Nova reforma da Previdência se tornou mais urgente
O Globo
Com envelhecimento mais veloz da população,
efeitos das mudanças de 2019 se esgotarão já em 2027
Foi-se o tempo em que o termo “pirâmide
etária” descrevia a distribuição da população brasileira por idade. O país
envelhece, cai o número de filhos por mulher, e hoje o gráfico nada mais tem a
ver com a clássica pirâmide, em que a grande quantidade de jovens na base
sustenta os mais velhos no topo. Ao longo dos próximos anos, como mostram as
projeções do IBGE,
seu formato se aproximará mais e mais de um pentágono, com uma população de
jovens bem menor que a dos idosos na posição superior do gráfico.
O sistema brasileiro de Previdência, por ser de repartição — contribuintes que entram no mercado formal pagam a aposentadoria dos que saem —, sofrerá impacto imediato do envelhecimento populacional. A tendência de queda nos contribuintes do INSS e de crescimento no contingente de aposentados levou à reforma aprovada em 2019, estabelecendo idades mínimas mais altas (62 anos para mulheres e 65 para homens) — com inúmeras exceções e regras de transição que permitem aposentadoria mais cedo.