terça-feira, 12 de dezembro de 2023

O que a mídia pensa: Editoriais /Opiniões

Plano econômico de Milei aponta direção certa

O Globo

Pode haver certo exagero ou voluntarismo, mas as ideias do novo presidente têm base na realidade

O novo ministro da Economia da Argentina, Luis Caputo, deverá anunciar hoje as primeiras medidas do recém-empossado governo Javier Milei. No discurso de posse, Milei já deu o tom do que está por vir: “No hay plata” (“não tem dinheiro”). Não haverá, segundo ele, espaço para gradualismo no ajuste fiscal. O diagnóstico está correto e nada tem de novo. O inédito foram os aplausos que se seguiram. Ontem o porta-voz presidencial, Manuel Adorni, voltou ao tema e declarou: “O equilíbrio fiscal será rigorosamente respeitado”.

A Argentina vive há anos acima de suas possibilidades. Desde 2009 o governo fecha as contas no vermelho. Sucessivas gestões peronistas preservaram subsídios e benesses financiando o gasto público com uma dívida insustentável. A expectativa é que, em 2023, a inflação passe de 200%. Como reação há um movimento de defesa: busca por dólares e ativos estáveis; gatilhos para compensar perdas monetárias. A indexação dá a sensação de proteção, mas torna mais difícil desarmar a espiral inflacionária, como sabe todo brasileiro que viveu nos anos 1980 e 1990.

Milei já deu provas de ter noção do desafio. Parece saber que: 1) derrotar a disparada dos preços é sua maior missão; 2) não fará isso sem reduzir o gasto público; 3) o ajuste fiscal terá efeito recessivo; 4) é ilusão contar com aplausos depois do choque; 5) qualquer plano abrirá espaço à oposição. Depois da posse, ele ressaltou a herança — “nenhum governo recebeu uma situação pior do que estamos recebendo” —, antecipou a estratégia — “não há alternativa ao choque” —, previu tempos difíceis — com impacto negativo na “atividade, emprego, quantidade de pobres e indigentes” — e conclamou dirigentes políticos, sindicais e empresariais a se unirem “à nova Argentina”.

Maria Clara R. M. do Prado - O perigo do desgaste do STF

Valor Econômico

Toda atenção é pouca, pois os passos no sentido do legalismo autocrático começam muitas vezes devagar, um aqui, outro acolá

Na medida em que 2024 se avizinha, a questão do equilíbrio entre os Poderes da República ganha espaço. Fraco, incompetente e inoperante, o governo de Jair Bolsonaro, com a ajuda das vozes estridentes de seus seguidores - muitas delas falaciosas -, fez das constantes críticas ao STF sua principal batalha com o intuito de desviar a atenção da própria nulidade. Criou, com isso, uma espécie de clivagem que continua reverberando e ganhando terreno na sociedade brasileira.

A pesquisa Datafolha divulgada na semana passada é sintomática. Mostra o aumento dos que reprovam a atuação da Suprema Corte em comparação com a pesquisa anterior, de fins de 2022. A reprovação passou dos 31% para 38%, enquanto que o percentual de aprovação caiu de 31% para 27%. Surgiu poucos dias depois do Senado Federal ter dado sinal positivo à Proposta de Emenda Constitucional (PEC) do senador Oriovisto Guimarães (Podemos - PR) que proíbe o STF de adotar decisões monocráticas (de apenas um ministro da Corte) destinadas a suspender atos do Poder Executivo ou do Poder Legislativo. Só decisões tomadas pelo colegiado do Supremo passariam a ter efeito.

A PEC em si não deixa de fazer sentido porque ajuda a alinhar o poder entre os Poderes. O problema não está propriamente na proposta que depende agora de aprovação na Câmara dos Deputados, mas sim no precedente. Pode ser usada como justificativa para abrigar as várias PECs que circulam pelos corredores do Congresso Nacional com a intenção de comprometer a legitimidade do STF de decidir em última instância na condição de protetor dos preceitos constitucionais.

Merval Pereira - Já vimos este filme

O Globo

A situação na Argentina é horrorosa, e Milei não parece ter força política para implementar as reformas necessárias

Se sua candidatura fosse mesmo para valer, o novo presidente da Argentina, Javier Milei, teria se preparado para a missão quase impossível que tem pela frente. Como tudo indica que não esperava vencer, pelo menos no início da campanha, não preparou um plano com começo, meio e fim para enfrentar a tragédia argentina.

Milei, embora sendo mais contido no discurso de posse, não se referindo às propostas mirabolantes que apresentou na campanha, como dolarização sem dólares ou o fim do Banco Central, começou abusando do poder que ganhou ao mandar gravar no bastão presidencial a cara de seus cachorros. Absurdo, porque o bastão não é dele, é do presidente da República eleito.

