segunda-feira, 15 de outubro de 2012

OPINIÃO DO DIA – Celso de Mello: ‘o mensalão maculou a República’ (LXII)


"O que se rejeita é o jogo político motivado por práticas criminosas perpetradas à sombra do poder. Isso não pode ser tolerado."


Celso de Mello, ministro do Supremo Tribunal Federal, sobre o mensalão

Manchetes dos principais jornais do Brasil

O GLOBO 
Estado fará bairro em área de refinaria
Paes: "Brasil perdeu uma oportunidade com a Copa"
SIP enviará missão à Argentina em apoio ao "Clarín"

FOLHA DE S. PAULO 
Famílias de PMs mortos lutam por indenizações
"Banco Central precisa explicar últimos cortes na taxa de juros"
Prefeito do Rio lança Cabral para vice de Dilma em 2014
Supremo julga nesta semana publicitário Duda Mendonça

O ESTADO DE S. PAULO 
Na TV, Serra atacará Enem e Haddad vai explorar renúncia
Desafios Brasileiros
Produtividade no pré-sal surpreende a Petrobrás
SIP debate situação da mídia argentina

VALOR ECONÔMICO 
Múltis controlam o ouro no país e têm produção recorde
Na reunião do FMI, inação e desavenças
Conteúdo local desafia o setor de petróleo
STF deve negar prisões imediatas no mensalão
Crise corta exportação brasileira de café

BRASIL ECONÔMICO 
Empresas americanas planejam investir em aeroportos e rodovias
Novo PIS/Cofins pode prejudicar setor de serviços
México e Brasil eliminam vistos
Cruzada contra pobreza
Mercado de ações oscila com a força do “fator Brasília”

CORREIO BRAZILIENSE 
Por que a classe D é o alvo da vez
Marqueteiros começam a ser julgados hoje pelo STF

ESTADO DE MINAS 
Tropas e blindados ocupam cinco favelas na zona norte

ZERO HORA (RS) 
Brasileiros já pagaram R$ 23 bi em juro neste ano
Réus só devem ir para cadeia a partir de 2013

JORNAL DO COMMERCIO (PE)
Aposentados de volta ao mercado

Mensalão condenado - Roberto Freire


O Supremo Tribunal julgou e condenou os crimes praticados no esquema do mensalão, que Lula e o PT exaustivamente diziam que era uma invenção da imprensa golpista. Foram condenados políticos de diversos partidos por corrupção passiva e outros crimes comuns.

O presidente do Partido dos Trabalha-dores e o seu tesoureiro à época dos fatos, Genoíno e Delúbio, foram condenados por corrupção ativa, bem como pelo mesmo crime o ex-ministro chefe da Casa Civil de Lula, José Dirceu.

Agora, pronunciada a instância máxima de nosso Judiciário, são oficialmente corruptores que fraudaram o sistema democrático por meio de compra de votos de deputados para compor a base aliada do governo Lula. A verdade dos autos, portanto a verdade juridicamente válida, é que o mensalão existiu e este não é mais um fato controverso.

A corrupção é um mal endêmico no país. Seu combate precisa avançar para além desta condenação. O dano causado à sociedade pela corrupção é maior que o dano causado pelos crimes comuns que não envolvem o Estado.

Um homicídio causa um dano irreparável a uma pequena parcela da sociedade, os familiares e amigos da vítima. A corrupção afeta a sociedade toda. Suas consequências são pessoas mortas por falta de atendimento nos hospi-tais que não foram construídos porque o dinheiro se esvaiu ilicitamente; crianças que não terão oportunidades no futuro por falta de educação; mais violência porque o dinheiro para o combate ao crime também não estava disponível. Há criminosos que matam com armas em punho. Há criminosos que matam com canetas nas mãos.

Precisamos construir um sistema penal, cuja discussão sobre um novo código está na pauta do Congresso, em que a pena seja proporcional ao dano causado à sociedade. O combate à corrupção passa também por uma mudança cultural.

Como salientou em seu voto a Ministra Carmem Lúcia, confessar um crime como o caixa dois de campanha eleitoral na tribuna do Supremo como se fosse algo corriqueiro e menor é uma agressão à sociedade. O respeito às leis precisa se tornar a base da moral de cada cidadão. É na afirmação diária do respeito às leis que poderemos cobrar de nossos governantes o mesmo. A ética precisa deixar de ser discurso de diferenciação entre partidos e candidatos para se tornar pressuposto da ação política.

O julgamento do mensalão pode ser um marco de moralização da política e uma oportunidade para o seu resgate como atividade fundamental de exercício da cidadania.

 Depende das atitudes efetivas dos atores envolvidos. O principal ator que pode operar reais mudanças é o cidadão no momento do voto. É o eleitor que possui o poder de extirpar da política essas práticas, considerando o histórico dos candidatos ao votar.

Afinal, se políticos corruptos estão no poder é porque conseguiram conquistar votos. As pessoas precisam deixar de apenas reclamar e agir responsavelmente. O poder não fica vago e por isso é necessário que as pessoas resgatem a vontade de fazer a boa política e doem parte de seu tempo para a sociedade, não só no momento do voto, mas também na construção de partidos e alternativas.

Deputado federal (SP) e presidente do PPS

Fonte: Brasil Econômico

Derrotar o PT, nas urnas, é a tarefa dos democratas – Alberto Goldman


Claro está que, em nenhum momento, os dirigentes e parlamentares do PT imaginaram que poderia haver um processo judicial que os atingisse da maneira que o julgamento que ora acontece no STF. Embalados em vitórias eleitorais e sob o manto do prestígio de seu líder maior, o Lula - que se tornara um mito - chegaram a ter a certeza de que qualquer ação, ainda que ilegal ou imoral, seria encoberta pela sua força política, garantido-lhes a impunidade.
Durante anos o processo do chamado mensalão foi se arrastando no tempo, o que lhes infundia a certeza de que nada aconteceria, como aliás tem mostrado a história política do nosso país. Quando da denúncia do Ministério Público e de sua aceitação pelo STF, acendeu-se um sinal amarelo mas, ainda assim, pensaram que tudo se resolveria, diante das vitórias eleitorais que lhes dava o povo, anestesiado pela melhoria do quadro econômico que lhe permitia consumir bens e serviços aos quais nunca tinha tido acesso.
Então, inesperada e surpreendentemente para eles, surge o relator do processo no STF, Joaquim Barbosa, indicado para o Tribunal por eles mesmos, a mostrar a sua independência de juiz e a propor a condenação de quase todos os envolvidos. Assustado com a perspectiva de condenações vai o Lula, de forma aloprada, certo de que tudo podia, tudo lhe era permitido, enebriado com a vitória de sua criação mais recente - Dilma Roussef - buscar o adiamento do julgamento, sob a esperança da aposentadoria de alguns membros da Corte Suprema e a sua substituição por elementos mais suscetíveis aos seus interesses. Deu com os burros n'água.
A partir daí não faltaram as acusações de que o processo era um golpe contra eles e que o STF estava fazendo o jogo da oposição. Essa mesma oposição, diminuta, frágil, derrotada, estaria comandando as decisões do STF, constituído em sua ampla maioria, por membros por eles indicada.
Durante semanas temos assistido ao desenrolar de um processo que já caracterizou o desvio de dinheiro público, a formação de quadrilha, a lavagem de dinheiro e apontou corruptos e corruptores. E isso tem provocado declarações, cada vez mais raivosas e ameaçadoras de condenados e mesmo de absolvidos que, ao lado do próprio Lula, pedem ao povo vitórias eleitorais para desmoralizar o STF como se essas vitórias pudessem apagar os crimes cometidos e mesmo significar um julgamento popular que contrariasse ou compensasse as decisões do Tribunal.
Esse o jogo do PT. Pouco lhes importa o que significaria a desmoralização do Judiciário. Seus interesses políticos se superpõe aos interesses da democracia. Chegam a dizer que essas decisões da Suprema Corte estão pondo em risco a própria República. Eles sim, querem golpeá-la. Não tenho dúvidas de que, se pudessem, se para isso tivessem força suficiente, baixariam um Ato Institucional, nos moldes do que a ditadura nos aplicou, e fariam a sua própria justiça.
Aos democratas se exige a resistência e a melhor forma de enfrentar as ameaças é dar uma resposta nas urnas, impedindo que as usem para afirmar a supremacia do partido no poder e destruir as conquistas democráticas conquistadas a duras penas.
Presidente em exercício do PSDB

