• Economistas agora preveem alta do PIB de 1,13% em 2017; dólar subiu ontem pelo quarto dia seguido
A vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos EUA está levando os investidores a se desfazer de aplicações em países emergentes, como o Brasil. Em novembro, o dólar subiu mais de 8% em relação ao real. Ontem, a cotação fechou em R$ 3,44, alta de 1,15%. Depois do fechamento do mercado, o Banco Central (BC) anunciou que atuará com força na volta do feriado, com uma operação que terá efeito comparável à venda de US$ 1,5 bilhão. Fontes do governo dizem que a alta do dólar pode pressionar o preço dos importados e elevar a inflação, atrapalhando os planos de reduzir a taxa básica de juros, a Selic, hoje em 14% ao ano. A preocupação também apareceu nas previsões dos analistas de mercado, registrados no boletim Focus, do BC. No primeiro levantamento realizado depois da eleição de Trump, o mercado reduziu a previsão do corte de juros. Até a semana passada, analistas apostavam em redução de 0,50 ponto porcentual no fim do mês. Agora, falam em 0,25 ponto. A previsão para o crescimento da economia em 2017 foi reduzida de 1,20% para 1,13%.
Efeito Trump faz analistas projetarem corte mais lento dos juros e PIB menor
• Avaliação. Na primeira pesquisa do Banco Central com instituições financeiras após as eleições nos EUA, projeções de corte na Selic este mês passaram de 0,5 para 0,25 ponto; além disso, previsão de crescimento do PIB em 2017 caiu de 1,2% para 1,13%
Eduardo Rodrigues, Fernando Nakagawa – O Estado de S. Paulo
/ BRASÍLIA - O impacto da eleição de Donald Trump sobre a economia brasileira não se limita ao dólar, que ontem subiu pela quinta sessão seguida e chegou a R$ 3,44, acumulando alta de 8% nesse período. A escolha do novo presidente dos Estados Unidos criou uma nuvem de incerteza sobre a maior economia do mundo e cada vez mais analistas apostam que a queda do juro no Brasil será mais lenta que o imaginado inicialmente. Além disso, economistas acreditam que a recessão brasileira será ainda mais profunda em 2016 e a tão esperada recuperação de 2017, menos intensa.