Os sinais de que uma mudança em grande
escala está por vir também estiveram e ainda estão presentes na comoção
provocada pelo assassinato dos heróis amazônidas Bruno Pereira e Dom Philipps
que trouxe à luz o mundo de trevas a que estão condenadas as populações
ribeirinhas e os indígenas das regiões da Amazônia profunda. A atenção que a
opinião pública dos países do Ocidente democrático dedicou a esse trágico
episódio, obviamente relacionado à questão ambiental, evidencia a importância
de se isolar internacionalmente o infame governo do nosso país e de favorecer a
ação de suas oposições democráticas, especialmente por parte do governo Biden,
de forte significação em nosso continente.
Os ventos benfazejos que começam a soprar em Nuestra América do México a Argentina, passando pelo Chile, Peru, e agora com a boa surpresa da Colômbia, não terão como evitar, como o plebiscito da avenida Paulista sinaliza, que bafejem por nossas terras. De toda parte, o que se previa como uma irresistível maré neoliberal partem movimentos de contestação a ela, como na França em que a esquerda teve ampla votação nas eleições majoritárias e na legislativa, insinuando em futuro próximo resultados ainda mais incisivos. Outro indicador de mudança de rumos se faz conhecer no Reino Unido com a primeira greve nacional em 30 anos no setor ferroviário. No mesmo sentido, faz-se notar a União Europeia como nova presença afirmativa no cenário internacional em nome dos valores civilizatórios que representa.