sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Opinião do dia – Roberto Freire

A mudança que o país começou a experimentar com o fim do desmantelo causado por Lula e Dilma é um capítulo que continuará a ser escrito neste domingo. Depois de derrotarmos o PT nas ruas, com a mobilização de milhões de brasileiros, e no Congresso Nacional, onde o impeachment foi aprovado na Câmara e no Senado, chegou a hora de darmos o nosso recado nas urnas, por meio do voto. Este é o momento de virarmos uma triste página de nossa história e continuarmos construindo o futuro. Bom voto a todos.

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Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS.‘Depois das ruas, vamos às urnas!’ Diário do Poder, 29/9/2016

Defesa de Dilma protocola último recurso no STF para tentar anular impeachment

• Mandado de segurança, com 493 páginas, questiona o que o advogado de Dilma, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, chama de “falta de justa causa”

Isabora Péron - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Quase um mês depois de o Senado aprovar o impeachment, a defesa da ex-presidente Dilma Rousseff protocolou nesta quinta-feira, 29, aquele que deve ser o último recurso pedindo a anulação do processo pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

O mandado de segurança, com 493 páginas, questiona o que o advogado de Dilma, o ex-ministro José Eduardo Cardozo, chama de “falta de justa causa”, isto é, a falta de motivos jurídicos para o afastamento da petista.

Na peça, Cardozo pede que até que o recurso seja julgado em definitivo, seja concedido uma sentença liminar (provisória) para que Dilma possa voltar à Presidência ou para que, pelo menos, o atual presidente Michel Temer volte à condição de interinidade. “Não pode um país, sob o risco de traumas e conflitos, permanecer a ser governado por quem não foi eleito pelo povo e não exerce seu mandato por decorrência do texto constitucional. A democracia não pode conviver com governos ilegítimos, nem mesmo por poucos dias”, diz o texto.

Lewandowski diz que impeachment de Dilma foi um 'tropeço na democracia'

• Comentário foi feito durante uma de suas aulas na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde o ministro leciona Teoria do Estado

Julia Lindner - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Ricardo Lewandowski, lamentou o impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff e classificou o episódio como "um tropeço na democracia". O comentário foi feito durante uma de suas aulas na Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo (USP), onde o ministro leciona Teoria do Estado. Lewandowski foi responsável pela condução do julgamento de Dilma no Senado. A gravação foi registrada na última segunda-feira, 26, pela revista Caros Amigos.

Em resposta a Lewandowski, Gilmar diz que 'tropeço' foi fatiar votação do impeachment

• Presidente do TSE rebate ministro do STF que avaliou processo de afastamento de Dilma Rousseff como um 'tropeço na democracia'; para ele, fatiamento teve 'contribuição decisiva' do então presidente do Supremo

Rafael Moraes Moura - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA – O presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, disse nesta quinta-feira, 29, que o único tropeço no processo de impeachment de Dilma Rousseff foi a realização de uma votação fatiada. O comentário de Gilmar foi uma resposta ao comentário do ministro Ricardo Lewandowski, que lamentou o impeachment de Dilma Rousseff, classificando o episódio como “um tropeço na democracia”.

“Acho que o único tropeço que houve foi aquele do fatiamento, o DVS (destaque para votação em separado) da própria Constituição, no qual teve contribuição decisiva o presidente do Supremo”, disse Gilmar, ao analisar a conduta do então presidente do STF, Ricardo Lewandowski, na condução do processo de impeachment.

Lava Jato tem registro de que Braskem pagou parte da propina de Palocci

• Contabilidade do 'departamento da propina' da Odebrecht que foi deletada, mas recuperada pela PF, registra nome e siglas usadas para identificar a petroquímica como origem do dinheiro de corrupção repassado para 'Italiano'; força-tarefa apura se João Santana, marqueteiro de Dilma e Lula, foi um dos beneficiários finais

- O Estado de S. Paulo

A Operação Lava Jato encontrou registros de que a Braskem – petroquímica da Odebrecht, em sociedade com a Petrobrás – pagou parte das propinas destinadas ao ex-ministro Antonio Palocci, via Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht. Há indícios, segundo investigadores, de que um dos destinatários finais do dinheiro seria o marqueteiro do PT João Santana, responsável pelas campanhas eleitorais de Dilma Rousseff (2014 e 2010) e Luiz Inácio Lula da Silva (2006).

