Recuperar grau de investimento é uma meta tangível
O Globo
Para isso, será imprescindível manter as
políticas fiscais de Haddad sem recair em desvios de rota populistas
Embora esperada, a elevação da nota do Brasil
pela agência de classificação de risco Standard & Poor’s (S&P) traz
motivos para celebração. É a primeira melhora na avaliação da agência em 12
anos e a primeira desde a perda do grau de investimento em 2015, em razão da
política econômica desastrada do governo Dilma Rousseff. Mas a notícia precisa
ser entendida em sua real dimensão: o Brasil ainda precisa subir dois degraus
na escala das agências de risco para recuperar o selo de bom pagador capaz de
atrair investimentos em larga escala. Por enquanto, estamos no patamar que as
agências classificam como “especulativo”.
A S&P foi mais conservadora que as agências Moody’s e Fitch, que elevaram a nota brasileira no meio do ano (também sem tirar o país do grau especulativo). Preferiu esperar pela aprovação da reforma tributária. Em nota, a S&P elogiou a conquista e antecipou que poderá voltar a elevar a nota nos próximos dois anos. Avisou, porém, que políticas que levem à “deterioração fiscal e a uma carga de endividamento acima das expectativas” poderão significar revisão da nota para baixo.