quarta-feira, 17 de julho de 2024

O que a mídia pensa | Editoriais / Opiniões

Escolha de Vance revela metamorfose entre republicanos

O Globo

Indicado como vice na chapa de Trump simboliza avanço da ala isolacionista e protecionista do partido

A escolha do senador por Ohio J.D. Vance como candidato a vice na chapa de Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos é um sinal de como o Partido Republicano foi transformado pelo trumpismo. O favoritismo da candidatura Trump/Vance nas eleições de novembro permite antever um país não apenas mais conservador nos costumes, mas também mais isolacionista na geopolítica, mais protecionista no comércio exterior e mais intervencionista na economia interna, com consequências profundas para o mundo todo.

Vance se projetou com um livro de memórias publicado em 2016, antes da eleição de Trump, descrevendo as agruras de sua infância pobre no Meio-Oeste, numa cidade afetada pelo declínio da siderurgia, onde foi criado por uma mãe viciada em drogas, às voltas com uma família esfacelada e episódios corriqueiros de violência doméstica. A obra foi considerada uma das melhores explicações da transformação da mentalidade de eleitores majoritariamente brancos e pobres que, antes identificados com os democratas, votaram em Trump naquele ano.

Miguel Caballero* - Antiextremismo com e sem salto alto

O Globo

Minimizar o risco antidemocrático é um erro para Lula, para a oposição não bolsonarista e para as instituições

Graduada por analistas numa escala que ia do “arriscada” ao “camicase”, a iniciativa de Emmanuel Macron de antecipar eleições legislativas pode não ter dado o resultado imaginado por ele. É inegável, porém, ter arrefecido o crescimento da ultradireita descrito como motivo de “pânico” na França e na Europa. Com seu grupo reduzido em mais de 80 cadeiras e a vitória da esquerda, levando a um impasse político no país, há alguma ironia num cenário em que o presidente francês deteve o extremismo, mas foi barrado pela polarização.

Seu principal recado era a reedição do “cordão sanitário” contra os radicais, efeito logrado com o alto comparecimento às urnas e com a aliança entre centro-direita e esquerda no segundo turno. Seria ingênuo descartar a profecia de Marine Le Pen sobre um mero adiamento da ascensão de seu projeto ao poder central, objetivo para o qual a suavização cosmética do discurso xenófobo é atalho. Mas a tacada de Macron tem méritos a ser observados por outros países onde se identifica esse neopopulismo como ameaça à democracia. Será que estão sendo?

Roberto DaMatta - O horror ao universal

O Globo

Abominando a competição, muitos temem o diabólico capitalismo e abraçam o bom e velho patrimonialismo

O traço citado no título acima é o mais visível e renitente do nosso estilo de governo. E de viver. Seja em casa ou na rua, na escola ou no bar, na estrada ou na calçada e, muito especialmente, nas filas — que analisei com Alberto Junqueira no livro “Fila e democracia”, em 2017, mostrando sua fraternidade com a igualdade democrática —, damos preferência à exceção que nos refaz como nobres e superiores, como bons membros do “patrimônio”, não como cidadãos.

A lista das exclusões é inesgotável, porque o sistema gira em torno de si mesmo, e não de projetos capazes de promover avanços. Todos os governos que testemunhei tocaram nos mesmos problemas — Previdência, aposentadorias, filhotismo político, pobreza, ajuste de contas públicas, “verdade cambial”, como vituperava um surtado Jânio Quadros, e, sobretudo, a chaga das nossas governanças: uma perene corrupção. Assaltos à coisa pública tanto à direita quanto à esquerda porque, conforme me disse um amigo realista, “ninguém, Roberto, é de ferro!”.

Bernardo Mello Franco – O manual de Datena

O Globo

Apresentador promete manter candidatura a prefeito, mas fala mais de si mesmo do que das questões municipais

Em 2016, os paulistanos elegeram um prefeito que dizia não ser político. Oito anos depois, José Luiz Datena quer convencê-los a cair no mesmo conto. O apresentador saiu de férias para se lançar candidato. Pelo que já mostrou, seria melhor antecipar a volta à TV.