Numa cena digna de uma chanchada sul-americana, mostrou para a presidente do Senado, Cristina Kirchner, o bastão esculpido, o que arrancou gargalhadas da adversária política. Mudou também a lei do nepotismo, para colocar a irmã — a quem obedece — como secretária-geral da Presidência, acumulando a atividade com a de primeira-dama.

Míriam Leitão - Haddad entre dois fogos

O Globo

Como o ministro terá força no Congresso se o próprio partido não apoia as medidas para chegar ao déficit zero?

O ministro Fernando Haddad está entre dois fogos, mas os problemas que ele enfrenta não são apenas dele. São do governo ou até da organização do Estado brasileiro. O Congresso tem avançado cada vez mais sobre os recursos e as prerrogativas do Executivo. A batalha se trava no orçamento e essa semana é decisiva. Outro problema é o seu campo interno. Parece que o ministro da Fazenda tem sempre que provar que seu projeto fiscal tem apoio do governo e do partido. No último fim de semana foi explicitado o que sempre se soube, parte do PT acha que está tudo bem se o déficit público primário for de 2% do PIB, porque acredita na tese de que isso induziria o crescimento econômico.

O projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias dá um passo adiante numa caminhada perigosa que tem distorcido o equilíbrio entre os poderes. No fim do governo Michel Temer, o Congresso administrava R$ 13 bilhões. Hoje só de emendas obrigatórias são quase R$ 40 bilhões, e ainda têm as não impositivas que vão se tornando cada vez maiores. O relator da LDO, deputado Danilo Forte (União-CE), aumentou o valor das emendas, ameaçou criar novas rubricas, quer impor um calendário de liberação e ainda tenta determinar o que o governo pode contingenciar das receitas que administra.

Carlos Andreazza - Na porrada

O Globo

O jovem criminoso, ladrão e agressor, para quem já não bastará roubar, não sem espancar-esculachar, é tudo isso e também um desesperançado. Indivíduo para quem não há futuro, senão a morte prematura — ou o degredo social, igualmente morte. Não lhe há saída; não uma visível. E ele tem raiva. Ódio. Que expressa. Em bando. Na mão. Na porrada.

Desesperançado também é o justiceiro, não raro — e não à toa — também um jovem. Igualmente criminoso. Que se lança às ruas, com palavras de ordem de playboy pela proteção territorialista, para caçar os invasores cruéis do pedaço. Indivíduo inconformado com a condição remediada hereditária, para quem não há futuro, senão o nem-nem presente, o que não estuda nem trabalha, encostado — modalidade de exílio social, uma forma de morrer. Pela inexistência. Perdidas todas as saídas. E ele tem raiva. Ódio. Que expressa. Em bando. Na mão. Na porrada.

Dani Rodrik* - Melhor emprego, melhor desenvolvimento

Valor Econômico

A natureza do trabalho de alguém tem implicações muito além do orçamento

A economia convencional sempre teve um ponto cego quando se trata de empregos. É um problema que começa com Adam Smith, que pôs o consumidor, em vez do trabalhador, no trono da vida econômica. O que importa para o bem-estar, dizia ele, não é como ou o que produzimos, mas se podemos consumir nosso pacote preferido de bens e serviços.

Desde então, a economia moderna codificou essa abordagem capturando o bem-estar individual na forma de uma função de preferência definida em relação ao nosso pacote de consumo. Maximizamos a “utilidade” selecionando os bens e serviços que nos trazem mais satisfação. Embora cada consumidor também seja um trabalhador de algum tipo, os empregos entram na equação apenas de modo implícito através da renda que fornecem, determinando quanto dinheiro temos disponível para gastar em consumo.

Pedro Cafardo - No discurso, Milei aposta em projeto ultraneoliberal

Valor Econômico

A ideia neoliberal, claríssima no discurso de Milei, é de que o governo deve privatizar empresas estatais, desregulamentar mercado financeiro e de trabalho, acabar com subsídios, reduzir alíquotas de importação e estimular o livre-comércio

O governo Alberto Fernández, que terminou domingo na Argentina, foi um desastre, não promoveu crescimento econômico, endividou o país e o levou a uma inflação anual a 140%. Mas o governo de Javier Milei começou domingo congelando até os ossos dos argentinos atentos.

As primeiras medidas econômicas do novo governo devem ser anunciadas hoje pelo ministro da Economia, Luis Caputo. É possível que haja recuos em relação a promessas de campanha, visto que Milei já recuou das ideias de dolarizar a economia, fechar o Banco Central, sair do Mercosul e cortar relações com Brasil e China.

