las huellas de la mandad y de la muerte como memoria para Améria Latina.

Dejámola insepulta en su Mausoleo en Washington. Moribundus est!

Quem gosta mais de viajar de graça?

Os jornais vêm exibindo listas e mais listas de deputados e senadores que usaram e abusaram do direito de viajar por conta do nosso dinheirinho. Mas nenhum outro brasileiro foi tão direto ao ponto como Francisco Langoni, então presidente do Banco Central. Mandou a agência de Nova York do Banco do Brasil pagar a conta do frete de um jatinho – ida e volta - para sua família visitar a Disneyworld na Flórida.

O recibo ainda deve estar nos cofres do BB. Eu era correspondente nos Estados Unidos da Gazeta Mercantil e a história me foi contada diretamente por Otto Lino Baum, gerente geral da sucursal do banco em Nova York, irritadíssimo por ter feito “alguma coisa que nunca fizera antes” e que certamente nunca mais repetiu. O editor-chefe da Gazeta, Matias Molina, publicou a história na primeira página e o presidente do Banco Central sabiamente fez de conta que não leu. Hoje Langoni preside as finanças para a Copa do Mundo e vai viajar muito.

Em Recife povo rico entorna bem

Uma pesquisa da Nielsen revela que os pernambucanos são os maiores bebedores de uísque no país: 3,5 milhões de litros por ano. Mas levando-se em conta a estimativa de que apenas 1,5% dos 8,4 milhões de pernambucanos - mais ou menos uns 125.000 - são bebedores habituais do chamado néctar escocês, a média real é de quase 70 litros anuais para cada bebum com dinheiro no bolso. Um litro tem 30 doses, umas seis doses por dia. Já dão para começar a entortar.

Para onde a vaca vai o boi vai atrás

Em abril entraram US$ 3,409 bilhões de investimento direto estrangeiro no Brasil Em maio, mais US$ 2,750 bilhões. Quase tudo é aplicado em ações ou títulos do governo. Ninguém fala alto, mas muita gente do mercado jura que a maioria dos donos desse dinheirão fala português. É gente que tem muito dinheirinho guardado lá fora mas, como os juros reais lá fora andam muito baixos e aqui são mais convidativos correm para cá. Mas os juros aqui estão caindo e lá fora os títulos americanos estão subindo. A qualquer hora, essa rapaziada leva tudo de volta.

Ouvidos moucos

Rosângela Bittar
DEU NO VALOR ECONÔMICO

Com o novo rigor que imprimiu às suas deliberações sobre campanha eleitoral antecipada, uso da máquina administrativa para obter votos, promessas e distribuição de benefícios em palanque, que já rendeu cassações polêmicas de vários mandatos, o Tribunal Superior Eleitoral está fazendo um alerta, espécie de aviso aos navegantes para que depois de eleitos não reclamem. Em circular dirigida aos políticos em geral e entregue aos partidos em particular, o Corregedor-Geral da Justiça Eleitoral, ministro Felix Fischer, assina um ato de orientação aos diretórios regionais dos partidos sobre o que não pode absolutamente ser feito agora e explica as possíveis punições a quem não cumprir as regras.

O primeiro item do lembrete é também o mais desobedecido: menciona a proibição de prática dos atos, em benefício de futuros candidatos a cargos nas eleições de 2010, "que possam configurar propaganda eleitoral antes de 6 de julho de 2010". O ministro ressalva a propaganda intrapartidária.

Está proibida, também, a utilização do tempo autorizado para a propaganda partidária anual em divulgação de propaganda de candidatos a cargos eletivos, para defesa de interesses pessoais ou de outros partidos. Esta regra também está entre as campeãs da transgressão. E, diz ainda o Tribunal Superior Eleitoral, a Constituição veda o uso de publicidade de atos, programas, obras, serviços e campanhas dos órgãos públicos em que constem nomes, símbolos ou imagens que caracterizem promoção pessoal de autoridades ou servidores públicos.

As penalidades a serem aplicadas aos infratores vão de multas a cassações do direito à propaganda, da declaração de inelegibilidade ao cancelamento do registro da candidatura. O corregedor eleitoral determina aos partidos que encaminhem, com urgência, ao Ministério Público Eleitoral "notícias de fatos, indícios ou circunstâncias que possam configurar infrações à legislação que disciplina a propaganda, acompanhadas, sempre que possível, de documentação que comprove a responsabilidade pela prática, com a indicação dos nomes dos beneficiários da irregularidade". Aos juízes eleitorais o corregedor recomenda que tenham igual procedimento com relação aos diretórios municipais ou zonais. E os diretórios nacionais ficam sob o controle e acompanhamento da própria Corregedoria do TSE.