Preso nesta segunda-feira, 26, alvo da 35ª fase batizada de Omertà, Palocci teria recebido propinas pela atuar, supostamente de forma ilegal, pela aprovação de duas leis, no Congresso, sobre tributação, com regras que beneficiaram diretamente a empresa. Ex-titular da Fazenda de Lula (entre 2003 e 2006) e ex-Casa Civil de Dilma (em 2011), Palocci teria agido em favor da Braskem em pelo menos dois momentos: em 2009, quando era deputado federal pelo PT, e em 2013, quando era consultor pela empresa Projeto.

EBC rescinde contratos de 7 comentaristas da gestão Dilma

• Todos já estavam suspensos da empresa há três meses

- O Globo

-BRASÍLIA- A Empresa Brasil de Comunicação (EBC) rescindiu os contratos de sete comentaristas e apresentadores, todos contratados no governo Dilma Rousseff. Estão na lista Tereza Cruvinel, Paulo Moreira Leite, Sidney Rezende, Lúcia Scarano de Mendonça, Emir Sader, Luis Nassif e Paulo Markun.

As rescisões foram publicadas no Diário Oficial pelo novo presidente da EBC, Laerte Rímoli. Todos os demitidos já estavam suspensos há três meses, por conta do imbróglio jurídico na estatal. Eles participavam dos programas Repórter Brasil, Espaço Público e Brasilianas.

Rímoli chegou a assumir a EBC na interinidade do presidente Michel Temer, mas uma liminar o impediu de exercer o cargo. Quando Temer assumiu definitivamente, a liminar foi revista pelo ministro Dias Toffoli, do STF, e Rímoli reassumiu.

PF acha indícios de repasses ilícitos a Mantega, Vaccarezza e Zarattini

Por André Guilherme Vieira - Valor Econômico

CURITIBA - A Polícia Federal (PF) encontrou indícios de repasses ilícitos relacionados a contrato firmado pela Odebrecht com a Prefeitura de São Paulo, em 2011, que teriam sido destinados ao ex-ministro da Fazenda no governo Dilma Rousseff, Guido Mantega, ao deputado Carlos Zarattini (PT-SP) e ao ex-deputado que foi líder do governo na Câmara, Cândido Vaccarezza (PT).
As suspeitas surgiram após o aprofundamento de análises sobre codinomes usados pela Odebrecht para, segundo os investigadores, contabilizar pagamentos de propinas em obras das quais participava em todo o país.

Uma das anotações foi encontrada no celular de Marcelo Odebrecht, apreendido pela Lava-Jato.

"BMX: Vacareza e Zaratini 3%, sendo 3 deles, mais 1GM [Guido Mantega, diz a PF] até outubro. Depois 21M p/GM e 2 para V + Z".

Para os investigadores, a menção aos nomes do ex-ministro, do parlamentar e do ex-deputado tem relação com a obra da BMX Empreendimento Imobiliário e Participações S.A, responsável pela construção do Parque da Cidade, por empreendimentos residenciais e pela obra de um shopping na cidade de São Paulo.

Partidos tiveram "práticas espúrias", diz PGR

Por Carolina Oms - Valor Econômico

BRASÍLIA - A Procuradoria-Geral da República (PGR) afirmou que alguns membros do PT, PMDB e PP se organizaram para utilizar em seus partidos "perpetração de práticas espúrias". A PGR pediu ontem a divisão da maior investigação da Operação Lava-Jato no Supremo Tribunal Federal (STF), que apura a existência de uma organização criminosa na Petrobras. "Alguns membros de determinadas agremiações se organizaram internamente, utilizando-se de seus partidos e em uma estrutura hierarquizada, para perpetração de práticas espúrias. Nesse aspecto há verticalização da organização criminosa", diz o pedido do procurador-geral da República, Rodrigo Janot ao ministro Teori Zavascki, relator da Lava-Jato.

Para "otimização do esforço investigativo", a PGR pediu para investigar em quatro diferentes inquéritos a atuação do PT, do PP, do PMDB na Câmara e do PMDB no Senado. "Por outro lado, embora as investigações tenham avançado, há necessidade de esclarecimento de fatos e dos papéis desempenhados por alguns integrantes dessa organização, de corroboração dos fatos apresentados em acordos de colaboração e de robustecimento dos elementos relacionados a outros atores da trama criminosa", diz o pedido.

Contas do governo central têm pior resultado em agosto desde 1997

• Tesouro, BC e Previdência registram déficit de R$ 20,3 bilhões

Bárbara Nascimento - O Globo

-BRASÍLIA- As contas do governo registraram em agosto o pior resultado em 20 anos. Dados do Tesouro Nacional mostram que o governo central (formado por Tesouro, Banco Central e Previdência Social) registrou déficit primário de R$ 20,34 bilhões em agosto. O rombo é quatro vezes o apresentado em 2015, de R$ 5,06 bilhões, e representa o pior número para o mês desde o início da série histórica, em 1997.

