terça-feira, 13 de setembro de 2022

Merval Pereira - Agora é na política

O Globo

Nova pesquisa traz más notícias para Bolsonaro. Campanha de Lula tenta culpar eleitores de Ciro e Simone por uma improvável vitória de Bolsonaro

Mais uma frustração para o presidente Bolsonaro. A nova pesquisa do Ipec não traz grandes mudanças e, quando elas acontecem, são a favor de Lula, que voltou a ter a possibilidade de vencer no primeiro turno pelos votos válidos: 51% a 35%. Bolsonaro ficou parado, e Ciro perdeu um ponto percentual para Lula. Nos segmentos em que Lula mais cresceu, como entre as mulheres, Bolsonaro também cresceu.

Todos os crescimentos, no entanto, ficaram na margem de erro, maior que dois pontos percentuais para mais ou para menos nas análises por segmento. Mudanças lentas, mas desta vez a favor de Lula. O que mais deve preocupar o pessoal da campanha bolsonarista é a desaprovação do governo, que continua alta, 15 pontos percentuais a mais em relação à aprovação segundo a nova pesquisa: 30% de ótimo/bom ante 45% de ruim/péssimo. Nunca houve um presidente reeleito com saldo negativo na avaliação, segundo levantamento do cientista político Alberto Carlos de Almeida.

Fernando Henrique foi reeleito em primeiro turno com 43% de ótimo e bom e 17% de ruim/péssimo em setembro. O saldo positivo entre as duas avaliações era de 26 pontos. Lula foi reeleito em segundo turno com 20 pontos de vantagem sobre Alckmin, com 46% de ótimo/bom e 18% de ruim/péssimo em setembro. Um saldo positivo de 28 pontos. Muitos se perguntam o motivo que levou a eleição para o segundo turno. De acordo com Alberto Carlos, com esse saldo Lula poderia ter vencido no primeiro turno. A explicação mais plausível (e menos charmosa) é que sua intenção de voto sofreu um efeito de mídia negativo: o escândalo dos aloprados. Para ele, foi por causa desse escândalo que Alckmin teve mais votos no primeiro que no segundo turno, puro efeito de mídia passageiro.

Míriam Leitão - O reencontro de Lula e Marina

O Globo

Por 14 anos, Lula e Marina só se falaram na dor. Ontem, fizeram o reencontro político pela Amazônia e pela democracia

Marina não anda só. Ela chegou ao encontro do ex-presidente Lula ontem com dois grandes intelectuais brasileiros, Eduardo Viola e Eduardo Giannetti da Fonseca. Marina não anda só. Ela chegou com uma rede de organizações e pessoas que defendem a Amazônia, o meio ambiente, os povos indígenas, o combate às mudanças climáticas. Marina não anda só desde que saiu do Seringal Bagaço porque, como disse Lula, ela “não mudou suas convicções e seus princípios”. Marina foi ao reencontro com Lula com um documento que elabora há meses e que é, como ela disse, “uma contribuição”.

A ex-ministra definiu a oposição ao governo Bolsonaro como um movimento de autodefesa da democracia. A cena do ex-presidente Lula e da ex-ministra Marina impressiona porque o país sabe o que foi preciso superar de desencontro nos últimos anos para voltarem a estar do mesmo lado. Juntos, os dois fizeram a melhor política ambiental que o país já viu. Iniciaram o processo virtuoso que derrubou o desmatamento da Amazônia em mais de 80% em dez anos.

Carlos Andreazza - Choque de plenário

O Globo

"O golpe é o orçamento secreto. Esse é o assunto de que o Supremo deveria estar se ocupando. Menos palavras bonitas em defesa da democracia. Mais atividade colegiada, sobre matéria constitucional"

Chegou ao fim a gestão corporativista de Luiz Fux à frente do Supremo. Maior expressão desse biênio sendo a recente deliberação para aumento de 18% no salário dos magistrados — contratado também o efeito cascata desse reajuste.

