sexta-feira, 10 de junho de 2016

Opinião do dia – Roberto Freire

A nossa tarefa é garantir o impeachment de Dilma o mais rápido possível. O PPS tem o dever de manter a postura de colaboração com o novo governo,

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Roberto Freire é deputado federal por São Paulo e presidente nacional do PPS na reunião da Executiva nacional do partido, 10/6/2016.

TCU vê falhas em contas de Dilma

O TCU listou 17 irregularidades nas contas de 2015 de Dilma Rousseff, entre elas operações de crédito como as que levaram à reprovação das contas de 2014, base para o impeachment, informa Vinicius Sassine.

TCU vê 17 pontos irregulares nas contas de Dilma em 2015

• Relatório da área técnica será apreciado em plenário na quarta

Vinicius Sassine - O Globo

-BRASÍLIA e CAMPINAS.- O Tribunal de Contas da União (TCU) listou 17 indícios de irregularidades nas contas de 2015 da presidente Dilma Rousseff, inclusive com um novo registro de operação de crédito vedada pela Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF). Os 17 pontos integram o relatório da área técnica encaminhado ao gabinete do ministro José Múcio Monteiro, relator neste ano das contas presidenciais. Caberá a Múcio decidir se submeterá todas as irregularidades ao plenário, em sessão na próxima quarta-feira. O ministro vai propor 30 dias para Dilma se explicar. Para a área técnica do TCU, o conjunto de problemas aponta na direção de um parecer pela rejeição das contas de 2015, o que repetiria o ocorrido com as contas de 2014.

Moro vai decidir se Jaques Wagner responderá a inquérito

• Janot pediu transferência para 1ª instância; petista perdeu foro ao deixar de ser ministro

Carolina Brígido - O Globo

-BRASÍLIA- O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou para o juiz Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava-Jato na primeira instância, o pedido de abertura de inquérito contra o ex-ministro Jaques Wagner. Celso de Mello explicou que, como perdeu o cargo de ministro, Wagner deixou de ter direito ao foro privilegiado. Com isso, a investigação deixa de estar a cargo do Supremo.

O pedido de abertura de inquérito foi enviado de forma oculta pela Procuradoria-Geral da República ao STF. Com a resolução assinada há duas semanas pelo presidente do tribunal, ministro Ricardo Lewandowski, proibindo esse tipo de sigilo, Celso de Mello tornou o caso público.

Jandira recebeu doação também de subsidiárias

• Delator diz ter recebido pedido para intermediar contribuições

- O Globo

A deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) recebeu R$ 410 mil em doações de duas subsidiárias da construtora Queiroz Galvão, investigada na Lava-Jato, para a campanha eleitoral em 2014. Anteontem, Jandira afirmara ter recebido apenas uma doação da empresa nesta campanha. As informações constam na declaração de Jandira registrada no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e foram divulgadas ontem pelo “Jornal Nacional”, da TV Globo.

Jandira foi citada no depoimento do ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado, que fechou acordo de delação premiada da Lava-Jato. Machado disse que a deputada pediu a ele que intermediasse doações da empreiteira para sua campanha, conforme informou o colunista Lauro Jardim.

Renan insinua que pedido de sua prisão atinge Legislativo todo

Renan critica Janot e nega 'acordão' para barrar prisões

• Presidente do Senado insinuou que pedido de prisão feito pela Procuradoria vai contra o Legislativo e que hipótese de acordo é 'absurdo'

Julia Lindner e Isabela Bonfim - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), voltou a criticar a decisão da Procuradoria-geral da República (PGR) de pedir a sua prisão e a do senador Romero Jucá (PMDB-RR). Nesta quinta-feira, 9, Renan insinuou que o pedido da PGR vai contra o Legislativo. "Toda vez que acontece uma barbaridade contra a pessoa, a democracia corrige. Pode até demorar, mas corrige. O grande problema é quando essa barbaridade é contra as instituições. Aí ninguém corrige, perdem-se os avanços conquistados."

Renan também voltou a negar as notícias de que haveria um acordo no Senado para salvá-lo. "Não há delito de opinião no Brasil. Não temos sequer informação do conteúdo das delações. Como pensar em preparar acordo? Isso é uma coisa absurda". Em seus discursos à imprensa e ao plenário ao longo do dia, o presidente criticou mais de uma vez a decisão de PGR, também repetiu que é preciso manter a calma para preservar as conquistas do País, afirmou que está "sereno" e que é mais apropriado esperar a posição do STF para se manifestar.

