A defesa das liberdades democráticas constitui o elo principal
dessa luta. Inseparável de todas as demais reivindicações constitui, por isso
mesmo, a mais ampla e mobilizadora, capaz de unificar e canalizar todos os movimentos
reivindicatórios para a ampla frente de combate à ditadura
O CC do Partido Comunista Brasileiro se reuniu no corrente mês de
maio e, tomando por base o informe apresentado pela CE, fez uma análise da
situação internacional, da situação nacional e da atividade do Partido, no
período decorrido desde sua ultima reunião.
Assinala-se nesse período, com o acontecimento marcante, o golpe
militar reacionário de 1 de abril do ano passado, com a conseqüente deposição
do presidente João Goulart e a instauração, no País, de uma ditadura
reacionária e entreguista. Interrompeu-se assim, o processo
democrático em desenvolvimento. As forças patrióticas e democráticas
e, em particular, o movimento operário e sua vanguarda – nosso Partido - sofreram
sério revés. Modificou-se profundamente a situação política
nacional.
As conclusões a que chegou o CC, após os debates, estão contidas
na seguinte resolução:
As lutas do povo brasileiro desenvolvem-se num quadro de uma
situação internacional caracterizada pelo fortalecimento das posições do
socialismo, pelo Ascenso do movimento nacional-libertador e do movimento
operário internacional, pelo crescimento das forças empenhadas na preservação e
consolidação da paz mundial.
A política de paz realizada pela União Soviética e demais países
socialistas, apoiada em seu avanço econômico, técnico e científico e inspirada
no princípio da coexistência pacífica, penetra cada vez mais fundo na
consciência de todos os povos. Desenvolve-se com vigor o movimento
de emancipação nacional da Ásia, África e América Latina.
A conjuntura econômica dos países capitalistas mais desenvolvidos
mantém-se, em geral, em ascenso. Aumenta o interesse, no campo capitalista,
pela intensificação das relações econômicas com os países do campo socialista,
o que amplia as condições objetivas da política de coexistência
pacífica. Mas, simultaneamente, e em conseqüência também do
continuado agravamento da crise geral do capitalismo, aguçam-se as contradições
interimperialistas, que se manifestam especialmente na disputa de mercado e se
refletem, com maior destaque, em posições assumidas pelo governo francês em sua
política externa.
É nessa situação que o imperialismo, particularmente o
norte-americano, intensifica suas atividades em diferentes regiões do mundo, empreendendo
atos de agressão contra os povos que lutam pela libertação
nacional. A situação internacional se agrava sensivelmente.