A palavra é esta mesmo: corporativista. Lembre-se — a peste nos matando aos milhares diariamente — da tentativa de furar a fila de vacinação e garantir uma cota preferencial de doses aos servidores de tribunais superiores; antes de todos, claro, os togados.

Outra marca importante do período são as promessas não cumpridas. Fux, ele próprio um monocrata, seria aquele em cuja gestão se restringiria a febre monocrática no STF. Alcançamos o final de sua presidência, porém, com a Corte chancelando a presidência informal de um ministro cuja atividade agregou as funções de promotor de Justiça e delegado federal. E sem que essa licença tenha produzido o mais mínimo freio sobre o motor antirrepublicano de Bolsonaro. Ao contrário, levando as relações para o terreno da briga de rua, linguagem onde prospera o bolsonarismo.

Agora é Rosa Weber. Que promova um choque de plenário. O Supremo precisa cuidar, colegiadamente, de temas constitucionais. Nenhum maior — mais urgente — que o orçamento secreto.

Luiz Carlos Azedo - Rosa Weber é a mulher certa, no lugar certo, na hora certa

Correio Braziliense

Supremo enfrentará uma conjuntura política dramática, face aos ataques às urnas eletrônicas, à Justiça Eleitoral e ao próprio Supremo, por parte do presidente Bolsonaro

Perdão pelo lugar comum, mas o perfil da nova presidente do Supremo Tribunal Federal (STF) é esse mesmo que intitula a coluna. A ministra Rosa Weber assumiu a presidência da Corte no final de sua longa carreira na magistratura, coroando uma trajetória de coerência no exercício dos diversos cargos que ocupou, em todos os níveis do Judiciário, o que faz muita diferença numa conjuntura como a que estamos vivendo, na qual a Corte constitucional sofre fortes pressões do presidente Jair Bolsonaro, que não compareceu à solenidade de posse. Alegou agenda de campanha, logo ele, que não perde uma formatura de cadetes nas escolas militares ou desfile castrense.

Na verdade, a ausência de Bolsonaro se deve ao fato de que o discurso da ministra Rosa Weber seria, como de fato foi, uma reafirmação de que o Supremo, sob sua liderança, exercerá o papel de Poder Moderador da República, dando a palavra final sobre toda e qualquer polêmica acerca da Constituição de 1988. Trocando em miúdos, esse foi o recado político mais importante da solenidade, à qual compareceram os presidentes do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG); e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). Destaque para a presença do ex-presidente José Sarney.

Rosa assume STF com recado velado a Bolsonaro: 'Que não se cogite descumprir ordem judicial'

Ministra defende Estado de Direito e critica discurso de ódio ao tomar posse na corte

José Marques, Marcelo Rocha / Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Em uma cerimônia sem a presença do presidente Jair Bolsonaro (PL) e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), a ministra Rosa Weber foi empossada nesta segunda-feira (12) como presidente do STF (Supremo Tribunal Federal), para um mandato previsto até outubro do ano que vem.

No primeiro discurso como presidente do STF, a ministra afirmou, sob aplausos, que não se pode cogitar o descumprimento de ordens judiciais —o que Bolsonaro já ameaçou fazer em seu embate com ministros da corte.

"De descumprimento de ordens judiciais sequer se cogite em um Estado democrático de Direito", disse Rosa.

Rosa defendeu o Estado de Direito, a laicidade e a rejeição ao discurso de ódio. Afirmou ter a certeza que "sem um Poder Judiciário independente e forte, sem juízes independentes e sem a imprensa livre não há democracia".

"Sejam as minhas primeiras palavras as de reverência incondicional à autoridade suprema da Constituição e das leis da República, de crença inabalável na superioridade ética e política do Estado democrático de Direito, de prevalência do princípio republicano e suas naturais derivações, com destaque à essencial igualdade entre as pessoas e a estrita observância da laicidade do Estado brasileiro, com a neutralidade confessional das instituições e garantia de pleno exercício de liberdade religiosa", afirmou.