As razões de Celso de Mello para entregar a Moro investigação sobre Jaques Wagner

• Decano do Supremo Tribunal Federal declinou da competência da Corte máxima para processar e julgar ex-ministro do governo Dilma que perdeu privilégio do foro especial

Julia Affonso, Mateus Coutinho e Fausto Macedo – O Estado de S. Paulo

O ministro Celso de Mello, do Supremo Tribunal Federal (STF), mandou repassar ao juiz Sérgio Moro a investigação relativa ao ex-ministro da Casa Civil do governo Dilma, Jaques Wagner.

O decano da Corte tomou a decisão porque com a decisão do Senado em afastar por 180 dias Dilma da Presidência seus ministros caíram também e, por consequência, perderam o doro privilegiado perante o Supremo.

Jaques Wagner foi citado na deleção premiada do ex-diretor da Petrobrás Nestor Cerveró (Internacional). Segundo Cerveró, o ex-ministro recebeu valores do esquema de corrupção instalado na Petrobrás para sua campanha ao governo da Bahia, em 2006.

Partidos rivais se unem para afastar Eduardo Cunha definitivamente

Contra Centrão, antiga oposição negocia com PT

• Grupo comandado pelo PSDB busca apoio do adversário para afastar Cunha definitivamente

Igor Gadelha - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Partidos da antiga oposição à presidente afastada Dilma Rousseff, PSDB, DEM e PPS começaram a negociar uma união com os antigos adversários PT, PC do B e Rede por um objetivo comum: afastar, por definitivo, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) da presidência da Câmara e realizar novas eleições na Casa. A articulação prevê ainda a discussão de um nome para disputar a sucessão do peemedebista contra o candidato apoiado por Cunha e que sairá do Centrão, grupo de 13 partidos comandado por PP, PR, PSD e PTB.

O diálogo entre os dois grupos foi aberto anteontem. Como revelou a Coluna do Estadão, foram discutidas alternativas para provocar a realização de novas eleições internas. No encontro, a antiga oposição cobrou apoio dos petistas ao projeto que declara vago o cargo de presidente da Câmara.

De autoria do deputado Roberto Freire (PPS-SP), se aprovado, forçaria a realização de nova eleição, acabando com a presidência interina do deputado Waldir Maranhão (PP-MA). O maranhense assumiu o comando da Casa no início de maio, após o Supremo Tribunal Federal afastar Cunha.

Temer receberá sindicalistas para almoço nesta sexta-feira no Jaburu

• Tema da reunião, que contará com as principais centrais sindicais do País, será a reforma da Previdência

Carla Araújo- O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Após oferecer na última quarta-feira, 8, um almoço no Jaburu para um grupo de empresários, nesta sexta-feira, 10, o presidente em exercício Michel Temer receberá, no Palácio do Jaburu, representantes dos principais sindicatos do País. O encontro com sindicalistas, que anteriormente seria no Palácio do Planalto, terá como tema central a reforma da Previdência.

No mês passado, Temer criou um grupo de trabalho com representantes de centrais sindicais e do governo federal para discutir e elaborar uma proposta de alteração na Previdência Social.

Devem participar do encontro desta sexta-feira, 10, representantes da Força Sindical, Centrais Sindicais Brasileiras (CSB), União Geral dos Trabalhadores (UGT) e Nova Central Sindical de Trabalhadores (NCST). A Central Única dos Trabalhadores (CUT) e a Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil (CTB) não têm participado dos encontros por serem contrárias ao governo Temer.

Há um 'ataque incisivo' à Lava Jato, diz procurador

Estelita Hass Carazzai – Folha de S. Paulo

CURITIBA - Os áudios revelados pelo delator Sérgio Machado, que gravou integrantes do governo de Michel Temere outros peemedebistas, mostram um "ataque incisivo" à Lava Jato e ao combate à corrupção por "alguns políticos específicos", diz o procurador da República Deltan Dallagnol, coordenador da força-tarefa da operação.

"São pessoas tramando em segredo contra a Lava Jato. Querem cortar as asas da Justiça e do Ministério Público", disse, em entrevista à Folha nesta quinta-feira (9).

