Calamidade no saneamento perdura no Brasil
O Globo
Ao enfraquecer legislação, governo contribuiu
para manter população em condição insalubre por mais tempo
É desolador o quadro traçado no último
ranking sobre o saneamento nas cem maiores cidades brasileiras do Instituto
Trata Brasil. No ritmo verificado pelo estudo — alta de 55,8%
para 56% na coleta de esgoto e de 51,2% para 52,2% no tratamento —, a
universalização levará décadas, com consequências nefastas para a população e
para o meio ambiente. Diariamente, o equivalente a mais de 5,2 mil piscinas
olímpicas de eflúvios sem tratamento é despejado na natureza. Das 20 cidades
com pior classificação, 11 estão nesse grupo há dez anos.
Os 20 municípios mais bem colocados estão espalhados pelo Brasil. Maringá (PR) está em primeiro lugar. São Paulo, em sétimo, é a capital na melhor situação. Uberlândia, em quinto, é a melhor cidade em Minas Gerais, e Niterói, em sexto, no Rio. Em comum, essas cidades investiram e investem altos valores per capita em saneamento. Não existe outra alternativa para a insalubridade.