Diante do papel que recebeu, o presidente do PPS, Roberto Freire, teve duas reações. Uma, foi perguntar: "E o Lula? Recebeu este papel? Está sabendo das proibições?". A ironia relaciona-se à convicção de que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva está há muito tempo em plena campanha, talvez até desde o primeiro dia de governo, e sua candidata à sucessão em 2010, Dilma Rousseff, com uma exposição, há mais de ano, que contraria todos os dispositivos das regras do Tribunal Superior Eleitoral.

A segunda reação do presidente do PPS foi apressar a tomada de decisões no seu campo de ação, o da oposição ao governo do PT. Está convencido de que é preciso, sem sair viajando em campanha, como ocorre no governo, apressar a definição do candidato de oposição. "O candidato não fará campanha, mas o partido pode fazer", sublinha, até para delimitar ações que sejam aceitáveis para José Serra, o pré-candidato do PSDB cujo nome lhe parece "maduro" entre os partidos que podem seguir aliados no ano que vem.

"O Serra já não quer antecipar campanha, e com as determinações do tribunal resistirá mais ainda. Não adianta pressionar porque ele não vai. Mas nós podemos resolver", afirma o presidente do PPS lembrando que, dentro do seu partido e do PSDB, a definição sobre quem será o candidato já avançou muito. O que falta, agora, é dar maior coesão aos partidos em torno do nome provável.

"A indefinição não nos ajuda neste momento em que o governo Lula está muito definido em torno de sua candidata e em plena campanha, desmoralizando o tribunal", diz. A seu ver, Serra pode continuar tomando todos os cuidados, evitando viagens, recusando-se a entrar em campanha tal como vem sendo feita pelo presidente, mas é preciso, já, em sua opinião, unir a oposição em torno de um candidato. E os partidos, já tendo um candidato, não ficam parados, podem se mobilizar, começar a fazer atos permitidos mesmo que o candidato não se exponha porque está governando. "Estou defendendo isto, acho necessária a unidade e a definição, até porque não vamos enfrentar um governo qualquer", recomenda.

Retrocesso técnico

Não fosse por atribuir aos significados a palavra que não lhes corresponde à essência - chama de transparente o que é opaco, e de democracia o que é arbítrio -, a Petrobras estaria, ao impor novas regras ao diálogo com a sociedade através da imprensa, tornando mais ágil o trabalho jornalístico. Nada atrasa mais os processos industriais, hoje, do que esperar respostas, opiniões, notas e posições de todos os envolvidos em uma notícia, principalmente se o que está no centro da questão é uma denúncia.

A estatal de petróleo decidiu tornar públicas, para todo o mercado concorrente, as reportagens em elaboração por uma empresa de comunicação. Com a decisão de espalhar o trabalho exclusivo, fica fácil resolver o problema: é só não ouvir a Petrobras antes de a informação ser publicada. É possível deixar para registrar sua posição quando a reportagem for também pública. É um retrocesso, pois ouvir todos os lados no mesmo dia foi uma mudança que representou um avanço obtido não faz muito tempo. Antes, deixava-se mesmo para depois, exatamente por temor aos vazamentos da exclusividade. Com a atitude antimercado e anticoncorrência que adotou, a Petrobras impõe o retrocesso na técnica, facilita os processos industriais e, quanto às vantagens e desvantagens para si, deve se entender bem com seus acionistas e investidores. Pois o episódio só revela que a estatal do petróleo começa sua atuação na CPI acuada, perdendo a razão ao primeiro passo.

Rosângela Bittar é chefe da Redação, em Brasília. Escreve às quartas-feiras

CNI/Ibope: Serra lidera corrida presidencial com 20 pontos de vantagem sobre Dilma

Gerson Camarotti –
DEU EM O GLOBO VALOR ONLINE

BRASÍLIA - O governador de São Paulo, José Serra (PSDB-SP), aparece com 20 pontos percentuais de vantagem na disputa com a ministra da Casa Civil, Dilma Roussef, pré-candidata do PT, na primeira simulação feita pela pesquisa CNI/Ibope para as eleições presidenciais de 2010. O levantamento - que também registrou crescimento na avaliação positiva do governo Lula - mostra Serra com 38% das intenções de voto, contra 18% de Dilma.

Neste cenário, Ciro Gomes aparece com 12%, e Heloísa Helena (PSOL-AL) tem 7%. Na pesquisa, 13% os entrevistados que disseram votar branco ou nulo. Já 12% responderam que não sabem.

Em um segundo cenário, quando Serra é substituído pelo governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), o deputado federal Ciro Gomes (PSB-CE) e a ministra Dilma aparecem tecnicamente empatados. Ciro tem 22% das intenções de voto, e Dilma, 21%.

Neste cenário, governador mineiro tem 12%, enquanto Heloísa Helena registra 11%. O número de brancos e nulos sobe para 18%, e 12% não responderam.
Pesquisas Datafolha e CNT/Sensus , divulgadas no mês passado, mostraram que Dilma vem reduzindo a diferença em relação a Serra.