Segundo ele, há "clareza solar" de que o objetivo dos grampeados era "abafar a operação". "Buscam construir uma cápsula, um escudo para que continuem inatingíveis."

Nos áudios, o ex-ministro do Planejamento Romero Jucá (PMDB-RR) fala em"estancar a sangria" com um novo governo, e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), sugere mudar a lei de delação premiada –um dos principais instrumentos da investigação– para proibir a colaboração de réus presos.

Dilma: 'Fui vítima da escandalização da Lava-Jato como arma política'

- Valor Econômico

SÃO PAULO - Em entrevista que foi ao ar na noite desta quinta-feira na “TV Brasil”, a presidente afastada Dilma Rousseff afirmou que a “escandalização” das investigações da Lava-Jato como arma política foi fator fundamental para que o processo de impeachment ganhasse impulso.

“Setores importantes da mídia fizeram uso seletivo de vazamentos da Lava-Jato e isso é difícil de combater”, disse a presidente afastada ao jornalista Luis Nassif, que conduziu a entrevista tratando o afastamento de Dilma como “golpe” e criticando abertamente o governo interino de Michel Temer.

Ela ainda deu a entender que os chamados vazamentos partiram da própria Operação Lava-Jato: “vazamento só pode ocorrer de onde se faz a investigação”, afirmou ela.

Nassif perguntou a Dilma se seria possível buscar uma solução política para não deixar o processo ganhar força, mas a presidente afastada afirmou que “não dá para compor com certos tipos de postura”, sem dar detalhes do que seriam.

Temer vai ao Congresso entregar PEC que limita gastos públicos

Por Andrea Jubé – Valor Econômico

BRASÍLIA - Na semana em que completa 30 dias no cargo, o presidente interino Michel Temer volta ao Congresso Nacional para entregar, pessoalmente, a proposta de emenda constitucional que fixa um limite para os gastos públicos, um dos trunfos da equipe econômica de seu governo. Em contrapartida, o governo provisório completa três semanas sem sinais de nomeação de um titular para o Ministério do Planejamento, que atua em parceria com o Ministério da Fazenda. O nome de Murilo Portugal, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), encabeça a lista de cotados no Planalto.

Temer tem reiterado aos seus auxiliares que o tempo é curto para mostrar resultados e a capacidade do governo de recolocar o país nos trilhos do crescimento. Ele gostaria que essa PEC já tivesse sido enviada ao Congresso há pelo menos uma semana, mas a equipe do ministro Henrique Meirelles ainda finaliza a proposta, que restringirá as despesas públicas à correção da inflação do ano anterior.

Temer diz a aliados que governo não é uma ‘ação entre amigos’

• Presidente interino nega interferência para favorecer Cunha

Isabel Braga, Maria Lima e Simone Iglesias - O Globo

-BRASÍLIA- Um dia depois de integrantes da base aliada de Michel Temer e da oposição criticarem a interferência do governo para salvar o mandato de Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o próprio presidente interino entrou em campo ontem para tentar descolar sua imagem da suposta movimentação. Pela manhã, Temer recebeu líderes dos partidos aliados e afirmou que seu governo não é uma “ação entre amigos”. Com isso, negou qualquer interferência no processo de cassação de Cunha no Conselho de Ética da Câmara.

Segundo seus assessores, Temer ficou incomodado com a desconfiança de partidos aliados. A pedido dos partidos, Temer recebeu os líderes de PSDB, DEM, PSB e PPS, e fez questão de tratar do assunto na conversa. O líder do DEM da Câmara, Pauderney Avelino, contou o que ouviu de Temer:

— O presidente disse que não há qualquer interferência do governo na questão de Cunha com o Legislativo. E mais, ele tem dito, e me autorizou a dizer, o seguinte: o governo dele não é ação entre amigos. Ele é presidente da República e está imbuído do propósito de reconstruir o país e trazer a normalidade política para o país. Foi esse o tom da conversa.

Reuniões dos ministros mais próximos a Temer — Eliseu Padilha (Casa Civil) e Geddel Vieira Lima (Secretaria de Governo) — com o ministro Marcos Pereira (Indústria e Comércio), que é presidente licenciado do PRB, às vésperas da votação no conselho, levantaram as suspeitas de ação do Planalto a favor de Cunha. Com o placar muito apertado no Conselho de Ética, o voto da deputada Tia Eron (PRB-BA) é considerado decisivo na votação do parecer que pede a cassação de Cunha. Os ministros alegam que a conversa com Pereira foi para discutir o preenchimento de cargos.

