quinta-feira, 21 de julho de 2022

Luiz Werneck Vianna* - Os gansos do Capitólio e nós

O negacionismo, seja lá o que isso for, é marca registrada desses tempos de governo Bolsonaro em sua revolta permanente contra os fatos, nega-se a pandemia com seu cortejo fúnebre de mais de 650 mil vítimas, as virtudes do direito social e do próprio direito como conquista civilizatória em nome de uma liberdade irrestrita dos indivíduos no espaço social em guerra entre si, a questão ambiental cuja degradação contínua ameaça a sobrevivência da espécie, e entre os mais afoitos, até a forma esférica da terra. Trata-se, na verdade, de uma ação combatente contra a razão e a ciência, típica do irracionalismo fascista com seu culto à supremacia da vontade na instituição da vida social. Noutras palavras, recusar realidade empírica a essa coisa tida por sociedade, pois quem sabe faz a hora, não espera acontecer, alardeia o voluntarismo político.

Sob essa sinistra orientação, nega-se a lisura do processo eleitoral realizado por urnas eletrônicas, prática usual bem-sucedida entre nós, coincidente com várias pesquisas eleitorais que apontam a vitória oposicionista por larga margem de votos, e se urde no preparo do que em linguagem popular significa melar a apuração eleitoral, possivelmente com o concurso de ações criminosas por parte de esbirros milicianos. O golpe está sobre a mesa disponível para o uso.

O cometimento desse ultraje que se premedita é de gravidade inaudita, e, caso ocorra, poderá suscitar um amplo movimento de indignação, nacional e extramuros. Na eventualidade, é preciso atentar para os cálculos dos estrategistas do golpe que contam com um tumulto superveniente para desferir o movimento desde sempre desejado, a restauração, remodelada, aqui e ali, do regime do AI-5.

Merval Pereira - Punição necessária

O Globo

Nada acontecer é como estarmos numa aparência de democracia, onde o autoritário de plantão faz o que quer

O presidente Bolsonaro confirmou a avaliação de que ele é seu principal opositor. Na patacoada que protagonizou no Palácio da Alvorada diante de embaixadores, parecia um líder da oposição numa daquelas repúblicas bananeiras que reprimem e impedem adversários de se pronunciar publicamente. Falava contra seu próprio país na função de presidente da República, com o desembaraço de quem acusava a oposição de tentar impedir sua vitória nas urnas em outubro.

Falava ao lado de líderes militares da reserva que pareciam garantir sua manifestação ao mundo para o caso de o palácio onde mora ser invadido. Só que os inimigos imaginários de Bolsonaro fazem parte da mesma estrutura de poder a que ele pertence, como chefe de um deles, o Executivo. Os ataques ao Judiciário soaram ainda mais desajustados quando disse que o fazia para defender a democracia. E que ela dependeria da ação mais aprofundada dos militares junto aos tribunais eleitorais.

Míriam Leitão - Bolsonaro fracassa mas risco continua

O Globo

Presidente atirou contra a democracia brasileira, mas a bala voltou-se contra ele mesmo

O presidente Jair Bolsonaro fracassou totalmente na sua investida contra as urnas eletrônicas. Recebeu de volta uma saraivada de reações fortes vindas de todas as áreas. As diversas notas do Ministério Público deixaram o procurador-geral, Augusto Aras, isolado e com a obrigação de responder à notícia-crime feita pelos seus colegas. O comunicado do governo americano, elogiando o sistema eleitoral brasileiro, deu o tom do ceticismo com o qual as acusações sem provas de Bolsonaro foram recebidas nas embaixadas de países com governos democráticos. A nota conjunta de delegados e peritos da Polícia Federal tirou dele o argumento de que a PF tinha constatado fragilidades no sistema eleitoral. O comunicado dos servidores da Abin mostrou que ele ficou quase totalmente sozinho nesse “putsch” do Alvorada.