Serra tem o menor índice de rejeição, diz pesquisa

Segundo o Ibope, Serra também é o candidato com menor índice de rejeição.

Um total de 25% disseram que não votariam nele de jeito nenhum. Esse índice é de 32% para Ciro Gomes e de 34% para Dilma. Aécio Neves tem 35%, enquanto o maior índice de rejeição é de Heloísa Helena, com 40%.

Dos possíveis candidatos à presidência apresentados pela pesquisa, os mais conhecidos são Serra (76% dizem que o conhecem bem, ou mais ou menos) e Ciro Gomes (52%).

Por outro lado, 49% dos consultados disseram conhecer Dilma e Aécio pouco, ou só de ouvir falar. Esse índice é ainda maior para Heloísa Helena, de 53%.

A pesquisa foi realizada entre os dias 29 de maio e 1º de junho. Foram entrevistadas 2.002 pessoas em 143 municípios do país. A margem de erro é de dois pontos percentuais, e o grau de confiança é de 95%.

Lançamento de livro (MG)

A Universidade Federal de Juiz de Fora, a Fundação Astrojildo Pereira e a Editora da UFJF,
convidam para o lançamento do livro

ERA OUTRA HISTÓRIA
Política social do Governo Itamar Franco
1992-1994

Autora: Denise Paiva

A realizar-se no dia 1º de Julho de 2009, às 19 hora, no Museu de Arte Murilo Mendes (MAMM)

Rua Benjamin Constant, 790 – Juiz de Fora, Minas Gerais

O ''se colar, colou'' de Lula e Dilma

José Nêumanne
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

"O governo pode continuar sem ter terceiro mandato", pontificou a chefe da Casa Civil e candidata lançada pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva à própria sucessão, Dilma Rousseff, num almoço sábado, na casa da ex-prefeita petista de São Paulo Marta Suplicy, com apresentadoras de programas de televisão. A frase é significativa, porque justifica esta nova onda de queremismo que assalta o noticiário político nacional desde que o deputado Jackson Barreto (PMDB-SE) obteve o número suficiente de assinaturas para seu projeto de emenda constitucional para permitir a nova reeleição de Lula em 2010. A frase expõe a evidência que o chefe dela tem feito o possível para ocultar nas declarações dúbias que faz a respeito do delicado tema: a tática eleitoral sucessória do governo petista é ficar no poder. Se a manobra golpista der certo, ele aceitará, constrangido, o dever de permanecer no posto. Se o calendário não a permitir, o jeito será transferir o voto para ela. "Se colar, colou."

Há obviamente um ventríloquo atrás da retórica da ministra. Quando disse, por exemplo, que o terceiro mandato de Lula não é um projeto de governo, mas não há como impedir que as pessoas tomem iniciativas, ela reproduziu o álibi que parece conduzir as palavras e obras presidenciais quando se trata de sua permanência. Ele não quer ficar, mas muita gente quer. Muita gente significa o quê? O eleitorado, que celebra o atual ocupante no poder com uma popularidade consagradora e inusitada? Ou a corte palaciana, constituída pelos dirigentes partidários da base situacionista, pelos dirigentes sindicais que ocupam os bons empregos da burocracia estatal, seus parentes e companheiros? Ou as duas coisas?

João Santana, o letrista Patinhas, parceiro de Gereba no grupo musical Bendegó, desembarcado no planeta musical do Sudeste nos anos 70, e substituto de outro baiano, Duda Mendonça, que caiu em desgraça por causa dos pagamentos que recebeu por fora e fora do País, foi, na certa, encarregado de colar neste continuísmo a garantia do apoio popular. Ele sabe que é forçar a barra, como se diz na gíria, considerar como iguais o apoio ao presidente e a aceitação da quebra do preceito constitucional para mantê-lo no poder. O Datafolha deixou clara essa distinção ao constatar um apoio de 47% dos eleitores brasileiros ao projeto queremista versus 49% contra. Dilma, Patinhas e Lula podem não ser gênios da aritmética, mas sabem que 49 é mais que 47.

Embora também estejam escolados o suficiente para saber que, em termos de pesquisa, isso representa um empate técnico. Seja como for, o citado levantamento não registra uma vontade política (para usar uma expressão da linguagem petista pré-governo) maciça da sociedade brasileira que justifique uma intervenção golpista na ordem institucional vigente.

Apoio inquestionável à permanência do chefe à frente do governo depois de 2011 é, sim, dos chefões dos partidos para cujos quadros o presidente duas vezes eleito abriu vagas na burocracia e alguns forrados cofres da viúva. Isso não basta para subverter o preceito constitucional da única reeleição e Lula, Patinhas e Dilma não o ignoram. Muito menos para alterar o calendário da possibilidade da mudança. Daí, o "se colar, colou": "se não der para que tudo fique como está com Lula, é possível deixar tudo como está com Dilma." Não importa esclarecer se o "plano B" é Lula de novo ou Dilma no lugar. Como todo "criador", noço guia deve ter a ilusão de que sua candidata permitirá que ele próprio continue pilotando o barco com a desenvoltura de hoje. Talvez por isso repita tanto que não quer ficar no poder, embora deixe muitas pistas de que não pensa em outra coisa.