Fundos de estatais resistem a mudanças em sua gestão

Por Francisco Góes e Thiago Resende – Valor Econômico

RIO e BRASÍLIA - Os representantes eleitos dos trabalhadores nos fundos de pensão das estatais vão aumentar a pressão para tentar barrar projeto de interesse do governo que cria novas regras de gestão para entidades de previdência complementar. As mudanças, já aprovadas no Senado e que tramitam na Câmara dos Deputados em regime de urgência, afetam fundos de aposentadoria de funcionários de estatais como Previ (Banco do Brasil), Petros (Petrobras), Funcef (Caixa Econômica) e Postalis (Correios).

O projeto busca dificultar a influência de partidos políticos na indicação de dirigentes e conselheiros e estabelecer mecanismos para profissionalização das entidades. Mas entre os fundos as propostas são vistas com desconfiança. Uma das principais críticas dos representantes dos trabalhadores está na escolha de conselheiros deliberativos e fiscais "independentes". "Independentes de quem e em relação a quem?", questiona Marcel Juviniano Barros, representante eleito do Banco do Brasil na Previ.

A proposta altera também a composição dos conselhos, que passariam a ter dois indicados pelo patrocinador, dois eleitos pelos trabalhadores e dois independentes. Estes seriam contratados no mercado, em processo seletivo conduzido por empresa especializada em recrutamento. Hoje, a relação nos conselhos é de três indicados e três eleitos. As diretorias dos fundos também passariam a ser formadas por diretores contratados no mercado.

Barros argumenta que o projeto retira dos participantes a garantia de paridade com o patrocinador. "Agora é guerra. Estamos buscando diversos deputados e tentando convencê-los a não votar o projeto", afirma.

Relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) dos Fundos de Pensão, o deputado Sérgio Souza (PMDB-PR) quer diminuir o poder de conselheiros independentes "distantes" dos funcionários e aposentados. Para tentar um acordo, ele elaborou um substitutivo que estabeleceria a seguinte formação: três conselheiros dos trabalhadores, três da empresa e apenas um independente.

Centrais listam receitas alternativas para sanear as contas da Previdência

Por Thiago Resende, Edna Simão e Vandson Lima - Valor Econômico

BRASÍLIA - As centrais sindicais se posicionaram contra qualquer mudança nas regras de aposentadoria. Em documento enviado ao Palácio do Planalto, as quatro entidades que discutem a reforma da Previdência com o governo declararam "inoportuna" qualquer proposta que signifique supressão ou restrição de direitos adquiridos pelos trabalhadores.

No texto, Força Sindical, a CSB, a Nova Central e a UGT apresentaram, então, alternativas para aumentar a receita e, assim, tentar sanar o déficit previdenciário sem o desgaste de endurecer normas. O discurso é que os trabalhadores "já fizeram a sua parte". Agora, é a vez dos empresários e do governo contribuírem para o equilíbrio das contas da Previdência Social.

PPS reafirma luta para garantir aprovação final do impeachment de Dilma

O presidente nacional do PPS, deputado federal Roberto Freire (SP), afirmou, nesta quinta-feira (9), em reunião da Executiva Nacional, que o partido vai continuar atuando pela aprovação final do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. Ele disse que a legenda tem responsabilidade em contribuir com o governo interino de Michel Temer e dar as condições necessárias para o País superar a grave crise e voltar a crescer.

“A nossa tarefa é garantir o impeachment de Dilma o mais rápido possível. O PPS tem o dever de manter a postura de colaboração com o novo governo”, afirmou.

Eleições 2016: PPS discute alianças com Marina Silva

Conversa se deu tem torno de princípios programáticos
O presidente do PPS, deputado Roberto Freire (SP), e o coordenador nacional eleitoral do partido, Wober Júnior, se reuniram nesta quinta-feira, em Brasília, com a porta-voz nacional da Rede Sustentabilidade, ex-senadora Marina Silva, para discutir a possibilidade de alianças entre os dois partidos visando as eleições municipais de outubro.