A ministra fez a defesa do sistema eleitoral brasileiro e, ao mencionar o ministro Alexandre de Moraes, presidente do TSE (Tribunal Superior Eleitoral), o público também aplaudiu.

Antes dela, a ministra Cármen Lúcia também fez críticas, sem menção direta, aos ataques de Bolsonaro à Justiça e às instituições.

Rosa, de perfil discreto e avessa aos holofotes, pretende que os primeiros meses da sua gestão não fiquem marcados por polêmicas que atraiam a corte para o centro das atenções.

Ela comandará um tribunal que está sob constante ataque de Bolsonaro e de seus aliados durante o período eleitoral. Por isso, até o fim de novembro, pretende que não sejam julgados em plenário temas que possam fazer o STF virar protagonista no noticiário.

Joel Pinheiro da Fonseca – Bolsonaro vs STF

Folha de S. Paulo

Supremo tem sido barreira contra avanços do bolsonarismo sobre a ordem democrática

Quando o ministro Alexandre de Moraes determinou a busca e apreensão nas casas de empresários bolsonaristas baseado em bravatas insignificantes numa conversa privada de WhatsApp, foi criticado por diversos comentaristas e veículos, inclusive por mim e pelo editorial da Folha.

Essa crítica foi correta e necessária. Ela facilmente desliza, contudo, para um discurso politizado que vê em Moraes uma perigosa ameaça à democracia, ou até mesmo um "ditador", e que normalmente vem de apoiadores do governo.

Não é uma acusação feita de boa-fé, haja visto que um ano atrás chamavam de "ditadores" os governadores e prefeitos que tomaram qualquer atitude contra a Covid. Esse discurso convenientemente omite aquilo que motivou as decisões de Moraes, do STF e do TSE: os ataques orquestrados e reiterados à Justiça e à própria democracia.

Cristina Serra - Presença de Marina

Folha de S. Paulo

Ex-ministra pode estabelecer pontes, para Lula, com grupos decisivos para uma vitória no 1º turno

"Perco o pescoço, mas não perco o juízo". Marina Silva era ministra do Meio Ambiente de Luiz Inácio Lula da Silva, em 2006, quando respondeu com essa frase às críticas do Palácio do Planalto de que ela conduzia uma gestão "fundamentalista" no ministério, que atrapalhava planos da dita ala desenvolvimentista do governo.

Foi o começo de uma sequência de atritos que levaram à sua saída da Esplanada e, mais tarde, do PT.

Desde então, Marina teve uma trajetória com altos e baixos. Mas ela mostra que tem a cabeça no lugar ao se reaproximar de Lula na conjuntura excepcional que o Brasil atravessa, com inédita violência político-eleitoral: dois assassinatos de petistas, intimidações a candidatos nas ruas, insistência de militares em se meter na apuração e ameaças de vencer a eleição "na bala", como disse um deputado bolsonarista, no Ceará.

Eliane Cantanhêde - O efeito do 7 de Setembro? Nenhum

O Estado de S. Paulo

Assim como no 7/9, Bolsonaro usará dinheiro público para sua campanha em NY e Londres. E nada muda

A pesquisa Ipec responde à pergunta feita aqui no domingo passado: transformar o 7 de Setembro e o bicentenário da Independência em comício do candidato Jair Bolsonaro atraiu multidões às ruas de Rio e Brasília, mas isso não reverteu em mais votos para a reeleição, não sacudiu as pesquisas. E, como o TSE suspendeu o uso das imagens na propaganda eleitoral, por uso recursos públicos, é improvável que ainda vá reverter.

A marca desta eleição é estabilidade, com o ex-presidente Lula à frente e Bolsonaro oscilando daqui e dali, sem ameaçar de fato o principal adversário. Bolsonaro faz e acontece, anula o 7 de Setembro em seu favor, compra votos à luz do dia com a PEC da reeleição, tira ICMS dos Estados para baixar o preço dos combustíveis e... não acontece nada.

