domingo, 3 de julho de 2022

Entrevista | José Murilo de Carvalho:‘Tenentismo levou ao generalismo dos anos 60’

Pesquisador aponta que jovens oficiais que queriam reformar a República passaram mais tarde ao campo conservador e apoiaram golpes em 45, 54 e 64

Por Wilson Tosta / O Estado de S. Paulo

RIO – O tempo e os expurgos domaram o ímpeto reformista dos tenentes dos anos 1920 e os levaram ao campo conservador, aponta o historiador José Murilo de Carvalho, no aniversário de cem anos do dramático massacre dos 18 do Forte, marco inicial do tenentismo. Adesões à esquerda e à direita e expulsões causadas por mais de 80 revoltas afastaram muitos jovens oficiais da corrente reformadora, aponta. Quem daquela corrente ficou na vida militar ativa aderiu ao projeto do general Pedro Aurélio de Góes Monteiro – repressor dos oficiais reformistas em 1924 e chefe da Revolução de 1930 – de fazer do Exército um ator político.

 “A maioria dos tenentes enquadrou-se e passou a fazer parte do establishment militar”, explica. Segundo ele, muitos desses oficiais “foram escalando a hierarquia militar” e passaram a atuar no campo conservador. “Vários deles estiveram presentes nos golpes de 1945, 1954, 1961, 1964.”

José Murilo lembra que o presidente Arthur da Costa e Silva, segundo presidente da ditadura militar e um ex-tenente dos anos 20, ligava explicitamente o golpe de 1964 a 1922. Expoente da “linha dura”, Costa e Silva foi contra devolver o poder aos civis após a derrubada do presidente João Goulart – em 1968, assinou o Ato Institucional Número 5. Como ele, outros ex-tenentes apoiaram o movimento civil-militar que destruiu a República populista e implodiu o regime democrático pós-1945 no Brasil.

“O tenentismo fez um logo percurso cujo ponto final foi o “generalismo” dos anos 60, incluindo o golpe de 1964 que teve o apoio de vários deles”, diz ele. 

A seguir, a entrevista de José Murilo ao Estadão.

A Confederação do Equador, que desafiou dom Pedro 1º em 1824

Movimento separatista, que eclodiu há 198 anos, reuniu Pernambuco e outras províncias em reação ao autoritarismo do imperador

Gabriel Araújo / Folha de S. Paulo

Não se contavam nem sete anos desde que a província de Pernambuco havia instituído uma república no episódio que ficou conhecido como Revolução Pernambucana quando uma nova revolta em Recife proclamou a independência da região frente ao Império.

Em 2 de julho de 1824, há exatos 198 anos, eclodiu a Confederação do Equador, movimento de caráter federalista e republicano que iniciou um novo capítulo no processo da independência do Brasil.

Segundo o historiador Marcus Carvalho, professor titular da Universidade Federal de Pernambuco, a base que sustenta o ciclo revolucionário da independência é o constitucionalismo. Ele lembra alguns momentos históricos que antecederam a Confederação do Equador e que contribuem para a compreensão do movimento.

O primeiro deles foi a já mencionada Revolução Pernambucana. Durante cerca de 75 dias, a insurreição de 1817 estabeleceu um governo autônomo que irradiava do Recife e alcançava porções de Alagoas, Rio Grande do Norte, Paraíba e Ceará.

O segundo momento relevante citado por Carvalho é a Revolução Liberal do Porto, em 1820, em Portugal. Além de exigir o retorno imediato da família real à metrópole, com dom João 6º à frente, parte expressiva da elite lusa defendia a instituição de uma carta constitucional que limitasse os poderes do rei.

De acordo com o historiador, uma das primeiras medidas decorrentes da Revolução do Porto foi a anistia aos presos políticos, que permitiu o retorno à província dos revolucionários de 1817.

