sexta-feira, 18 de agosto de 2023

Vera Magalhães - Bolsonaro no centro da conspiração

O Globo

Além de mergulhar até o fundo na areia movediça da Justiça em duas frentes críticas, ex-presidente a cada dia arrasta mais os militares consigo

Não é possível atestar, no momento, se todo o teor dos depoimentos de Walter Delgatti Neto à CPMI do 8 de Janeiro e à Polícia Federal é verídico. A gravidade da trama revelada por ele — um presidente da República pedindo a um hacker para criar um código-fonte fake das urnas eletrônicas, em conluio com o Ministério da Defesa, depois sugerindo que ele assumisse o grampo num ministro do Supremo Tribunal Federal em troca de um indulto — é inaudita até para os padrões cada vez mais aloprados do bolsonarismo.

Ainda que não haja meios de provar os pedidos de Bolsonaro, o que já está comprovado é suficiente para implicar o ex-presidente e boa parte da cúpula militar numa conspiração para desacreditar o sistema eleitoral brasileiro. Não eram as urnas que eram passíveis de fraude. Era o presidente da República que estava empenhado em fraudá-las ou, pelo menos, em simular uma fraude e, a partir disso, tentar alguma medida de exceção.

Bernardo Mello Franco – O capitão e o hacker

O Globo

Mais cedo, hacker mostrou a bolsonaristas que foi má ideia insistir na CPI do Golpe

O depoimento de Walter Delgatti Neto mostrou aos bolsonaristas que não foi boa ideia insistir na CPI do Golpe. O hacker acusou o ex-presidente de encarregá-lo de montar uma arapuca contra a Justiça Eleitoral. De quebra, disse que o capitão mandou grampear o telefone do ministro Alexandre de Moraes.

As palavras de Delgatti não podem ser tomadas pelo valor de face. Ele é um criminoso preso, com passagens anteriores por estelionato e falsidade ideológica. Mas já tinha essa folha corrida quando Bolsonaro reservou duas horas para recebê-lo no Palácio da Alvorada.

César Felício - Há 62 anos não se fazia acusação tão grave a um presidente

Valor Econômico

Em 1961, Carlos Lacerda acusou o então presidente Jânio Quadros de tramar um golpe

depoimento do hacker Walter Delgatti Neto à CPI do 8 de janeiro coloca o ex-presidente Jair Bolsonaro como o líder de um grupo organizado para dar um golpe de Estado. O então presidente seria o chefe de um bando.

Para encontrar algum paralelo na história republicana a uma acusação dessa gravidade contra um chefe de Estado é preciso recuar até agosto de 1961. Naquela ocasião, o governador da Guanabara, Carlos Lacerda, acusou o presidente Jânio Quadros de tramar um golpe, tendo como articulador o ministro da Justiça, Pedroso Horta. Não houve tempo nem ocasião para apurar se isso seria verdade ou não, porque Jânio renunciou no dia seguinte.

Luiz Carlos Azedo - É preciso ter cautela com depoimento de Delgatti

Correio Braziliense

Todos os atores relevantes vêm tendo o cuidado de apartar os militares que cercavam Bolsonaro das Forças Armadas. Pela gravidade das acusações, o depoimento poderia ser considerado uma ‘provocação’

Walter Delgatti Neto, o hacker de Araraquara, tem o perfil típico de um estelionatário. Segundo a legislação vigente desde 1940, o crime de estelionato exige quatro requisitos obrigatórios para sua caracterização: a) obtenção de vantagem ilícita; b) causar prejuízo a outra pessoa; c) uso de meio de ardil ou artimanha, d) enganar alguém ou a levá-lo a erro. A ausência de um dos quatro elementos impede a caracterização do estelionato. Ontem, na reunião da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do 8 de Janeiro, Delgatti fez revelações gravíssimas sobre o ex-presidente Jair Bolsonaro, ministros e militares.