Vera Magalhães - Recado dos EUA é direto para as Forças Armadas

O Globo

Nota e manifestação do porta-voz destacam necessidade de instituições seguirem papel constitucional

Tanto a nota da Embaixada dos Estados Unidos no Brasil quanto a declaração do porta-voz do Departamento de Estado, Ned Price, reiterando a confiança do governo norte-americano no processo eleitoral brasileiro têm outro destinatário direto, além de Jair Bolsonaro: as Forças Armadas brasileiras.

Escaldado em tentativas da nova extrema-direita de tumultuar a democracia e contestar o resultado de eleições graças ao que Donald Trump promoveu internamente, o governo Joe Biden sabe que o apoio militar a aventuras deste tipo é a chave para o maior ou menor grau de risco de ruptura democrática.

Por lá, os militares foram firmes em deixar Trump falando sozinho quanto ao questionamento do resultado das eleições e o incentivo a atos como o que culminou na invasão do Capitólio.

Ao reiterar a expectativa de que as eleições ocorram de forma justa, livre e confiável, "com todas as instituições agindo conforme seu papel constitucional", o governo Biden comunica aos militares que o resultado das eleições será prontamente reconhecido por Washington.

William Waack - A originalidade de Bolsonaro

O Estado de S. Paulo

Em geral o presidente tornou pior o que já existia na política, mas trouxe duas contribuições pessoais

A obra de destruição presidida por Bolsonaro está quase completa, e falta apenas provocar a “convulsão social” – a caminho, que ninguém se iluda – por conta da provável derrota eleitoral. Essa obra se compõe da dissolução da institucionalidade e da formidável expansão do patrimonialismo, com suas velhas marcas de corrupção. Só teve dois aspectos originais.

Bolsonaro não foi muito criativo. O empenho em atacar a imprensa, por exemplo, é parte de um fenômeno mais amplo do desgaste da mídia profissional em seu papel tradicional como guardiã da veracidade objetiva dos fatos. Daí o destaque alcançado por fake news, e a presença desproporcional no debate público brasileiro de celebridades projetadas por redes sociais.

Maria Cristina Fernandes - O golpismo sufocado

Valor Econômico

Resta à oposição contestar legado com igual veemência

Repousa nos escaninhos do Tribunal de Contas da União um relatório sobre a sonegação de informações por parte do Exército, da Marinha e da Aeronáutica relativo a compras de equipamentos e serviços no exterior. Acumulam-se R$ 2 bilhões nas contas a serem auditadas. Desde o início dos anos 1990, quando foi retomado o acordo militar com os Estados Unidos, denunciado por Ernesto Geisel em 1977, que o tribunal não registra uma prestação de contas completa dessas compras, cujo carimbo da segurança nacional dispensa de licitação. O relatório do TCU sugere que o não atendimento às informações requeridas incorrerá em penalidades que vão de multas ao afastamento dos responsáveis pelas despesas e seus superiores, passando pelo arresto de bens.

É a contraface nacional da pressão de deputados democratas nos Estados Unidos. Eles tentaram condicionar as transações do orçamento do Pentágono com as Forças Armadas brasileiras a um compromisso democrático. Incluem-se nessas transações desde o crédito para a aquisição de equipamentos a cursos para oficiais passando pelo fornecimento a projetos sensíveis como os da vigilância das fronteiras. Seja pelo histórico dos anos 1970, quando o Brasil alegou ingerência em sua política de direitos humanos para romper o acordo militar, seja porque o Brasil, no momento, ocupa a presidência do Conselho de Segurança das Nações Unidas, os parlamentares americanos recuaram do veto.

Sérgio Besserman* - Agir antes que seja tarde

O Globo

Há soluções, mas é necessário vencer a inércia

Os impactos das mudanças do clima atingem severamente a população mundial. O AR6, último relatório do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), estima que de 3,3 bilhões a 3,6 bilhões de pessoas vivam hoje em locais ou contextos altamente vulneráveis às alterações. Gênero, etnia e renda são fatores de aumento de vulnerabilidade.

Diversos eventos previstos nos relatórios de estado da arte da ciência estão ocorrendo antes do esperado, e muitas ocorrências extremas não previstas também estão acontecendo. Isso não surpreende, na medida em que a ciência só pode se pronunciar quando todas as etapas do método científico são preenchidas, sendo sempre e corretamente conservadora.

