quinta-feira, 15 de setembro de 2016

Opinião do dia – Aécio Neves

O partido aguarda a importante e necessária decisão da Justiça sobre as acusações feitas e que, se confirmadas na sua integridade, não deixarão mais qualquer dúvida sobre a complexa estrutura da organização criminosa estabelecida pelo PT."

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Aécio Neves é senador (MG) e presidente nacional do PSDB

Lava-Jato: Lula era ‘comandante máximo’ de esquema criminoso

• Petista, dona Marisa e mais 6 são denunciados no caso do tríplex

• Defesa do ex-presidente diz que acusação é ‘deplorável espetáculo’

Em sua manifestação mais dura, a Lava-Jato denunciou à Justiça o ex-presidente Lula sob a acusação de ser o “comandante máximo” do esquema de corrupção na Petrobras e, em troca, receber R$ 3,7 milhões da OAS em “propinas dissimuladas” por meio das obras no tríplex de Guarujá e da armazenagem de bens. O procurador Deltan Dallagnol disse que Lula era “o grande general” do que chamou de “propinocracia”, instalada, segundo ele, com o objetivo de manter a governabilidade, perpetuar o PT no poder e enriquecer agentes públicos. Para o procurador, Lula, chamado também de “maestro da orquestra criminosa”, é o elo entre personagens do escândalo atual e do mensalão. O ex-presidente reagiu com veemência e, por meio de seu advogado, acusou a Lava-Jato de fazer um “deplorável espetáculo de verborragia” e “truque de ilusionismo” com o objetivo de tirá-lo do jogo eleitoral. Também foram denunciados a exprimeira-dama Marisa Letícia, o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamotto, e cinco ex-executivos da OAS. Se as denúncias forem aceitas por Sérgio Moro, os investigados passam a réus.

‘Comandante máximo’

• Lava-Jato acusa Lula de chefiar esquema de corrupção; defesa vê ‘espetáculo de verborragia’

Cleide Carvalho, Thiago Herdy e Dimitrius Dantas - O Globo

-CURITIBA E SÃO PAULO- Trinta meses depois do início da investigação sobre o uso de um posto de gasolina por um doleiro para lavar propina de contratos da Petrobras, a força-tarefa da Operação Lava-Jato afirmou ontem que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva é o “comandante máximo” do esquema de corrupção descoberto na estatal e em outros órgãos federais durante seu governo. Para o Ministério Público Federal (MPF), Lula não apenas atuou como “general” e “maestro” do esquema com o propósito de manter a governabilidade, perpetuar partidos poder e permitir o enriquecimento ilícito de participantes do projeto, como se beneficiou pessoalmente de propina paga pela construtora OAS em troca de contratos na Petrobras.

Tríplex em Guarujá era ‘propina dissimulada’, afirma Lava-Jato

• Para Dallagnol, vantagens a Lula foram fruto de esquema criminoso

Cleide Carvalho - O Globo

O Ministério Público Federal denunciou o ex-presidente Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, sua mulher, Marisa Letícia, e mais seis pessoas no caso do apartamento tríplex do Guarujá, construído, reformado e decorado pela OAS para Lula, segundo o MP. A guarda do acervo presidencial, paga pela construtora, também sustentou a denúncia. Os gastos, de acordo com a acusação, constituíam o pagamento “dissimulado” de propina.

Para o procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa, as vantagens a Lula foram fruto de um grande esquema criminoso destinado a garantir ao PT “governabilidade corrompida, a perpetuação criminosa no poder e o enriquecimento ilícito”, cujo “comandante máximo” era o próprio Lula, que continuou no controle mesmo depois de ter deixado a Presidência.

— A força-tarefa acusa o expresidente Luiz Inácio Lula da Silva como comandante máximo do esquema de corrupção identificado na Lava-Jato. Não está julgando quem ele é ou não como pessoa, o que seu governo fez ou não pelo povo brasileiro — disse Dallagnol.

Segundo o procurador, o dinheiro de propina servia para o PT formar um “colchão de recursos” para pagar campanhas por todo o país, desestabilizando o sistema democrático. Embora a Petrobras fosse a “galinha dos ovos de ouro”, por concentrar 75% dos recursos, a corrupção alcançou, disse Dallagnol, várias áreas, como o Ministério da Saúde e a Caixa Econômica Federal.

