O Estado de S. Paulo
Discute-se como se gastará mais dinheiro
necessário para pagar promessas, mas não há a mínima inquietação ainda sobre a
origem desses recursos.
Apesar da resistência de alguns grupos
bolsonaristas que bloquearam estradas, choraram com a prisão de Alexandre de
Moraes, aclamaram a intervenção de Lady Gaga no Tribunal de Haia e acreditaram
que a cantor Agnetha Faltskog, do Abba, era uma juíza sueca, apesar de tudo
isso, estamos em transição. Embora saibamos que é uma transição do velho para o
novo governo, não podemos afirmar precisamente de onde para onde é essa
transição.
Para saber de onde, é preciso conhecer
todos os dados que ainda estão sendo transferidos. Eles nos mostram o estado
geral do País, depois de quatro anos de governo Bolsonaro.
Depois desse movimento, saberemos, então,
para onde vamos. O novo governo não apresentou um programa. Os argumentos para
isso se baseiam na própria ignorância sobre o estado real do País. De posse
dessa informação, é possível que conheçamos, então, as principais políticas públicas
que vão conduzir o País.
Já sabemos, por exemplo, que há uma ruptura
na política ambiental destrutiva de Bolsonaro. A viagem de Lula ao Egito é uma
clara indicação ao mundo de que o Brasil pretende proteger a Amazônia e voltar
ao protagonismo internacional na luta contra o aquecimento global.
Essa é uma importante novidade, porque não se limita à política ambiental. Tem repercussões na economia, de um lado atraindo investimentos para projetos sustentáveis, de outro liberando investimentos em infraestrutura inibidos pela visão suicida de Bolsonaro no trato com o meio ambiente.