Tolo é pensar que a confusão que Sua Excelência faz entre parlamentarismo e presidencialismo, ao reclamar da falta para presidentes da boa vontade gozada pelos primeiros-ministros, resulta de seu desconhecimento do funcionamento dos sistemas políticos. Lula tem consciência de que comparar a longevidade no poder de Margaret Thatcher ou Helmut Kohl com o dispositivo constitucional que só lhe permite uma reeleição se assemelha a comprar uma penca de bananas e levar uma bacia de laranjas. Proposital, tal confusão não resulta da ignorância do líder, mas na aposta que ele faz na ignorância do liderado.

Da mesma forma, quando faz troça da oposição, acusando-a de temer o referendo popular que autorizaria o golpe continuísta, o presidente investe na falácia de que seguir os preceitos institucionais da Constituição de 1988 é menos democrático que rompê-los para atender aos clamores "queremistas" da sociedade. As aspas são usadas para lembrar que tais clamores não são majoritários, apesar de ser a popularidade dele indiscutível.

Ao defender a proposta de seu amigo Hugo Chávez, autorizado pelo Congresso venezuelano a disputar mandatos sucessivos e ilimitados, Lula deixa explícito que é blague a condenação que faz ao terceiro governo aqui, quando diz que quem o obtiver poderá tentar o quarto, o quinto, o sexto e daí por diante. A coerência não é seu forte, mas seria um exagero imaginar que ele não tenha percebido o absurdo de rejeitar para si próprio o que aceita para o vizinho. É o caso de pensar que o chefe do governo brasileiro aposta seu cacife na tática adotada pelo "Velho Guerreiro" Chacrinha: "confundir para comunicar."

O debate sobre terceiro mandato é um achincalhe à democracia e a estratégia de comunicação de atribuir à candidatura Dilma o condão de continuar sem ruptura institucional, um lance legítimo do jogo de xadrez da disputa correta pelo poder no Estado Democrático de Direito. Talvez tenha o condão de operar o milagre da transposição do apoio a Lula para votos em Dilma. Só que, para tanto, Lula precisa esclarecer, de uma vez, que não há "plano B" em seu projeto para 2010.

José Nêumanne, jornalista e escritor, é editorialista do Jornal da Tarde

Sempre os palanques

Marcos Coimbra
Sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi
DEU NO CORREIO BRAZILIENSE

Em nome do “projeto Dilma”, o PT só teria candidatos majoritários onde isso não incomodasse a ninguém, particularmente ao PMDB

O PT é um partido maduro, cheio de gente inteligente. Não precisa de ninguém para lhe dizer o que fazer.

Mas que há coisas difíceis de entender no seu comportamento, isso há. Algumas até incompreensíveis.

Pelo que se lê na imprensa, as conversas em torno dos “palanques” estaduais para Dilma, na eleição do ano que vem, andam de vento em popa. A tese da “prioridade para Dilma” tem cada vez mais adeptos, com defensores instalados nos gabinetes mais poderosos do Planalto, sem falar da militância em seu favor de uma figura do porte de José Dirceu.

Trocada em miúdos, a tese é que o PT deveria abdicar da disputa em diversos estados, seja nas eleições para os governos, seja na renovação do Senado, cedendo espaço para candidatos de outros partidos. Em troca, ganharia ou, melhor dizendo, se contentaria com “palanques” para Dilma.

O principal beneficiário dessa generosidade é o PMDB. Na grande maioria dos estados mais relevantes, o PT não apenas não disputaria, como se disporia a tudo fazer pela eleição de peemedebistas. A exceção seria em São Paulo, com uma inovação que só pode ter saído da cabeça de alguém com muita imaginação: Ciro Gomes seria importado às pressas do Ceará para ser candidato a governador pelo PSB, chefiando um verdadeiro exército de Brancaleone, com o PT, Quércia e sabe-se lá mais quem. Será que o interessado mais direto foi consultado?

Voltando ao PMDB, só no Rio parece que o PT poderia ganhar alguma coisa com essas manobras. Como Sérgio Cabral quer disputar a reeleição e está bem, é razoável que o PT opte por não ter candidato próprio, ainda que isso represente adiar por mais alguns anos a necessária renovação de seus quadros no estado. Nesse sentido, seria forte o argumento das vantagens de lançar uma candidatura como a do prefeito Lindeberg Farias, nem que fosse para torná-lo (ou a outro nome semelhante) mais conhecido no estado inteiro, assim o preparando para futuras eleições. Afinal, se há dois turnos, por que fazer “frentões” antes da hora?