Outra consequência foi a demissão dos governadores régios, ou seja, dirigentes da Coroa que comandavam as províncias no Brasil. "A Revolução do Porto autorizou as câmaras municipais das províncias a eleger o governo local, uma medida de repercussão impressionante", diz. Em Pernambuco, o eleito foi Gervásio Pires Ferreira, um dos revolucionários anistiados.

Merval Pereira: Medalhas devolvidas

O Globo

O protesto contra a decisão da direção da Biblioteca Nacional de dar a medalha da Ordem do Mérito do Livro ao deputado federal Daniel Silveira e a vários outros bolsonaristas que nada têm a ver com cultura e livros, transformando sua mais importante condecoração em um instrumento político, provocou um movimento de intelectuais, impulsionado por membros da Academia Brasileira de Letras, contra a inexistência de uma política cultural digna do nome durante o governo de Jair Bolsonaro, que também foi condecorado apesar de sua ojeriza aos livros.

Circula pelas redes sociais um áudio do presidente a fazer apologia dos clubes de tiros que dobraram a partir de uma legislação de seu governo e em que, criticando o ex-presidente Lula de maneira grosseira, faz uma ressalva que julga importante: “O nove dedos diz que vai transformar os clubes de tiros em bibliotecas”. Evidenciada essa aversão aos livros, e a apologia das armas, vários intelectuais se recusaram a receber a condecoração.

O ex-presidente da Academia Brasileira de Letras (ABL), escritor Marco Luchesi, esclareceu no Twitter: “Se aceitasse a medalha seria referendar Bolsonaro, que disse preferir um clube ou estande de tiros a uma biblioteca”. Outro acadêmico da ABL, o poeta Antonio Carlos Secchin, explicou o motivo de sua recusa: “ Se constituirá na celebração de uma única diretriz política, agraciando pessoas sem relação com livros, biblioteca e cultura”.

Bernardo Mello Franco: O conto do cidadão de bem

O Globo

Milton Ribeiro e Pedro Guimarães têm mais em comum do que a folha de serviços prestados ao bolsonarismo. Até caírem em desgraça, os dois cultivavam a imagem de “cidadãos de bem”, defensores da moral e dos bons costumes.

O ex-ministro da Educação desembarcou em Brasília com credenciais de pastor. Vendia-se como homem de fé, temente a Deus e à bancada evangélica. Com sua fala mansa, quase pastosa, gostava de discursar em defesa da família. Desde que ela não contrariasse os padrões impostos pela igreja.

O ex-presidente da Caixa encarnava outro tipo de “cidadão de bem”: o rico que dá lições de patriotismo e meritocracia. O executivo também se apresentava como guardião das mulheres. Numa reunião ministerial, disse estar disposto a pegar em armas para defendê-las — mas só as da própria família, é claro.

O “cidadão de bem” não cultiva a modéstia. Mira o espelho e enxerga um virtuoso. Pensa ter tantas virtudes que se julga acima da lei. Em entrevista, Ribeiro ligou a homossexualidade a “famílias desajustadas”. A declaração lhe rendeu uma denúncia por crime de homofobia.

Dorrit Harazim: Cloaca nacional

O Globo

Bom seria se existisse um GPS capaz de localizar o lixão humano onde o presidente Jair Bolsonaro cata suas pessoas de confiança, de apoio ou de afeição amoral. É que urge desinfetar essa cloaca nacional, de onde a cada dia pipocam novos ou velhos seres acanalhados. Ora é o Nelson Piquet de sempre, vil e requentado, inabilitado a qualquer convívio em sociedade. Ora é o deputado Daniel Silveira, golpista de estimação do Planalto, agraciado com a Ordem do Mérito do Livro da Biblioteca Nacional — Silveira é aquele fortinho que arrebenta tornozeleiras eletrônicas e fica por isso mesmo. Ora é o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro, exilado “a pedido” com todo um baú de bíblias e falcatruas aguardando explicações.

