Agenda da China não deve ditar o rumo do Brics
O Globo
Na presidência do bloco, Brasil precisa
evitar que seja transformado numa coalizão antiocidental
A agenda oficial da reunião do Brics — bloco formado por dez países a partir da aliança original entre Brasil, Rússia, Índia e China — nesta semana em Kazan, na Rússia, envolve temas caros à diplomacia brasileira: reforma da governança global, multilateralismo, combate à fome e à desigualdade, desenvolvimento sustentável. Nos bastidores, porém, é nítida a tentativa de consolidar o Brics como veículo para aglutinar um polo antagônico ao Ocidente, sob liderança da China, com apoio da Rússia. O Brasil, que ocupará a presidência do bloco em 2025, faria bem em tentar bloquear o avanço dessa agenda extraoficial.