Correio Braziliense
Apesar de tudo, a COP30 deixa legados. O
evento recolocou a Amazônia no centro da discussão climática, demonstrando que
na floresta também se decide o futuro do planeta
A COP30, em Belém, encerra-se sob um clima
melancólico, simbolizado pelo incêndio no Pavilhão dos Países da Zona Azul,
porém, deixa avanços que merecem ser registrados, mesmo em meio às dificuldades
políticas, diplomáticas e climáticas. O incidente ocorrido na véspera do
encerramento — rapidamente controlado e sem vítimas — tornou-se uma metáfora
perfeita da conferência: um evento intenso e plural, com grande participação de
ambientalistas, cientistas, povos originários e indígenas, no entanto,
vulnerável às tensões e contradições que atravessam a agenda climática global.
A evacuação da Blue Zone, principal área de negociações, suspendeu trabalhos justamente quando se esperava uma definição sobre o chamado "Mapa do Caminho", documento crucial para orientar a eliminação gradual dos combustíveis fósseis nas próximas décadas. Ainda que a ausência deliberada de uma delegação oficial do governo Trump e as resistências de China, Índia e Arábia Saudita tenham travado o processo, uma coalizão de 82 países, unindo Norte e Sul globais, manifestou-se a favor de uma referência concreta à transição energética — movimento que reposiciona o debate e pressiona os grandes emissores.








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