‘Truque de ilusionismo’, diz defesa de Lula

• Advogado de ex-presidente afirma que denúncia se baseia em ilações e não contém prova de qualquer crime

Sergio Roxo e Tiago Dantas - O Globo

-SÃO PAULO- Em reação ao Ministério Público Federal, o advogado do ex-presidente Lula, Cristiano Zanin Martins, chamou a denúncia contra o líder petista de “discurso farsesco” e “truque de ilusionismo”. Disse que os procuradores da LavaJato não comprovaram as acusações de que seu cliente e parentes foram beneficiários de reformas no tríplex em Guarujá. Também, segundo Zanin, não ficou provado que eles participaram da operação de guarda do acervo presidencial. Esses dois procedimentos foram pagos pela OAS em troca de contratos com o governo federal, de acordo com os procuradores. Lula comentará o caso hoje.

— O crime de Lula para a Lava-Jato é ter sido presidente eleito democraticamente duas vezes — afirmou Zanin. — Um novo país nasceu hoje (ontem) sob a batuta de Deltan Dallagnol (procurador do Ministério Público) e, neste país, ser amigo e ter aliados políticos é crime.

Adversários cobram punição; petistas voltam a falar em golpe

• Para Dilma, objetivo é impedir ex-presidente de ser candidato em 2018

Cristiane Jungblut - O Globo

-BRASÍLIA- A denúncia contra o ex-presidente Lula e a ex-primeira-dama Marisa Letícia reabriu no Congresso a guerra verbal entre o PT e a antiga oposição liderada pelo PSDB. Enquanto aliados do ex-presidente qualificaram a ação do Ministério Público como uma perseguição, oposicionistas elogiaram a denúncia. No Twitter, a ex-presidente Dilma Rousseff disse que não há provas na denúncia e que o objetivo dos procuradores é atrapalhar a candidatura presidencial de Lula em 2018:

“É lamentável que uma denúncia sem provas seja feita contra o presidente Lula e sua família. É evidente que esta denúncia atende ao objetivo daqueles que pretendem impedir sua candidatura em 2018. Mais uma vez a democracia é ferida. Mais uma vez grave injustiça é cometida sem fundamentos reais. Agora, o alvo é o ex-presidente Lula. Certamente o expresidente saberá se defender, e as pessoas de bem saberão reagir”, escreveu Dilma.

O presidente do PSDB, senador Aécio Neves (MG), que é alvo de inquéritos na Lava-jato, classificou de “graves” as acusações contra Lula. Em nota, disse que o país espera uma manifestação da Justiça: “O partido aguarda a importante e necessária decisão da Justiça sobre as acusações feitas e que, se confirmadas na sua integridade, não deixarão mais qualquer dúvida sobre a complexa estrutura da organização criminosa estabelecida pelo PT”.

MPF diz que Lula era o ‘comandante máximo da organização criminosa’

• Ex-presidente é denunciado à Justiça por força-tarefa da Lava Jato • É a primeira vez que petista é acusado formalmente de se beneficiar de esquema na Petrobrás • Parte dos R$ 3,7 milhões que investigadores dizem que Lula recebeu em propina se refere a triplex no Guarujá

A Procuradoria da República no Paraná denunciou o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, sua mulher, Marisa Letícia, e mais seis pessoas por corrupção ativa, passiva e lavagem de dinheiro em investigação relacionada à Operação Lava Jato. É a primeira vez que o ex-presidente é acusado formalmente de se beneficiar de desvios da Petrobrás. Para o Ministério Público Federal, Lula é o “comandante máximo do esquema de corrupção”. As acusações se referem ao recebimento de vantagens ilícitas da OAS por meio de um triplex no Guarujá e armazenamento de bens do acervo presidencial, de 2011 a 2016. Segundo a denúncia, o ex-presidente recebeu R$ 3,7 milhões de propina da empreiteira. Parte do valor está relacionada ao apartamento: R$ 1,1 milhão para a aquisição do imóvel, R$ 926 mil em reformas, R$ 342 mil para cozinha e móveis, além de R$ 8 mil para eletrodomésticos. O armazenamento dos bens custou R$ 1,3 milhão. “Chegamos ao topo da hierarquia da organização criminosa”, disse o procurador Deltan Dallagnol.