No capítulo desta semana, será preciso chafurdar além do protagonista principal. Não que ele seja menor. Desde a primeira infância do governo Bolsonaro, Pedro Guimarães presidiu com cobiça a Caixa Econômica Federal, o maior banco público da América Latina (3.407 agências). Dado o conjunto de sua obra como predador sexual, foi colecionando apelidos junto aos quase 85 mil empregados que comandava, nenhum deles afetuoso. O mais explícito, “Pedro Garagem”, veio a público no arrastão de denúncias que forçaram sua renúncia ao cargo na quarta-feira. Explica-se: numa das centenas de viagens oficiais que empreendeu pelo país, Guimarães teria ordenado o aluguel de um carro preto blindado em Teresina (Piauí) e dispensado o motorista, alegando precisar conversar em privado com a funcionária da Caixa que o acompanhava. À distância, o motorista filmou o carro sacolejante, e o resto é o resto. Melhor dizendo, a extensão e a capilaridade do “resto” ainda não foram mapeadas, mas tem tudo para ser sórdido — já se sabe que a cultura da violência na CEF, com assédio moral e sexual por parte do chefão, era conhecida, tolerada e acobertada por seus chefetes. O segundo no comando, Celso Leonardo Barbosa, fazia o tipo fortão MMA. Também já foi denunciado e terá de procurar trabalho alhures.

Míriam Leitão: O golpe e os golpes de Jair Bolsonaro

O Globo

O presidente tenta vários golpes contra a democracia. Com a PEC do vale tudo eleitoral, ele está sendo autorizado a movimentar os cofres públicos em proveito da sua própria candidatura. Com as ameaças renovadas de que militares agirão contra o processo eleitoral, ele quer fazer crer que tem o poder de movimentar as tropas. Com a ajuda da equipe econômica, Bolsonaro já deu o golpe nas leis fiscais do país, teto de gastos, Lei de Responsabilidade Fiscal, lei orçamentária. Ao atacar a Petrobras, ele tenta golpear as leis econômicas. Seu golpismo é generalizado.

O golpe da semana passada foi disparado no coração da lei eleitoral, que determina que os governantes não podem usar os cofres públicos para se beneficiar no ano da eleição, criando benefícios sociais. A Constituição está sendo mudada para permitir que até o fim deste ano essa lei eleitoral não valha e que também não se cumpra o teto de gastos e a Lei de Responsabilidade Fiscal. Para que nenhum risco paire sobre Bolsonaro, inventou-se o estado de emergência. Não há emergência, há incompetência do governo que não soube administrar o país, nem agir diante do aumento da pobreza já visível no ano passado, quando ele suspendeu o Auxílio Emergencial. Tanto não há que no mesmo dia da votação no Senado o governo comemorou a menor taxa de desemprego em seis anos.

Eliane Cantanhêde: Fim do tripé do governo

O Estado de S. Paulo

Queda de Pedro Guimarães da CEF encerra núcleo ideológico no primeiro escalão

Ao se esborrachar na Caixa Econômica Federal, Pedro Guimarães foi praticamente a última cara dos ideológicos no primeiro escalão. Jair Bolsonaro elegeu-se com o tripé militar/policial, evangélico e ideológico, mas logo no primeiro ano de governo o “núcleo conservador” levou um safanão e quem passou a dar as ordens foi o Centrão. A “nova política” foi escanteada no Congresso e vem sendo empurrada para o terceiro e quarto escalões.

Já à deriva, os ideológicos afundaram de vez com a morte de Olavo de Carvalho. Sem chances, o diplomata Ernesto Araújo, defenestrado do Itamaraty, tenta assumir o papel de Carvalho com sua lenga-lenga apocalíptica sobre o fim do Ocidente, contra a China e a favor de Donald Trump. Araújo e Abraham Weintraub, ex-ministro da Educação sem poder ser, esperneiam, mas ninguém dá bola.