O rosário de crimes e ações contra a democracia relatado pelo hacker precisa ser cuidadosamente investigado e comprovado, para que possam ter os desdobramentos políticos e jurídicos previstos na Constituição e no Código Penal, respeitado o devido processo legal. Delgatti escancarou as articulações golpistas para deslegitimar as eleições e manter Bolsonaro no poder a qualquer preço. Seu depoimento trouxe mais informações do que as que havia relatado à PF.

Fernando Gabeira - O último tango no planeta

O Estado de S. Paulo

A última esperança de barrar o avanço da barbárie é uma ampla revisão dos erros explorados pela extrema direita

Enquanto o bolsonarismo era atingido em cheio com a venda de joias, emerge na Argentina como vitorioso nas primárias Javier Milei. Bolsonaro e Milei são dois personagens distintos, mas que pertencem ao mesmo campo.

Milei se diz anarcocapitalista, quer dolarizar a economia argentina, fechar o Banco Central e legalizar o comércio de órgãos humanos. Não tem o mesmo ranço militarista de Bolsonaro, mas tende a ser uma espécie de expressão portenha deste grande movimento global que sacode a política.

Nas análises que faço da derrocada moral do bolsonarismo, diante das evidências de corrupção, ressalto sempre que é algo que acontece com um líder, mas não altera as condições político-sociais que viabilizam suas ideias.

Eliane Cantanhêde - A casa caiu

O Estado de S. Paulo

Delgatti, Wassef e, já, já, a família Cid implodem Bolsonaro e as bases do bolsonarismo

Não sobra pedra sobre pedra da era Jair Bolsonaro, apontado como comandante em chefe de um golpe de Estado e de uma organização criminosa que atuava dentro do Planalto, recolhia e vendia joias e relógios no exterior e movimentava fortunas em reais e dólares. Não bastasse, Bolsonaro foi aliado do coronavírus, destruiu as políticas sociais, arrasou Saúde, Educação, Cultura, Política Externa e Meio Ambiente. A casa caiu.

Personagens inacreditáveis pululam nessa terra plana e arrasada do bolsonarismo, que incendiou as Forças Armadas e arrastou de generais a sargentos, da ativa e da reserva, para os escombros. O mais novo personagem é o hacker Walter Delgatti Neto, que abriu o jogo ontem na CPMI do Golpe e vai depor à PF hoje, pela terceira vez.

Reinaldo Azevedo - Delgatti, o golpe e outra rata de Moro

Folha de S. Paulo

Sessão da CPMI vira síntese dos últimos cinco anos do pior Brasil

Walter Delgatti Neto fez acusações de extrema gravidade no depoimento prestado à CPMI do 8 de Janeiro, pela qual a extrema direita lutou bravamente. É um daqueles casos em que o tiro sai pelo clichê, e os valentes sentiram a pólvora estourar na cara. A metáfora é antiga, também ela passadista, e, por isso mesmo, adequada à bufonaria desses primitivos morais.

O mesmo se dá na CPI do MST, ainda que ali haja mais espaço para momices reacionárias. De todo modo, assistir a João Pedro Stedile a expor prolegômenos da ciência estatística a parlamentares dedicados apenas a demonizar movimentos sociais não tem preço. Não vendo como contestar sua matemática, babaram na sua causa. A propósito: quando o líder sem terra afirmou que os acampamentos vedam bebida alcoólica, alguns monumentos morais não sabiam se aplaudiam ou faziam uma de suas grotescas catilinárias em favor "de nossa liberdade e contra o comunismo". Foi divertido. Mas volto ao ponto.

Bruno Boghossian - As pegadas de uma conspiração

Folha de S. Paulo

Acusação formal contra ex-presidente por envolvimento na trama golpista é uma questão de tempo

Um capítulo importante das investigações sobre os ataques de 8 de janeiro mira a conspiração que era operada dentro dos palácios e gabinetes do governo Jair Bolsonaro. A armação para abalar a credibilidade das eleições e criar turbulências deve render ao ex-presidente e seus auxiliares uma acusação formal por envolvimento na trama golpista.

