quarta-feira, 18 de setembro de 2024

O que a mídia pensa | Editoriais / Opiniões

Candidatos têm de manter compostura nos debates

O Globo

Depois da cadeirada de Datena em Marçal, baixaria continua a tomar conta dos eventos na TV em SP

Nem o episódio grotesco da cadeirada no debate entre candidatos à Prefeitura de São Paulo realizado pela TV Cultura no fim de semana acalmou os ânimos. Em novo debate realizado pela Rede TV! e pelo portal UOL nesta terça-feira, o candidato Pablo Marçal (PRTB), com uma das mãos enfaixadas, voltou à carga. Ofendeu o prefeito Ricardo Nunes (MDB) e provocou de novo José Luiz Datena (PSDB). Nunes reagiu em tom de voz alterado. Datena respondeu que não bateria em “covarde” duas vezes. O bate-boca continuou. A moderação teve de conceder múltiplos direitos de resposta para conter a baixaria insuflada por Marçal e repercutida pelos adversários.

No domingo, na cena-símbolo do descontrole e da violência que tomaram conta dos debates, Datena respondeu às provocações constantes e malcriadas de Marçal lançando uma banqueta sobre o adversário. Foi um desrespeito ao eleitorado paulistano e uma evidência material de que nenhum dos dois está qualificado para exercer cargo político de qualquer natureza.

Datena argumentou que sua reação foi humana. Pode até ser verdade. Mas não é reação aceitável de alguém que se julga apto a governar a maior cidade brasileira. Que o partido fundado por próceres da democracia, como Fernando Henrique Cardoso ou Franco Montoro, tenha escolhido um candidato capaz de protagonizar incidente tão vexatório é sinal preocupante do nível de decadência a que chegou.

Vera Magalhães - Tarcísio e a aposta em conter Marçal

O Globo

Governador de SP toma a frente de Bolsonaro e Lula na percepção do risco que ex-coach representará para 2026 caso seja eleito

Enquanto à direita e à esquerda sobrava perplexidade e faltava coragem para enfrentar o incêndio Pablo Marçal quando ele começou a se alastrar na política paulistana, o governador Tarcísio de Freitas fez uma jogada de risco: tomar a frente da resistência e apostar num candidato de carisma duvidoso no momento em que ele ardia nas chamas da queda nas pesquisas e da debandada de aliados.

A aposta, de altíssimo risco no momento em que foi feita, será bem-sucedida? O resultado da eleição mostrará, mas, para além das urnas, a decisão do governador de São Paulo de se afastar da orientação de Jair Bolsonaro e assumir a liderança da condução da coalizão de direita na capital do estado pode ter consequências importantes para o rearranjo político posterior ao pleito municipal.

Até esse episódio, Tarcísio vinha evitando divergir da orientação do ex-presidente e padrinho político. Por lealdade ou cautela, não hesitou sequer em comparecer a atos de confronto com o Judiciário como no último 7 de Setembro, algo que não condiz com o estilo negociador que ele vem procurando cultivar, mesmo com o governo federal.

Mas, quando Bolsonaro tremeu na base diante da febre Marçal e se recolheu àquela covardia característica, orientando seu ex-ministro a também tirar o time de campo, Tarcísio ignorou a orientação e colocou um então abatido Ricardo Nunes debaixo do braço para convencer o eleitorado de que o prefeito era a melhor opção.

Fernando Exman - Na eleição municipal, todos de olho em Tarcísio

Valor Econômico

Reforço do governador na campanha à reeleição de Ricardo Nunes é visto como um ponto de inflexão na sua trajetória política

Aliados interessados em futuras parcerias e adversários acompanham com atenção as movimentações do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, no pleito municipal. Seu reforço na campanha à reeleição do prefeito da capital do Estado, Ricardo Nunes (MDB), é visto como um ponto de inflexão na sua trajetória política.

Há dois aspectos em jogo. O primeiro é uma demonstração de como o amplo arco de alianças que ele, filiado ao Republicanos, ajudou Nunes a construir. Onze partidos asseguram ao prefeito um grande tempo de propaganda em rádio e televisão, um instrumento que, na visão de aliados do emedebista, tem sido eficaz na neutralização de ataques feitos nas redes sociais. Na opinião de uma fonte ligada à campanha, esta disputa pode ser vista como uma espécie de “laboratório” para 2026.

Elio Gaspari - Quem se lembra do Enéas?

O Globo

Os herdeiros do rinoceronte Cacareco ganharam só espaço

Desde 1959, quando o rinoceronte Cacareco teve 100 mil votos para uma cadeira de vereador na eleição municipal de São Paulo, os candidatos pitorescos ganharam um espaço inédito. Só na noite de 6 de outubro se saberá se ganharam peso político. As pesquisas de outros estados mostram o contrário. Na vida real, a baixaria é alimentada por dois candidatos, só em São Paulo. No Rio, Recife, Porto Alegre e Belo Horizonte e nas outras capitais a campanha vai bem, obrigado.