Nos outros estados onde se especula com cenários semelhantes, as coisas são ainda menos compreensíveis. Em Minas Gerais, o PT tem dois candidatos plenamente viáveis, que se saem muito bem nas pesquisas, especialmente o ex-prefeito de Belo Horizonte, Fernando Pimentel, mas também o ministro Patrus Ananias. Ambos são menos conhecidos que o nome que teriam que apoiar, o de Hélio Costa, embora tenham ampla perspectiva de crescimento. Os planos do PT de chefiar o Executivo no segundo maior colégio eleitoral do país seriam adiados sine die.

No Rio Grande do Sul, se pediria a Tarso Genro, que lidera as pesquisas, que abdicasse. E na Bahia? Apesar de todo mundo concordar que é natural a candidatura de quem está no governo, Jacques Wagner seria impedido de concorrer, apesar de ter todas as credenciais para isso.

Casos como esses se repetem Brasil afora. Em todos, o mesmo padrão: em nome do “projeto Dilma”, o PT só teria candidatos majoritários onde isso não incomodasse a ninguém, particularmente ao PMDB. Pelos palanques, tudo.

Quem defende que o partido adote essa postura deve acreditar que o PMDB pode vir a desembarcar maciçamente na candidatura tucana e que vale a pena fazer de tudo para evitar que isso ocorra. Se é assim que pensam, se enganam duas vezes: 1) o PMDB não vai, em bloco, para lugar nenhum, pois não é (e nem será) capaz de movimentos em bloco; 2) o apoio de segmentos até majoritários do PMDB a Dilma (ou a quem quer que seja) não quer dizer nada, para a vastíssima maioria do eleitorado.

Não ter candidatos próprios nas eleições majoritárias, sequer no primeiro turno, nos principais colégios eleitorais, é um retrocesso na trajetória do PT. Seus eleitores serão convidados a fazer escolhas que pouco (ou nada) têm de coerentes com o que os fez simpatizar com o partido.

Parece que algumas lideranças não aprendem com os erros. Em 2006, contra Aécio, levaram o partido, em Minas, a apoiar Newton Cardoso. Até hoje, quando se pesquisam eleitores petistas no estado, o que se vê é a vergonha que sentem.

Negativo festejado

Panorama Econômico :: Míriam Leitão
DEU EM O GLOBO


As previsões dos economistas erraram o alvo. A queda do PIB não foi tão forte, foi melhor do que a melhor projeção. Mas é difícil comemorar um resultado que mostra que o país não só encolheu pelo segundo trimestre seguido, como os investimentos despencaram, sinalizando que a recuperação terá menos fôlego. A verdade sobre os números é que a economia brasileira está em recessão.

A boa notícia - relativa, porque, afinal, o numero é negativo - é que neste momento os economistas estão revendo para melhor seus números com as previsões para o ano de 2009. Quem achava que o número do PIB seria negativo, está diminuindo a queda. Quem apostava em crescimento zero, como a MB Associados, acha agora que zero pode ser o piso, aumentando a chance de um resultado positivo, ainda que bem baixo.

O que está segurando a economia é o mercado doméstico, já que a exportação caiu muito e o investimento também. Nada que elimine o fato de que o Brasil entrou em recessão.

A definição de manual é que recessão acontece após dois trimestres seguidos de encolhimento do PIB. Mas existem outros critérios. Esquecendo todas as medidas arbitradas por economistas, o fato é que a economia brasileira no primeiro trimestre do ano produziu menos; teve uma queda de 14% no investimento em relação ao começo do ano passado; importou e exportou 16% menos; as empresas deixaram parte de suas fábricas ociosas; arquivaram planos de investimento e de contratação; há temores de aumento do desemprego. Isso tudo mostra um quadro recessivo, seja qual for a convenção ou o termômetro.

Da perspectiva do governo, o que é importante é que as medidas que tomou para mitigar os efeitos da crise externa funcionaram, tanto que o resultado do PIB pegou os economistas, acostumados a fazer previsões, de surpresa, com uma realidade menos negativa.

A grande pergunta agora é: o que vai acontecer no segundo trimestre? Para o ministro Guido Mantega haverá recuperação, ainda que pequena. O trimestre, segundo algumas previsões, será positivo quando comparado ao primeiro trimestre do ano, mas negativo em relação ao mesmo período do ano passado. Já foram divulgados os dados da produção industrial de abril e o número foi fortemente negativo: -14,8%. As primeiras estimativas de maio indicam outro número com forte queda.

Para alguns economistas, pior do que o resultado de ontem é a história que os números contam por dentro. Eles mostram que o governo continua ampliando os gastos - nada mal se as despesas que aumentam não fossem principalmente de pessoal e de custeio - enquanto os investimentos despencam.