No acumulado do ano, as contas do governo tiveram déficit de R$ 71,41 bilhões, o pior resultado da série histórica. Em 2015, o déficit havia sido de R$ 13,96 bilhões. Segundo o relatório, em 12 meses o déficit primário do governo central chegou a R$ 178,9 bilhões e ultrapassa a meta fiscal prevista pela equipe econômica para este ano, de R$ 170,5 bilhões. A secretária do Tesouro, Ana Paula Vescovi, afirma que o estouro da meta em 12 meses não implica descumprimento do objetivo fiscal no ano:

Arrecadação cai 10,1% e pode dificultar ajuste

• Especialistas afirmam que equilíbrio das contas deve vir mais pelo corte de gastos e preveem reação lenta

Gabriela Valente, Manoel Ventura*, Cássia Almeida, Roberta Scrivano - - O Globo

-BRASÍLIA, RIO E SÃO PAULO- A queda da arrecadação federal está cada vez mais acelerada. Já descontado o efeito da inflação, as receitas desabaram 10,1% em agosto na comparação com o mesmo período do ano passado. Os brasileiros pagaram R$ 91,8 bilhões em tributos, no pior resultado para o mês desde 2009, quando o país e o mundo estavam mergulhados na crise financeira internacional. Foi o 17º mês seguido de queda real na arrecadação, no mais longo período de retração também desde o colapso global. Com esses seguidos resultados negativos, será difícil para o governo contar com a receita para equilibrar as contas públicas. Especialistas avaliam que a recuperação lenta e a própria composição dessa reação recente não vão impulsionar a arrecadação com força. Com isso, para eles, torna-se mais urgente aprovar a proposta de emenda constitucional (PEC) do teto de gastos, que deve estar pronta para ser enviada ao Congresso na semana que vem.

Tendência à reeleição marca disputa

Por Ricardo Mendonça e Fernando Torres - Valor Econômico

SÃO PAULO - A reeleição, levando-se em conta as pesquisas feitas até agora, deve ser uma característica marcante na escolha dos prefeitos das capitais no pleito de domingo. Nas 26 cidades, 20 prefeitos buscam a reeleição. Desses, 14 terminam a campanha eleitoral em primeiro lugar nas pesquisas e um aparece na segunda posição.

Na contramão da tendência geral, em São Paulo, a maior cidade do país, o prefeito Fernando Haddad (PT) enfrenta enorme dificuldade em sua tentativa de recondução ao cargo - só esboçou reação nos últimos dias.

Outras tendências apontadas nas últimas pesquisas são as de fortalecimento do PMDB e PSDB. O primeiro tem chance de vitória, ou seja, está em primeiro ou em segundo lugar nas pesquisas de primeiro turno, em 11 capitais e o segundo, em 9 (ver gráfico acima).

PT deve perder nos grandes centros em MG

Por Marcos de Moura e Souza – Valor Econômico

BELO HORIZONTE - Dois anos depois de darem uma vitória inédita ao PT na disputa para governador, eleitores de Minas Gerais devem agora tirar o partido de suas principais prefeituras no Estado. O PSDB tenta colher parte dos frutos do desgaste petista e eleger prefeitos em praças mineiras importantes.

Na capital, Belo Horizonte, João Leite - apoiado pelo senador Aécio Neves (MG) - é o preferido para disputar e vencer o segundo turno. Seria a primeira vitória do partido na capital mineira desde 1988. Seria também, na opinião de aliados de Aécio, um evento que o ajudaria numa eventual segunda candidatura à Presidência da República em 2018.

Ex-goleiro do Atlético Mineiro e deputado estadual em seu sexto mandato, João Leite disputa com um novato na política, o empresário e ex-presidente do Atlético Alexandre Kalil (PHS). O tucano chegou a 35% das intenções de voto, segundo a pesquisa Ibope divulgada na quarta-feira. Kalil tem 24%. O último Datafolha deu 32% a 18%. Os outros nove candidatos patinam entre 1% a 6% das intenções.

Em Vitória, o bufão que pode derrotar o prefeito

Por Cristian Klein -Valor Econômico

VITÓRIA - Na reta final, a disputa pela Prefeitura de Vitória afunilou entre o prefeito Luciano Rezende (PPS) e o deputado estadual e apresentador de TV Amaro Neto (SD) - um desafiante que caiu no gosto da população à procura de um político não tradicional.