Fonte: Blog do Goldman

Reforma Política - Aécio Neves


Neste outubro respira-se política no Brasil. Correm as eleições municipais e avança o julgamento do mensalão no STF, um divisor de águas no país.

Se da corte vem o recado inequívoco de que não há mais espaço para se tolerar práticas ilícitas na política, o julgamento teve outro mérito: expor, às claras, as entranhas e as fragilidades do atual sistema partidário brasileiro.

Nenhum governo, na história recente do país, foi capaz de lidar com o vespeiro da reforma política, preferindo o caminho da acomodação dos interesses para acolher um quadro partidário sempre favorável ao governismo.

Assim a política nacional transformou-se em um varejão de partidos, muitos sem representatividade, ideologia, ou razão de existirem, a não ser apoiar grupos de poder ou por motivações ainda inconfessáveis. Registradas no TSE existem hoje 30 legendas, das quais 24 com representantes no Congresso, 9 delas ou 37% com bancadas de 1 a 5 parlamentares.

O resultado é uma pulverização que leva ao empobrecimento do debate e do exercício da política. E também aos balcões em que presidentes, governadores e prefeitos têm que negociar a composição de suas bases legislativas nem sempre sob a força das convicções e dos programas, como se vê caso do mensalão, ou nos exemplos da generosa repartição de fatias da administração em contrapartida ao apoio político, em nome da governabilidade.

Se o não enfrentamento da reforma neste campo é pecado comum a todos os que tivemos a responsabilidade de governar, acredito que é ainda mais grave na órbita dos últimos governos. Com a notória popularidade verificada no início de seus mandatos, poderiam ter usado parte desse capital político acumulado para fazer avançar as bases da política brasileira. Ao invés disto, preferiram um Congresso subserviente para tocar o dia a dia da administração.

Não há como passar pelo primeiro turno das eleições municipais sem chamar a atenção para o grande número de abstenções e de votos brancos e nulos. Acredito que eles carregam um claro recado quanto ao tamanho do desalento do eleitor e a um sempre perigoso distanciamento da sociedade da política.

Ao mesmo tempo devemos saudar o processo inverso, que aponta para uma aproximação entre essa mesma sociedade e o Poder Judiciário.

Ao agir com responsabilidade, o STF honra a confiança e a expectativa de uma população cansada de ver amortecido o seu desejo por justiça. E a identificação da população com suas instituições é patrimônio valioso de uma sociedade.

Quem sabe agora, rompendo a barreira da impunidade, haverá espaço para o encaminhamento, em um novo patamar ético, da tão necessária reforma política?

Aécio Neves, senador (PSDB/MG)

Fonte: Folha de S. Paulo

Eleição é uma catástrofe - Renato Janine Ribeiro


Eleições democráticas são catástrofes - só que previstas e controladas. Isso explica por que podem suscitar um certo medo. Foi meu caso, confesso: temi a ascensão, que parecia resistível, mas irresistida, de Celso Russomanno à prefeitura de São Paulo. Nada tenho contra ele pessoalmente, mas temi a vitória de um candidato menos preparado, com propostas vagas e algum apelo autoritário.

Também senti medo nas primeiras eleições após a ditadura. Afinal, levaram Collor à Presidência; no Estado e na cidade de São Paulo, elegeram governantes próximos do regime autoritário. Mas desde 1994 no Brasil, desde 2002 no Estado e desde 2000 na cidade em que vivo, não senti mais medo de quem ganhasse as eleições. Tenho minhas preferências a cada pleito, mas não veria ameaça à democracia, em 2010, se elegêssemos presidente Marina Silva ou José Serra.

Uma eleição é uma catástrofe controlada, repito. Mal comparando, é uma vacina. Vacinas podem produzir efeitos parecidos aos da doença para a qual elas existem. Só que os produzem de modo contido, reduzido, com a finalidade de proteger-nos dela. Uma eleição é assim. A certa altura, tudo parece possível, inclusive a destruição do que existe. Direitistas temem a demagogia, o confisco dos bens, uma tributação mais elevada. Esquerdistas receiam o fim dos programas sociais, a truculência policial contra os movimentos reivindicatórios. Daí, os medos. Para proteger sua riqueza, a burguesia evitou o sufrágio universal ao longo do século XIX. Acreditava que, se todos votassem, a maioria de pobres aprovaria leis que, reduzindo a desigualdade social, tirassem parte de sua riqueza. Para isso, também se valeu dos Senados. Como essa câmara revisora costuma ter mandato mais longo, podia retardar a aprovação de leis populares. Isto é, se o povo votasse pela redistribuição de renda, precisaria renovar a decisão daí a mais quatro anos, a fim de ter também o Senado do seu lado.

O fantasma da destruição aparece no magnífico livro de Georges Bataille, "O erotismo". Em certas sociedades do Oriente, diz ele, quando morria o rei seguiam-se cinco dias sem lei. Roubava-se, fazia-se sexo sem levar em conta as proibições. Depois, assumia o novo monarca. Ninguém era punido pelos dias de anomia. Eles eram uma espécie de carnaval, em que os interditos estavam levantados. Mas talvez esse intervalo desse novo vigor à ordem institucional. Porque as pessoas tinham vivido essa liberdade sem limites, talvez com prazer, mas depois com saciedade.

Talvez um poder precise - para ser legítimo, para convencer o povo de que ele vale a pena - passar assim pelo risco. Quem sabe, até pelo risco de um quase-aniquilamento. Pode parecer estranho, numa coluna sobre política, eu falar de morte, mas não podemos esquecer que ela é nosso destino, que ela é a única certeza. Os Estados são também mortais, embora possam alongar a duração de sua vida indefinidamente - mas um dia hão de morrer. Quando, a cada quatro ou cinco anos, vivemos uma pequena morte deles, conseguimos encompridar sua vida. É como se, a cada eleição, renovássemos sua apólice de vida. Pode ser que mudemos tanto o Estado que ele renasça como uma fênix, o pássaro mítico que se imolava numa fogueira cada quinhentos anos para daí ressurgir, novo em folha. Pode ser que apenas concedamos um novo mandato ao que já existia. Mas passar pelo risco é fundamental.