Segundo Marina, a conversa com os dirigentes do PPS se deu em torno de “princípios programáticos buscando o campo construído a partir das eleições presidenciais de 2014”, quando o PPS apoiou a sua candidatura ao Palácio do Planalto.

O ato final? - Merval Pereira

- O Globo

A decisão do juiz Sérgio Moro de transformar em ré a jornalista Claudia Cruz, mulher de Eduardo Cunha, aceitando a denúncia da força-tarefa da Lava-Jato que a acusa de lavagem de dinheiro e evasão de divisas, vem acompanhada de teoria jurídica relativamente nova em nosso sistema, a da “cegueira deliberada”, e pode ter consequências graves, como já aconteceu com outros réus da Lava-Jato que tiveram parentes alcançados pela Justiça.

Nesse caso, também a filha de Cunha Danielle Dytz, embora não denunciada, segundo a Lava-Jato continua sendo investigada. Assim como no mensalão usou-se a “teoria do domínio do fato” para dar base à condenação de José Dirceu, agora Moro aplica teoria em uso nos Estados Unidos, mas muito nova aqui no Brasil, que provoca polêmica.

Mistério em Brasília - Eliane Cantanhêde

- O Estado de S. Paulo

Petistas, tucanos, comunistas e liberais, além de peemedebistas, não conseguem entender o real objetivo do procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao pedir a prisão do presidente do Senado, de um ex-presidente da República e de um senador no exercício do mandato. Prendê-los, de fato, não deve ter sido.

Assim, a única certeza no Senado é de que o vazamento só ajudou a contaminar ainda mais o ambiente político. Fora isso, há uma avaliação corrente, inclusive entre ministros de tribunais superiores, de que dificilmente o Supremo acatará o pedido de Janot e de que o plenário dos senadores não deverá aprovar as prisões, pelo menos com base no que é público até agora.

A Câmara que se lixa – Bernardo Mello Franco

- Folha de S. Paulo

Em 2009, o deputado Sérgio Moraes, do PTB gaúcho, atraiu holofotes ao defender um colega acusado de desviar verba de gabinete. Questionado sobre as críticas, ele deu de ombros: "Estou me lixando para a opinião pública".

Sete anos depois, Moraes continua na Câmara. Também continua se lixando para o que os outros pensam dele. O petebista é um dos integrantes do Conselho de Ética que devem votar a favor da absolvição de Eduardo Cunha na próxima terça-feira.

Em breve, a execução da carta de fiança - César Felício

• Meirelles conduz um governo que busca blindagem

- Valor Econômico

O governo Michel Temer, a rigor, não existe por ora, no conceito mais amplo do que pode se entender por governo. Tão logo deixe de ser interino, como tudo indica que ocorrerá dentro de dois meses, tende a permanecer sem liderança política, sem apontar um norte para a crise institucional, sem demonstrar uma vontade e nem desenvolver uma estratégia.

Trata-se de um problema de liderança. Em quase um mês de gestão, Temer estreitou sua base potencial de apoio na sociedade, para fortalecer-se no parlamento. Fora do Congresso transita entre Paulo Skaf, algumas centrais sindicais e Alexandre Frota. Seu ministério é um compêndio de provincianismo e mentalidade regressiva, sobretudo entre os ministros da área social.

No Congresso, resolvida a pendência sobre o impeachment no Senado, arrisca-se a permanecer emparedado pela Lava-Jato, de um lado, e pelo espírito de Eduardo Cunha que anda sobre as águas da Câmara, pelo outro.

A imagem borrada de uma era - Nelson Motta


  • Em vez de espectadores, gerou empregos a companheiros, programas que ninguém viu e prejuízos irrecuperáveis

- O Globo

Você já viu a TV Brasil? Em cinco anos, ninguém viu. Porque não dá para ver. Em vez de uma imagem digital nítida e brilhante como se vê em outros canais, é uma tela de manchas e borrões em cores esmaecidas que remetem à TV dos anos 80. Essa é a principal, mas não única, razão para o fracasso retumbante da TV Brasil, que Lula bravateava que seria uma BBC, mas jamais conseguiu sair do “traço” de audiência, do zero, jogando no lixo bilhões de reais de dinheiro público. Em vez de espectadores, gerou empregos a companheiros, programas que ninguém viu e prejuízos irrecuperáveis.