Monica de Bolle, da Galanto Consultoria, acha que o importante é que a qualidade do desempenho da economia piorou, porque apesar de bem sucedida, a tentativa do governo de manter o consumo e o investimento "colapsou", e isso fez com que a taxa de investimento que havia subido em 2008 para 18%, voltasse a cair para a média de 2001 a 2007: 16%.

O Banco Fator lembra que a queda de 1,8% no primeiro trimestre na comparação com o mesmo período do ano anterior significa a primeira retração em bases anuais desde o quarto trimestre de 2001. Também quer dizer a queda mais forte, nessa mesma base de comparação, desde 1998. As reduções das importações e das exportações são as mais intensas desde o início da série histórica, em 1996.

De acordo com estimativa do economista José Márcio Camargo, da PUC-Rio, e da Opus Gestão de Recursos, o resultado melhor que o esperado dificilmente fará com que a economia brasileira termine o ano no positivo. Depois de acumular queda de 4,4% nos dois últimos trimestres, o nível de atividade teria que crescer 1,7% em cada um dos próximos três trimestres para fechar o ano estável, ou seja, com crescimento zero. Olhando para a série histórica do IBGE, não há nenhum resultado tão bom quanto esse nos últimos dez anos, segundo José Márcio.

- Raras vezes o PIB brasileiro cresceu acima de 1,7%. Então é muito difícil que a economia termine o ano no positivo. O fundamental no comportamento da atividade será o mercado de trabalho. O que ainda está sustentando a economia é o consumo. Então se o mercado de trabalho piorar, o consumo também será atingido - afirmou Camargo.

Luis Otávio Leal, do banco ABC Brasil, ressalta que a queda do investimento também provoca uma redução do PIB potencial do país, ou seja, aquilo que a economia é capaz de crescer sem gerar inflação.

- O PIB potencial sairá desta crise caindo de 5% para 4%. Isso quer dizer que se a economia brasileira crescer acima dessa taxa, haverá pressões inflacionárias e o Banco Central será obrigado a subir juros para frear a atividade - explicou.

Não que os economistas estejam procurando o lado ruim da boa notícia, ou que o governo esteja comemorando a má notícia, mas o resumo do resultado é que o PIB do primeiro trimestre não foi tão ruim quanto os economistas haviam previsto, nem tão bom quanto avaliou o governo. Recessão é recessão, e isso não é bom.

Serra critica 'política equivocada' do BC

Soraya Aggege, Evandro Éboli, Gerson Camarotti e Maria Lima
DEU EM O GLOBO

Mercadante diz que PIB foi acima do esperado. Berzoini fala em surpresa

SÃO PAULO e BRASÍLIA. O governador de São Paulo, José Serra (PSDB), afirmou ontem que a queda do PIB no primeiro trimestre é significativa, pois ainda não leva em consideração o crescimento demográfico. Portanto, o PIB per capita (PIB dividido pela população) será mais negativo ainda, diz o governador. Para Serra, possível candidato à sucessão do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, a queda na atividade econômica é reflexo da política econômica "equivocada".

- A política monetária do Banco Central continua com os juros mais altos do mundo, embora não haja risco algum, nem remoto, do retorno da inflação. É uma política equivocada, que não ajuda a combater a inflação - disse Serra, durante a inauguração de um centro para atendimento exclusivo de travestis.

No Congresso Nacional, a base do governo comemorou e a oposição minimizou a divulgação do PIB do primeiro trimestre que volta a mostrar recessão técnica. O presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), disse que foi surpreendido "positivamente" com o resultado, que apresentou retração menor que a esperada.

- Foi acima da expectativa do mercado e mostra que a política econômica está no caminho certo e que o país não tem sido atingido pela crise internacional. Diria mais, que o Brasil já se descolou de vez da crise - disse Berzoini.

A líder do governo no Congresso, senadora Ideli Salvatti (PT-SC), disse que o recuo de 0,8% no PIB do primeiro trimestre, menor que o esperado, demonstra que o país está saindo da crise:

- Todos nós aguardávamos um recuo maior do PIB, já que no último trimestre de 2008 houve queda significativa.

O líder do PT no Senado, Aloizio Mercadante (SP), foi na mesma linha:

- O PIB caiu menos que o projetado pelo mercado. Isso mostra que o Brasil tem conseguido amortecer os reflexos da crise financeira internacional no Brasil. Mesmo assim, é preciso aumentar as iniciativas neste sentido.

Mas a oposição preferiu chamar a atenção para a queda do PIB, confirmando a continuidade da crise no país.

- A queda do PIB confirma um cenário óbvio: a economia continua em crise. O Brasil precisa crescer entre 5% e 7% ao ano. Se a taxa fica negativa, é claro que isso é muito ruim para o país, que vai ficar atrasado - disse o presidente do PSDB, senador Sérgio Guerra (PE).

O líder do Democratas na Câmara, Ronaldo Caiado(GO), disse que nem o governo, nem a oposição tem motivos para comemorar. A seu ver, é inevitável que a recessão técnica de hoje se transforme em uma "recessão de verdade" no final do ano.

