Por Vandson Lima | Valor Econômico
BRASÍLIA - O pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin definiu que Marconi Perillo, ex-governador de Goiás e vice-presidente da sigla, será a partir de agora o responsável pela costura de alianças políticas para a eleição e pelo acerto das composições dos tucanos nos palanques estaduais. A medida tenta aplacar as reclamações de parte dos integrantes do PSDB, que considerava que o pré-candidato estava perdendo terreno ao centralizar excessivamente a articulação.
O grande objetivo, segundo Perillo, é fechar uma "grande concertação" de centro, que englobaria DEM, PP e PR. "A meta é uma concertação com o Centrão, o centro democrático. Temos que avançar nessa aliança. Está todo mundo preocupado com o futuro, ninguém quer polarização de extremos", avaliou. O acerto com o grupo, cortejado por outros candidatos como Ciro Gomes (PDT), é incerto, mas seria na visão de caciques do PSDB a grande cartada para alavancar Alckmin.
Segundo o tesoureiro do PSDB, deputado Silvio Torres, com o arco de alianças que se tem até o momento o tucano obteria cerca de 23% do tempo disponível na propaganda eleitoral de TV - e seis ou sete inserções por dia. A aliança com o DEM elevaria o percentual a 27% e a desejada "concertação de centro" ultrapassaria um terço de todo espaço televisivo disponível.
O MDB, do presidente Michel Temer, caso desista da candidatura de Henrique Meirelles, também caberia no grupo, disse Perillo. "Na minha opinião, todos os partidos desse centro democrático cabem", apontou.
O arco de aliados para a disputa presidencial, contaram o pré-candidato e o novo articulador, está ganhando forma. PSD, PTB, PPS E PV estão "praticamente fechados" com os tucanos, nas palavras de Perillo. Na passagem por Brasília, Alckmin se reuniu também com os presidentes do Solidariedade, deputado Paulinho da Força, e do Pros, Euripedes Júnior. "Estive com Paulinho, aliado forte nosso em São Paulo. Eles têm pré-candidato [Aldo Rebelo], mas vamos conversando. E hoje [ontem] tomei café com o Pros", relatou Alckmin.
PRB e PSC, que também têm pré-candidatos até o momento - Flávio Rocha e Paulo Rabello de Castro -, também serão procurados pelo PSDB. Segundo Paulinho da Força, esses partidos mais o centro conversam para seguir unidos na eleição.
"Decidimos conjuntamente que, se não viabilizarmos um candidato do nosso grupo até 15 de julho, definiríamos apoio a um candidato que estiver melhor. Excluídos o [Jair] Bolsonaro e a Marina [Silva], tem praticamente só ele [Alckmin] e o Ciro Gomes", disse. Paulinho afirmou que não dá para dizer hoje quem seria o favorito, porque é preciso deixar os candidatos do grupo tentarem se viabilizar. Mas que, apesar de sua conversa com Alckmin, a tendência maior seria apoiar Ciro. "Disse para o Alckmin que ele tem que correr no meio da Copa, não pode ficar assistindo jogo não", brincou.
Marconi vai procurar outros ex-presidentes do PSDB para auxiliar nas alianças. Questionado, contudo, se Aécio Neves, às voltas com a Justiça, terá papel na campanha, prontamente rechaçou. "Aécio está cuidando da vida dele. Não tem interesse nenhum de participar de qualquer discussão na área política".
Para o novo coordenador político, sua escolha diminui o embate interno. "Na medida em que ele convida lideranças experientes para liderar a coordenação política, ele vai dando respostas às pessoas que estavam ansiosas e inquietas", disse. "Tenho relação com todos os partidos, com deputados, senadores, governadores. Essa é uma resposta concreta. O convite dele, tenho certeza, terá boa repercussão e vai tirar esse peso dos ombros dele". (Colaboraram Raphael Di Cunto e Marcelo Ribeiro)
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