Depois de Cacareco, vieram fenômenos como Enéas Carneiro e o comediante Tiririca. Enéas disputou três vezes a Presidência da República e chegou a conseguir 1,4 milhão de votos. Em 2002, elegeu-se deputado federal por São Paulo, com a maior votação da época, mais de 1,5 milhão de votos. Reelegeu-se em 2006 e morreu no ano seguinte. Tiririca elegeu-se deputado federal por São Paulo em 2010, também como o mais votado (1,3 milhão de votos), e está até hoje na Câmara.

Bernardo Mello Franco - Política da cadeirada

O Globo

Coach e apresentador apostam na negação da política para seduzir eleitores em SP

"Não sou político", diz Pablo Marçal. "Não quero ser político", repetia José Luiz Datena. Com estilos diferentes, o coach e o apresentador apostam na mesma tática. Negam a política para seduzir o eleitor e conseguir votos.

No domingo, a dupla protagonizou o pior momento da eleição de São Paulo. Até agora. Em debate na TV, Marçal chamou Datena de "arregão" e o desafiou a enfrentá-lo. O apresentador atravessou o cenário e atingiu o rival com uma cadeirada.

A agressão fez a TV Cultura interromper a transmissão ao vivo. Com ar assustado, o mediador Leão Serva incorporou o espírito de Flávio Cavalcanti: "Nossos comerciais, por favor". Para esticar o intervalo, a emissora apelou a um concerto de música clássica.

Às vésperas de escolher o próximo prefeito, São Paulo virou palco de outro tipo de show. A eleição foi capturada pela lógica das redes, que premia o escândalo e o entretenimento.

Bruno Boghossian - A eleição depois da cadeirada

Folha de S. Paulo

Vexame da agressão e reação de Marçal vão forçar eleitor a decidir se o tumulto já foi longe demais

Durou pouco a ilusão de que seria possível trazer a eleição de São Paulo de volta ao mundo real. No primeiro debate após a cadeirada de José Luiz Datena em Pablo Marçal, alguns candidatos acreditaram que o trauma abriria caminho para fazer da campanha uma discussão sobre preparo e equilíbrio. O devaneio evaporou ainda no primeiro bloco.

A permanência da disputa no reino da grosseria é um oferecimento do próprio ex-coach. Marçal provou que tem talento para se manter como protagonista e tentou ditar o tom deste momento pós-cadeirada. Dobrou a aposta no conflito e nas ofensas aos adversários. Quase todos os outros candidatos caíram no golpe.

Mariliz Pereira Jorge - Machulências do Marçal

Folha de S. Paulo

Agressivo, misógino, autocentrado... Não há nada de inofensivo no que ele faz

Não me surpreenderia se os eleitores em São Paulo começassem a partir para as vias de fato. É isso o que Pablo Marçal tem oferecido a quem acompanha os debates: incentivo à violência. Apesar do comportamento típico de adolescente com hormônios demais e cérebro de menos, o candidato do PRTB proporciona mais do que um festival de machulência explícita, é uma amostra do que é festejado em comunidades online que radicalizam homens em tenra idade.

Marçal poderia ser lido só como um baderneiro, mas é o típico "Red Pill’, termo usado para descrever coaches e influenciadores do que há de mais vil na masculinidade. Agressivo, misógino e autocentrado, reforça em rede nacional o estereótipo do homem que ainda resiste à mudança dos tempos. Provoca brigas corporais com adversários, aposta no discurso do homem provedor, na mulher submissa e parideira.

Igor Gielow - Debate mostra dilema da política após Marçal e a cadeirada

Folha de S. Paulo

Baixaria do influenciador e rivais é vitoriosa na campanha; calmos, candidatos têm pouco a dizer

Após o paroxismo atingido com a cadeirada de José Luiz Datena (PSDB) em Pablo Marçal (PRTB) no domingo (15), os espectadores do novo encontro entre os candidatos à Prefeitura de São Paulo dificilmente veriam algo pior.

debate RedeTV!/UOL não chegou lá, mas permitiu algumas conclusões sobre o atual estado da política brasileira. A principal, a contaminação da política tradicional pelo fenômeno Marçal, que é uma mutação ainda mais agressiva e desassombrada do populismo trazido ao poder em 2018 por Jair Bolsonaro (PL).

Basta ver as inserções de todos os candidatos no rádio e TV, para não falar na terminologia de delegacia que domina a retórica de todos. Algo especialmente lamentável em uma campanha em que a "quebrada" e a periferia, marcadas por estigmas preconceituosos associados à violência, são o campo quase único de disputa de votos na propaganda.