Em seu programa, Amaro apresenta e faz paródias de notícias policiais. Dança funk, simula uma rave no estúdio, debocha de assaltantes entalados em buracos de ar-condicionado ou que se "borraram" ao serem levados à delegacia. Já fingiu ser uma galinha que punha ovos e consumia crack. Incorpora um personagem caricato, a quem a responsabilidade de governar a capital poderia ser uma tarefa improvável. "É informação policial com leveza. Podem achar graça ou patético, depende do ponto de vista", afirma.

A candidatura do deputado estadual mais votado em 2014 respondeu a estímulos da classe política tradicional. Recebeu apoio, nos bastidores, do governador Paulo Hartung (PMDB), cujo objetivo maior é impedir a vitória de Luciano Rezende. A relação entre governador e prefeito da capital é tão deteriorada que ambos mal disfarçam a ojeriza. Cerimoniais de solenidades públicas evitam colocá-los lado a lado para que não se cumprimentem.

Impeachment de Dilma consolidou Arthur Virgilio

Por Fabio Pontes – Valor Econômico

MANAUS - O processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) influencia de forma direta a disputa pela Prefeitura de Manaus com a reagrupação das principais forças políticas da cidade. A saída do PT do Planalto colocou no mesmo palanque duas lideranças locais que até bem pouco tempo não dividiam o mesmo metro quadrado, e deixou para a esquerda manauara o teto de uma Kombi como único palanque. Isso após, por muito pouco, em 2012, embalado pela popularidade de Lula e Dilma, o grupo não sair vitorioso.

O prefeito Arthur Virgílio Neto (PSDB) encontrou no senador e ex-ministro Eduardo Braga (PMDB) o principal aliado. A aliança acontece após o pemedebista ter trabalhado em duas campanhas pela derrota de Virgílio: a primeira, em 2010, pelo Senado e a última pela Prefeitura de Manaus, em 2012.

Então aliado do governo petista, Braga atuou há quatro anos diretamente na campanha da senadora Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM). A eleição foi disputada voto a voto até o fim do segundo turno, com o tucano saindo vitorioso. Além do PMDB, Grazziotin era apoiada por PP e PSD, partidos que tomaram outros rumos no pós-impeachment.

Edmilson tenta ir ao 2º turno em Belém

Por Daniela Chiaretti - Valor Econômico

SÃO PAULO - A disputa pela Prefeitura de Belém, cidade amazônica de 1,4 milhão de habitantes, deve ter no segundo turno o deputado federal Edmilson Brito Rodrigues, candidato pelo Psol que lidera as pesquisas desde o início da campanha. A briga é pelo segundo lugar. O atual prefeito, o tucano Zenaldo Coutinho, largou mal mas está em tendência de alta. O delegado Éder Mauro (PSD), deputado da bancada da bala, é o outro nome possível.

Belém sofre com a crise econômica nacional e com suas crises particulares. O prefeito tem baixa popularidade e o eleitor reclama da falta de avanços em mobilidade, educação e saúde - o que Zenaldo justifica com a redução da capacidade de investimento da prefeitura e uma herança de endividamento dos cofres públicos. Éder Mauro, por seu turno, mira o aumento da violência em Belém. No mapa da violência do Pará, Belém ocupava a 20ª posição entre as cidades mais violentas em 2002; em 2012 estava em 12° lugar.

Governador Flávio Dino fica fora de campanha em São Luís

João Luiz Rosa – Valor Econômico

SÃO PAULO - As eleições municipais em São Luís têm nove candidatos para ocupar o Palácio de La Ravardière, a sede da prefeitura, mas nenhum deles conseguiu conquistar o apoio público de um dos personagens de maior peso no cenário político do Maranhão - o governador Flávio Dino.
Primeiro comunista a comandar um governo estadual na história brasileira, e figura central das mudanças que puseram fim ao domínio do clã Sarney no Estado, Dino já havia deixado clara a decisão de não participar da campanha. "Eu estarei nas ruas como militante das boas ideias, mas não a máquina de governo. Essa seguirá servindo a todos os maranhenses - e não aos interesses de um só grupo político, como vimos ao longo dos últimos 50 anos", escreveu ele no Blog dos Leões, mantido pelo governo maranhense, no início de agosto.

A ausência do governador, diz uma pessoa próxima da administração estadual, se deve ao fato de que em 2014 ele foi apoiado por uma frente ampla, composta de nove partidos. Isso sem contar o PT, que se tornou aliado depois da posse. Politicamente, não seria apropriado, agora, apoiar o candidato de um partido da base em detrimento dos demais, explica essa pessoa.