Denúncia afirma que Lula era o ‘comandante máximo’

Lava Jato. Ex-presidente é acusado formalmente por corrupção e lavagem de dinheiro no esquema na Petrobrás; juiz Sérgio Moro vai decidir se o petista se tornará réu ou não no caso

Ricardo Brandt – O Estado de S. Paulo

Para Dallagnol, petista criou ‘propinocracia’

• Denúncia contra Lula aborda montagem do governo, mensalão e divisão de cargos em estatal

Ricardo Brandt, Fausto Macedo, Julia Affonso e Mateus Coutinho – O Estado de S. Paulo

Ao apresentar ontem a denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o coordenador da Lava Jato em Curitiba, Deltan Dallagnol, se referiu ao petista como “general”, “maestro” e “comandante máximo do esquema”

No maior evento de divulga- ção das ações da Lava Jato desde que a operação foi deflagrada, em março de 2014, procuradores se revezaram na apresentação da acusação formal – protocolada no meio da tarde de ontem na Justiça Federal – para apontar o PT como origem do escândalo e o papel de Lula como “mandante” da corrupção sistêmica no governo.

Planalto e PT avaliam que ‘Fora, Temer’ se enfraquece

Tânia Monteiro, Ricardo Galhardo – O Estado de S. Paulo

/ BRASÍLIA - O presidente Michel Temer evitou ontem comentar a denúncia contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No governo, no entanto, a avaliação é de que as acusações foram “pesadas” e “graves” e serviram para “colocar o PT nas cordas”, em um momento em que o partido está promovendo manifestações contra o peemedebista pelo País.

Para assessores do Planalto, os protestos podem diminuir porque o PT perderia força para usar o discurso de “denunciar o golpe”. O entendimento é de que a denúncia terá grande impacto nas eleições municipais para os candidatos petistas.

FHC critica manutenção de direitos de Dilma

Alexandra Martins – O Estado de S. Paulo

O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso criticou ontem a decisão do Senado de manter os direitos da presidente cassada Dilma Rousseff de exercer funções políticas em julgamento que a afastou definitivamente do cargo no dia 31 de agosto

“Vejam o que aconteceu com o Brasil. Contra a Constituição, o Senado declarou que a pessoa que sofreu o impeachment tenha seus direitos políticos. É uma contradição”, disse o tucano durante o seminário Democracias Turbulentas e o Sistema Internacional, realizado ontem pela Fundação FHC.

Para ele, a decisão representou “pouco respeito à rule of law (regra da lei)”. “É muito mais um problema de atraso político cultural. Isso não é uma coisa que esteja condensada num partido, se de esquerda ou de direita, mas está em todos os lados”, afirmou o ex-presidente, em referência ao que considera idiossincrasias da cultura política nacional.

Lula era comandante máximo de propinocracia, diz Lava Jato

Lula comandou esquema de corrupção na Petrobras, diz Lava Jato

Estelita Hass Carazzai, Flávio Ferreira – Folha de S. Paulo

CURITIBA - O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi denunciado na tarde desta quarta-feira (14) pela força-tarefa da Lava Jato sob acusação de comandar o esquema de corrupção na Petrobras e atuar, junto com a empreiteira OAS, no desvio de ao menos R$ 87,6 milhões da estatal.

"Sem o poder de decisão de Lula, esse esquema seria impossível [...] Lula era o maestro dessa grande orquestra concatenada para saquear os cofres públicos", declarou o procurador da República Deltan Dallagnol, durante entrevista coletiva.

Na denúncia, o petista é acusado de corrupção passiva e de lavagem de dinheiro, que teria sido feita em parceria com Léo Pinheiro, ex-presidente da OAS. A acusação pede à Justiça que Lula devolva esses R$ 87,6 milhões, que teriam sido desviados de contratos da empreiteira com a Petrobras e revertidos em propinas.

O próprio ex-presidente da República teria, segundo a denúncia, recebido R$ 3,7 milhões em vantagens indevidas da empresa.

Carga sobre o ex-presidente muda de patamar

Fábio Zanini – Folha de S. Paulo

As esferas coloridas retratando Luiz Inácio Lula da Silva como o centro de um grande Sistema Solar da corrupção e a insistência em introduzir no léxico otermo "propinocracia" são próprias do histrionismo que às vezes acomete a Lava Jato, mas não há dúvida de que a carga sobre o ex-presidente acaba de mudar de patamar.