Em terceiro lugar nas pesquisas, o neotucano foi sabatinado ontem pela Folha e pelo UOL. Diante das câmeras, gabaritou o manual do populismo. Esconjurou os partidos, praguejou contra a “velha política” e se apresentou como um defensor do povo. “Não confio em político. Não confio em palavra de político”, discursou.

O apresentador prometeu levar a campanha a sério, mas fez piada com a própria fama de anunciar candidaturas de mentirinha. “Nunca perdi uma eleição, tá certo? Desisti de todas, mas nunca perdi”. Ele também ironizou seu histórico de vaivém partidário. “Partido se fosse bom não se chamava partido, se chamava inteiro”, gracejou. Ao ser questionado se buscava ser visto como progressista ou conservador, escapuliu com mais uma platitude: “Sou constitucionalista (sic). Sou pelo povo brasileiro”.

Zeina Latif - As aparências enganam

O Globo

Sem uma compreensão ampla sobre os valores da sociedade, políticos podem dar um tiro no pé

A concorrência na política em meio à grande polarização leva por vezes a posicionamentos precipitados dos políticos. Buscam holofotes, mas baseados em visões de uns poucos, do seu entorno ou de pequenos grupos. Porém, sem uma compreensão mais ampla sobre as crenças e valores dos grandes segmentos da sociedade, a estratégia pode se provar um tiro no pé.

É o caso da tentativa da oposição de desgastar o presidente Lula com o projeto de lei que equipara o aborto realizado acima de 22 semanas de gestação ao crime de homicídio simples, inclusive nos casos de gravidez resultante de estupro. O deputado Sóstenes Cavalcante (PL-RJ) teria afirmado: “O presidente mandou uma carta aos evangélicos na campanha dizendo ser contra o aborto. Queremos ver se ele vai vetar. Vamos testar Lula.”

Fernando Exman - Um dia de teste para o juízo fiscal do governo

Valor Econômico

Na segunda-feira (22), governo apresentará mais um relatório bimestral de avaliação de receitas e despesas

O senador Jefferson Péres (PDT-AM) subiu à tribuna no dia 11 de abril de 2000 reclamando da dispersão no plenário. Cobrava atenção, inclusive da imprensa, para a matéria que seria aprovada em instantes após longos debates e poderia ser fundamental para garantir o equilíbrio das contas públicas.

Seu corpo franzino enganava aqueles que não conheciam a postura combativa que marcou o seu mandato. Exibia sempre o semblante fechado.

Em 2003, ele renunciou de forma ruidosa a uma vaga no Conselho de Ética do Senado por discordar dos encaminhamentos do colegiado. Em outros momentos da carreira, defendeu o afastamento da cúpula do próprio partido depois de denúncias de malfeitos. Antes de morrer, em 2008, discursou afirmando que não tinha medo da cobiça internacional em relação à Amazônia, mas sim da ganância nacional. Na sua opinião, esta envolvia ações de pecuaristas e madeireiros na região. Foi o seu último pronunciamento na Casa.

Márcio Garcia - O susto recente do câmbio

Valor Econômico

Malgrado a piora das condições externas, a situação do Brasil é relativamente confortável dentre os mercados emergentes

A escalada do dólar, que se acentuou no mês passado antes de arrefecer um pouco em julho, concentrou boa parte do noticiário econômico. O gráfico mostra o comportamento do real e de várias outras moedas de países emergentes (todas normalizadas em 100 na data inicial). Mostra também a evolução do índice DXY, o dollar index, que mostra a força do dólar contra outras moedas de países avançados. No background, a área sombreada, na escala à direita, é a taxa de juros dos títulos de 10 anos do Tesouro dos EUA.

A percepção de que o Fed iria manter os juros altos por mais tempo do que se previa elevou significativamente as taxas de juros longas nos EUA. Quando isso acontece, há maior transferência de fundos de mercados de risco, entre eles os de moeda de mercados emergentes, para os títulos seguros do Tesouro norte-americano. O gráfico mostra que a maioria das moedas se depreciou frente ao dólar (moveram-se para cima). E o real depreciou-se mais quase todo o tempo.