As pesquisas de opinião têm sido lideradas pelo empresário Edivaldo Holanda Júnior, do PDT, que concorre à reeleição. Na campanha de 2012, quando saiu vencedor, ele recebeu o apoio aberto de Dino, que já havia concorrido ao governo do Estado em 2010. Na época, a imagem dos dois juntos foi muito explorada na campanha. Desta vez, nada disso ocorreu, mesmo com Holanda Júnior tendo como vice na chapa o professor e sindicalista Júlio Pinheiro, do PCdoB, o partido de Dino.

No Recife, segundo turno entre PSB e PT é incerto

Por Marina Falcão – Valor Econômico

RECIFE - Polarizada entre o prefeito Geraldo Julio (PSB) e ex-prefeito João Paulo (PT) desde o início, a disputa pela Prefeitura do Recife tem um cenário ainda indefinido às vésperas da votação. Embora todas as pesquisas de intenções votos sinalizem um segundo turno entre os dois candidatos, a possibilidade de Julio liquidar a fatura no domingo não é descartada pelos especialistas.

Um pesquisa do Ibope realizada no início da semana mostra o prefeito com 46% dos votos válidos, contra 29% do candidato petista. "Seria um chutômetro apontar com segurança se o pleito vai ou não para o segundo turno. Nesse momento, o quadro é incerto", diz Túlio Velho Barreto, cientista político da Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj).

Julio e João Paulo deram largada a campanha em uma situação de empate técnico, na liderança. Correndo por fora, o deputado federal Daniel Coelho (PSDB) aparecia em terceiro nas pesquisas, seguido da deputados estaduais Priscila Krause (DEM) e Edilson Silva (Psol).

Nas últimas cinco semanas, Julio, afilhado político do falecido governador Eduardo Campos, cresceu, enquanto João Paulo encolheu. A diferença entre os dois chegou ao pico agora, somando 14 pontos percentuais - Julio (40%) e João Paulo (26%) -, considerando uma margem de erro de três pontos percentuais.

Em Maceió, candidatos miram 2018

Por Carolina Mandl - Valor Econômico

SÃO PAULO - Os dois principais candidatos à Prefeitura de Maceió - Rui Palmeira (PSDB) e Cícero Almeida (PMDB) - se enfrentam domingo já de olho na disputa eleitoral de 2018 para o governo estadual.

Atual prefeito, Rui busca uma reeleição que pode credenciá-lo daqui a dois anos à corrida para governador. Já seu principal opositor, o radialista conhecido como Ciço, tem como tarefa sustentar a reeleição do governador Renan Filho (PMDB), filho do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB).

Última pesquisa realizada pelo Ibope mostrou o prefeito Rui Almeida à frente da disputa com 35% das intenções de voto. Como a margem de erro é de quatro pontos percentuais, o candidato do PSDB está tecnicamente empatado com Cícero Almeida, que tem 28%. Na sequência, aparece João Henrique Caldas (PSB), com 18%. Foram entrevistados 602 candidatos entre os dias 10 e 13 de setembro. O número do protocolo de registro no Tribunal Regional Eleitoral de Alagoas é AL-07132/2016.

Debate decisivo entre candidatos do Rio tem intensa troca de acusações e poucas propostas

• Segurança, Saúde e Educação foram alguns dos temas discutidos; audiência foi alta

Fernanda Krakovics, Bruno Goés, Marco Grillo, Juliana Castro, Thais Lobo e Gustavo Schmitt – O Globo

RIO - Considerado decisivo diante da disputa apertada pela vaga no segundo turno, o último debate antes da votação de domingo, realizado nesta quinta-feira pela TV Globo, alternou intensa troca de acusações entre os candidatos e alguns momentos de discussões de proposta.

Embolado na briga pelo segundo lugar, Pedro Paulo (PMDB) virou alvo preferencial dos ataques, mas devolveu as críticas, principalmente a Marcelo Crivella (PRB), líder nas pesquisas, e aos candidatos dos partidos de esquerda, a quem chamou de anarquistas.

A audiência do debate entre os candidatos manteve, em seus primeiros blocos, uma média de 25.9 em todo o Rio, índice considerado alto para o horário.

‘Dobradinha’ entre Marta e Doria marca debate final

• Líder nas pesquisas, tucano é atacado por Erundina, mas troca gentilezas com candidata do PMDB, que disputa com Russomanno e Haddad vaga no 2º turno

Ricardo Galhardo Pedro Venceslau Valmar Hupsel Filho Marianna Holanda Julianna Granjeia - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - O último debate antes da votação em primeiro turno da eleição para a Prefeitura de São Paulo, promovido na noite de ontem pela TV Globo, foi marcado por uma espécie de “dobradinha” entre o candidato do PSDB, João Doria, e a candidata do PMDB, Marta Suplicy.