Enquanto Guilherme Boulos (PSOL) fazia uma dobradinha com Datena para isolar Marçal, dando ao tucano oportunidade para falar sobre o infame espetáculo no debate de domingo na TV Cultura, Nunes e Marçal foram ao ringue da lama proposto pelo nome do PRTB.

Wilson Gomes - Anistia ou impunidade?

Folha de S. Paulo

Intuito dos sediciosos do 8/1 era tomar o poder pela força e dá-lo ao seu líder

A democracia é um regime político baseado em direitos e liberdades no qual estas são tão amplas e vigorosamente defendidas que não se podem permitir concessões que isentem as pessoas das consequências previsíveis de seus atos e da responsabilidade por suas decisões. A democracia é, essencialmente, um sistema de responsabilidades e responsabilizações —o preço da liberdade em um mundo adulto e emancipado.

Se vivêssemos sob um regime absolutista ou uma ditadura, nossa vontade política estaria submetida à do monarca ou ditador e de forma alguma poderíamos ser responsabilizados pelas consequências de decisões que nunca foram, de fato, nossas. A luta por regimes democráticos, por outro lado, parte da convicção de que todo ser humano é capaz de usar plenamente a razão e encontrar formas negociadas de convivência política, baseadas na liberdade e responsabilidade individuais. Livramo-nos do peso da obediência cega e da impossibilidade de divergir, pois nos consideramos capazes de suportar o fardo da responsabilidade por nossas decisões livres.

Zeina Latif - Fraqueza política, despreparo e negacionismo

O Globo

Nossas políticas habitacionais, ineficientes, não são a solução. Mercado financeiro é mais desenvolvido e dá maior acesso ao crédito

Apesar dos bons resultados na economia, o sentimento dos agentes econômicos não é de maior confiança no governo. Pelo contrário. Destaco duas frentes de preocupação que prejudicam o investimento privado.

A mais recente é a inoperância na questão ambiental, apesar de ser um foco de atenção, inclusive de países interessados no investimento e no comércio com o Brasil. E sem bons programas, como contar com a ajuda financeira de países ricos?

Diante do risco crescente de eventos climáticos extremos, a capacidade dos governos de implementar políticas de adaptação e mitigação — com fonte de financiamento adequada — torna-se, cada vez mais, um fator relevante para atrair o investimento privado. Afinal, como investir em áreas mais vulneráveis a eventos extremos?

No Brasil, não se notam avanços concretos nessa agenda e, pior, as ações emergenciais praticamente inexistem.

Vinicius Torres Freire - Europa contra Brasil no ambiente

Folha de S. Paulo

Norma ambiental barra exportações, mas país teria mais razão se fizesse a coisa certa

União Europeia vai proibir exportações brasileiras de produtos que tiveram origem em áreas desmatadas a partir do início de 2020, tanto faz se legal ou ilegalmente. Vai bater no Brasil por meio de lei que entra em vigor no início de 2025, na prática. A lei é ruim, no fundo hipócrita e serviria ainda como porrete europeu para disputas comerciais (afeta especialmente uma dúzia de países).

O Brasil, porém, sabe por que está apanhando. Além do mais, com ou sem lei europeia, conviria cumprir um programa que satisfizesse parte do teor dessas normas a fim de conter o desastre climático e suas consequências socioeconômicas.

O Regulamento para Produtos Livres de Desmatamento da União Europeia (EUDR), que se tornou lei em abril de 2023, obriga negociantes europeus a se certificar de que não compram e revendem mercadoria que teve origem em área desmatada (ou com ela foi misturada). Por ora, afeta bovinos, cacau, café, dendê, soja, borracha, madeira e certos derivados desses produtos.

Fábio Alves - O Copom na encruzilhada

O Estado de S. Paulo

Analistas apostam que primeira alta da Selic vai ser gradual, como até avisou o presidente do BC

Que o Copom precisa elevar os juros na reunião de hoje já é um consenso no mercado. A maioria dos analistas aposta também que a primeira alta provavelmente vai ser gradual, como até avisou o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto. Ou seja, um aperto de 0,25 ponto porcentual, para 10,75%. Mas, se esse é o ritmo que as condições exigem para entregar uma inflação na meta de 3%, isso já é outra história.

Nos cálculos dos economistas mais experientes, levando-se em conta o balanço de riscos atual e os modelos de projeções do BC, o Copom precisaria aumentar a taxa Selic em um total de 1,5 ponto para garantir que a inflação irá convergir para a meta no horizonte relevante de política monetária. Mas, em um cenário com tantas incertezas externas e domésticas, conseguirá o Copom atingir esse objetivo a um ritmo de seis altas de 0,25 ponto da Selic? Ou seria melhor o BC comprar um seguro, acelerando o passo das elevações dos juros para 0,50 ponto em três altas?

Vera Rosa - De que vale tanto debate sobre baboseira?