No Brasil, apenas em 2022, sofremos grandes inundações em Pernambuco, Alagoas, Minas e Bahia. A ocorrência no ano passado, mais uma vez, de crise de escassez de recursos hídricos no Sul do país acendeu o sinal de alerta sobre o aumento da frequência de evento tão impactante e o temor de uma mudança de padrão na disponibilidade de água no Sul, Sudeste e Centro-Oeste, com consequências de grande magnitude.

Vinicius Torres Freire – Os amigos secretos de Bolsonaro

Folha de S. Paulo

Na ressaca do show golpista, Brasília estava quieta e há um esboço de acordão

O Brasil oficial e oficioso saiu de fininho do palco e da plateia do mais recente show da turnê golpista de Jair Bolsonaro.

Políticos governistas, publicitários da reeleição, gente das Forças Armadas ou do Itamaraty dizem a jornalistas que nada tiveram a ver com o espetáculo em que Bolsonaro enxovalhou a democracia para diplomatas estrangeiros. Tudo foi obra da camarilha íntima do bolsonarismo. No mais, Brasília estava quieta no dia da ressaca do show golpista.

"Você não acredita no que sai nos seus jornais?", pergunta um general ao jornalista. "Bolsonaro é isso aí. Junta uns dois ou três com quem ele come sanduíche com guaraná, mais um camarada [colega de farda] imprudente, uns malucos com quem ele confraterniza no Palácio e dá nisso. Ele não ouve ninguém, vive em outro universo".

Note-se de passagem que, para esse general da ativa, não haveria "problema" com um governo do PT. Os militares esperam apenas "respeito à autonomia, às capacidades e às condições de trabalho" —inclui cargos, salários e aposentadorias bons e dinheiro para armas. Uma tentativa de acordão começou.

Luiz Carlos Azedo - Resiliência mantém Ciro na disputa do primeiro turno

Correio Braziliense

Ex-ministro da Fazenda de Itamar Franco, foi responsável pela implementação do Plano Real, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) deixou o cargo para concorrer e vencer as eleições de 1994

O perfil político do ex-governador do Ceará Ciro Gomes pode ser sintetizado numa palavra da moda: resiliência. Ontem, o PDT aprovou em convenção nacional, por aclamação e sem votos contrários, a escolha do seu nome como candidato à Presidência da República. Ele resistiu a todas as investidas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para desestabilizar sua candidatura. O petista comeu pelas beiradas as alianças do PDT nos estados, mas o político cearense, intempestivo e destemperado, duas palavras que também constituem o seu perfil, resistiu bravamente. Manteve-se em cena com uma fatia de 8% do eleitorado, que segue firme e forte apoiando sua candidatura.

Esta será a quarta vez que Ciro disputará a Presidência, que é a sua grande obsessão política. Nunca chegou ao segundo turno, mas sempre deu trabalho aos adversários, nos pleitos de 1998 e 2002, pelo antigo PPS, e 2018, pelo PDT, quando obteve seu melhor desempenho, com 13,3% dos votos.

Ex-ministro da Fazenda do governo Itamar Franco, foi responsável pela implementação do Plano Real, quando Fernando Henrique Cardoso (PSDB) deixou o cargo para concorrer e vencer as eleições de 1994, derrotando Lula. Ciro tem uma trajetória bem-sucedida de gestor público, como prefeito de Sobral e Fortaleza e governador do Ceará, que hoje se destaca por ter uma das melhores redes de ensino público e gratuito do país.

Bruno Boghossian - Ciro e o fantasma do voto útil

Folha de S. Paulo

Máquina do governo e fantasma do voto útil devem concentrar ainda mais a disputa Lula-Bolsonaro

Ciro Gomes (PDT) recauchutou um discurso de oposição a Lula e Jair Bolsonaro para lançar sua quarta candidatura ao Palácio do Planalto. Primeiro, o pedetista tentou igualar os dois adversários. Ele reconheceu que a dupla tem diferenças ideológicas, mas argumentou que o petista e o atual presidente, "na essência, praticam o mesmo modelo". Depois, vendeu o próprio peixe: "Eu procuro ser completamente diferente".