Na busca por uma vaga no segundo turno, a peemedebista evitou entrar em confronto direto com o tucano, líder da disputa na capital paulista, que, na avaliação das campanhas adversárias, já teria assegurado a vaga na etapa final da campanha.

Em pelo menos quatro momentos, Marta e Doria trocaram impressões críticas à administração do prefeito e candidato à reeleição Fernando Haddad (PT) sobre ações na periferia, habitação, pichações e saúde pública.

Desemprego bate novo recorde: 11,8%, atingindo 12 milhões de pessoas

• Taxa referente ao trimestre encerrado em agosto é divulgada pelo IBGE

Daiane Costa / Gabriela Antunes* - O Globo

RIO - O desemprego voltou a bater recorde no país. A taxa ficou em 11,8% no trimestre encerrado em agosto, de acordo com dados da Pesquisa Nacional de Amostra por Domicílio Contínua (Pnad), divulgados nesta sexta-feira pelo IBGE. O dado — o pior da série histórica iniciada em 2012 — veio um pouco acima da mediana de projeções do mercado, compilada pela Bloomberg, que estimava o índice em 11,7%. A fila de desempregados chegou a 12 milhões de pessoas em agosto — também o maior contingente já registrado pela pesquisa.

Para Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, esses dois recordes negativos preocupam:

— É um quadro difícil. Nós estamos divulgando os dados de junho, julho e agosto, quando a economia já devia estar apresentando sinais de melhora, com o escoamento da produção para o final do ano. Era esperado que a taxa começasse a ficar estável. O que mais agravou a alta no grupo de desempregados é a população ocupada que não para de cair e consequentemente a população desocupada segue crescendo.

Depois das ruas, vamos às urnas! - Roberto Freire

- Diário do Poder

Depois de uma intensa e bem sucedida mobilização da sociedade em defesa do impeachment de Dilma Rousseff, é chegado o momento decisivo de o cidadão se manifestar nas urnas e exercer o direito do voto. Neste domingo, dia 2 de outubro, os brasileiros começam a definir o rumo de suas cidades pelos próximos quatro anos, escolhendo novos prefeitos e vereadores e escrevendo mais uma página importante da nossa democracia.

A cidadania terá mais uma oportunidade efetiva, desta vez por meio do voto, de expressar sua indignação contra o desmantelo e a corrupção do lulopetismo. Ao que tudo indica, o partido de Lula e Dilma, que vem tendo suas entranhas criminosas expostas pelas investigações da Operação Lava Jato, terá sérias dificuldades e amargará derrotas eleitorais emblemáticas.

Comparação indevida - Míriam Leitão

- O Globo

Tem sido repetida com frequência a comparação indevida e absurda das prisões da Lava-Jato com a ditadura. Para quem se esqueceu, ou não sabe, naquela época as pessoas eram sequestradas pelas forças de segurança, respondiam a Inquérito Policial Militar sem direito a advogado, eram julgadas por tribunais militares, mesmo sendo civis, e por leis ditatoriais que suspendiam direitos como o hábeas corpus.

Isso sem falar nos piores horrores, como a tortura e os assassinatos, muitas vezes seguidos de ocultação de cadáver. Corpos nunca foram devolvidos às famílias e ainda assombram o país, que não teve coragem de exigir as informações sobre as circunstâncias dos desaparecimentos. Isso não se parece, em nada, com as prisões da Lava-Jato. O juiz Sérgio Moro defende as prisões cautelares e medidas fortes, e antes que alguém de novo compare com a ditadura militar, é bom lembrar que ele está falando em usar todo o rigor que a lei democrática permite, e não a supressão dessas garantias constitucionais. O que os procuradores da Lava-Jato estão propondo são medidas que levaram ao Congresso, para que, se votadas, fechem as inúmeras brechas pelas quais foi se expandindo o sistema de desvio do dinheiro público.

Pior do que está não fica - Eliane Cantanhêde

- O Estado de S. Paulo

Mesmo com as levas de réus da Lava Jato, as prisões de figurões, a crise econômica e as eleições municipais, que estão bem aí, não se pode passar batido por um debate que não diz respeito (só) ao presente, mas projeta o futuro: a reforma do ensino médio. Essa é uma antiga reivindicação consensual dos educadores e está calcada na flexibilização e atratividade dos currículos escolares. Que, convenhamos, já vêm tarde.

