O Globo
Números do PP e do Republicanos justifica
mudança que vai deixando descontentes aliados históricos menos expressivos
Feita de forma confusa e demorada, a
primeira reforma ministerial de Lula vai deixando descontentes, mortos e
feridos pelo caminho, sobretudo nas hostes que foram mais leais ao petista na
campanha e na “travessia do deserto” do PT fora do poder.
Talvez não precisasse ser tão doloroso se o
presidente, ainda muito beneficiado pela condescendência dos setores mais
progressistas, como venho apontando, tivesse dito no primeiro momento, aos
aliados que agora desalojará, que precisava dos cargos para construir uma
governabilidade necessária ao avanço justamente das pautas sociais com que se
elegeu para o terceiro mandato. Mas não foi assim que ele conduziu as
conversas.
Basta dizer que ainda ontem, com o prazo da reforma mais que estourado, Lula não disse com todas as letras a Ana Moser que precisará do Ministério do Esporte, devidamente turbinado pelas apostas esportivas, para contemplar o PP de Arthur Lira. Praticamente disse à ex-atleta que o gato dela subiu no telhado, mas não foi taxativo. E presidentes podem e devem ser claros quando estão operando mudanças na equipe de primeiro escalão, até para mitigar os desgastes.