A mensagem do discurso de posse, porém, foi assustadora. Milei disse que nenhum governo recebeu herança pior que a sua, que “não há dinheiro” e que a solução será um radical programa de austeridade que deve sufocar os argentinos com estagflação e desemprego durante 18 a 24 meses. Só então os cidadãos poderão começar colher os benefícios do sacrifício. Milhares de pessoas ouviram esses anúncios em frente ao Congresso balançando bandeiras azuis e brancas e gritando “liberdade”.

Hélio Schwartsman - Para onde vai Milei?

Folha de S. Paulo

Novo presidente começou evitando radicalização, mas não tem para onde correr quando paciência do eleitorado acabar

Uma característica comum entre TrumpBolsonaro Milei é que, quando lançaram suas candidaturas presidenciais, não imaginavam que poderiam ganhar. Eles surgiram como postulantes folclóricos, que entraram na disputa para promover a própria imagem, a fim de satisfazer o ego (Trump) ou cacifar-se politicamente para pleitos futuros (Bolsonaro e Milei). Como não tinham nada a perder, levaram a retórica antissistema ao paroxismo e fizeram promessas delirantes.

Trump foi errático e antissistema do primeiro ao último dia de seu mandato. Bolsonaro começou falando grosso, mas, ao primeiro sinal de dificuldades, entregou-se gostosamente ao centrão. Como se comportará Milei?

Dora Kramer - Invasão no radar

Folha de S. Paulo

Militares brasileiros consideram factível a hipótese de Maduro ir às vias de fato na Guiana

À parte das negociações da diplomacia, que na cena oficial manifesta descrença na possibilidade de a Venezuela invadir a Guiana, nas internas da área militar o Ministério da Defesa traça cenários que consideram factível a hipótese de Nicolás Maduro ir às vias de fato.

As conjecturas são mantidas em sigilo. Uma delas, contudo, põe no horizonte a entrada de forças venezuelanas no Essequibo para fincar ali uma bandeira do país e declarar de maneira unilateral a posse do território, rico em petróleo e diamantes.

O gesto é visto como teatral, mas com potencial de agravar a tensão. Nessa hipótese, seria uma ofensiva pelo mar, dado que por solo há terreno inóspito de florestas por um lado e, de outro, o bloqueio da fronteira brasileira.

Joel Pinheiro da Fonseca - A esquerda e a segurança pública

Folha de S. Paulo

Há muito discurso sobre causas sociais do crime, mas nada sobre enfrentamento

Vejo no WhatsApp um vídeo de linchamento em Copacabana. São homens e mulheres, jovens e idosos, brancos, mestiços e negros —uma multidão— surrando um jovem negro que tenta fugir desesperado. O vídeo não traz contexto, mas é de se supor que o sujeito tenha sido pego roubando. É uma cena bárbara.

Jamais defenderei a formação de grupos de justiceiros, mas alguém acha que a população ficará passiva apenas assistindo vizinhos, amigos e familiares vitimados pelo crime violento sem fazer nada, enquanto o Estado negligencia sua atribuição mais elementar?

Está corretíssimo quem aponta os problemas desse tipo de iniciativa. Fácil, fácil ela pode se transformar em mais uma milícia do crime organizado. O único jeito, contudo, de impedi-la é apresentar a alternativa: o Estado mostrar-se eficaz contra assaltos e arrastões. Se a polícia agora vier investigar e prender os responsáveis pelos grupos de justiceiros, enquanto continua a não fazer nada contra os assaltantes, estará apenas aprofundando o completo sentimento de abandono —e a indignação— do povo.

Alvaro Costa e Silva - A milícia playboy em Copacabana

Folha de S. Paulo

A insegurança sem resposta do Estado alimenta plataformas políticas da extrema direita

O Datafolha revelou que a saúde lidera o ranking de preocupação dos brasileiros, à frente da educação e da violência. Esta mostrou uma queda, de 17% em setembro para 10% em dezembro. No entanto, 50% avaliam como ruim e péssima a gestão do governo federal na segurança. Para piorar, Lula ainda não indicou o novo ministro da Justiça e discute se refaz o Ministério da Segurança.

Talvez por isso o governador do Rio não deu palavra sobre os recentes casos de ataques e furtos em Copacabana, espetacularmente flagrados por câmeras e exibidos à farta na internet. Cláudio Castro —que trocou o comando da polícia por pressão de deputados e recriou a Secretaria de Segurança para abrigar um aliado de Flávio Bolsonaro— deve achar que nada tem a ver com o bode. Ou está mais interessado na candidatura de Alexandre Ramagem a prefeito.

Luiz Carlos Azedo - Lula questiona soberba dos dirigentes do PT

Correio Braziliense

A legenda não persegue a construção uma plataforma de governo unitária, que contemple simultaneamente os seus interesses e os dos aliados, nem faz a menor força para isso

A conferência nacional do PT, realizada na sexta-feira e no sábado, em Brasilia, expôs as contradições da legenda e, de certa forma, um erro de conceito cujo custo está ficando evidente: a tese de que o governo Lula está em disputa com os aliados.

