Cheia no Sul afeta toda a economia brasileira
O Globo
A maior perda são as vidas e os lares, mas o
drama já se traduz também em falta de emprego e renda
O Rio Grande do Sul precisará avaliar em
breve os estragos das enchentes na economia. O drama humano está hoje eloquente
nos relatos de mortes e nas imagens de casas submersas. A maior perda são as
vidas e os lares destruídos, mas o drama já se traduz também em falta de
emprego e renda. Quando as águas baixarem, a população afetada precisará voltar
à rotina de trabalho. Saber o que foi destruído nos setores industrial,
agrícola e de serviços é o primeiro passo para assegurar o retorno à
normalidade.
Dos municípios atingidos pelas cheias, 397 respondem por 92% da indústria, 91% dos serviços e 79% da agropecuária do estado. Mas ser afetado não significa necessariamente que toda a estrutura econômica tenha sido prejudicada. O Rio Grande do Sul já colheu 76% da soja, 83% do milho e 84% do arroz da atual safra, e nem toda a área plantada está sob as águas. As previsões falam em 2% de queda no PIB gaúcho, que representa 6,5% do brasileiro. Com uma economia interligada, principalmente aos demais estados do Sul, deverão ser afetadas várias cadeias produtivas nacionais. Na agricultura, sobretudo arroz, trigo e soja. Analistas preveem que o PIB brasileiro caia entre 0,2 e 0,3 ponto percentual.