O Globo
Elogiado com razão pela condução da
negociação econômica, Haddad errou ao criticar superpoderes de Lira antes da
votação do marco fiscal
Agosto, até aqui, vem sendo um mês de
indefinições e bateção de cabeça na relação entre o governo e seus
interlocutores, notadamente o Congresso. O risco, real, é que o excesso de
confiança e a falta de clareza nos objetivos e na tática levem o bom momento
configurado com as notícias da virada do primeiro semestre a se esvair sem que
se concluam as votações e as definições que levariam a uma melhora mais
concreta das perspectivas econômicas para o país.
A euforia com o ritmo de votações da Câmara
no início de julho parecia prenunciar dias ensolarados na relação com o
Parlamento. Bastava uma reforma ministerial pontual para agregar o Centrão ao
projeto governista.
O mês começou com o vento das boas notícias continuando a soprar, com a decisão do Copom de baixar em 0,5 ponto percentual a taxa básica de juros da economia, dando, enfim, aval para a política econômica praticada a partir da Fazenda.