O PT até hoje não assumiu a realidade de que o atual governo não se sustenta numa frente de esquerda, mas sim na ampla coalizão de centro-esquerda da qual participam, também, partidos que estiveram no governo Bolsonaro, na sua totalidade ou em parte. Trata-se de uma ampla aliança democrática, mas o PT gostaria que fosse um governo de unidade popular.

Para bom entendedor, Lula rebateu as críticas feitas pela presidente do PT, Gleisi Hoffman, à condução da economia pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Fez isso em forma de autocrítica como principal líder do partido, ao questionar a soberba e a razão da legenda não conseguir falar “aquilo que o povo quer ouvir”.

Cristovam Buarque* - Na veia da democracia

Correio Braziliense

Além da descrição dos próprios debates, a riqueza do livro Debate na veia está nos bastidores da realização pioneira do enfrentamento direto e livre entre candidatos diante dos telespectadores

Há diversas razões para recomendar um livro: texto agradável, história instigante, lições instrutivas, provocação de novas ideias. Debate na veia, de Fernando Mitre, merece ser recomendado por todas elas.

O admirado e respeitado jornalista nos fascina com agradáveis textos sobre um assunto atraente; aos de meia-idade, nos faz recordar momentos decisivos de nossa redemocratização; para o leitor de qualquer idade ensina história recente do Brasil; aos jovens que desejam ser jornalistas passa instrutivas lições fundamentais sobre a profissão. Sobretudo, nos provoca pelo menos duas ideias: o debate entre candidatos é uma injeção fortificante na veia da democracia e, apesar dessa vitamina, a democracia continua frágil.

Luiz Gonzaga Belluzzo* - Acordos e desacordos

Carta Capital

Muito além do discurso, os Estados Nacionais se empenham em proteger suas empresas na arena global

Acordo União Europeia-Mercosul sofre críticas e restrições de gregos e troianos. CartaCapital já usufruiu o privilégio de contar com uma certeira investida de Paulo Nogueira Batista Jr.

Obedecendo às minhas idiossincrasias, vou incomodar o leitor com considerações peregrinas a respeito das proezas do protecionismo capitalista de todos os tempos e em todos os tempos.

Nos idos de 2017, as manchetes proclamavam a iminência de uma guerra comercial deflagrada pela decisão protecionista de Donald Trump. A imposição de tarifas de 25% sobre o aço e 10% sobre o alumínio suscitou reações da União Europeia, da China e até mesmo dos submissos do planeta.

As palavras “protecionista” e “livre-cambista” são etiquetas ideológicas que ocultam as razões de fundo das divergências. O capitalismo realmente existente conta uma história mais ambígua do que aquela narrada pelos fundamentalistas – de um lado e de outro – a respeito do desenvolvimento das relações econômicas internacionais. Protecionismo e livre-cambismo convivem como cães e gatos. Brigam o tempo todo, mas são inseparáveis.

Eliane Cantanhêde – Durma-se com um barulho desses!

O Estado de S. Paulo

O horizonte do PT é 2024, mas o de Lula é 2026. Sem economia forte, não tem reeleição

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, está entre dois fogos cruzados: de um lado, o Centrão faz jogo duro com a pauta econômica e, de outro, o PT e seus pontas de lança no governo não param de criar caso. Durma-se com um barulho desses! Mas o problema não é só de Haddad, mas do próprio governo, do presidente Lula e do Brasil. Se a economia afundar, vão todos afundar juntos. E não tem reeleição.

O início do recesso de Câmara e Senado é no dia 23/12, mas, até agora, nada de reforma tributária, taxação de offshore e de fundos especiais e apostas esportivas, nem da MP para retomar a tributação de benefícios com ICMS. Sem definir as receitas, como fechar o Orçamento de 2024? A previsão da Fazenda é de um reforço de arrecadação de R$ 47 bilhões, mas...

Poesia |Graziela Melo - A morte

A morte

É uma meia volta

que não tem volta!

Só tem ida!

É como

um beco

que não tem

saída!

No dia,

os vivos

te molham

em copioso

pranto...

mas logo

esquecem

do teu

encanto

e se reengajam

nas seduções

da vida!

A morte

é só tua

e de mais ninguém

sempre

para o teu mal

nunca

para o teu bem!!!

Cruel e má

te priva

dos teus

sapatos preferidos

das tuas roupas

dos teus entes

mais queridos...

entre tantas

maldades,

que não

são poucas...

te priva do ar

da terra

de ver o céu

o mar,

as estrelas

te tira da vida,

as coisas

mais belas!!!

Te leva do mundo

Por caminhos tortos...

Os mortos

sabem de tudo!!!

Por isso

e contudo,

a pior ironia

é a ironia

dos mortos!!!