O Globo
Se governo Bolsonaro fosse um avião,
terminaria em pane seca
Se o governo Bolsonaro fosse um avião, seu
voo terminaria em pane seca, sem combustível para pousar. O sumiço do piloto,
que largou o manche e abandonou os passageiros, seria apenas o epílogo do
desastre.
Depois de quatro anos, o capitão deixa um
cenário de terra arrasada. A máquina federal vive um colapso administrativo e
financeiro. A manutenção de serviços básicos está ameaçada, e o Orçamento do
próximo ano não para em pé.
O noticiário tem registrado os efeitos do
apagão. Já faltou dinheiro para comprar remédios, encomendar livros didáticos,
levar água potável ao semiárido. A Polícia Federal teve que suspender a emissão
de passaportes. Cerca de 200 mil estudantes de pós-graduação não receberam as
bolsas de dezembro.
Depois de furar cinco vezes o teto de gastos, o presidente raspou o que sobrava no cofre para tentar se reeleger. Não conseguiu e deixará o governo em estado de calamidade.
Na quarta-feira, o senador Randolfe
Rodrigues pediu ao Tribunal de Contas da União que tome medidas para
responsabilizar Jair Bolsonaro. Ele ressalta que o caos não é fruto de
“circunstâncias imprevisíveis”, e sim da “subestimação dolosa das despesas
obrigatórias, a fim de direcionar recursos para outras áreas de maior interesse
do presidente”.
A representação pede que o TCU rejeite as
contas do último ano de governo. Se isso ocorrer, o capitão poderá ficar
inelegível. Na esfera penal, poderá ser julgado por crime contra as finanças
públicas.
O cenário de descalabro aumentou os
desafios da transição. Mais que um diagnóstico, será preciso fazer uma autópsia
do desastre bolsonarista. O trabalho deve começar a vir a público na
terça-feira, dia seguinte à diplomação de Lula.
“Se não apresentarmos agora, seis meses
depois estarão nas nossas costas os desmandos do atual governo”, disse o
presidente eleito. A advertência, feita durante o anúncio de novos ministros,
mostra que o petista entendeu o tamanho da encrenca que o espera.
Com a bênção dos generais
Lula cumpriu a promessa de indicar um civil
para o Ministério da Defesa, mas o futuro ocupante do cargo não inspira muito
otimismo.
José Múcio Monteiro será nomeado com a
bênção dos generais que cercam Jair Bolsonaro. Os mesmos que deram retaguarda a
suas ameaças contra a democracia.
A escolha é a primeira concessão do
presidente eleito às Forças Armadas, que insistem em se outorgar um poder de
tutela sobre a República.
Político de direita, Múcio passou mais de
uma década na Arena, legenda de sustentação da ditadura militar. Em sua última
encarnação partidária, defendeu as cores do PTB. O de Roberto Jefferson, não o
de Getúlio, Jango e Brizola.
Com este currículo, o novo ministro não
parece a pessoa certa para despolitizar a caserna, banir as homenagens ao golpe
de 1964 e barrar a indicação de militares da ativa para cargos civis.
Os generais não são os únicos fãs de Múcio
em Brasília. O próprio Bolsonaro já se disse “apaixonado” pelo ex-colega de
Câmara, que chefiou a Secretaria de Relações Institucionais no segundo governo
Lula. Enquanto o capitão chorava a derrota, o futuro ministro foi visitá-lo no
Alvorada, sem registro na agenda oficial.
"Depois de quatro anos, o capitão deixa um cenário de terra arrasada."
ResponderExcluirVerdade. Só o gado, comprovadamente estúpido, burro mesmo, não vê o desastre q é o palerma da República.
"José Múcio Monteiro será nomeado com a bênção dos generais que cercam Jair Bolsonaro. Os mesmos que deram retaguarda a suas ameaças contra a democracia."
ResponderExcluirPode ser. Mas também pode não ser.
Não esqueçamos q só há um ministro no novo governo e se chama LULA. E ele sabe q os milicos NÃO são confiáveis.
Lula.sabe q levará tempo pra reverter a fácil cooptação dos milicos.
ExcluirPor que foi fácil pro genocida, um mau soldado, cooptar os milicos e é difícil pro LULA fazer o mesmo?
Boa pergunta, não?
Porque aos milicos ainda se ensina sobre comunismo (q nao ameaça o Brasil) , sobre pátria acima de tudo (e não sobre verdade acima de tudo), ou seja, ideias ultrapassadas q geram afinidades com o genocida q soube capitalizá-las a seu favor e em prejuízo militar e do país.
LULA terá q mudar esse ensino horroroso.
Quem indica militares da ativa para cargos civis?
ResponderExcluir