Bolsonaro exibia parte da farsa à luz do dia. Contava mentiras em palanques, usava a TV estatal para espalhar informações falsas sobre as urnas e acionava as Forças Armadas para intimidar os tribunais. Em comícios, sugeria cancelar as eleições, dizia que havia fraude nas votações e estimulava uma reação de apoiadores a uma eventual derrota.

Hélio Schwartsman - A ira de Lira

Folha de S. Paulo

Haddad só disse o óbvio quando afirmou que Câmara tem poder demais

Ao contrário de quase todo mundo, não acho que Fernando Haddad tenha errado ou sido inábil ao mencionar o "poder muito grande" da Câmara, declaração que despertou a ira de Arthur Lira e travou a tramitação do arcabouço fiscal. Essa foi, a meu ver, uma observação sociológica trivial que, em períodos normais, seria tomada como um truísmo. Mas, como Lira trava um cabo de guerra com Lula em torno da nomeação de ministros do centrão, o presidente da Câmara usou a fala do ministro para mostrar suas garras. Se não fosse isso, teria encontrado um outro pretexto.

No mérito, Haddad está corretíssimo. A Câmara está hoje forte demais, mas essa é só metade de uma história bem mais intricada em que Executivo e Legislativo vêm há anos se testando e recalibrando suas forças.

Flávia Oliveira - Reparação histórica

O Globo

Governo destinará à reforma agrária um dos mais simbólicos territórios de violência política da ditadura

O governo destinará à reforma agrária um dos mais simbólicos territórios de violência política da ditadura militar no Rio de Janeiro. A Usina Cambahyba, em Campos dos Goytacazes (RJ), será formalizada como assentamento do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST). Nos fornos da unidade, os corpos de ao menos 12 vítimas do regime foram incinerados nos anos 1970. A área, que abriga sete fazendas em 3.500 hectares, está em disputa há quase três décadas. Em 2012, foi considerada improdutiva pela Justiça; dois anos atrás, desapropriada e destinada ao Incra pela 1ª Vara Federal de Campos.

Ontem, em Brasília, na cerimônia de posse dos integrantes do recriado Conselho Nacional de Desenvolvimento Rural Sustentável, Kelli Mafort, secretária de Diálogos Sociais da Secretaria-Geral da Presidência, anunciou a inclusão da Cambahyba na reforma agrária à deputada estadual Marina do MST (PT-RJ). O assentamento levará o nome de Cícero Guedes, ativista que se libertou do trabalho análogo à escravidão em lavouras de cana-de-açúcar na infância, em Alagoas, e migrou para Campos. Aprendeu a ler aos 40 anos, integrou o MST, na virada do século foi oficializado no assentamento Zumbi dos Palmares, na área da extinta Usina São João, também no município. Em 2013, foi assassinado a tiros, nos arredores de um acampamento de sem-terra na cidade do Norte Fluminense. Acusado de ser o mandante do crime, José Renato Gomes de Abreu foi inocentado pelo Tribunal do Júri, em 2019.

Fernando Abrucio* - Não haverá cidadania com racismo

Eu & / Valor Econômico

Lei de Cotas é importante, mas é preciso que os reformadores, principalmente a universidade e o movimento negro, levem esse avanço para a educação básica

O Brasil teve uma enorme perda com a morte do historiador José Murilo de Carvalho, um dos maiores estudiosos dos períodos imperial e das origens de nossa República. Foram muitas as questões tratadas por ele, mas uma lhe chamava muito a atenção: por que a cidadania se desenvolveu aqui tão lentamente e num caminho marcado por enormes desigualdades? Se quisermos homenagear essa angústia que incomodou tanto Zé Murilo, como carinhosamente era chamado, vale escolher uma das mais relevantes raízes da fragilidade cidadã do país: o racismo persistente e profundo.