Affonso Celso Pastore*: CDS, câmbio e populismo

O Estado de S. Paulo

Bolsonaro está disposto a pagar qualquer preço para se manter na Presidência

Por que o real voltou a se depreciar depois de uma contínua valorização, na qual passou de mais de R$ 5,60/US$ no fim de 2021, para R$ 4,60 em abril de 2022? Embora a depreciação recente tenha sido ajudada pelo fortalecimento do dólar, que se acelerou com a decisão do Fed de intensificar o aumento da taxa dos fed funds, esta é apenas uma parte da explicação. A outra é o aumento do risco no Brasil.

Uma medida largamente utilizada para aferir o risco são as cotações do CDS de 10 anos. Apesar dos bons resultados fiscais de 2021 e início de 2022, as cotações do CDS brasileiro vêm crescendo, aproximando-se dos mesmos 450 pontos que foram observados em 2020, quando o déficit primário chegou a 10% do PIB e a dívida bruta, a quase 90% do PIB. Na América Latina, excluindo a Argentina, que luta para atender às condicionalidades impostas por um acordo com o FMI, a cotação de nosso CDS só não supera a da Colômbia, cuja crise levou à eleição de Petro.

Vinicius Torres Freire: Como funciona o estelionato eleitoral

Folha de S. Paulo

Pacotão da PEC dos Bilhões pode adiar recessão que tem previsão de início neste trimestre

PEC dos Bilhões vai dar mais dinheiro a pelo menos 20 milhões de famílias. As leis que mexeram em impostos estaduais e federais vão diminuir um tiquinho das contas de luz e o custo de encher o tanque de todo o mundo.

Discute-se se tais dinheiros vão melhorar a avaliação de Jair Bolsonaro. Mas poderiam também evitar que a economia entre no vermelho? Nas previsões mais reputadas da praça, ou de costume menos erradas, o PIB começaria a cair neste terceiro trimestre.

Se a ideia de PIB parece abstrata, considere-se então a taxa de desemprego. Naquelas previsões, a taxa de desemprego aumentaria daqui até dezembro. O desemprego em geral cai ao longo do ano. Costuma aumentar apenas em recessões.

Muniz Sodré*: Raízes da intolerância

Folha de S. Paulo

Politicamente, Gil se comportou como o criador que ausculta o entorno com atenção religiosa

Em Salvador, algum tempo depois do golpe de 64, um elefante ainda parecia estar deitado sobre os corpos e as esperanças de toda uma geração de universitários. Raros eram os momentos públicos de distensão pessoal.

Num desses momentos à noite, num bar onde se comia fatia de pizza no balcão, irrompe um migrante e encanta os presentes com boa voz e uma toada sertaneja. Animado, um jovem em elegantes calça e paletó sem gravata tira de um estojo um violão e passa a acompanhar o cantor com uma destreza invulgar. Por instantes, o mundo parecia melhor. Mas súbito aparece um policial militar, que diz ao violonista: "O sereno não é mais permitido!"

O jovem era Gilberto Gil, que se formava na época em administração, mas dele já se sabia em círculos restritos como um virtuoso musical. Eu o conheci ali e, em várias etapas da vida subsequente, pude acompanhar a sua trajetória fulgurante na música, assim como em intervenções felizes na política nacional.

Bruno Boghossian; Eleitor terá que escolher quem vai gerenciar um país na pindaíba

Folha de S. Paulo

Alívio temporário aumenta competitividade de Bolsonaro e leva brasileiro à urna em terreno da ilusão

Quase 20 milhões de famílias vão às urnas em outubro com um valor extra em seus cartões do Auxílio Brasil. Outras tantas terão um vale-gás turbinado, enquanto milhares de caminhoneiros, taxistas e motoristas de aplicativo contarão com uma ajuda do governo para encher o tanque. Todos esses eleitores devem votar com mais dinheiro no bolso, mas estarão mais pobres no dia em que o próximo governo tomar posse.

