O Globo
Em seminário em Nova York, ministros do STF
deixam claro que a instituição será um agente importante na retomada
democrática do país
O seminário promovido em Nova York pelo
grupo Lide, que reuniu nada menos que cinco ministros do Supremo Tribunal
Federal (STF), deu sinais importantes sobre o presente e o futuro do país.
Parte do presente, um país dividido e
radicalizado manifestava-se histericamente em frente ao Harvard Club e na caça
a ministros pela cidade. O futuro desenhou-se durante os debates, onde se viu
um grupo inusualmente unido em defesa da democracia, com uma visão de futuro
que privilegia a luta contra a desigualdade em suas diversas facetas e a
preocupação com a questão climática, que pode vir a se transformar num ativo
social e econômico do país. Também a demarcação das terras indígenas e a
proteção dos povos originários serão tema prioritário para o Supremo.
Um Supremo unido pelo espírito de corpo que os ataques sofridos suscitaram parece caminhar para uma ação mais propositiva na defesa da democracia, sintetizada pela luta contra as desigualdades sociais. As ações, embora agressivas e violentas, dos bolsonaristas golpistas levaram vários ministros a realçar a necessidade de o Estado brasileiro atender às demandas básicas da sociedade.