Lula não seria simplesmente beneficiário de um tríplex em Guarujá ou de reformas num sítio em Atibaia, acusações que já causavam embaraço político por serem simbólicas.

São suspeitas, afinal, que tisnam a imagem do ex-presidente como alguém que até começarem as denúncias era tido como mãos limpas.

A Lava Jato está indo além. Está tentando contar uma história com começo, meio e fim. Uma "narrativa", como virou moda dizer, ironicamente, entre os petistas.

Meirelles afirma a deputados que recebeu uma 'herança maldita'

Por Cristiane Bonfanti e Raphael Di Cunto – Valor Econômico

BRASÍLIA - O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, expôs uma nova estratégia de comunicação em torno da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 241/2016, a do teto de gastos, em café da manhã na casa do presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ) e acertou que o projeto será a prioridade máxima nas negociações.

Para rebater o discurso da oposição, que acusa o governo de retirar recursos da saúde e educação com a PEC, Maia e Meirelles fizeram questão de ressaltar que o governo petista deixou uma "herança maldita" na economia, com 14 Estados perto de declarar calamidade pública nas finanças, e que a atual gestão precisa colocar as contas em ordem, com o objetivo de fazer com que os empresários voltem a investir e a gerar empregos.

Temer promete combater desinformação

Por Bruno Peres e Andrea Jubé – Valor Econômico

BRASÍLIA- O presidente Michel Temer aproveitou solenidade ontem no Palácio do Planalto para endurecer o discurso contra adversários do governo e prometeu um combate à desinformação principalmente no ambiente virtual. Em relação à principal acusação dirigida à sua gestão, de acabar com direitos sociais, Temer afirmou que o governo não é "idiota".

Temer fez um de seus mais duros discursos após a declaração do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que é "inaceitável" o governo mexer nos direitos dos trabalhadores. A reação do presidente, por sua vez, ocorreu no mesmo dia em que Lula foi denunciado por crime de corrupção pelo Ministério Público Federal (MPF), o que, na avaliação do Palácio do Planalto, enfraquecerá as teses da oposição ao governo Temer contrárias às reformas previdenciária e trabalhista.

O Palácio do Planalto avaliou ainda que a denúncia desqualifica mais o ex-presidente como cabo eleitoral, em um momento em que Lula já sofre rejeição em capitais como São Paulo, Rio de Janeiro e até mesmo em Recife, onde o PT entrou em curva decrescente nas pesquisas.

Pesquisa Ibope em sete capitais

Ibope: Crivella sobe e vai a 31%

• Cinco candidatos disputam o segundo lugar no Rio; Pedro Paulo cresce e agora está empatado com Freixo

A primeira pesquisa Ibope após o início da propaganda na TV mostra que Marcelo Crivella cresceu quatro pontos e continua liderando a disputa pela prefeitura do Rio, com 31% das intenções de voto. Cinco candidatos estão empatados tecnicamente em segundo. Pedro Paulo subiu três pontos e aparece com 9%, o mesmo percentual de Marcelo Freixo, que perdeu três. Jandira (8%) e Indio (7%) também oscilaram positivamente. Flávio Bolsonaro caiu e tem 8%. Segundo o Ibope, Pedro Paulo é rejeitado por 36%, seguido por Jandira (35%), Bolsonaro (29%) e Crivella (24%).

Ibope: Crivella cresce e lidera com 31%

• Freixo, Pedro Paulo, Bolsonaro, Jandira e Indio estão tecnicamente empatados em segundo lugar

- O Globo

Na segunda pesquisa Ibope sobre a disputa pela prefeitura do Rio, divulgada ontem, o candidato Marcelo Crivella (PRB) continua na liderança, com 31%. Ele cresceu quatro pontos percentuais em relação ao levantamento anterior, realizado entre 20 e 22 de agosto.

Em segundo lugar, empatados tecnicamente, estão Marcelo Freixo (PSOL) e Pedro Paulo (PMDB), com 9%; Flávio Bolsonaro (PSC) e Jandira Feghali (PCdoB), com 8%; e Indio da Costa (PSD), com 7%.

Os cinco candidatos oscilaram dentro da margem de erro, que é de três pontos percentuais para mais ou para menos. No caso de Freixo e Bolsonaro, esse movimento foi para baixo. Na pesquisa anterior, o candidato do PSOL tinha 12% e o do PSC, 11%.

