Alcolumbre eleva preço do Congresso para contribuinte
O Globo
Benesses concedidas por presidente do Senado
aumentam custo de um dos legislativos mais caros do mundo
Na sexta-feira anterior ao carnaval, o
presidente do Senado, Davi
Alcolumbre (União-AP), apresentou um pacote repleto de benefícios para
os funcionários da Casa. Os cargos mais graduados do Senado passaram a ter
direito a um dia de folga para cada três trabalhados, até o limite de dez dias
por mês. O vale-refeição dos servidores foi reajustado em 22,2%, para R$
1.784,42. Também foi aumentado o número de servidores com direito a 100% de um
bônus de gratificação. Para completar, Alcolumbre aumentou a cota parlamentar à
disposição dos gabinetes dos senadores.
Logo surgiram pressões para que o presidente
da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), equiparasse os benefícios de lá aos
pagos no edifício vizinho. O Sindicato dos Servidores do Poder Legislativo
(Sindilegis) trabalha para obter as mesmas benesses, a começar pelo aumento do
vale-refeição, hoje de R$ 1.393,11 por mês (a equiparação equivaleria a um
reajuste de 28%).
O dia de folga é um tipo de privilégio comum no Judiciário. Na prática, folgar um dia a cada três equivale a receber um aumento salarial de 33%, pois o valor acaba incorporado como “indenização” em dinheiro para quem não usufrui o descanso. No Senado, o benefício foi concedido a servidores em “função relevante singular”, “em virtude dos ônus e responsabilidades”. A classificação é arbitrária. Na prática, levaram o aumento os funcionários alocados na diretoria-geral, na secretaria geral da Mesa, na advocacia, no gabinete da presidência, na auditoria, nas consultorias legislativa e orçamentária e na secretaria de comunicação.