Luiz Carlos Azedo - Gravações de Ramagem exumam as “rachadinhas”

Correio Braziliense 

Arquivada pela Justiça do Rio, MP pode reabrir a investigação sobre o envolvimento do clã Bolsonaro no escândalo da Assembléia Legislativa fluminense

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes, ao derrubar o sigilo do inquérito sobre a chamada Abin paralela — que investiga atuação do deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ), delegado federal, quando à frente dos serviços de inteligência no governo passado —, aperta o cerco contra o ex-presidente Jair Bolsonaro, que é um dos arrolados.

Nas gravações de uma reunião entre ambos, da qual participaram o ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Augusto Heleno, e duas advogadas, fica evidente a intenção de abafar o escândalo das “rachadinhas” na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj), no qual estava envolvido o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), deputado estadual à época do escândalo. Heleno chega a chamar a atenção de que a conversa não poderia ter vazamentos.

Elio Gaspari - A Abin virou uma piada

O Globo

Sem respeitar as informações, governos repetem os erros

Daqui a algumas semanas completam-se 70 anos do atentado em que a guarda pessoal do presidente Getúlio Vargas urdiu o assassinato do jornalista Carlos Lacerda. Mataram um major que lhe dava proteção e abriram uma crise que terminou na manhã do dia 24 de agosto, com o suicídio do presidente.

Em poucas horas, a polícia associou a guarda ao crime. Os pistoleiros haviam contratado um táxi do ponto próximo ao Palácio do Catete, e o motorista apresentou-se. Desde então, os personagens palacianos acham que podem tudo e metem-se em trapalhadas de comédia.

Na última, em agosto de 2020, o então diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), Alexandre Ramagem, gravou uma reunião de que participavam o presidente Jair Bolsonaro e o general Augusto Heleno, chefe do Gabinete de Segurança Institucional. Tratava-se de articular uma defesa para o senador Flávio Bolsonaro, acusado de avançar sobre os vencimentos de seus assessores.

Marcelo Godoy - A omissão do Congresso diante da Abin

O Estado de S. Paulo

Parlamentares da comissão não viram quando a ‘Abin paralela’ se tornou a própria Abin 

O verdadeiro poder começa onde o segredo começa. “Quanto mais visível é uma agência governamental, menos poder ela detém e, quanto menos se sabe sobre a existência de uma instituição, mais poderosa ela é.” A conclusão de Hannah Arendt em Origens do Totalitarismo é conhecida, mas precisa ser lembrada.

No escândalo da Abin paralela, o próprio nome parece encobrir a sua dimensão. Também nada se diz sobre o papel da Comissão Mista de Controle das Atividades de Inteligência no Congresso (CCAI). Formada por 12 membros – seis senadores e seis deputados indicados pela maioria e pela minoria –, a comissão não passou perto dos desvios da agência de inteligência. No governo Bolsonaro, a CCAI teve como presidentes Fernando Collor e Aécio Neves. E, hoje, quem a preside é o senador Renan Calheiros, um dos alvos da arapongagem “paralela”.

O que a comissão controlou afinal? Procurou saber sobre a veracidade de informes a respeito de supostos desvios na contrainteligência da Abin, que deixaram vulneráveis a agências estrangeiras informações estratégicas do País? Ou sobre informes de que a Abin fez vista grossa a ações da CIA em Roraima contra Nicolás Maduro? Ou que policiais federais emprestados à agência produziam relatórios partidários, em que interesses de um grupo político capturavam um órgão de Estado?

Nicolau da Rocha Cavalcanti - Os 30 anos do Plano Real e a segurança pública

O Estado de S. Paulo

O Plano Real ensina que é possível mudar, mas não se muda fazendo o mesmo de sempre. É evidente que assim não dará certo

Além de merecerem abundantes aplausos, os 30 anos do Plano Real podem fornecer luzes importantes para os desafios atuais do País. Penso, em concreto, na segurança pública, que é um tema decisivo para o Brasil e, sim, precisa urgentemente de outro patamar, a começar por um novo patamar de compreensão do problema.