A movimentação do Congresso para abrir os cofres e criar benefícios temporários no período de campanha devolve alguma competitividade a Jair Bolsonaro. Os pagamentos devem contribuir para uma redução transitória da sensação de mal-estar provocada pela inflação, ao menos em segmentos-chave.

A criação do Auxílio Brasil em dezembro não foi suficiente para impulsionar Bolsonaro no eleitorado de baixa renda porque o aumento de preços comeu boa parte do benefício. O reajuste oferecido agora não deve tornar o presidente favorito, mas pode suavizar a desvantagem de 36 pontos que ele tem em relação a Lula nesse grupo —o que seria suficiente para garantir que haverá um segundo turno.

Janio de Freitas: Favorecer Bolsonaro com bilhões é ladroagem eleitoral

Folha de S. Paulo

Isso foi o que o Senado fez e é o que a Câmara está sendo ativada por seu presidente, Arthur Lira

Descaracterizar o texto constitucional para favorecer o candidato Jair Bolsonaro com o direito de gastar, nos 90 dias anteriores à eleição, dezenas ou centenas de bilhões a pretexto de benefícios sociais é, em sua escancarada imoralidade, ladroagem eleitoral. Foi o que o Senado fez.

É o que a Câmara está sendo ativada por seu presidente, Arthur Lira, para fazer nesta semana.

É injustificável e vergonhoso que a oposição, incluída a chamada esquerda, tenha votado e vote outra vez a favor desse golpe parlamentar-eleitoral, que cria até o perigoso estado de emergência. A alegação oposicionista, de que não poderia opor-se aos auxílios sociais infiltrados nessa mudança constitucional, é oportunista ou, em eventual sinceridade, obtusa. A mistura ardilosa e má-fé são explícitas.

O preço da cesta básica está maior do que o salário mínimo porque, entre suas causas, o aumento dos combustíveis foi logo repassado aos preços do transporte de carga. E R$ 1.000 de vale-caminhoneiro nada soluciona. O vale-gás proposto é engodo duplo.

Um botijão de 13 kg para a família por dois meses é ridículo e encobre a falta de verificação governamental da relação custo/lucro do botijão de gás para as distribuidoras.

Esses dois exemplos servem para outras verbas do pacote, como os R$ 200 a mais no Bolsa Família rebatizado e piorado com o abandono da condicionante ao número de filhos.

Há meses o governo vinha falando nos auxílios agora encaminhados e que então prescindiam de ataque à Constituição e ao Código Eleitoral.

Bastaria racionalizá-los e dar-lhes as verbas de gastos patifes e mesmo criminais, como o corrupto orçamento secreto.

O que a mídia pensa: Editoriais / Opiniões

Editoriais

Vale-tudo

Folha de S. Paulo

PEC que cria emergência é lance desvairado da gastança anticrise e por eleição

O aumento excepcional e inesperado da arrecadação do governo provocou em Brasília uma enganosa sensação de tranquilidade. O Ministério da Economia dissemina a ideia de que é possível "devolver recursos à sociedade" por meio de gasto e renúncia de impostos.

A propaganda desse equívoco foi recebida com satisfação pelo sistema político. Desde fins do ano passado, explora-se esse ilusório excesso de caixa. O desempenho sofrível de Jair Bolsonaro (PL) nas pesquisas, a revolta com os preços dos combustíveis e a inflação alta são estímulos adicionais à investida sobre as contas públicas.

É real a necessidade de enfrentar os impactos sociais dramáticos da pandemia e da guerra na Ucrânia. Mas medidas justificáveis, como a ampliação do amparo aos mais pobres, misturam-se a subsídios indiscriminados e perdulários, sem preocupação que não seja um impacto imediato nas intenções de voto.

Na quinta-feira (30) deu-se o lance mais desvairado dessa escalada, com a aprovação pelo Senado de proposta de emenda constitucional que inventa um estado de emergência e permite nova rodada de despesas, estimadas em mais de R$ 40 bilhões neste ano.