“Quanto à possibilidade de o próprio Temer vir a ser envolvido no escândalo, por conta das novas delações da Lava Jato, é bom lembrar que isso não representaria nenhuma ameaça prática e real à estabilidade institucional, pois, ao menos enquanto prevalecer o que está previsto na Constituição, o presidente só pode ser processado por crimes cometidos no exercício de seu mandato. Se tiver contas a ajustar com a Justiça, será depois de 2018. Nesse meio tempo, o País poderá encontrar, com calma, o caminho de saída da crise. É justamente dessa situação favorável que Temer deve extrair a força política necessária para cumprir o imperativo de limpar seu governo, neutralizar os insensatos, mobilizar o Congresso em favor dos interesses nacionais e, principalmente, ajudar a reconstruir os alicerces morais do País.”
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Editorial. ‘O que se espera de Temer’, O Estado de S. Paulo, 15/12/2016