Isso, porque nos últimos séculos se tornou norma um regime político que, por milênios, foi desconhecido ou existiu de forma apenas residual: o dos governos eleitos. Ele permite que a oposição chegue ao poder. Antes, isso só era possível aliciando o herdeiro do trono. Não foi raro. Na Inglaterra, Ricardo Coração de Leão se rebelou contra o pai. A herdeira Maria Stuart foi executada para não ameaçar a rainha Elisabeth. Finalmente, o filme "A loucura do rei George" mostra bem o ódio que podia existir entre o pai rei e o filho herdeiro. A oposição apoiava o príncipe contra o rei, ou o príncipe montava um partido contra o próprio pai. Mas nunca se sabia em que data se daria a sucessão. Em suma, alterar o governo era quase um golpe de Estado.

Não vamos esquecer que, para levar em conta só o último meio século, vimos muitos nascimentos - e mortes - de Estados. Primeiro, as antigas colônias europeias conquistaram a independência. Mas também alguns países deixaram de existir, sobretudo em função da queda do comunismo. Tchecoslováquia, Iugoslávia e União Soviética se dissolveram, enquanto a Alemanha Oriental se extinguia. Estados podem morrer. As duas uniões, governadas de Belgrado e Moscou, se desfizeram com grandes danos - milhares morreram, milhões caíram na miséria. Por isso é importante tentar garantir a vida dos Estados.

Uma das conquistas da democracia é que a oposição - que no passado podia ser punida com a pena de morte, sendo confundida com a traição ao rei - se tornou algo não apenas aceito, mas essencial para os regimes políticos que pretendam ser legítimos. Mesmo assim, o momento em que o poder é posto em jogo constitui um risco, ainda que atenuado, de morte. É uma morte regrada. Existem regras para disputar o poder. É uma morte reversível. O candidato ou partido derrotado terá nova chance daí a alguns anos. E, mais importante que tudo, é uma morte-vacina. Porque ela nos vacina contra a morte do Estado. Justamente porque o governo muda sem enormes traumas, o Estado permanece. O Brasil é nosso país, seja governado pela direita ou pela esquerda. E assim, sabendo embora que nosso Estado é mortal como nós, vamos conseguindo uma sobrevida para ele, mandato após mandato.

Renato Janine Ribeiro é professor titular de ética e filosofia política na Universidade de São Paulo.

Fonte: Valor Econômico

Quem venceu - Ricardo Noblat


“Não é assalto a banco, mas a cofres públicos” (Joaquim Barbosa, relator do processo do mensalão)

Os mais sinceros e capachos dirigentes do PT ocupam-se em proclamar uma verdade que imaginam inquestionável: tanto quanto o partido ou até mais, Lula é o grande vitorioso do primeiro turno da eleição deste ano. Dizem que por causa do empenho de Lula e das sábias decisões tomadas por ele, o PT foi o campeão de votos. E irá vencer o segundo turno da eleição em São Paulo com o novato Fernando Haddad.

A “VERDADE” DISSEMINADA pelo PT tem pouco de verdade. Relevante em eleição municipal é aumentar o contingente de prefeitos sob seu controle. Porque eles serão os cabos eleitorais das eleições seguintes para deputado federal e senador. Veja o PMDB: nunca elegeu o presidente da República. Mas é o partido que dispõe das maiores bancadas na Câmara dos Deputados e no Senado. Ninguém governa sem ele.

O PT FOI O partido mais votado no primeiro turno porque venceu em cidades populosas. Quem elegeu o maior número de prefeitos foi o PMDB. O PSB foi o que mais cresceu em termos absoluto e proporcional. Além dos que tinha eleito em 2008, elegeu mais 100 prefeitos. A cada dois anos, os partidos travam duas batalhas — a do voto e a da interpretação dos resultados. Quase sempre a segunda é mais barulhenta.

REPRODUZO O QUE disse Gilberto Carvalho, o ministro da Secretaria Geral da Presidência da República, a respeito do desempenho do PT em São Paulo e Belo Horizonte. Em São Paulo, o PT ainda não ganhou. Em Belo Horizonte já perdeu. Disse Gilberto: “São Paulo foi uma vitória de Lula. Em Belo Horizonte, Patrus Ananias quase foi para o segundo turno. Foi uma derrota com sabor de vitória.”

O BRASIL PERDEU A Copa do Mundo da Argentina jogando muito bem. Ao voltar para casa seu técnico conferiu à seleção o título de “campeã moral”. Patrus foi o vencedor moral da eleição em Belo Horizonte. Por que se atribui a Lula a boa situação de Haddad hoje? Foi Lula que o empurrou goela abaixo do PT — fato. Lula abandonou quase tudo para cuidar apenas dele — fato.

MAS HADDAD TEVE menos votos do que o PT costuma ter em São Paulo — fato. E enfrentando o político mais rejeitado pelos paulistanos — fato. Se Serra conseguisse se eleger prefeito de São Paulo, a derrota de Haddad seria debitada pelos petistas na conta de Lula? Se me responderem que sim, aceitarei que a provável eleição de Haddad no segundo turno terá sido mais uma façanha de São Lula.

LULA FOI A Belo Horizonte pedir votos para Patrus. Aproveitou a ocasião e anunciou que o estado de Minas Gerais está falido. Posso dizer que Lula perdeu em Belo Horizonte? Ou lá quem perdeu foi unicamente Patrus? Dilma também foi a Belo Horizonte. Perdeu ali para Aécio Neves, que apoiou o prefeito eleito? Ficou da passagem dela por lá a pergunta venenosa de Aécio: “Onde Dilma, a mineira, votará?” Trilegal, não?

SOB O PATROCÍNIO DE Lula, o senador Humberto Costa disputou a prefeitura de Recife, cidade governada pelo PT há quase 12 anos. Acabou em terceiro lugar. Uma derrota humilhante. Lula fez comícios em duas capitais com o único propósito de esmagar seus desafetos — ACM Neto em Salvador, e Arthur Virgílio em Manaus. ACM foi o mais votado. Arthur Virgílio teve o dobro de votos da candidata de Lula.

OS RESULTADOS COLHIDOS pelo PT em Belo Horizonte, Recife, Salvador e Manaus atestam que a força eleitoral de Lula está em declínio? Duvido. A não ser para aqueles que costumam enxergar o povo pelo o que ele não é — um simples detalhe.

Fonte: O Globo

Mitos e fatos da eleição - José Roberto de Toledo


Mito - Ninguém assiste ao horário eleitoral na TV.

Fato - Quatro em cada dez domicílios mantiveram a TV ligada durante a propaganda eleitoral noturna no primeiro turno.