Já os outros três concorrentes que estão empatados em segundo lugar oscilaram para cima. Pedro Paulo e Jandira tinham 6% e Indio, 5%.

Em seguida, na pesquisa divulgada ontem, aparece Osorio (PSDB), com 3%. Alessandro Molon (Rede) e Cyro Garcia têm 1%.

Esse foi o primeiro levantamento feito pelo Ibope após o início da propaganda de rádio e TV. A pesquisa, encomendada pela Rede Globo, foi registrada no Tribunal Regional Eleitoral do Rio. Foram ouvidas 1.001 pessoas nos dias 12 e 13 deste mês.

Levando em conta a margem de erro de três pontos percentuais, o nível de confiança da pesquisa é de 95%.

Na pesquisa espontânea, em que a relação de candidatos não é apresentada ao eleitor, Crivella aparece com 19%, seguido por Freixo, com 7%, e Pedro Paulo, com 6%. Bolsonaro e Jandira têm 4%, Indio, 3% e Osorio, 2%.

Índice de rejeição
Entre os candidatos, Pedro Paulo é o que aparece com maior rejeição, de 36%; seguido de Jandira, com 35%; Bolsonaro, com 29%; e Crivella, com 24%.

Na pesquisa Ibope divulgada no final de agosto, Crivella e Jandira tinham a maior taxa de rejeição (35%). Na sequência, apareciam Pedro Paulo (33%) e Bolsonaro (31%).

O Ibope simulou ainda três possibilidades de segundo turno. Crivella ganharia tanto de Freixo quanto de Bolsonaro. E o candidato do PSOL derrotaria o do PSC, se os dois se enfrentassem num segundo turno.

Numa eventual disputa com Freixo, Crivella teria 52% das intenções de voto contra 26% do candidato do PSOL. Se o adversário fosse Bolsonaro, Crivella teria 54% contra 20%. Já se a disputa fosse entre Freixo e Bolsonaro, o candidato do PSOL teria 37% e o do PSC, 27%.

Além da intenção de voto na disputa municipal, os entrevistados também foram perguntados sobre a avaliação da administração do prefeito Eduardo Paes (PMDB). A taxa de ótimo/bom foi de 27%, a mesma do levantamento anterior. A gestão de Paes foi considerada regular por 38% e ruim ou péssima por 34%. Na pesquisa divulgada no fim de agosto, 40% consideravam a administração municipal regular e 32%, ruim ou péssima.

Em SP, Russomanno cai; Marta e Doria sobem

• Peemedebista e tucano estão tecnicamente empatados; Haddad não cresceu

O Ibope mostrou que, em São Paulo, o líder Celso Russomanno caiu e que Marta Suplicy e João Doria agora estão em empate técnico. -SÃO PAULO- Pesquisa Ibope divulgada ontem sobre a corrida eleitoral em São Paulo mostrou queda do candidato a prefeito Celso Russomanno (PRB) e empate técnico entre Marta Suplicy (PMDB) e João Doria (PSDB). Russomanno teve 30% das intenções de voto, enquanto Marta conquistou 20% e Doria, 17%. O prefeito Fernando Haddad (PT) apareceu com 9%, Luiza Erundina (PSOL) com 5% e Major Olímpio (SD) com 1%. Brancos somaram 13% e não responderam, 4%.

A hora da eleição municipal - Roberto Freire

- Diário do Poder

Com o impeachment de Dilma Rousseff e a cassação do mandato de Eduardo Cunha, o Brasil segue caminhando em uma marcha da sensatez que vem pautando a política nacional nos últimos meses. É certo que o país será melhor sem uma presidente da República que cometeu crimes de responsabilidade ou um presidente da Câmara que mentiu em depoimento a uma comissão parlamentar de inquérito, além de ter se envolvido em uma série de esquemas de corrupção revelados pela Operação Lava Jato. Mas é preciso ter a consciência de que só evitaremos novas Dilmas e Cunhas se elegermos representantes sérios, competentes e comprometidos com a causa pública no próximo pleito.

