Objetividade é essencial à reforma administrativa
O Globo
Legislativo e Executivo fazem bem em trazer tema à pauta. Risco é perder
foco em debates estéreis
É bem-vinda a intenção manifestada pelo presidente da Câmara, Arthur
Lira (PP-AL), de desengavetar a reforma administrativa. Menos por méritos
específicos da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) parada na Câmara e mais
por recolocar em discussão uma reforma necessária e urgente, fundamental para
aperfeiçoar a gestão do Estado e melhorar os serviços prestados ao cidadão.
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva enfrenta resistências conhecidas ao abordar o tema, por estar sob constante vigilância dos sindicatos ligados ao PT. Prova disso foi já ter convocado para março um concurso unificado para contratar 6.600 novos servidores públicos federais, quando o ideal seria contratá-los dentro de um novo regime. Mesmo assim, diante de um movimento que se desenha inevitável, o Executivo tomou a iniciativa de elaborar uma proposta alternativa de modernização da gestão de pessoal, a cargo dos ministros da Gestão e Inovação, Esther Dweck, e da Fazenda, Fernando Haddad.