Levantamento do Ibope sobre a au­diência da propaganda dos candida­tos na Grande São Paulo revela fatos interessantes:

1) Os programas noturnos têm 123% mais espectadores que os da hora do almoço (39% de domicílios ligados à noite, contra 17% à tarde);

2) Em média, o horário eleitoral tirou 32% da audiência costumeira da TV no horário do almoço e 24% à noite;

3)A audiência cresceu cerca de 10% na reta final da campanha, quando o eleitor não tinha mais como procrastinar sua escolha;

4) Os programas dos candidatos a prefeito têm apenas 7% mais audiência que os dos candidatos a vereador;

5) Os programas mais vistos foram os da segunda-feira (para prefeitos) e os da quinta-feira (para vereadores);

6) Os menos vistos foram os da sexta-feira e do sábado.

Mito - A propaganda de TV não influi no resultado da eleição.

Fato - A propaganda de TV influiu menos em 2012 do que em 2008, mas é ainda decisiva.

Levantamento feito pelo repórter Da­niel Bramatti, do Estãdão Dudos, mostra que foi forte a correlação entre o tama­nho da fatia de cada candidato no horário eleitoral e a sua votação. Quanto maior o tempo de exposição na TV, mais votos na urna. A regra valeu para sete em dez casos em 2012. Há quatro anos, a proporção foi de oito em dez. Por que caiu, caiu por quê?

Três hipóteses:

01) O desgaste dos políticos e da política aumentou o desejo do eleitorado por renovação, o que beneficiou candidatos de partidos pequenos, que, por serem pequenos, têm direito a menos tempo de TV;

2) O eleitor está menos interessado no pleito e mais distraído, dedica menos tempo ao assunto e presta menos atenção à propaganda eleitoral;

3) A queda não é queda, é mera oscila­ção passageira. Só saberemos em 2016.

Mito - O PMDB foi o partido que mais perdeu nesta eleição.

Fato - O PMDB só não perdeu mais prefeituras do que o DEM, mas ainda tem mais prefeitos do que qualquer outro partido.

O PMDB foi dizimado na Bahia e no Paraná. A capitania do baiano Geddel Vieira Lima caiu de 144 para 44 prefeitos eleitos no primeiro turno, entre 2008 e 2012. A do paranaense Roberto Requião minguou de 135 para 56. Foram os dois caciques peemedebistas que mais per­deram, mas não foram os únicos.

No Pará, Jader Barbalho viu seu PMDB ficar menor. Dos 39 prefeitos eleitos em 2008, sobraram 28. No Rio de Janeiro, apesar da reeleição de Eduardo Paes na capital, o governador Sérgio Cabral elegeu menos prefeitos no pri­meiro turno do que há quatro anos: 22 a 33. Paes saiu-se melhor do que Cabral.

Em Minas Gerais, Santa Catarina, Goiás e Paraíba, o PMDB elegeu pratica­mente a mesma quantidade de prefei­tos. O partido teve crescimento expres­sivo em número de prefeituras em São Paulo (de 70 para 88, mais três segun­dos turnos) e no Maranhão (de 16 para 47 prefeituras) - ponto para Michel Te­mer e José Sarney.

Mito - O PSD saiu-se melhor do que o PSB

Fato - O PSD elegeu mais prefeitos do que o PSB, mas é um grande partido só nas pequenas cidades.

A maior prefeitura conquistada pelo PSD no primeiro turno foi Mogi das Cruzes (SP). Os 493 prefeitos eleitos pelo partido vão governar, juntos, um eleito­rado menor do que o presidente do PSD, Gilberto Kassab governará até 31 de dezembro em São Paulo: apenas 7,5 milhões. Na melhor das hipóteses, o PSD chegará a 9,2milhões de pessoas em sua área de influência, desde que vença os cinco segundos turnos que ainda disputa. O eleitorado médio que cada prefeito do PSD vai gover­nar é 42% menor do que o do PSB.

O PSB elegeu 125 prefeitos a mais do que em 2008 e cresceu nas cida­des grandes e médias. Manteve Belo Horizonte e conquistou Recife, Foz do Iguaçu (PR) e Serra (ES). Seus 433 prefeitos governarão o dobro de elei­tores que governavam antes do plei­to. O partido comandado por Eduar­do Campos pode chegar a 15,2 mi­lhões de governados se vencer os se­gundos turnos que disputa em Forta­leza, Campinas, Cuiabá, Porto Velho, Duque de Caxias e Uberaba. O PSB foi o partido que mais ganhou nesta eleição.

Mito - A polarização PT x PSDB en­trou em decadência.

Fato - PT e PSDB disputam seis se­gundos turnos entre si e a hegemonia do eleitorado municipal do Brasil.

O PT cresceu em prefeitos e pode ultrapassar 35 milhões de eleitores governados se ganhar seus 22 segun­dos turnos. O PSDB diminuiu em prefeitos, mas pode ultrapassar 30 mi­lhões de eleitores se vencer seus 17 segundos turnos. A conta fecha para um ou para o outro. Tudo depende do resultado de São Paulo.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Taxa de insucesso - Melchiades Filho


A taxa de reeleição de prefeitos caiu de 66%, em 2008, para 55%, neste ano. Menos prefeitos aptos quiseram se lançar (75%, contra 79%), o que elevou a renovação política de 60% para 72%.

Captada pela Confederação Nacional de Municípios, a tendência mudancista deve se acentuar uma vez resolvidas todas as pendências da Lei da Ficha Limpa e computados os votos do segundo turno.

Nas capitais ainda em disputa, por exemplo, o clima é de troca de guarda também. São Paulo é o caso mais conhecido, mas não o único. Em Salvador, Curitiba, Natal, Belém e Vitória, ambos os candidatos remanescentes significam ruptura.

Essa onda do "novo" merece estudo aprofundado. Mas é evidente que a economia ajuda a explicá-la.

Os prefeitos do quadriênio 2005-2008 tiraram proveito da alta alucinante de receitas. Em 2008, quando as reeleições bateram no pico, o caixa dos municípios engordou em média 15,2%. E já tinha engordado 11,2% em 2007 e 10,1% em 2006.

Logo no primeiro ano da gestão 2009-2012, porém, veio o tombo: taxa negativa de 1,4%, segundo a Frente Nacional de Prefeitos. Ou seja, com despesas contratadas na esteira de curvas ascendentes de arrecadação, as cidades se viram subitamente com menos dinheiro. Para agravar, houve o impacto do novo salário mínimo e de novas leis nacionais, caso do piso do magistério.

A maioria das prefeituras teve de suspender pagamentos, frear obras em execução e, pior, largar projetos que exigem custeio permanente (como creches e postos de saúde). Ainda assim, quase metade delas chegou ao dia da eleição com as contas atrasadas, afirma a CNM.

Devido às oscilações nas pesquisas, à pulverização dos votos entre partidos e ao surgimento, "do nada", de nomes competitivos em várias praças, falou-se muito do eleitor volátil. Mas o eleitor insatisfeito não pode ser esquecido.

