O Globo
De 2002 até hoje, que mudanças fizeram a
cabeça do eleitor brasileiro? O cientista político Alberto Carlos de Almeida
vai atrás dessa resposta 20 anos depois de ter feito a primeira pesquisa, que
resultou no mais amplo levantamento sobre o que move o eleitor brasileiro. O PT
sempre venceu o segundo turno por uma vantagem em torno de 60% a 40% contra o
PSDB, exceção feita em 2014, quando Dilma venceu o tucano Aécio por três pontos
percentuais. Em 2018, os conservadores cresceram, levando Bolsonaro à
presidência da República e agora dividindo o eleitorado, perdendo pela menor
margem já registrada em um segundo turno.
Alberto Carlos de Almeida acha que uma mudança que o Brasil sofreu nesse período, que ainda depende da validação da pesquisa, é que o eleitorado passou a se sentir claramente ancorado por suas respectivas representações, na esquerda e na direita, “antes os terrenos eleitorais eram mais fluidos”. O jogo eleitoral brasileiro ficou mais parecido com as eleições de outros países: França, Estados Unidos, países da América do Sul como Argentina, Peru, devido, segundo Alberto Carlos de Almeida, o amadurecimento do eleitorado, o reconhecimento de seus representantes.