O Estado de S. Paulo

Se o País normalizar situações assim, quantos Marçais aparecerão na próxima temporada?

No momento em que o Brasil pega fogo, candidatos à Prefeitura de São Paulo têm protagonizado um espetáculo deprimente em debates na TV, com xingamentos, berros e até cadeiras voando no estúdio. Vale a lógica do algoritmo, o meme, o recorte para as redes sociais. E os problemas da maior cidade da América Latina que esperem a providência divina.

O influenciador Pablo Marçal (PRTB) chegou na manhã de ontem para o debate da RedeTV!/UOL com a mão direita enfaixada, mas deixando de fora o reluzente anel dourado com o símbolo M.

Com domínio da comunicação digital, Marçal chamou várias vezes de “orangotango” o apresentador José Luiz Datena (PSDB), que lhe deu uma cadeirada no domingo, após acalorada discussão na TV Cultura.

José Goldemberg - A geopolítica das mudanças climáticas

O Estado de S. Paulo

A ‘globalização’ do programa de Biden significaria, na prática, um novo Plano Marshall para a redução das emissões nos países em desenvolvimento

Em 1992 foi adotada no Rio de Janeiro a Convenção do Clima cujo objetivo é estabilizar a concentração de gases responsáveis pelo aquecimento global na atmosfera num nível que evite mudanças climáticas perigosas. Mais de cem chefes de Estado assinaram a convenção, numa época em que o fim da guerra fria e a globalização da economia mundial prenunciavam um período de paz e cooperação internacional.

Não há, contudo, penalidades previstas para o descumprimento de resoluções da Conferência das Partes (COP), que inclui mais de 190 países e onde as decisões precisam ser tomadas por unanimidade. A convenção é, portanto, como tratado internacional, considerada “fraca” na linguagem diplomática. Ela é no fundo uma convenção que reflete aspirações, mas não tem os instrumentos para atingi-las.

Luiz Carlos Azedo - Pequeno manual de combate a incêndios

Correio Braziliense

Temperatura acima de 30 graus, num momento em que a umidade seja menor do que 30% e vento acima de 30 km/h, são o ambiente ideal para propagação do fogo. Basta a ignição

O fogo é um tema recorrente na literatura universal. No Brasil, devorou O ateneu (1888), de Raul Pompéia, e pôs fim a'O Cortiço (1890), de Aluísio Azevedo, obras seminais da nossa literatura. Nos dois casos, representavam o fim de uma era, com apagamento do passado. Na vida real, foi o que aconteceu literalmente no Museu Nacional, no Rio de Janeiro, em 2 de setembro de 2018, e na Cinemateca Nacional, em São Paulo, no dia 29 de julho de 2021. E pode estar acontecendo agora com nossos principais biomas.

Fundado em 1818, por dom João VI, o Museu Nacional possuía o mais importante acervo de história natural da América Latina, com 20 milhões de itens, entre os quais, coleções de fósseis de dinossauros do mundo, múmias andinas e egípcias, e 537 mil livros da Coleção Francisco Keller. No galpão da Cinemateca Nacional, arderam quatro toneladas de documentos sobre cinema no Brasil, além de películas e arquivos.

Aylê-Salassie Filgueiras Quintão* - Chuvas ácidas abrirão a primavera nos estados

Uma nuvem de fuligem, visível, espalha-se pelos ares. Já se espera que a primavera será inaugurada, a semana que vem, por um sol laranja e "chuvas ácidas", tóxicas, provocadas não só   pelos    combustíveis fósseis, que dão vida ao modelo industrial e à enorme frota de automóveis, mas pelas queimadas**. O evento está previsto para ocorrer em S. Paulo, Paraná, S. Catarina, M. Grosso do Sul, R. Janeiro e R.G do Sul.

Aparentemente, ninguém detectou ainda, com precisão, a dimensão dos efeitos desse envenamento vagaroso da população pelos incêndios florestais.  As atuais "queimadas controladas" - concepção acadêmica - continuam a destruir tudo desde 14 de agosto de 1963, quando se tomou conhecimento amplo do fenômeno que, nos trópicos, se repete nos meses de julho, agosto e setembro.

Naquele agosto de 1963, um incêndio incontrolável emergiu subitamente   destruindo cerca 20 mil hectares de florestas plantadas, e 500 mil de florestas nativas e matas secundárias., devastando os municípios de Guaravera, Paiquerê e Tamarana, no Paraná, desabrigando centenas de famílias e provocando a morte de   110 pessoas.

 Depois estendeu-se para Ortigueira, Tibagi, Arapoti, Jaguariaíva até Sengés. Cerca de 15 milhões de araucárias de reservas florestais plantadas pelas indústrias Klabin, produtoras de papel e celulose para exportação, foram totalmente destruídas, embora a empresa tivesse um sofisticado projeto de proteção de suas áreas de florestas.