O Plano Real explicita que é possível mudar. Não temos de nos acostumar com situações objetivamente absurdas, simplesmente porque o presente é muito difícil: porque os problemas, em vez de diminuírem, cresceram ao longo do tempo.

Esse aspecto é muito importante no Brasil, onde se vê uma enorme descrença na capacidade do Estado – de forma específica, da política – de enfrentar os problemas nacionais. Ao derrotar uma inflação persistente, que parecia invencível, o Plano Real mostrou a falácia desse pessimismo. Eis a verdade desvelada pelo Plano Real: um governo tem a capacidade de mudar positivamente, de forma verdadeira e estável – não apenas até a eleição seguinte –, a vida da população.

Paulo Sotero - Atentado reduz campanha a ‘reality show’

O Estado de S. Paulo

Bom nessa modalidade, Donald Trump chega à reta final da campanha como favorito e acelerando

A tentativa de assassinato do ex-presidente Donald Trump no último sábado, em comício na Pensilvânia, trouxe para o centro da campanha à Casa Branca o flagelo das “reality news” ou “reality television” na sua mais trágica expressão: a violência epidêmica numa nação onde circulam 500 milhões de armas de fogo, mais de uma por cada um de seus 340 milhões de habitantes, e um número incontável que pessoas com problemas mentais e fácil acesso a elas.

Não obstante as teorias conspiratórias que pipocaram à esquerda e à direita, nos EUA e no resto do mundo, sugerindo que tudo não passou de uma encenação, o presidente Joe Biden, o FBI e os veículos da grande imprensa americana críticos de Trump trataram o ataque como fato.

No imediato pós-atentado, o episódio beneficia Trump, pois reforça a tese do ex-presidente segundo a qual ele é um político perseguido. Gera, ao mesmo tempo, simpatia e solidariedade entre eleitores indecisos, e aumenta a capacidade da campanha conservadora de continuar a arrecadar milhões de dólares, essencial depois da Convenção Nacional Republicana, que termina amanhã em Wisconsin com a consagração de Trump como candidato. Permite ainda que ele entre acelerando na reta final que levará à votação de 5 de novembro.

Fábio Alves – A nova fase Inflação

O Estado de S. Paulo

Diversos países começam a registrar uma leitura mais benigna da trajetória dos preços

Após boa parte das principais economias do mundo ter divulgado seus índices de preços ao consumidor referente a junho, ficou claro que, além de uma leitura benigna pelo segundo mês consecutivo, a inflação global surpreendeu os analistas, vindo abaixo das projeções de mercado. Assim, já dá para dizer que a inflação entrou numa tendência global de desaceleração?

O resultado que mais teve impacto sobre os investidores foi o CPI (sigla em inglês para índice de preços ao consumidor) de junho nos Estados Unidos, caindo 0,1%, enquanto os analistas previam alta de 0,1%, o que fez a taxa acumulada em 12 meses ceder de 3,3%, em maio, para 3%. Foi a primeira queda mensal do índice em quatro anos.

Vinicius Torres Freire - Povo não compra dólar, mas come dólar

Folha de S. Paulo

Daqui até agosto, governo tem boas oportunidades de reverter o tumulto financeiro

Daqui até o fim de agosto haverá oportunidades de superar o tumulto que contribuiu para encarecer o dólar e elevar ainda mais as taxas de juros.

A taxa de juros e o preço do dólar no Brasil dependem, em parte, do nível da taxa de juros nos EUA, o que por sua vez depende parte de expectativas de inflação. No opiniômetro financeiro, acredita-se agora que a inflação irá aos poucos dos 3% ao ano de maio para a meta de 2%.

A taxa básica de juros americana não deve ser talhada já na reunião de 31 de julho. Mas, no fim deste mês, o Fed pode dar sinais de que o arrocho vai diminuir. As taxas de mercado cairiam.