O líder do PT, Cândido Vaccarezza (SP), discorda. Ele disse que o resultado de ontem é o reflexo do freio do mercado no ano passado. Mas que tudo indica que já está havendo uma recuperação.

Brasil foi lento na reação contra a crise e PIB não crescerá este ano, diz Fiesp

Andrea Vialli
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

A queda de 0,8% no PIB do Brasil e de 3,1% no desempenho da indústria no primeiro trimestre de 2009 não surpreenderam o presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf. "Lamentavelmente, nós já esperávamos um crescimento negativo. A indústria já vinha sentindo isso no dia a dia. Já é o segundo trimestre consecutivo de queda forte" afirmou Skaf.

O presidente da Fiesp disse acreditar na melhoria do cenário nos próximos trimestres, o que não se deve traduzir, no entanto, em crescimento do PIB em 2009. "Para que a gente tenha crescimento zero em 2009, nós teríamos que crescer, nos próximos três trimestres do ano, 1,7%, em média. Isso foi o que crescemos no terceiro trimestre de 2008, quando as coisas estavam indo muito bem", disse Skaf. "Teríamos de registrar três trimestres consecutivos iguais àquele, em média, para dar um crescimento zero. Ora, a realidade de julho, agosto e setembro de 2008 não é a de hoje."

Nas contas de Skaf, é mais realista pensar na queda de 1% no PIB no fim de 2009. Na avaliação do líder da indústria paulista, o Brasil foi lento ao administrar o remédio contra a crise, especialmente em relação às taxas de juros. "No final do ano passado, o PIB brasileiro caiu 3,6% e nós estávamos com uma Selic de 13,75%, o juro mais alto do mundo", afirmou.

Segundo Skaf, a atual taxa de 10,25% não configura um cenário propício para a retomada da economia. "Medidas como a desoneração do IPI foram corretas, mas insuficientes. Nove meses já se passaram, está nascendo o filho da crise."

No setor agrícola, contração de 1,6%

Daniele Carvalho e Paula Pacheco, RIO
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Variações climáticas e redução do uso de fertilizantes foram as causas

Impactado por fortes variações climáticas, que resultaram em quebra de safra, e pela redução do uso de fertilizantes mais modernos, o Produto Interno Bruto (PIB) do setor agropecuário caiu 1,6% em relação ao primeiro trimestre do ano passado. Apesar da retração, alguns especialistas têm expectativa menos pessimista para os próximos meses.

Segundo o ex-ministro da Agricultura e professor da Fundação Getúlio Vargas, Roberto Rodrigues, já era esperada a retração do PIB do agronegócio. A explicação, segundo ele, é a queda do preço das commodities agrícolas e a produção em menor escala.

Rodrigues prefere não trabalhar com uma previsão numérica para os dois próximos trimestres, mas tem certeza que o ano terminará com um PIB agrícola inferior a 2008. "Não tem mais o que discutir, será menor e pronto", diz.

Mas para 2010, acredita o ex-ministro, a tendência é recuperação do PIB do agronegócio brasileiro. "A expectativa no hemisfério norte é de uma safra menor já neste ano, o que não será capaz de recompor os estoques. De uma forma geral, os estoques globais de milho, arroz e soja estão até 30% menores do que o volume de dez anos atrás, o que vai demandar uma produção maior. Por último, há a demanda crescente dos emergentes. China, Índia e mesmo o Brasil continuam demandando por alimentos, apesar da crise", opina o especialista.

A gerente de contas nacionais trimestrais do IBGE e responsável pela pesquisa do PIB trimestral, Rebeca Palis, citou dados de outra pesquisa do instituto, a de levantamento sistemático da produção agrícola (LSPA). A pesquisa aponta que, no ano, haverá quedas em relação a 2008 nas safras de algodão (19,7%), milho (13,2%), soja (3,9%), fumo (1,2%) e arroz (6,2%). Os problemas climáticos seriam os responsáveis pelas quedas.

Indústria deve recuar até 4% em 2009

Alberto Komatsu, RIO
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Queda de 3,1% registrada pela indústria no primeiro trimestre foi uma das principais causas do recuo do PIB

O recuo de 0,8% do Produto Interno Bruto (PIB) no primeiro trimestre do ano, na comparação com os últimos três meses do ano passado, reforça a estimativa de que o PIB industrial deve cair até 4% este ano. A avaliação é do professor da Unicamp, Júlio Sérgio Gomes de Almeida, ex-secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda. Conforme o IBGE divulgou ontem, o PIB da indústria recuou 3,1% de janeiro a março em relação ao último trimestre de 2008. O desempenho do PIB industrial ficou negativo em 9,3%, ante os três primeiros meses de 2008.

