O Globo
Seja quem for o vencedor no domingo,
enfrentará um pais dividido. É preciso encontrar novas lideranças políticas
Com a aproximação do segundo turno da
eleição presidencial e a perspectiva de que, seja qual for, o vencedor
enfrentará forte oposição que reflete um país dividido, já é hora de analisar
as alternativas que se oferecerão ao eleitorado diante da realidade de que,
como disse Antonio Gramsci, “o velho está morrendo, e o novo ainda não pode
nascer”.
Vencendo Lula, o PT estará diante do fim de
uma era sem que esteja claro se haverá algum líder para levar adiante o partido
ou se ele se transformará em mais um que vive do passado, às vezes renegando-o,
como o PTB de Roberto Jefferson, outras o emulando sem inspiração, como o PDT
de Leonel Brizola. Fernando Haddad é a aposta mais forte num futuro petista
mais aberto a novas tendências, principalmente se vencer a eleição para
governador de São Paulo.
Mesmo que Lula seja derrotado, Haddad, governando São Paulo, será o incontestável novo líder petista. Ainda que perca, porém, será um ministro importante num eventual governo Lula, especula-se talvez mesmo sendo escolhido para o Ministério da Fazenda. O ex-presidente já disse que quer dar a pasta a um político, e não há no partido político melhor do que ele para ajudar a fazer um governo que vá além do PT. A outra possibilidade, o ex-ministro da Saúde Alexandre Padilha, esbarra na falta de influência na máquina petista.