Wilson Gomes - Normalizar a ultradireita é inevitável

Folha de S. Paulo

Não se trata apenas do voto de nichos radicais, mas de metade do eleitorado

Há um dogma que circula em ambientes progressistas: "Não normalizarás a ultradireita". É um dogma porque, aparentemente, proíbe-se até mesmo discutir a utilidade, conveniência ou razão dessa crença. Está na mesma categoria de "não existe ultradireita moderada" e "com fascista não tem conversa, só combate".

Compreendo o que está em jogo. A direita radical que emergiu a partir de 2016 é perturbadora para uma cultura liberal-democrata, herdeira do Iluminismo. Mesmo com suas variações internas, há nela um bom número de teses e atitudes obscurantistas, intolerantes, avessas ao pluralismo e perigosas para minorias políticas.

Vetar a normalização dessas posições é uma tentativa de manter ativa a indignação moral, preservando o sentimento de repulsa e a convicção de que estamos diante de posições odiosas e aberrantes.

Como sou antidogmático por natureza, sugiro reexaminar se essa interdição ainda faz sentido. Em 2016 e 2018, quando Trump e Bolsonaro venceram eleições nas maiores democracias americanas, a surpresa era justificada.

Bruno Boghossian - Nova voltagem da eleição deve moldar escolhas políticas de Trump

Folha de S. Paulo

Após tédio com Biden em 2020, sequência de acontecimentos muda sentimento da disputa nos EUA

A eleição de 2020 nos EUA deu uma vitória ao tédio. Joe Biden se consagrou como uma opção enfadonha após quatro anos de acrobacias protagonizadas por Donald Trump. A próxima votação, em novembro, ocorrerá num ambiente muito mais favorável para o republicano.

A última série de acontecimentos da campanha americana reflete e ajuda a cristalizar os sentimentos que devem marcar esta disputa. A corrida tende a se mover mais pela alta voltagem e pelo caos que favorecem a política de Trump do que pela busca por previsibilidade.

O prólogo desta sequência foi a intensificação dos questionamentos sobre a figura de Biden. A suposta vantagem da placidez foi vigorosamente substituída por incertezas sobre sua capacidade de comando.

Hélio Schwartsman - E se fosse morte morrida?

Folha de S. Paulo

Assassinato de Trump seria péssimo para a democracia, mas qual seria o efeito de uma morte natural?

Pretendia evitar reflexões polêmicas sobre uma possível morte de Donald Trump, mas não resisto.

Teria sido péssimo para os Estados Unidos e para o mundo se o atirador tivesse logrado seu objetivo. O assassinato de um candidato com boas chances de vencer o pleito presidencial, num contexto de forte polarização afetiva como é o norte-americano, teria deixado o país numa situação pior do que a atual. O atentado não necessariamente lançaria os EUA numa guerra civil –elas são raras em nações desenvolvidas--, mas agravaria a violência sectária e representaria uma fragilização da democracia.

Paul Krugman - Projeto mostra a verdadeira face de Trump

The New York Times / Folha de S. Paulo

Elaborado por aliados do ex-presidente, Project 2025 mostra aspirações oficiais e não oficiais de um novo mandato

Não vou especular sobre o efeito da tentativa de assassinato de Donald Trump no sábado (13) na corrida presidencial de 2024. No entanto, vou fazer uma observação: alguns na direita política estão usando o ataque para insinuar que a crítica aos esforços passados de Trump para reverter os resultados da última eleição, ou qualquer sugestão de que ele represente uma ameaça à democracia, agora está fora dos limites.

Mas duas coisas são verdadeiras ao mesmo tempo: violência política é inaceitável, ponto final. E os esforços de Trump e de seus apoiadores mais radicais para minar a democracia americana continuam sendo inaceitáveis.

Com a convenção republicana desta semana, é importante entender as possíveis ramificações tanto de sua plataforma oficial quanto de suas aspirações não oficiais, incorporadas pelo Project 2025.

Poesia | Manuel Bandeira - A Estrela da Manhã

 

Música | Paulinho da Viola - Foi um rio que passou em minha vida