Lula tem de ampliar cobrança a Maduro
O Globo
Reação ao ditador foi tardia, mas correta.
Brasil precisa, porém, ser mais veemente ao exigir respeito às urnas
Demorou, mas o presidente Luiz Inácio Lula da
Silva enfim reagiu publicamente ao regime ditatorial de Nicolás
Maduro na Venezuela.
“Fiquei assustado com as declarações de Maduro de que, se perder as eleições,
haverá um banho de sangue. Quem perde as eleições toma banho de votos, não de
sangue. O Maduro tem que aprender. Quando você ganha, você fica. Quando você
perde, você vai embora. Vai embora e se prepara para disputar outra eleição”,
afirmou Lula.
Era esse o tom que ele deveria ter adotado desde a volta ao Palácio do Planalto. Ainda que tardia, a mudança de postura é bem-vinda. Mas é crucial que seja aprofundada. Diante das tentativas de barrar a participação de eleitores da oposição no pleito presidencial de domingo, prisões arbitrárias, viradas de mesa de última hora ou indícios de fraudes, o assessor de Assuntos Internacionais da Presidência, Celso Amorim, enviado a Caracas, não poderá se calar. A defesa intransigente da democracia pelo representante de Lula é o que merecem os venezuelanos — e o que exigem os brasileiros.