O Globo
Querer exercer uma liderança global em meio
ambiente é uma ambição saudável de Lula, mas é um péssimo sinal a volta da
megalomania lulista de querer ser um negociador internacional
A presença do presidente eleito Luiz Inácio
Lula da Silva na COP27, no Egito, antes mesmo de ele assumir o cargo para o
qual foi eleito em outubro, contrasta com a primeira decisão do atual
presidente brasileiro, que cancelou a reunião do clima que seria realizada no
Brasil em 2019.
A reivindicação de que uma reunião seja na
Amazônia ainda durante o mandato de Lula tem uma simbologia óbvia. Informa o
interesse do futuro governo brasileiro de dar um cavalo de pau na diretriz do
país para retomar o protagonismo que sempre foi nosso nesse campo.
Querer exercer uma liderança global em meio
ambiente é uma ambição saudável de Lula, já que, efetivamente, o mundo depende
do que fará o Brasil nesse tema, depois de ter sido governado por quatro anos
por um negacionista das mudanças climáticas.
Mas é um péssimo sinal a volta da megalomania lulista de querer ser um negociador internacional — na imaginação de alguns petistas mais afoitos, até na guerra da Ucrânia. Não deu certo na negociação nuclear com o Irã e provavelmente não daria certo no atual momento.