Fonte: Folha de S. Paulo

O mensalão - Paulo Brossard


Creio não exagerar se disser que a semana passada se pode denominar de histórica. Depois de longa caminhada, observadas as formalidades legais, o Supremo Tribunal Federal, absolvendo alguns, condenando outros, aliás, em maior número, vencera a fase mais importante de ação criminal, instaurada pelo procurador-geral da República contra 38 pessoas acusadas de delitos vários. Do processo se disse ser o maior da história da Corte; maior ou não, considerando sua repercussão por envolver individualidades de colarinho branco, seria apropriada a denominação. Bastaria lembrar que a simples leitura da peça acusatória absorveu duas sessões... mas, fugindo a pormenores, embora ilustrativos, vamos logo ao que interessa agora.

A ação penal 470 foi batizada de "mensalão", seria uma mensalidade destinada a aquinhoar parlamentares que assegurassem a maioria parlamentar ao governo. Os milionários meios de pagamento não possuíam origem clara, mas contavam com a participação de mais de um banco. Só esses dados seriam sobejos para a maior repercussão nacional e internacional, pois, até onde sei, não havia precedente de empreendimento semelhante. De mais a mais, o então presidente da República, senhor Luiz Inácio, pela televisão, chegou a pedir desculpas à nação pelo fato de seu partido estar envolvido na demoníaca empresa.

Curiosamente, após algum tempo, o então chefe do governo e do Estado desconversou e terminou negando pura e simplesmente a existência do fato, antes reconhecido e confessado. O mais chocante é que algumas personalidades da cúpula do partido que governa o país e do próprio governo foram identificadas como protagonistas da inacreditável traficância e viriam a ser denunciadas pelo procurador-geral da República, passando a compor os trinta e tantos réus do "mensalão". O choque, para não dizer o escândalo sesquipedal, escandalizou o país inteiro.

Mas sou obrigado a breve digressão. Embora o maior número não duvidasse do formidável e inédito fenômeno, só um número reduzido esperava consequências correspondentes à extraordinária e alarmante ocorrência. Parece que uma névoa de irresponsabilidade associada a uma dose de cansado ceticismo respondiam por esses desesperançados.

Para ser ter uma ideia dessa realidade quase hospitalar, observo que a revista semanal inglesa The Economist, de prestígio internacional, registrou que "em agosto, depois do início das audiências, pesquisas de opinião revelavam que, embora 80% acreditassem nas acusações, somente 10% pensavam que qualquer um dos acusados acabaria na cadeia. Julgando por sua despreocupação, os acusados também pensavam assim".

Eis senão quando, em votos exaustivos, as condenações foram aparecendo e se tornando majoritárias, e, como seria natural, as absolvições em menor número também foram registradas. O inesperado, como um raio, mudou a fisionomia do país. O impossível passou a possível. O incrível virou plausível. Mas ainda restava uma razão para a dúvida, uma vez que o antigo ministro da Casa Civil, tido e havido como cardeal leigo do partido e do governo, permanecia denunciado, mas sem julgamento. Não tenho condições de defini-lo, mas, pelo que tenho ouvido a seu respeito, o ministro José Dirceu não é pessoa para papel secundário.

Basta dizer que a ele se referindo o procurador-geral da República não hesitou em dizer que era "o chefe da quadrilha". Pois bem, na derradeira sessão, encerrando a relação dos indivíduos suscetíveis de condenação com o seu nome, foi encerrado o rol dos apenados. A condenação se deu por 8 votos contra 2. Há quem pense que, se unânime, talvez não fosse tão expressiva. Oito a dois.

Não tinha eu razão em falar em semana histórica porque históricas as decisões condenatórias, do menos qualificado ao mais portentoso dos guerreiros?

Enfim, na minha opinião, o Brasil mudou. Talvez fosse preferível dizer, à moda do velho Machado de Assis, o Brasil pode vir a mudar e, talvez, para melhor?

*Jurista, ministro aposentado do STF

Fonte: Zero Hora (RS)

A administração do perigo - Fernando Gabeira


Com a ocupação de Manguinhos e Jacarezinho neste fim de semana, o governo vai completando o cinturão de segurança que estendeu sobre a cidade.

Ou pelo menos sobre a parte que tem importância nos grandes eventos que ela vai sediar. Esse cinturão certamente será reforçado na Maré para garantir acesso ao aeroporto internacional.

As UPPs reduziram a violência nas áreas onde atuam, valorizaram imóveis e turbinaram campanhas do PMDB, inclusive a de Dilma, que prometeu nacionalizá-las. Dilma ainda não teve tempo de pensar de novo no assunto. Mas, o Rio de Janeiro como estado, ou pelo menos como região metropolitana, precisa dar um balanço preciso no resultado das UPPs. A Baixada Fluminense e alguma cidades médias, como Macaé, Petrópolis e Volta Redonda sentiram o impacto da concentração de esforços na capital. O cobertor é curto e elas, em muitos momentos, se consideraram desprotegidas diante do crescimento da criminalidade e da migração de bandidos.

Outro efeito colateral são as milícias. Elas andam silenciosas, sobretudo num período eleitoral. Mas recente pesquisa, organizada pelo sociólogo Ignácio Cano, revela apenas que mudaram de tática. As milícias tornaram-se mais discretas e hoje seus rastros podem ser encontrados principalmente no aumento do número de desaparecidos.

A saída para combater este tipo de crime é melhorar a inteligência policial. O sucesso das UPPs levou as pessoas a pensarem que são uma solução para todas as comunidades. Mas ocupar com UPPS todas as comunidades é tarefa para o exército chinês. Não temos tanta gente e tanto dinheiro. Seríamos uma espécie de estado policial. Por causa disso, é importante saudar as UPPs mas perguntar sempre: e as outras comunidades, como serão protegidas e as áreas que não interessam aos grandes eventos nem ao comércio imobiliário, o que faremos com elas?

Mesmo supondo que as UPPs foram objeto de um plano calculado para trazer paz às áreas de repercussão e ao circuito dos jogos, faltam elementos no quebra cabeça. O que fazer com a migração
de bandidos para outras áreas? Como protegê-las? Como quebrar a hegemonia das milícias nos pontos mais remotos, onde os crimes não repercutem nos jornais?

O julgamento do mensalão no STF trouxe esperança aos que não têm acesso à justiça, pois viram ser condenados gente poderosa, que gastou fortunas com advogados. É preciso levar esperança para os que não têm acesso à proteção policial.

Uma esperança verdadeira. Hoje, há uma expectativa de que cada comunidade será ocupada por uma UPP. Só um plano estadual de segurança pode responder às aspirações da Baixada Fluminense e das cidades médias do estado. No momento, vivemos o que o sociólogo Ulrich Beck chama de administração do risco: jogar o
perigo para as áreas mais pobres.

Eu acrescentaria não só perigo mas tudo que incomoda às regiões mais ricas. Para onde vão os aterros sanitários, os presídios e os manicômios? Por coincidência, para áreas dominadas pelas milícias.

