• Presidente reúne amanhã pela primeira vez em seu mandato o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, que terá perfil alinhado ao novo governo
Carla Araújo – O Estado de S. Paulo
BRASÍLIA - O presidente Michel Temer vai reunir amanhã pela primeira vez o Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social, o “Conselhão”, em seu mandato, com um novo perfil a fim de dissociar o colegiado formado por representantes da sociedade civil daquele das gestões da presidente cassada Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Dos 96 nomes que integram o Conselhão de Temer, 59 são estreantes. Membros que se manifestaram contra o impeachment da petista foram excluídos da nova composição.
É o caso da atleta Ana Moser, do ator Wagner Moura, da presidente da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, da presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Juvandia Leite, e do presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Vagner Freitas. Todos declararam abertamente posição contrária ao impeachment e tacharam o processo de deposição de Dilma de “golpe”.
Ganham espaço agora representantes da sociedade que se alinham ao governo, como os presidentes da Federação da Indústria do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf – um dos principais líderes pró-impeachment –, o presidente da Federação da Indústria do Estado do Rio de Janeiro (Fierj), Eduardo Eugênio Gouvea, e o ex-governador do Rio Grande do Sul Germano Rigotto. O Conselhão contará agora também com as economistas Monica de Bolle e Zeina Latif.
Dentre as novidades se destacam também personalidades da área publicitária, como Nizan Guanaes e Roberto Justus. Guanaes terá espaço para discursar. Além dele, falarão também a empresária Luiza Helena Trajano, da rede Magazine Luiza, Abílio Diniz, da BRF, e a presidente da Latam Brasil, Claudia Sender. Os três já integravam o Conselhão na era Dilma.
Temer fará o discurso de abertura no evento, que terá ainda as falas dos ministros Henrique Meirelles (Fazenda) e Eliseu Padilha (Casa Civil). A reunião ocorre no momento em que a Lava Jato avança sobre o PMDB, partido do presidente, e em que há um embate entre o Legislativo e o Judiciário por questões como o projeto de Lei de Abuso de Autoridade, a possibilidade de anistia ao caixa 2 e a investigação sobre supersalários no Judiciário.