Andrea Jubé - Candidatos dão início ao “sprint” eleitoral

 

Valor Econômico

Rejeição de Bolsonaro era alta em 2018: 46%

As três semanas que antecedem o primeiro turno demarcam a reta final da corrida eleitoral. É como se os candidatos à Presidência da República disputassem a prova dos 100 metros rasos dos Jogos Olímpicos, a mais curta e mais popular do atletismo. Dura, em média, até 11 segundos, e o bom desempenho exige treinamento, força e potência do atleta. Atributos válidos também aos que concorrem à chefia do Executivo federal.

Em maio deste ano, o americano Lester Wright, astro do atletismo na década de 1930, quebrou o recorde dos 100 metros rasos para pessoas com 100 anos de idade, em uma competição na Filadélfia. Ele completou a prova em 26s34, e foi ovacionado por uma plateia de mais de 30 mil pessoas. (O recorde geral para todas as idades é de Usain Bolt, que fez a prova em 9s58, em 2009).

A declaração de Wright ao final da prova aplica-se aos presidenciáveis brasileiros: “Se você vai sair para uma corrida, deve realmente correr para tentar vencer, não sei como se pode correr para ser o segundo ou terceiro”, ensinou.

Thomas Traumann - Nova pesquisa Ipec dá fôlego a plano lulista de tentar vitória no primeiro turno

O Globo

Campanha do ex-presidente quer reforçar sentimento antibolsonarista nas últimas semanas até a eleição

Os dois pontos percentuais que Luiz Inácio Lula da Silva (PT) cresceu na nova pesquisa Ipec/TV Globo deram fôlego ao plano do PT de tentar vencer a disputa no primeiro turno. Na nova sondagem, Lula tem 46% das intenções de votos estimulados, o que daria 51% dos votos válidos (quando não são contados bancos e nulos e os eleitores que se dizem indecisos). É uma vitória na margem de erro, mas é mais do que o registrado nas outras empresas de prestígio. Não é um plano simples. Nunca um candidato de oposição venceu eleição presidencial no primeiro turno.

O dado da pesquisa Ipec mais comemorado pelo campo lulista foi que as comemorações político-militares do 7 de Setembro não deram impulso ao presidente, ao contrário do que sugeria a pesquisa Datafolha divulgada no dia seguinte. Além de Bolsonaro ter se mantido nos 31% da semana passada, o Ipec mostrou que a aprovação ao governo oscilou negativamente de 25% para 23%, enquanto a reprovação variou de 43% para 45%. No Ipec, a porcentagem de quem rejeita a maneira de Bolsonaro governar também oscilou para cima, de 57% para 59%.

Lauro Jardim - Com rejeição 'imbrochável', Bolsonaro procura coelho na cartola

O Globo

Restam poucas alternativas para campanha do presidente: para motivar a tropa, a mais recente envolve uma hipótese sobre abstenções

A menos de 20 dias das eleições, a distância de 15 pontos percentuais entre Lula e Jair Bolsonaro retratada na pesquisa do Ipec é uma situação bastante confortável para o líder. Mais ainda porque esse quadro é de estabilidade há um mês. O ex-presidente tinha 44% no dia 15 de agosto e hoje aparece com 46% das intenções de voto. Para completar o cenário desfavorável para Bolsonaro, sua rejeição pulou de 46% para 50%, a mais alta taxa das quatro pesquisas que o Ipec fez até agora nesta eleição.

Para quem apostou tudo no 7 de Setembro, é uma decepção. Bolsonaro juntou multidões no Rio de Janeiro, Brasília e São Paulo. Mas, a julgar pelos números do Ipec, não foi o suficiente para converter os indecisos.

Assim como ocorreu com a propaganda eleitoral de rádio e TV. Está há pouco mais de duas semanas no ar. Por enquanto, nem sinal de mudança no ânimo do eleitor. Tentou-se mudar o tom das peças. O time de marketing do presidente passou a atacar Lula de forma mais agressiva. Os ataques também não foram capazes de sacudir com o eleitor.