Às vésperas de mais uma eleição municipal, programada para o dia 2 de outubro, os brasileiros se voltam para aquele que é o momento mais importante e que definirá os destinos das cidades – e do país – pelos próximos quatro anos. À primeira vista, alguns podem até imaginar que Dilma e Cunha fazem parte de uma realidade distante e que pouco tem a ver com o voto local. Entretanto, talvez tenha sido justamente por relegar o momento eleitoral a segundo plano que hoje a sociedade brasileira assiste, incrédula, a uma profusão de irregularidades e escândalos como os que marcaram os 13 anos de governos lulopetistas. O Brasil só mudará se essa mudança começar nas cidades, com a eleição de prefeitos e vereadores dignos do nosso voto e da nossa confiança.

O Comandante - Merval Pereira

- O Globo

O conjunto da obra não é nada favorável àquele que já foi o maior líder político deste país. Mais importante, a longo prazo, que as denúncias pontuais feitas ontem ao ex-presidente Lula pela Operação Lava-Jato é a caracterização dele como “o comandante máximo do esquema de corrupção da Petrobras” ou “o verdadeiro maestro dessa orquestra criminosa”, palavras duras usadas pelo procurador Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa de Curitiba.

As denúncias podem levar, a curto prazo, à condenação de Lula por corrupção passiva e lavagem de dinheiro, mas é a acusação explícita de que ele é o chefe do esquema de corrupção que foi montado em seu governo desde o mensalão até o petrolão que o atinge politicamente de maneira quase letal, ao mesmo tempo que gerará a maior pena, caso seja aceita quando apresentada.

‘Propinocracia’ e ‘cleptocracia’ - Eliane Cantanhêde

- O Estado de S. Paulo

Na longa entrevista de ontem, com formato e tom professoral, os procuradores da Operação Lava Jato não apresentaram nenhum fato novo, nenhum documento novo, mas contaram uma história com começo, meio, fim, e nexo, jogando o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva no centro da “propinocracia” que depenou os cofres de empresas públicas brasileiras. Uma história que tem evidente e até dramático impacto político, num momento já tão turbulento do País.

Adjetivos não faltaram para definir Lula no esquema de corrupção: “comandante”, “general”, “maestro”, “chefe”, já que tanto ele quanto o próprio esquema continuaram e até se ampliaram e se sofisticaram depois da saída de José Dirceu da Casa Civil e, portanto, do próprio governo Lula. Durante o julgamento do mensalão, Dirceu foi o “chefe da quadrilha”. No petrolão, ele volta a ser o “braço direito”, porque o “comandante” era outro: Lula.

O alvo principal – Bernardo Mello Franco

- Folha de S. Paulo

A força-tarefa de Curitiba elegeu Lula como o principal alvo da Lava Jato. A escolha já era conhecida, mas havia certo pudor em anunciá-la. Isso acabou nesta quarta (14), quando o procurador Deltan Dallagnol chamou o ex-presidente de "comandante máximo" do esquema de corrupção na Petrobras.

Em apresentação transmitida ao vivo pela TV, o procurador acusou Lula de estar no centro de uma organização criminosa destinada a "saquear os cofres públicos" e assegurar sua "perpetuação criminosa no poder". Ele resumiu a tese com um diagrama em que todas as setas apontam para o ex-presidente.

Denúncia é petardo triplo para Lula e o PT - Vera Magalhães

A denúncia apresentada nesta quarta-feira pelos procuradores da força-tarefa da Lava Jato é um petardo triplo que atinge em cheio Lula e o PT no momento em que ensaiavam tomar as ruas denunciando o suposto golpe de Estado e a vindoura supressão de direitos sociais.

Agora, o partido e seu líder máximo terão de recolher tropas e munições que pretendiam manter nas ruas, na esperança de evitar um desastre completo nas urnas no mês que vem, para tentar desconstruir a peça que é avassaladora politicamente e muito bem fundamentada do ponto de vista técnico.

O petardo é triplo porque faz desmoronar de uma só vez o discurso do golpe, as chances eleitorais do PT e a esperança que ainda havia nas hostes petistas de que haveria espaço para uma campanha Lula 2018. Não há.