O que importa é manter longe da contaminação partidária uma discussão que parte de duas premissas: o prestígio ao professor e o estímulo ao aluno. Aliás, o Plano Nacional de Educação (PNE) foi debatido entre 2010 e 2014 por entidades, municípios, Estados e fóruns do PT e foi aprovado pela então presidente Dilma Rousseff, que, inclusive, defendeu a flexibilização na campanha eleitoral, como comprovam vídeos na internet. Logo, a reforma não é do DEM do ministro Mendonça Filho nem do PSDB da secretária executiva Maria Helena Guimarães de Castro, como não era do PT de Dilma. É uma necessidade.

A judicialização da vida – Merval Pereira

- O Globo

Em recente palestra nos Estados Unidos, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Luís Roberto Barroso, falando sobre o papel das Cortes Constitucionais no mundo moderno, fez uma definição que explica bem o momento que vivemos: “Uma característica dos tempos atuais pelo mundo afora é a judicialização da vida”.

Embora as questões políticas sejam as mais candentes, especialmente em países em desenvolvimento como o Brasil, ele ressaltou que “algumas das grandes questões políticas, sociais e morais estão tendo o seu último capítulo decidido perante Supremas Cortes ou Tribunais Constitucionais”.

Deixou de ser entre nós um tabu a discussão de temas políticos em público pelos ministros de Tribunais Superiores, e hoje mesmo estamos às voltas com um caso palpitante devido a um comentário do ministro Ricardo Lewandowski em uma aula na USP. Para ele, o processo de impeachment da ex-presidente Dilma “foi um tropeço de nossa democracia”.

A eleição invisível – Bernardo Mello Franco

- Folha de S. Paulo

A eleição deste domingo não definirá apenas os novos prefeitos. Os brasileiros também escolherão mais de 57 mil futuros vereadores, que terão direito a ocupar gabinetes, nomear assessores e ser chamados de "excelência" pelos próximos quatro anos.

Os vencedores serão selecionados entre 463 mil candidatos —um universo tão grande que supera a população de seis capitais. Apesar dos números superlativos, a disputa é quase invisível. Não há debates na TV, e a cobertura jornalística acaba dominada pela corrida às prefeituras.

Neste ano, a escolha do eleitor ficará ainda mais difícil. A campanha encurtou, o dinheiro desapareceu e os aspirantes à vereança perderam espaço na propaganda obrigatória. As mudanças na lei tendem a beneficiar quem já é conhecido ou tem o apoio de máquinas, como igrejas e sindicatos.

A eleição de 2016 irá redistribuir as cartas - César Felício

- Valor Econômico

• Dinâmica partidária muda e Temer deve ajustar equipe

Sem resultado eloquente a apresentar no Congresso, a continuidade do governo do presidente Michel Temer entra em uma zona de sombras a partir de março do próximo ano. De março em diante, segundo a leitura de um influente aliado do presidente no Senado, desaparece a sustentação que o presidente conta no mercado financeiro, no empresariado e na elite política congressual.

Poderá então se iniciar uma entropia perigosa para um governo que se assenta na legitimidade de uma eleição que está em discussão no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em processo que caminha com conveniente lentidão.

Os idos de março tem sido marcantes no Brasil. Em 2014 deu-se início à Operação Lava-Jato. No ano seguinte as ruas foram tomadas pela primeira manifestação clara a favor do impeachment. Em 2016, entre tantos acontecimentos em um mês vertiginoso, a estratégia de proteção mútua entre Lula e Dilma foi fulminada pelas atuações, em instâncias diferentes, de Sergio Moro e Gilmar Mendes.

O padrão político do PT – Editorial / O Estado de S. Paulo

A decisão unânime da 2.ª Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) de aceitar a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) contra a senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) e seu marido, o ex-ministro dos governos petistas Paulo Bernardo, por corrupção e lavagem de dinheiro, reflete uma realidade que se enquadra no “contexto de corrupção sistêmica dentro da Petrobrás”, de acordo com entendimento do ministro-relator Teori Zavascki. Essa realidade, que o acúmulo de evidências torna irrefutável, na verdade extrapola o âmbito da Petrobrás e se estende a todo o aparato governamental da era lulopetista. Reflete o método político pelo qual Lula e seu PT optaram, na desastrada tentativa de consolidar um projeto de poder populista.

Voto indiferente – Editorial / Folha de S. Paulo

Entre anônimos, caciques, lideranças de movimentos comunitários, aventureiros, celebridades, políticos veteranos, nanicos, sindicalistas, religiosos ou representantes de variadas categorias profissionais, 1.315 candidatos disputam as 55 vagas de vereador na Câmara Municipal de São Paulo.

