Valor Econômico
Dia da pátria marcará o início da escalada
de ameaças para aumentar abstenção entre eleitores de Lula
O presidente Jair Bolsonaro cavalgará o
bicentenário da independência para fazer da efeméride o grande palanque da reta
final de sua campanha. A caça ao voto, porém, não está no toque marcial ou na
esquadrilha da fumaça, mas na escalada das ameaças. Que nunca foram militares.
A farda promove o fausto e o artifício, mas é coadjuvante no teatro de horrores
armado pelo presidente da República. O golpe pretendido é o do medo.
Como, nem sob tortura, as projeções indicam
a reeleição presidencial como cenário mais provável, a saída é impedir que o
eleitor do candidato que lidera as pesquisas vote. Como? Pelo medo. De que? De
tudo, mas especialmente da insegurança que se pretende fazer imperar nas ruas.
Taí um quesito no qual o bolsonarismo é imbatível.
De imediato tem a meta de ampliar a abstenção, tradicionalmente mais alta entre os mais pobres, majoritariamente eleitores do líder das pesquisas, para evitar uma derrota no primeiro turno, cenário ainda não completamente descartado.