A escravidão deixou marcas que foram muito além do processo de Abolição. Zé Murilo gostava muito do pensamento de Joaquim Nabuco, um abolicionista que sabia que as consequências do modelo escravocrata não sairiam tão rapidamente do DNA do país, e por isso disse: “a escravidão permanecerá por muito tempo como a característica nacional do Brasil”. No fundo, ela é a mãe de uma sociedade que não teve como base de construção um projeto de igualdade.

A Constituição de 1988 foi a maior ruptura histórica neste longo caminho de cidadania rarefeita que tanto incomodava Zé Murilo. Entre os vários avanços, e não foram poucos, derivados dessa Carta de Direitos e das legislações que vieram posteriormente no seu bojo, destaca-se o ataque ao racismo. Recentemente, a renovação da Lei de Cotas pela Câmara Federal por mais dez anos - o projeto ainda tem de passar pelo Senado - mostrou como a luta antirracista tem avançado no Brasil para as questões estruturais que causam a discriminação racial.

José de Souza Martins* - Coalizão Verde

Eu & / Valor Econômico

Questão amazônica é um crime continuado de mais de meio século

Um certo desapontamento cercou os resultados da Cúpula da Amazônia, em Belém do Pará, que reuniu governantes dos países da região na segunda semana de agosto para uma definição de rumos em face do agravamento de problemas, especialmente o ambiental.

Embora alguns países desenvolvidos estejam compreensivelmente preocupados com a questão do clima e, por isso, empenhados em estimular os países amazônicos a se envolverem mais ativamente em ações compensatórias para o desequilíbrio climático provocado também e principalmente pelos países ricos e sua alta dependência de combustíveis fósseis.

César Felício - Arcabouço deve ser votado, com retaliação

Valor Econômico

A chance de não se votar o projeto de lei do arcabouço fiscal neste mês é 'zero', segundo interlocutores de Arthur Lira

A chance de não se votar o projeto de lei do arcabouço fiscal neste mês é “zero”, segundo interlocutores do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL). Nega-se na cúpula do Legislativo a possibilidade de adiar o exame da proposta para setembro, de modo a mudar a correlação de poder entre o Legislativo e o Executivo.

O cenário mais provável é que a proposta do arcabouço passe, provavelmente sem as modificações feitas no Senado, ou seja, sem a exclusão das transferências para o Fundeb, o Fundo Constitucional do Distrito Federal, recursos para Ciência e Tecnologia, e, principalmente, a emenda do senador Randolfe Rodrigues (AP), que muda o cálculo da inflação que corrige o Orçamento.

Articuladores do governo sinalizaram que o Planalto não irá se empenhar em defesa dos três primeiros pontos. O embate em plenário deve ser sobre a alteração da correção do Orçamento. A emenda Randolfe estabelece como parâmetro o período entre março e dezembro deste ano. O texto que havia passado na Câmara estabeleceu de julho de 2022 a julho de 2023. A diferença é de R$ 40 bilhões.

Claudia Safatle - - Uma viagem no tempo da política brasileira

Valor Econômico

A leitura do livro “O Que Vi Dos Presidentes - Fatos e Versões”, de Cristiana Lôbo e Diana Fernandes, é uma viagem no tempo, em busca da história política contemporânea do país. Vai de José Sarney, o afável, a Jair Bolsonaro, o conflituoso. São oito presidentes em 37 anos de democracia no Brasil, em que as autoras contam como o temperamento e a personalidade de cada um moldaram os seus governos.

A cada um dos ex-presidentes, elas atribuem um adjetivo. Fernando Collor de Mello é o impetuoso; Itamar Franco, o mercurial; Fernando Henrique Cardoso, o sedutor; Luiz Inácio Lula da Silva, o agregador; Dilma Rousseff, a autossuficiente; Michel Temer, o articulador.

Sarney chegou à Presidência porque era vice de Tancredo Neves, o escolhido pelas oposições para encerrar a ditadura militar. Um conterrâneo de afiado espírito crítico assim definiu o político maranhense: “Sarney tem um pé no mundo e outro no cangaço”.