Coincidindo com a eleição para o Executivo —particularmente acirrada neste ano—, é rotineiro que a renovação do Legislativo municipal ganhe pouco destaque. Mesmo entre os eleitores que já têm clara sua preferência para o posto de prefeito, ou que manifestam simpatia por algum partido específico, é sem dúvida fácil encontrar quem se sinta às escuras no momento de declarar seu voto para vereador.

Sem a vigência de um sistema distrital, puro ou misto, é difícil evitar essa hesitação. Uma amplitude extrema das opções disponíveis termina equivalendo, na prática, a uma perigosa indiferenciação.

Tesouro não aguenta peso de pensões e outros benefícios – Editorial / O Globo

• A reforma da Previdência e o teto dos gastos monopolizam as atenções, mas há muito também a ser feito numa regulação sensata de diversos gastos ditos sociais

O foco das discussões sobre o ajuste das contas públicas está muito centrado no teto dos gastos — fundamental para conter a tendência suicida de as despesas crescerem à frente do PIB e da inflação — e na reforma da Previdência, devido aos déficits galopantes, e também por interessar de forma muito direta à população. São mesmo dois pilares na rearrumação estrutural da economia brasileira, mas não esgotam o trabalho a ser feito neste campo dos gastos ditos sociais. Como O GLOBO mostrou ontem, há outras rubricas de despesas sob este amplo e generoso guarda-chuva, em que também o descontrole é gritante e, por isso, não podem deixar de ser revistas.

Uma das causas das despesas crescentes nesse bloco de gastos é o Benefício de Prestação Continuada, incluído na Lei Orgânica de Assistência Social (Loas). Em 2014, última estatística disponível, o Tesouro gastou, com este programa, R$ 35 bilhões, mais que o conhecido Bolsa Família.

FMI prevê crescimento menor e sugere mais aperto fiscal – Editorial / Valor Econômico

Em sua primeira avaliação preliminar da economia no governo de Michel Temer, o staff do Fundo Monetário Internacional previu um crescimento menor do que o oficial em 2017 e a necessidade de um aperto fiscal relevante, complementar ao estabelecimento do teto para despesas públicas, variável segundo a inflação do ano anterior. As medidas em curso estão no caminho correto, segundo os técnicos do Fundo, que sugerem vários complementos. O FMI divulgou relatório preliminar da missão que visitou o Brasil para cumprir o artigo IV, que prevê a realização de diagnóstico anual da saúde econômica dos países membros.

A expectativa da missão sobre a velocidade da recuperação econômica não é tão otimista quanto a do governo brasileiro. Há "sinais preliminares" de que a recessão está chegando ao fim, mas isso não será seguido de uma vigorosa reação. Os técnicos preveem um crescimento de 0,5% em 2017 - se a reforma fiscal e a da Previdência forem aprovadas como previsto. Uma retomada mais rápida, porém, será "dificultada pelo excesso de alavancagem das empresas, alto desemprego e a fraca situação dos orçamentos domésticos". Riscos negativos para a economia ainda predominam, embora, no sentido oposto, a reação dos preços dos ativos e da confiança sejam encorajadores.

A mula de padre - Ascenso Ferreira

Um dia no engenho,
Já tarde da noite
Que estava tão preta
Como carvão...
A gente falava de assombração:

— O avô de Zé Pinga-Fogo
Amanheceu morto na mata
Com o peito varado
Pela canela do Pé-de-Espeto!
— O cachorro de Brabo Manso
Levou, sexta-feira passada,
Uma surra das caiporas!
— A Mula de Padre quis beber o sangue
Da mulher de Chico Lolão...

Na noite preta como carvão
A gente falava de assombração!
Lá em baixo a almanjarra,
A rara almanjarra,
Gemia e rangia
Oue o Engenho Alegria
É bom moedor...

Eh Andorinha!
Eh Moça-Branca!
Eh Beija-Flor. . .

Pela bagaceira
Os bois ruminavam
E as éguas pastavam
Esperando a vez
De entrar no rojão...
Foi quando se deu
A coisa esquisita:
Mordendo, rinchando,
As pôpas e aos pulos
Se pondo de pé
Com artes do cão,
Surgiu uma besta sem ser dali não...

— Atallia a bicha, Baraúna!
— Sustenta o laço, Maracanã!
E a besta agarrada
Entrou na almanjarra,
Tocou-se-lhe a peia
Até de manhã ...

E depois que ela foi solta
Entupiu no oco do mundo!
Num abrir e fechar d'olhos
A maldita se encantou...

De tardinha.
Gente vinda
Da cidade
Trouxe a nova
De que a ama
De seu padre
Serrador
Amanhecera tão surrada
Que causa compaixão!
.....................................

Na noite tão preta como carvão
A gente falava de assombração