Temer, vitórias no pântano – Vinicius Torres Freire

- Folha de S. Paulo

Michel Temer está à beira de completar série importante de vitórias no Congresso. Apesar do salseiro policial vexaminoso, os parlamentares têm aprovado uma penca de mudanças relevantes, goste-se ou não delas. Na semana que vem, começam a analisar o que pretende ser a maior reforma dos gastos federais em 28 anos, o teto de despesas.

O impulso não vem apenas de Temer. Pouco antes e durante a campanha de deposição de Dilma Rousseff, as poucas lideranças mais substantivas restantes no Congresso haviam decidido tocar um plano de mudanças na economia.

Era um início de reação organizada ao programa e a desastres dilmianos. Elaboraram-se leis, tiraram-se outras da gaveta de poeira. A coalizão de Temer vem aprovando esses projetos com maiorias suficientes para votar reformas constitucionais.

Sob nova direção - Míriam Leitão

- O Globo

Maria Silvia fala com o entusiasmo de sempre sobre a equipe e planos para o BNDES. Perguntei como via o fato de estar num governo provisório. “Sinceramente, eu não vejo. Eu não tenho tempo. Eu estava no banco como diretora no impeachment de Fernando Collor. Trabalhei até o último dia. Agora vou fazer o melhor que posso durante o tempo em que estiver no cargo”.

Entre as várias áreas que a nova presidente considera que o BNDES pode atuar está a de privatização e de concessões. Ela disse, no dia da posse, que já estava em contato com o governador do Rio:

— Agora há governadores me procurando, querendo fazer concessões na área de saneamento, além do Rio. Isso pode ser uma ferramenta importante na renegociação da dívida dos estados.

Mais prazo para a queda da inflação - Claudia Safatle

• Está na hora de retomar o processo de desinflação

- Valor Econômico

Para Arminio Fraga, ex-presidente do Banco Central, "não é razoável" manter a meta de inflação em 4,5% para 2017. Seria compreensível e defensável se o Banco Central alongasse o prazo de convergência do IPCA para a meta. "Escolhe um prazo e anuncia", advogou ele a esta coluna.

Em contrapartida o presidente interino, Michel Temer, poderia retomar o processo de desinflação, que está paralisado na meta de 4,5% ao ano há mais de uma década, desde 2005.

Nessa direção, há diversas possibilidades. Uma, por exemplo, seria adiar a convergência para 2018 e reduzir a meta para 4% no ano seguinte.

Caixa dois da campanha de 2014 ameaça Dilma – Editorial / O Globo

• Delação premiada de representante de estaleiro fornecedor da Petrobras reforça as acusações de que campanha da reeleição foi financiada por dinheiro sujo

Empenhada em continuar a cruzada da denúncia de um “golpe” contra seu mandato, a presidente afastada Dilma Rousseff passa a ser atacada em outro flanco, o das traficâncias financeiras em torno da campanha de 2014 à reeleição, com a decisão do engenheiro Zwi Skornicki de fazer delação premiada à Operação Lava-Jato.

Neste campo da irrigação da campanha por dinheiro ilegal, drenado pelo esquema de corrupção lulopetista que tomou conta da Petrobras, já existe processo em tramitação no Tribunal Superior Eleitoral, aberto a pedido do PSDB. Ele trata da chapa PT-PMDB, e portanto atinge o vice Michel Temer, presidente interino, que tenta separar-se de Dilma neste processo. A ver.

Evidências e provas de que a presidente Dilma se reelegeu com a ajuda de dinheiro tóxico há várias, colhidas na Lava-Jato.

As pedaladas em detalhes – Editorial / O Estado de S. Paulo

A comissão especial do impeachment do Senado iniciou esta semana a etapa de oitiva de testemunhas. E bastou a primeira sessão dessa nova fase – quando testemunhas da acusação responderam a questões dos senadores sobre os crimes de responsabilidade imputados à presidente Dilma Rousseff – para jogar por terra qualquer tentativa de insinuar a existência de um golpe no País. Conforme amplamente explicado pelas testemunhas, a presidente Dilma Rousseff infringiu conscientemente a Lei de Responsabilidade Fiscal, o que configura crime – motivo mais que suficiente para justificar seu impeachment.