“Lula é o chefe”, diz Lava-Jato - Luiz Carlos Azedo

- Correio Braziliense

• Um balde de água fria nas articulações do PT para desestabilizar o governo Temer e varrer para debaixo do tapete o escândalo da Petrobras

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva; a mulher dele, Marisa Letícia; e mais seis pessoas no âmbito da Operação Lava-Jato, entre elas o ex-presidente da OAS Léo Pinheiro e o presidente do Instituto Lula, Paulo Okamoto, foram denunciadas pelo Ministério Público Federal. O procurador Deltan Dallagnol foi duríssimo com Lula, a quem chamou de “comandante máximo do esquema de corrupção identificado na Lava-Jato”, “o maestro dessa grande orquestra”, “o grande general” do esquema montado para desviar dinheiro da Petrobras e outras empresas e órgãos do governo.

Durante entrevista coletiva, o procurador exibiu o organograma de uma grande organização criminosa cujo centro supostamente seria o ex-presidente da República. Reafirmou que a Lava-Jato é uma continuação do “mensalão” e argumentou que tanto num caso quanto noutro, o esquema era comandado por Lula. A denúncia, porém, materialmente, foi baseada em três contratos da OAS, que supostamente teriam sido utilizados para que R$ 3,7 milhões em propinas fossem pagos a Lula.

O começo do fim ou o fim do começo - Maria Cristina Fernandes

- Valor Econômico

• Fracasso da PEC dos gastos selaria fim do governo Temer

O PSDB está condenado a apoiar o presidente Michel Temer. Se o governo for mal, o eleitor terá dificuldade em entender o protagonismo dos tucanos no impeachment.

Mais fiscalista dos senadores tucanos, Ricardo Ferraço chegou a dizer que o governo Temer promovia uma 'marcha da insensatez' por ter apoiado a aprovação de um pacote de reajustes para categorias do funcionalismo equivalente a um ano de investimentos do PAC.

Passados dois meses, o senador capixaba resolveu colocar todas as suas fichas no governo depois que Temer afirmou, em letras garrafais, sua rejeição ao reajuste do teto do Supremo Tribunal Federal, projeto com efeito cascata e capaz de levar à quebradeira de Estados já falimentares.

Dois mundos - Míriam Leitão

- O Globo

Para se defender bem, Lula terá que ir além da teoria da conspiração e da perseguição política. A defesa do ex-presidente Lula atacou o procurador Deltan Dallagnol como se ele tivesse agido sozinho. “Sua conduta é política e incompatível com o Ministério Público”, disse o advogado Cristiano Zanin. Minutos antes, Deltan já havia respondido a essa acusação. Disse que mais de 300 funcionários públicos, concursados, de diversos órgãos, trabalharam em conjunto de forma “técnica, imparcial e apartidária”.

Essas duas falas juntas mostram dois mundos. “Nasce hoje um novo Brasil sob a batuta de Deltan Dallagnol”, leu o advogado, insistindo na ideia de que o trabalho de um só homem havia produzido a denúncia contra o ex-presidente. A entrevista em Curitiba derrotava essa linha de defesa. Eram duas mesas longas, com vários procuradores, delegados da Polícia Federal, auditores da Receita Federal. Um mundo, o da defesa de Lula, acreditava numa conspiração comandada por um procurador contra Lula “apenas porque ele foi eleito e reeleito presidente do Brasil”, e o outro mostrava agentes públicos agindo em rede para se chegar ao que Dallagnol chamou de “quebra-cabeças probatório”.

Governo criou reserva para novos reajustes - Ribamar Oliveira

- Valor Econômico

• Despesa para 2017 já inclui aumentos para todas as categorias

O governo criou uma reserva de R$ 11,575 bilhões no Orçamento da União do próximo ano para pagar novos reajustes de salários de servidores federais e outras despesas com pessoal. A criação da reserva, no entanto, não obedeceu aos trâmites normais. A proposta orçamentária de 2017, encaminhada ao Congresso no dia 31 de agosto, não especifica quais são as carreiras que terão aumentos de remuneração.

O projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (PLDO) para 2017, cuja votação pelo Congresso Nacional ainda não foi concluída, determina que sejam especificadas, em anexo próprio, as vantagens, aumentos de remuneração e alterações de estruturas de carreira, identificando o projeto de lei, a medida provisória ou a lei correspondente. Isso não foi feito na proposta orçamentária para o próximo ano.

