Normalização da violência política ameaça a democracia
Por Correio Braziliense
Tem-se perdido a capacidade de diálogo em
detrimento de práticas covardes que abalam um dos pilares da democracia: o
pluralismo
Em tempos de polarização exacerbada, os
embates políticos ficam limitados aos fatos que "fogem da curva":
sejam eles verdadeiros ou não. Assim, a notícia de um golpe bilionário em
assistidos pelo INSS e a invenção de que creches públicas recebem mamadeiras
eróticas mobilizam agentes políticos e cidadãos comuns da mesma forma, em uma
falta de filtros que atravanca a condução de pautas imprescindíveis para o bom
funcionamento do país. Essa agenda deslocada vai além: é cáustica para a
convivência democrática, levando a uma espécie de normalização da violência
política.
A execução a tiros de Charlie Kirk, nos Estados Unidos, na semana passada, é a prova mais recente de como esse fenômeno contamina o Brasil e o resto do mundo. A troca de acusações sobre as motivações do atirador se deu na mesma velocidade com que as imagens do influenciador sendo baleado no pescoço se disseminaram pelas redes sociais. Um suspeito chegou a ser preso logo em seguida ao crime, e o presidente Donald Trump tratou de inflar a disputa ideológica imediatamente. Culpou a "esquerda radical" por "demonizar aqueles de quem se discorda". O desenrolar das investigações evidenciou que veredictos não podem ser instantâneos.










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