Lula tem 15 pontos de dianteira sobre Bolsonaro, aponta Ipec

Ipec reabre expectativa de vitória no 1º turno para Lula

Rafael Galdo / O Globo 

Nova pesquisa do Ipec mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) com 46% das intenções de voto no primeiro turno. São 15 pontos a mais que o atual chefe do Executivo, Jair Bolsonaro (PL), que tem 31%. O ex-ministro Ciro Gomes (PDT) é citado por 7% dos eleitores e está tecnicamente empatado com a senadora Simone Tebet (MDB), escolhida por 4%.

Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pela TV Globo. Este é o primeiro levantamento feito pelo instituto, fundado por ex-executivos do Ibope, depois das manifestações de cunho eleitoral convocadas por Bolsonaro no 7 de Setembro.

Em relação à pesquisa anterior, feita no início da semana passada, Lula oscilou dois pontos para cima, dentro da margem de erro estimada em dois pontos percentuais. Bolsonaro se manteve estável. O percentual de intenções de voto em Ciro Gomes teve variação negativa de um ponto, enquanto o de Tebet permaneceu estável.

J. R. Guedes de Oliveira* - As mãos – Em verso e prosa

No dia 27 deste mês de setembro, estaremos lembrando dos 125 anos de nascimento, em Capivari, no Estado de São Paulo, do  poeta Rodrigues de Abreu (1897-1927), criador da monumental obra “Casa Destelhada” e figura das mais altas na nossa literatura, tão precocemente falecido, aos 30 anos de idade, em Bauru/SP.

Poeta modernista, na sua segunda fase, revelou-se uma figura das mais cativas e respeitadas na década de 20, não só pela sua lindíssima poesia, mas também pela sua via crucis, diante do mal que lhe atingira em cheio.

O nome completo do jornalista Giuseppe Ghiaroni é Giuseppe Artidoro Ghiaroni. Ele nasceu na cidade de Paraíba do Sul, no Estado do Rio de Janeiro, em 22 de fevereiro de 1919 e faleceu na capital do Rio de Janeiro, em 21 de fevereiro de 2008. Além de jornalista, Ghiaroni foi também poeta.

Estas duas figuras, não obstante um pequeno espaço de tempo de existência entre um e outro, - coisa de 20 anos,  produziram textos incomparáveis e de enorme reflexão. Tanto é assim que neste pequeno artigo reproduzimos um texto em verso (de Giuseppe Ghiaroni) e, em prosa (de Rodrigues de Abreu), Estes dois, falando das nossas mãos tão importantes para nós e o que ela representa, do ponto de vista de cada qual.

É bom que se faça, antes de mais nada, uma grande ressalva. O Monólogo das Mãos, foi atribuído a Michel Montaigne, com o título de “Para que servem as mãos”. Na verdade, todo o poema é criação exclusiva  de Chiaroni.

O que a mídia pensa - Editoriais / Opiniões

Editoriais / Opiniões

Rosa Weber assume STF em momento crítico

O Globo

Nova presidente da Corte tem de fugir de polêmicas vazias sem se furtar à missão de proteger a Constituição

Foi prudente a decisão de Rosa Weber, empossada ontem como nova presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), de evitar polêmicas levando a julgamento casos rumorosos nos próximos meses. A meta é impedir que o STF seja tragado para o centro das atenções num período eleitoral marcado pela polarização extremada e por repetidos ataques do presidente Jair Bolsonaro e de seus aliados. Por uma grata coincidência, coube à ministra mais discreta da Corte o papel de chefiar o STF neste momento.

Rosa não gosta de dar entrevistas, nem de participar de palestras ou debates. Tem sido seu comportamento desde que assumiu o posto, em 2011. A cerimônia de posse, com a presença dos presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), foi mais comedida que de costume, sem os tradicionais coquetel e jantar oferecidos a representantes da magistratura.