O Estado de S. Paulo
É inacreditável como os escândalos brasileiros, inevitavelmente, envolvem bilhões, homens marombados, namoradas maravilhosas, jatos, lanchas, mansões ou apartamentos espetaculares em Miami e Nova York e... promiscuidade com os poderes federais e estaduais, partidos e políticos, eventos, comemorações, viagens. E como seus “negócios” demoram a ser desbaratados!
Daniel Vorcaro, 42 anos, e Augusto Lima, 46,
do Banco Master, estão neste caso e agora chega ao time o advogado e empresário
Ricardo Andrade Magro, do Grupo Refit, que já passou dos 60, mas desbravou bem
antes os mesmos caminhos, que trilha com desenvoltura há anos. Vidão. À custa
de quê?
Como sempre, tudo acaba no Rio, onde o Master deu mais um tombo no fundo de pensão dos funcionários (Rioprevidência) e o Refit é o segundo maior sonegador de impostos. Mas os escândalos se estendem ao BRB, banco público do DF, a São Paulo, à União e são calculados em bilhões de reais.
É possível tudo isso sem uma “forcinha
política”? Magro, aliás, foi advogado do expresidente da Câmara Eduardo Cunha,
cassado e preso por corrupção. O PP, que chegou à Casa Civil, “coração” do
governo Bolsonaro, está em todas. Todos os governos, inclusive o de Lula,
controlavam o INSS e não viram os roubos de aposentados e pensionistas.
O roteiro, os personagens e os valores de
Master e Refit remetem aos dos irmãos Joesley e Wesley Batista, da JBS/J&F,
que tinham 44 e 46 anos, uma trajetória meteórica no mundo dos negócios.
Flagrados em suas relações nada republicanas com os diferentes segmentos
políticos, fizeram um acordo de leniência para lá de camarada e se mandaram
para os EUA com seus jatos e iates.
Antes, porém, gravaram o então presidente
Michel Temer e o deputado Aécio Neves, aniquilaram o centro e abriram caminho
para o golpista Jair Bolsonaro enfrentar Fernando Haddad, com Lula preso e o PT
desabando sob o peso de mensalão e Lava Jato.
Onde estão os irmãos Batista hoje? Muito bem,
com empresas de vento em popa, cruzando continentes, enquanto Brasília se
esforça para “flexibilizar” o acordo de leniência, já tão “flexibilizado”, e
reduzir as multas.
E onde é como estarão Vorcaro, Augusto Lima e
Magro daqui a oito anos, neste país de corrupção pesada e penas que se
convertem em leves?
O que acontecerá com eles, governos,
partidos, políticos, bancos públicos, fundos de pensão, gestores do INSS,
entidades fantasmas e toda a teia de corrupção? E quem vai pagar esses
prejuízos que e se baseiam em impunidade?
O Congresso é que não, está muito ocupado em disfarçar os laços com Master e BRB e em barrar o projeto para punir os chamados “devedores contumazes”, como a Refit. Por fim, e o PCC e o CV com tudo isso?

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