Os bons de caixa - José Roberto de Toledo

- O Estado de S. Paulo

Há duas maneiras de medir as chances de um candidato na campanha eleitoral de prefeito: pesquisas de intenção de voto e dinheiro arrecadado. Em ambas, quanto mais altos os valores, obviamente melhor. Estar bem em só um dos quesitos não garante nada, mas ter números elevados em ambos aumenta a possibilidade de o candidato ir ao segundo turno e, eventualmente, até eleger-se no primeiro. Poucos candidatos conseguem essa combinação, porém.

Prefeito mais bem avaliado das capitais – junto com sua colega de Boa Vista –, ACM Neto (DEM) lidera a disputa em Salvador com 60 pontos de vantagem sobre a segunda colocada no Ibope. Mas não só. O candidato à reeleição arrecadou até agora 5 vezes mais do que a soma angariada por todos os seus adversários juntos. Isso porque R$ 3 de cada R$ 4 de sua campanha vieram do DEM. Os R$ 2,5 milhões foram o maior investimento do partido, por ora.

Comandante máximo – Editorial / Folha de S. Paulo

Se o PT imaginava que a cassação de Eduardo Cunha(PMDB-RJ) daria ao partido algum fôlego para se recuperar do impeachment de Dilma Rousseff, o procurador da República Deltan Dallagnol tratou de desfazer o engano com acusações devastadoras dirigidas ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

Durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (14), Dallagnol afirmou que Lula não poderia, como fez no mensalão, dizer que não sabia do petrolão. Ao contrário, o ex-presidente, nas palavras do procurador da República, foi "comandante máximo" do esquema identificado pela Lava Jato, "grande general" da corrupção e "maestro da orquestra criminosa".

Pesadelo para os petistas, as expressões devem ter soado como música para seus adversários. Diante da inevitável dilaceração política, Lula terá de pensar duas vezes antes de emprestar seu carisma a candidatos a prefeito —isso para ficar apenas no curto prazo.

Luta suja em solo devastado – Editorial / O Estado de S. Paulo

Quatro dias depois de o relator da Lava Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), Teori Zavascki, tê-lo acusado de “tentar embaraçar” as investigações a seu respeito a cargo da Polícia Federal e do Ministério Público Federal, sob o comando do juiz Sergio Moro, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva foi à sede do Poder Judiciário. Convidado para a posse da ministra Cármen Lúcia, que substituiu Ricardo Lewandowski na presidência da Suprema Corte, ele assistiu, impassível, à solenidade em que os oradores trataram principalmente do tema da corrupção, delito pelo qual é investigado em Brasília, São Paulo e Curitiba. Amigos tentaram dissuadi-lo de comparecer à solenidade para evitar constrangimentos. Mas ele foi convencido por assessores de que a recusa poderia azedar suas relações com os ministros, principalmente depois da cobrança dura que o dono da última palavra sobre seus inquéritos usou para repelir o último pedido de seus defensores. Tê-lo-ia ajudado a tomar a decisão a lembrança de que a ministra Cármen Lúcia lhe garantira sua “gratidão eterna” ao ser indicada ao cargo por ele, em 2006.

Melhoram condições para atrair setor privado - Editorial / O Globo

• Regras para leilões de projetos de infraestrutura abandonam ideologia estatista e dirigista do lulopetismo. Falta o Congresso garantir a solvência do Tesouro

A primeira ação objetiva do governo Temer para reanimar o “espírito animal” dos investidores, oferecendo-lhes três dezenas de projetos de infraestrutura, não trouxe novidades no conteúdo da oferta, mas na forma como o governo pretende operacionalizar parcerias com o setor privado. E nisso está sua importância.

O que foi “PAC” nos governos Lula e Dilma pode ser chamado de “Crescer” na gestão Temer, mas na sua essência os projetos, 34 ao todo, são mais ou menos os mesmos. Aeroportos, portos, ferrovias, estradas etc.

Máquina breve – Cecília Meireles

O pequeno vaga-lume
com sua verde lanterna,
que passava pela sombra
inquietando a flor e a treva
— meteoro da noite, humilde,
dos horizontes da relva;
o pequeno vaga-lume,
queimada a sua lanterna,
jaz carbonizado e triste 
e qualquer brisa o carrega:
mortalha de exíguas franjas
que foi seu corpo de festa.
 

Parecia uma esmeralda
e é um ponto negro na pedra.
Foi luz alada, pequena
estrela em rápida seta.
Quebrou-se a máquina breve 
na precipitada queda.
E o maior sábio do mundo
sabe que não a conserta.