Eduardo Rocha* - Ivan e Niemeyer: a beleza arquitetônica de uma amizade

“A sabedoria se torna loucura, prazer e dor”.

 Gueorgi Plekhanov

“(…) a práxis como atividade material do homem transforma o mundo natural e social para fazer dele um mundo humano”.

Adolfo Sanches Vasques

Acabei de ler prazerosamente o recente livro do historiador e jornalista Ivan Alves Filho, intitulado De Oscar a Niemeyer: meu convívio com o maior arquiteto contemporâneo. Este meu pobre, modesto e curto texto não cobre, não expressa, com certeza, a grandiosidade humana do texto escrito por este intelectual da mais fina, sensível e bela flor vermelha pecebista – que é autor de vários livros que desnudam alguns e decisivos episódios da realidade histórica brasileira.

Intelectual este com quem tive o prazer de ladeá-lo na mesa durante as comemorações dos gloriosos 100 Anos do PCB, organizadas pelo Cidadania (sucessor legítimo do PCB-PPS) e pela Fundação Astrojildo Pereira, e feitas no clima-calor agradável de 25 de março de 2022 na cidade de Niterói, estado do Rio de Janeiro, berço físico-político-histórico do PCB – portanto, comemorações estas realizadas na mesma data do primeiro congresso do PCB, onde então estiveram presentes apenas nove delegados representando 73 comunistas de todo Brasil.

Lembro que em 2002 visitei onde fora a “sede” do local onde fora fundado o PCB em 25 de março de 1922 – era, em 1922, uma casa que pertencia à família de Astrojildo Pereira. Foi ali onde se realizou o Primeiro Congresso do PCB. Passaram-se décadas e aquele “espaço” tinha se transformado, lá em Niterói, num estacionamento. Que fim levou este patrimônio histórico!

Mas compreendamos: a vida do PCB nunca foi fácil. Era o ano de 2002. E estávamos, na cidade de Niterói, lançando então a chapa PPS-PDT, composta por Ciro Gomes (presidente) e Leonel Brizola (vice-presidente) para as eleições presidenciais de então.

Lembro que tinha uma placa no muro frente ao estacionamento (e aí tiramos uma foto) que dizia que ali fora fundado o PCB. Tirei até uma foto frente a esta placa ao lado de Salomão Malina, Francisco Inácio Almeida, Roberto Percinoto, Paulo Eliziário, Luzia Ferreira e George Gurgel.

O que a mídia pensa: Editoriais /Opiniões

Piora em índice de assassinatos desafia o governo do Rio

O Globo

Violência cresceu no estado no primeiro semestre, em contraste com a melhora no resto do país

A sensação de maior insegurança experimentada por cidadãos fluminenses no dia a dia foi comprovada pelas estatísticas divulgadas nesta quinta-feira pelo Monitor da Violência, parceria do portal g1 com o Núcleo de Estudos da Violência da USP (NEV/USP) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública. O estado registrou crescimento de 17,3% no número de assassinatos no primeiro semestre de 2023. Foi a segunda maior alta em todo o país, atrás apenas do Amapá (65,1%).

De acordo com o levantamento, foram registrados 1.790 assassinatos no Rio no primeiro semestre, ante 1.526 no mesmo período do ano passado. Isso significa que, a cada dia, quase dez cidadãos são mortos no estado. A estatística reúne homicídios intencionais (incluindo os feminicídios), latrocínios e lesões corporais seguidas de morte, mas não as mortes decorrentes de intervenções policiais, que deixariam os dados ainda mais sombrios.

Poesia | Graziela Melo – A lua e o sol

Desencantada

tristonha,

se esconde

a lua,

atrás do

arranha céu!!!

Noiva

do

sol,

quente,

sedutor,

volúvel

infiel!!!

E ela

pudica,

doce,

tímida!

Se cobre

com

a nuvem

opaca e

fria!

Se alegra

ao cair

da noite!

Se entristece

ao despontar

o dia!!!