Júlio Marcelo de Oliveira, procurador do Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (TCU), e Antonio Carlos D’Ávila Carvalho, auditor do TCU, afirmaram que a presidente Dilma Rousseff sabia que, com as pedaladas fiscais e a edição de decretos de créditos suplementares assinados sem autorização do Congresso Nacional, ela violava a Lei de Responsabilidade Fiscal e a lei orçamentária.

Otimismo incipiente – Editorial / Folha de S. Paulo

Apesar das incertezas políticas, reforçadas nesta semana com o pedido de prisão de figurões do PMDB, crescem os sinais de mudança para melhor no ambiente econômico: indicadores de confiança e projeções para o PIB começam a subir, enquanto ativos brasileiros voltam a se valorizar.

Verdade que houve ajuda de fatores externos. O principal deles surgiu na semana passada, com o novo adiamento da perspectiva de aumentos de juros nos Estados Unidos. Com isso, recursos que entrariam naquele país são direcionados para nações emergentes.

Além disso, a forte alta nas cotações de matérias-primas, como petróleo e alimentos em geral, contribui para reduzir o pessimismo com países exportadores de commodities, como o Brasil.

A esses vetores acrescenta-se a expectativa positiva suscitada pela consolidação de uma equipe econômica ortodoxa, ciente de que o ajuste das contas públicas precisa figurar entre as prioridades do governo de Michel Temer (PMDB).

Conter gastos sociais exige cautela e discernimento – Editorial / Valor Econômico

Finda a era do crescimento da arrecadação fiscal a dois dígitos, o governo terá de fazer a dieta do emagrecimento das despesas, sem que a carga de tributos aumente permanentemente. A soma dos gastos obrigatórios, incluindo renúncias fiscais, mais despesas com pessoal ultrapassam os recursos existentes, hoje correspondentes a 19,1% do PIB. O governo interino de Michel Temer resolveu, como primeiro passo, impedir que os gastos cresçam mais do que a inflação do ano anterior, ou seja, impedir que as despesas tenham crescimento real. É uma medida de emergência defensável no médio prazo, diante da trajetória insustentável da dívida pública. Não se sabe como serão as regras do jogo, que terá perdedores e ganhadores. Análise superficial da evolução das despesas ao longo do tempo pode dar pistas do que fazer e o que evitar.

Pablo Larraín diz que seu filme joga luz sobre a produção de Pablo Neruda

• Longa combina política e ideologia com poesia

Manohla Dargis - The New York Times

CANNES - O diretor chileno Pablo Larraín qualificou seu mais recente filme,Neruda, como “antibiografia”. Em parte verdade fato, em parte fantasia, o filme tem início em 1948, pouco antes de o poeta (magnificamente interpretado por Luis Gnecco) ser forçado a se esconder. Senador e comunista, Neruda foi considerado inimigo do Estado quando condenou violentamente e em público o presidente chileno Gabriel González Videla. Expulso do Senado e da sua casa, Neruda teve de fugir com sua mulher, Delia (Mercedes Moran) e o casal passa a viver na clandestinidade, mas continuamente perseguido por um petulante policial (interpretado por Gael García Bernal).

Em Neruda, Larraín se afasta dos clichês sobre a vida até a morte do poeta em favor de um filme formalmente empolgante, inserindo Neruda num momento histórico específico e mostrando-o como o poeta do povo – dos intelectuais, trabalhadores e prostitutas.

O filme foi exibido na Quinzena dos Realizadores, mostra que acontece paralelamente ao Festival de Cannes. O último filme de Larraín, de 39 anos, exibido na Quinzena em 2012, foi No, episódio final da sua trilogia sobre a vida à época da feroz ditadura Pinochet.

Conversei com Larraín sobre biografia, cinema e por que Neruda – que é um filme muito melhor do que alguns da competição oficial do festival, não estava na seleção principal de filmes. Abaixo, trechos da nossa conversa.

Areias movediças – Graziela Melo

Quando
as areias
se movem,
se misturam,
pelos ventos
revolvidas.

Olho o tempo
transtornada
e entristecida

busco histórias
de sereias
personagens
de outras vidas,

fantasmas
de amigos
despedidos
que, por acaso,
perambulem
pelo espaço,

perdidos
pelos becos
do universo...

Vou sonhando
e a cada passo
busco espaço
neste mundo
dividido

e palavras
para
as frases
deste verso!!!