Fonte: Jornal Metro/Rio

Mensalão: STF julga evasão de divisas e lavagem de dinheiro


Duda Mendonça, publicitário da campanha de Lula em 2002, recebeu R$ 10,8 milhões em conta no exterior; grupo de Marcos Valério e executivos do Rural são réus

Vinicius Sassine

BRASÍLIA - O Supremo Tribunal Federal (STF) decidirá esta semana se dez réus do mensalão praticaram os crimes de evasão de divisas e lavagem de dinheiro para custear parte da campanha de Luiz Inácio Lula da Silva à Presidência da República em 2002. Na nova fase do julgamento, que deve começar hoje, os ministros analisam a suspeita da prática dos dois crimes, com a remessa de R$ 10,8 milhões para contas bancárias no exterior em nome do publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha de Lula em 2002. Zilmar Fernandes, sócia de Duda, responde pelos mesmos crimes. São réus ainda neste capítulo o grupo de Marcos Valério, operador do mensalão, e três executivos do Banco Rural já condenados por gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro: Kátia Rabello, José Roberto Salgado e Vinícius Samarane.

O ministro Joaquim Barbosa, relator do processo, deve fazer ainda hoje a leitura do voto sobre o item 8 da denúncia, que trata de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. No voto em que aceitou a denúncia do Ministério Público Federal (MPF), em 2007, Barbosa indicou concordar com as acusações referentes aos dois crimes. Naquele momento, o relator afirmou que os sócios Duda e Zilmar usaram pessoas jurídicas para encobrir o recebimento de recursos ilícitos, o que configuraria lavagem de dinheiro.

Item 8 é o penúltimo do julgamento

O relator disse na ocasião que o grupo de Marcos Valério e dirigentes do Rural fizeram repasses de dinheiro ao exterior, indícios da prática de evasão de divisas. Este deve ser o teor do voto dele, com pedido de condenação dos réus envolvidos.

Antes de o relator começar a ler seu voto, três ministros precisam votar sobre o capítulo anterior, que trata da acusação de lavagem de dinheiro atribuída a um grupo de petistas e ao ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto. Só após os votos de Gilmar Mendes, Celso de Mello e Ayres Brito, o relator tratará da evasão de divisas.

O item 8 da denúncia é o penúltimo do julgamento do mensalão. A análise final, prevista para a semana que antecede o segundo turno das eleições municipais, refere-se ao crime de formação de quadrilha, atribuído ao núcleo político do esquema - José Dirceu, José Genoino e Delúbio Soares -, ao grupo de Marcos Valério e aos executivos do Banco Rural.

Com a análise dessa parte da denúncia, será a primeira vez que os ministros do STF vão decidir se houve evasão de divisas por meio do valerioduto. "Além da cooptação de apoio no Congresso Nacional, também constituiu objetivo dos núcleos político e operacional do grupo criminoso o financiamento do projeto político do PT, mediante o pagamento de dívidas pretéritas e futuras", citam as alegações finais da denúncia, a cargo do procurador-geral da República, Roberto Gurgel. –

Duda abriu conta em paraíso fiscal

A acusação cita a campanha de Lula à Presidência, em 2002, como consta na denúncia, e diz que o então tesoureiro do PT, Delúbio Soares, determinou que Marcos Valério pagasse uma dívida de R$ 11,2 milhões com Duda e Zilmar, decorrente de serviços prestados na campanha presidencial. Uma parcela da dívida foi paga poucos dias após Lula assumir a Presidência: Zilmar fez cinco saques em espécie numa agência do Rural em São Paulo, em fevereiro e abril de 2003, segundo o Ministério Público.

Para o pagamento de R$ 10,8 milhões, Duda e Zilmar exigiram que a quantia fosse depositada em conta bancária num paraíso fiscal, nas Bahamas. Eles abriram a empresa off-shore Dusseldorf Company com esse propósito, segundo a denúncia do MPF: "O objetivo era dissimular a natureza, a origem, a localização, a movimentação e a propriedade dos valores, provenientes da organização criminosa. A utilização de empresas off-shore em paraísos fiscais constitui clássica hipótese de lavagem de dinheiro". Duda chegou a assumir ser o titular dos recursos que passaram pela conta bancária.

Duda provocou um dos momentos mais tensos da CPI dos Correios, em 2005, ao revelar que montou a Dusseldorf nas Bahamas para receber o dinheiro referente a dívidas da campanha de Lula. Ele será julgado pelo STF sem ter dado explicações convincentes sobre o que fez com os R$ 10,8 milhões recebidos. Quando foi oficialmente interrogado no processo do mensalão, em 2008, disse que "os recursos depositados na conta Dusseldorf não voltaram ao Brasil". Laudos periciais comprovaram que o dinheiro saiu da conta, mas não há precisão sobre o destino dos recursos nem sobre seu retorno ao Brasil.

Fonte: O Globo

Supremo finaliza hoje capítulo sobre lavagem de dinheiro


Se houver empate, Paulo Rocha, João Magno e Anderson Adauto tendem a ser beneficiados no fim do julgamento

O próximo tópico a ser analisado será o que trata dos pagamentos a Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes

BRASÍLIA - O Supremo Tribunal Federal deve encerrar na sessão de hoje do julgamento do mensalão a discussão sobre lavagem de dinheiro. Faltam os votos dos ministros Gilmar Mendes, Celso de Mello e do presidente, Ayres Britto.

Em seguida, se houver tempo, será iniciada a votação da penúltima "fatia" do julgamento, que trata dos pagamentos feitos ao publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes. Eles são acusados de lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

Na última quinta-feira, os sete ministros consideraram que não havia provas para condenar o ex-deputado Professor Luizinho (PT-SP), ex-líder do governo na Câmara, e os assessores Anita Leocádia e José Luiz Alves.

Os votos se dividiram quanto aos três outros réus da lavagem de dinheiro -os ex-deputados petistas Paulo Rocha (PA) e João Magno (MG) e o ex-ministro dos Transportes Anderson Adauto: o relator Joaquim Barbosa e o ministro Luiz Fux votaram pela condenação, enquanto o revisor Ricardo Lewandowski e os outros quatro os absolveram.

Se os três ministros que votam hoje se manifestarem a favor da condenação, haverá empate.

Essa situação tende a beneficiar os réus, mas só será resolvida ao final do julgamento -uma corrente defende que Ayres Britto, como presidente da corte, dê o voto de desempate.

Caso um dos três ministros vote hoje pela absolvição dos réus, a maioria estará formada. Será o primeiro capítulo rejeitado pelo plenário de toda a denúncia sobre o esquema de desvio de verbas públicas para a compra de apoio político ao governo Lula.

O principal ponto a gerar debate e impasse nesse capítulo é a existência ou não de provas de que os acusados sabiam da origem ilícita ("valerioduto") do dinheiro -elemento fundamental para caracterizar a lavagem.

Duda Mendonça

Segundo a denúncia do Procurador-Geral da República, o publicitário Duda Mendonça -responsável pela campanha vitoriosa de Lula à Presidência em 2002- teria recebido R$ 11 milhões do esquema do mensalão, dinheiro não declarado à Receita.

Uma parte dessa quantia teria saído do país de maneira ilegal.

Sua sócia, Zilmar, sacou R$ 1,4 milhão para Duda e teria efetuado transferências clandestinas para o exterior.

A defesa dos dois nega que haja irregularidade nas remessas e afirma que nenhum dos dois sabia da origem ilícita dos recursos, que, de acordo com eles, se destinavam ao pagamento de dívidas de campanha.

Na semana que vem, o Supremo deverá enfrentar a última "fatia" temática do processo: a que trata da formação de quadrilha entre os núcleos político, operacional e financeiro.