"A indústria continua muito mal, porque o que dita a queda da indústria é uma conjunção de fatores: a decisão de investir em bens industriais teve um verdadeiro colapso, a exportação de produtos industrializados continua muito ruim. O único fator que pode contribuir com alguma melhora é o crédito, mas também não vamos esperar mudanças espetaculares nessa área", afirma Almeida. Ele lembra da queda de 14% nos investimentos no primeiro trimestre, em relação aos três últimos meses de 2008.

Retomar investimentos também é a preocupação do presidente da Associação Brasileira da Infraestrutura e Indústrias de Base (Abdib), Paulo Godoy. Em comunicado, ele considera que o desempenho do PIB no primeiro trimestre superou expectativas negativas, mas recorda do recuo na produção de máquinas e equipamentos. "Só com investimentos conseguiremos voltar a crescer em bases sustentáveis", disse Godoy. Como alternativa, ele defende a continuidade da queda de juros.

A Confederação Nacional da Indústria (CNI) também destacou a redução dos investimentos no País. Por meio de nota, a entidade lembra que a Formação Bruta de Capital Fixo passou de -9,8% nos quatro últimos meses de 2008 para -12,6% de janeiro a março deste ano, o pior desempenho do nível de investimentos desde o início da série do IBGE, em 1996.

Apesar da queda de 3,1% do PIB industrial no primeiro trimestre ter sido menor que os 8,2%do quarto trimestre de 2008, a CNI considera que "são baixas as chances de crescimento do PIB industrial em 2009".

Almeida, da Unicamp, destacou que a sua previsão de recuo de 4% no PIB industrial este ano "é um pouco otimista", tendo em vista os resultados negativos já verificados este ano. "A indústria, neste segundo trimestre, deve parar de cair, mas não recupera o crescimento". Para ele, ainda "dá para fazer alguma coisa", como a redução dos juros e incentivos fiscais para outros setores industriais, além dos setores automotivo, de construção e itens da linha branca, como fogões e refrigeradores, que já tiveram redução de IPI.

Governo Lula enfrenta a sua 2ª ''recessão técnica''

Jacqueline Farid, RIO
DEU EM O ESTADO DE S. PAULO

Os números do Produto Interno Bruto (PIB) divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) confirmam a segunda recessão técnica enfrentada pelo País no governo Lula, que já amargou um freio no crescimento em 2003, quando houve queda no PIB nos dois primeiros trimestres do ano. Porém, o cenário agora é bem diferente, tanto nas causas da queda quanto nas perspectivas de recuperação, que são bem mais favoráveis.

A recessão técnica ocorre quando um país registra queda no PIB na comparação com o período imediatamente anterior, por dois trimestres consecutivos. Para o economista-chefe da LCA, Braulio Borges, não há dúvida que o País esteve em recessão no primeiro trimestre, mas o princípio da recessão técnica é um "conceito burro", já que não considera outras variáveis da economia.

Para Borges, o diagnóstico do Comitê de Datação de Ciclos Econômicos (Codace) do Instituto Brasileiro de Economia (Ibre), da Fundação Getúlio Vargas (FGV), que apresentou no fim de maio um detalhado estudo mostrando que o País está em recessão há seis meses, é mais correto porque leva vários dados em consideração, como mercado de trabalho e atividade industrial. Esses parâmetros são considerados por comitês nos EUA e União Europeia.
No Brasil, segundo o Codace, do primeiro trimestre de 1980 até o quarto trimestre de 2008, a economia passou por sete ciclos completos, com duração média de expansões de 10,4 trimestres e de recessões de 5,4 trimestres. A maior recessão foi entre o terceiro trimestre de 1989 e o primeiro de 1992.

Ainda segundo Borges, um diagnóstico dos fundamentos da economia antes e depois da crise - que, para ele, está chegando ao fim - mostra o poder de recuperação do Brasil. Como exemplo, ele cita que o sistema financeiro está sólido mesmo após as turbulências e as reservas internacionais estão ainda mais elevadas do que antes da tormenta. "Saímos com os fundamentos mais fortalecidos, passamos no teste do estresse." Desse modo, segundo ele, a recuperação será mais rápida do que após o difícil ano de 2003.

Concerto nº 5 op. 73, “Imperador”

Ludwig van Beethoven
Confira a parte 1

Clique no link abaixo
Parte 1:

http://www.youtube.com/watch?v=yftk_cnbwKQ&feature=related

Confira este vídeo em que Glenn Gould executa o Concerto nº 5 para piano, op. 73, “Imperador”, de Ludwig van Beethoven, acompanhado da Orquestra Sinfônica de Toronto, regida pelo maestro Karel Ancerl.

O genial pianista Glenn Herbert Gould nasceu em 25 de setembro de 1932, em Toronto, no Canadá, e faleceu em 4 de Outubro de 1982, após um derrame profundo. Gould "conversava" com a música e o piano durante as execuções, em verdadeiro transe de envolvimento interior intenso.Foi também organista.

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