Histórico

Nesses mais de dois meses de julgamento, o Supremo já condenou 25 dos 37 réus pelos crimes de corrupção ativa e passiva, peculato, gestão bancária fraudulenta, formação de quadrilha e lavagem de dinheiro.

Entre os condenados está o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, apontado como o chefe do esquema, e o ex-presidente do PT José Genoino.

Em seu voto, o ministro Celso de Mello, decano do tribunal, chegou a chamar o mensalão de "macrodelinquência governamental".

36ª sessão do julgamento

Hoje

Os votos de Gilmar Mendes, Celso de Mello e Carlos Ayres Britto finalizam o quinto capítulo da ação penal, que trata do caso de petistas que receberam dinheiro do esquema. Se houver tempo, o relator começa a julgar os pagamentos feitos ao publicitário Duda Mendonça

O que já aconteceu

Os ministros já analisaram quatro capítulos do julgamento do mensalão e condenaram figuras-chave do processo, como o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, o empresário Marcos Valério Fernandes de Souza e a dona do Banco Rural, Kátia Rabello. O ex-deputado Professor Luizinho e os assessores Anita Leocádia e José Luiz Alves foram absolvidos

Fonte: Folha de S. Paulo

Maioria do STF tende a absolver réus em caso de empate


Felipe Recondo

BRASÍLIA - O julgamento do mensalão será retomado hoje no Supremo Tribunal Federal com a expectativa de um empate e a consequente absolvição dos réus. Na semana passada, cinco ministros votaram pela absolvição de três dos acusados de lavagem de dinheiro. Outros dois votaram pela condenação e devem hoje ser acompanhados pelos três ministros que ainda vão votar.

O impasse deve levar a Corte à absolvição dos réus, pois ministros, entre eles o presidente da Corte, Carlos Ayres Britto, defendem que o empate beneficia o acusado. Com isso, Anderson Adauto, ex-ministro dos Transportes do governo Lula, e os ex-deputados Paulo Rocha (PT-PA) e João Magno (PT-MG) se livrariam da acusação de lavagem de dinheiro. Eles receberam dinheiro das empresas do pivô do mensalão, Marcos Valério. Conforme o Ministério Público, eles teriam dissimulado a origem do dinheiro.

O relator do processo, ministro Joaquim Barbosa, votou pela condenação, por entender que eles se beneficiaram do esquema montado pelo Banco Rural e por Valério para impedir que a origem e os reais destinatários do dinheiro fossem descobertos. Todos se valeram de intermediários para fazer os saques, o que Barbosa considerou tentativa dos réus de se proteger. Só o ministro Luiz Fux concordou com esse entendimento.

Maioria. O revisor do processo, Ricardo Lewandowski, e os ministros Marco Aurélio Mello, Cármen Lúcia, Dias Toffoli e Rosa Weber votaram pela absolvição. Para eles, não havia provas de que os réus soubessem da origem criminosa do dinheiro e, por isso, não o poderiam ter lavado. O julgamento será retomado hoje com o voto do ministro Gilmar Mendes. Depois, votarão Celso de Mello e Ayres Britto. Pelas posições dos ministros em outros itens do processo, a expectativa é que os três votem pela condenação de Adauto, Magno e Rocha.

Outro réu, o ex-deputado José Borba (PMDB), foi condenado em setembro por corrupção passiva por ter recebido dinheiro em troca de apoio ao governo, mas a acusação de lavagem terminou em 5 a 5.

O tribunal só discutirá o que fazer sobre os placares de 5 a 5 no fim do julgamento, quando será feito o cálculo das penas. Mas a maioria dos ministros defenderá que se aplique o mesmo entendimento dos julgamentos de habeas corpus, quando o empate beneficia o réu.

Hoje, os ministros confirmarão a absolvição do então líder do governo na Câmara, Professor Luizinho, acusado pelo MP de receber R$ 20 mil do esquema. Já foram sete votos a favor.

Terminado esse item, a Corte passa a julgar a acusação contra o publicitário Duda Mendonça, responsável pela campanha eleitoral do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. O MP acusa Duda e sua sócia, Zilmar Fernandes, de lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Na semana antes do 2.º turno, a Corte julgará a acusação de que uma quadrilha foi montada para operar o mensalão. Para o MP, o chefe seria o ex-ministro José Dirceu.

Fonte: O Estado de S. Paulo

Paes defende que governador do Rio seja o vice de Dilma em 2014

Prefeito reeleito no Rio defende manutenção da aliança entre PMDB e PT.

'É a hora do governador Sergio Cabral’, declarou Eduardo Paes.

Darlan Alvarenga

SÃO PAULO -  O prefeito reeleito do Rio, Eduardo Paes (PMDB) defendeu neste domingo (14) a manutenção da aliança de seu partido com o PT e a indicação do nome do governador Sérgio Cabral como vice-candidato da presidente Dilma Rousseff (PT) nas eleições presidenciais de 2014.

 “A única coisa que eu quero na aliança do PT com PMDB, eu só estou olhando para 2014, é que o Sérgio Cabral seja o vice da Dilma. Acho que isso que é relevante”, disse em entrevista em São Paulo ao ser questionado sobre as negociações em discussão neste segundo turno das eleições municipais, no qual o PMDB já declarou apoio para o candidato do PT, Fernando Haddad.

“A gente apoia a reeleição, a gente defende a permanência do PMDB como vice, a gente respeita e gosta muito do vice-presidente Michel Temer, mas acho que agora é a hora do governador Sergio Cabral ser o candidato a vice em 2014”, declarou, após participar da 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa (SIP, na sigla em espanhol).
Para Paes, as recentes vitórias eleitorais no Rio credenciam Cabral como o nome mais forte do partido.

“Não tenho dúvida de que as recentes conquistas eleitorais no Rio, a maneira como a gente vem resgatando a cidade, a vitória política do governador Sérgio Cabral em 2006, 2008, 2010, 2012, da maneira que tem sido, colocam o nome do governador como o mais importante do PMDB nacional para fazer chapa agora com a presidente Dilma”, disse.
“Nenhuma candidatura a prefeito no Brasil inteiro apoiada pela Dilma teve a vitória que a gente teve no Rio de Janeiro”, acrescentou.

 O prefeito disse também acreditar na possibilidade da manutenção do PSB, do governador de Pernambuco, Eduardo Campos, na aliança pela reeleição de Dilma.

“Acho que o Eduardo Campos é muito importante nessa aliança. Eu não vejo no governador Eduardo Campos nenhum desejo de ser candidato agora, não. Eu acho que ele apoia a reeleição da presidente Dilma e acho que tem que perceber que o PSB é um partido importante, mas que o PMDB tem prevalência nessa aliança”, disse.

Fonte: O Globo

Prefeito do Rio lança Cabral para vice de Dilma em 2014


O prefeito do Rio, Eduar­do Paes (PMDB), antecipou o debate sobre sucessão pre­sidencial ao lançar ontem o governador Sérgio Cabral como vice de Dilma Rousseff na eleição de 2014.

"A gente respeita o vice-presidente Michel Temer, mas agora é a vez de o governador Cabral ser o vice", dis­se Paes, reeleito com a maior votação do país.

Prefeito do Rio lança novo vice para Dilma em 2014

Reeleito com votação recorde, Paes prega aliado Cabral no lugar de Temer

Defesa do nome do governador do Rio escancara a disputa de espaço dentro do próprio PMDB

Evandro Spinelli e José Ernesto Credendio

SÃO PAULO - Uma semana após ser reeleito prefeito do Rio com a maior votação do país, Eduardo Paes (PMDB) antecipou a sucessão presidencial de 2014 e lançou o nome de seu aliado e governador Sérgio Cabral como candidato a vice de Dilma Rousseff (PT).

Escancarando o racha no partido, o prefeito defendeu ontem Cabral como substituto de Michel Temer, líder peemedebista que tentou eleger Gabriel Chalita em São Paulo, mas que foi derrotado.

"O que a gente pensa para a aliança PT-PMDB para 2014, o que eu quero, é que o Sérgio Cabral seja o vice da Dilma. A gente gosta e respeita o vice-presidente Michel Temer, mas agora é a vez do governador Sérgio Cabral ser o vice", afirmou Paes, durante a 68ª Assembleia Geral da Sociedade Interamericana de Imprensa.

A declaração de Paes, antes mesmo do segundo turno, atinge três adversários da base aliada de Dilma de uma vez: o senador Lindberg Farias (PT-RJ), o grupo de Temer e o PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos.

No Rio, o PT apoiou a reeleição de Paes já no primeiro turno, mas Lindberg disputa espaço com o PMDB em várias cidades do interior. O senador quer ser candidato à sucessão de Cabral, se possível com apoio do próprio PMDB, que já anunciou que pretende lançar o vice-governador Luiz Fernando Pezão.

O próprio Pezão, em entrevista ao jornal "Extra", defendeu a candidatura de Cabral a vice de Dilma. "Nada contra nosso Michel Temer, mas o Rio tem de se colocar."

A iniciativa do PMDB do Rio de marcar posição se dá no momento em que as legendas aliadas se agrupam para disputar o segundo turno e se preparam para a sucessão na Câmara e no Senado em 2013.

Outro fato novo do primeiro turno foi o salto do PSB de Eduardo Campos, que venceu o PT em Recife e Belo Horizonte, o que o coloca como possível parceiro tanto para petistas como para o PSDB.

Líder do PT na Câmara, Paulo Teixeira (SP) prega a manutenção da aliança com o PMDB e diz que a escolha do vice é uma decisão do aliado, mas que prefere a manutenção de Temer.

O senador Vital do Rego (PMDB-PB) diz que é cedo para iniciar o debate de 2014. "Definido o segundo turno, nossa prioridade é discutir [a sucessão no comando] a Câmara e o Senado", afirma.

Ele diz, porém, que tem preferência pelo nome de Temer -para ele, mais capaz de manter a unidade do partido. Cabral chegou a ficar acuado nos últimos meses por causa de sua amizade com Fernando Cavendish, dono da construtora Delta, um dos pivôs da CPI do Cachoeira. Ele foi fotografado ao lado de Cavendish com guardanapos na cabeça em festa em Paris.

A vitória de Paes com 2,1 milhões de votos, porém, volta a fortalecer Cabral, padrinho político do prefeito. "Nenhuma candidatura apoiada pela presidente Dilma teve vitória tão consagradora quanto a nossa", diz Paes.

Partido tenta manter sua força na base aliada

Ao colocar o governador Sérgio Cabral como possível vice de Dilma Rousseff em 2014, o PMDB move as peças do jogo para ao menos manter a correlação de forças da base aliada após uma eleição que confirmou o protagonismo peemedebista nos municípios, mas também elevou o PSB a partido ascendente no país.

Se o PMDB foi o partido que mais elegeu prefeitos no primeiro turno -mais de mil-, por outro lado encolheu 15% em relação à eleição de 2008 e perdeu para o PT a liderança em número total de votos obtidos.

O PT teve 14% mais votos para prefeito -taxa de crescimento que ficou atrás do PSB do governador de Pernambuco, Eduardo Campos. O partido de Campos reuniu 51% mais votos que em 2008 e agora é a quinta legenda em prefeitos eleitos, além de ter levado Belo Horizonte (MG) e Recife (PE) no primeiro turno.

Se no Rio a dupla Eduardo Paes-Sérgio Cabral já liquidou a fatura, o vice Michel Temer viu seu candidato Gabriel Chalita ficar apenas em quarto lugar nas eleições paulistanas -ainda assim, foi cobiçado pelos petistas no segundo turno.

Com dois quadros na mesa, Temer e Cabral, e à beira da disputa pelo controle do Congresso, o PMDB indica que não que planeja entregar a cadeira de vice a outro partido em 2014.

Fonte: Folha de S. Paulo

"Quem introduz o tema do mensalão é o Brasil", diz Serra


Beth Koike

SÃO PAULO - O candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, José Serra (PSDB), negou ontem o uso eleitoral do julgamento do mensalão. Segundo o candidato, "quem introduz o tema" do mensalão "é o Brasil, não uma simples candidatura em São Paulo." O julgamento, no entanto, deve ser explorado pelo tucano no horário eleitoral gratuito, que volta a ser exibido hoje.

Ontem, ao visitar um campinho de futebol na Vila Gilda, bairro do Jardim Angela, periferia da zona sul, Serra desconversou sobre o conteúdo dos programas de sua campanha. "Também estou curioso para o que o adversário vai dizer. E ele deve estar curioso também. Então, eu não vou dizer para a imprensa", disse.

Em seguida, falou sobre o julgamento do mensalão pelo Supremo Tribunal Federal (STF), depois de ser questionado por jornalistas sobre o fato de ter elevado o tom contra o PT. Serra afirmou que "o que elevou a temperatura foi a condenação que o Supremo fez a altos dirigentes do PT, do governo Lula e, portanto, ao próprio PT". "A imprensa pergunta, eu respondo a minha opinião", disse.

A região visitada por Serra é reduto de Milton Leite (DEM), um dos cinco vereadores mais votados nesta eleição. No evento, Leite era até mais aguardado do que o tucano. Por várias vezes, os microfones anunciaram o nome do vereador, que não foi à visita. A atenção dos moradores foi desviada para Serra que, no campinho da Vila Gilda, chutou um pênalti, marcou gol e ao contrário do que ocorreu no mês passado, não perdeu o sapato. Lá ouviu brincadeiras sobre a situação do Palmeiras, time do qual é torcedor e corre o risco de ser rebaixado para a segunda divisão.

Na Vila Gilda, perto da represa do Guarapiranga, que margeia o bairro, o candidato destacou como prioridades para a região a transformação de favelas em bairro; a criação de parques no entorno da represa e a despoluição de 14 de córregos que desembocam na Guarapiranga. Serra disse que construirá 150 clubes-escola, com Organizações Sociais.

Correligionário de Serra, o governador do Estado, Geraldo Alckmin, foi hostilizado ontem em Campinas, no interior, em caminhada com o candidato Jonas Donizette (PSB). Uma mulher, que não foi identificada, jogou café em Alckmin.

Fonte: Valor Econômico