O problema do candidato é que o eleitor não anda muito interessado no produto. Ciro ainda luta para romper a barreira dos 10% das intenções de voto num momento em que o embate direto entre os dois líderes da corrida presidencial tende a ficar ainda mais sólido.

Ruy Castro - Bolsonaro falando sozinho

Folha de S. Paulo

Mas os crimes em seu discurso para os embaixadores podem ter sido uma cartada

Para Jair Bolsonaro, neste momento, a pior forma de solidão deve ser a companhia dele mesmo. Encerrado seu sketch cômico no Alvorada contra as urnas eletrônicas, viu que estava falando sozinho. Nenhum dos embaixadores o aplaudiu e, ao sair dali, todos alertaram seus governos para a possibilidade de uma versão roceira da arruaça de Donald Trump em 6 de janeiro de 2021. Habituado a governar no tapa, Bolsonaro pode ter sentido a mão se voltar contra a sua própria face.

Nas 48 horas seguintes, o Departamento de Estado dos EUA, escolado em trumpices, declarou que as eleições brasileiras são um modelo para o hemisfério e o mundo. A mídia internacional repudiou em massa a encenação e organismos da área econômica insinuaram que uma aventura, de inspiração óbvia e desfecho conhecido, não fará bem aos negócios do Brasil.

Conrado Hübner Mendes* - Corrupção bolsonarista, capítulo 6

Folha de S. Paulo

Corromper eleição com dinheiro, assédio, violência e desinformação

Victor Nunes Leal, maior ministro da história do STF, escreveu "Coronelismo, Enxada e Voto", clássico de interpretação do Brasil. Militares não suportavam sua inteligência jurídica e seu desprezo à delinquência armada. Foi sequestrado por sargentos revoltosos em 1963 e aposentado na marra pelo AI-5 em 1968.

O livro de Nunes Leal descreveu o sistema eleitoral corrupto da primeira República, fundado na barganha entre o poder privado local, do coronel, e o poder público central. Vitórias eleitorais dependiam da pobreza, da força bruta e do dinheiro. A representação política resultante, baseada no mando e na obediência, retroalimentava o sistema patrimonialista.

Eleições no Brasil tornaram-se gradualmente mais competitivas e democráticas a partir de 1988. Mas Jair Bolsonaro veio para resgatar nossa pré-modernidade eleitoral à máxima potência. Todos os seus atos na disputa eleitoral reavivam a tradição do consórcio entre poder privado rudimentar e um governo incivil e insubmisso à lei. Com tecnologia do século 21.

Adriana Fernandes - A promessa dos R$ 600

O Estado de S. Paulo

Quem for eleito terá de arrumar a casa e mostrar uma trajetória de redução da dívida

No final de agosto, o governo terá de enviar ao Congresso projeto de lei do Orçamento de 2023 prevendo o retorno do piso do Auxílio Brasil de R$ 600 para R$ 400.

Parece um detalhe técnico, sem muita importância neste momento de esquenta da campanha, uma vez que o Orçamento só será votado mesmo no final do ano e sempre muito modificado. Mas em ano de eleições não é bem assim que a música toca.

Não haverá tecnicamente outra saída para o Ministério da Economia na elaboração do Orçamento do primeiro ano do próximo governo porque o teto de gastos é uma regra fiscal prevista na Constituição que ainda está em vigor.

Não há espaço no teto para acomodar a partir de 1.° de janeiro esse valor com a inclusão de mais 2 milhões de famílias. O orçamento do programa anual teria de subir de R$ 89 bilhões para um patamar mais próximo de R$ 150 bilhões. Cenário que absolutamente não cabe nas contas do governo.

Celso Ming - A Europa atolada em conflitos

O Estado de S. Paulo

A Europa enfrenta grave conflito de prioridades. Não sabe se põe força total para garantir o cumprimento das metas ambientais ou se trata primeiramente de assegurar a segurança energética.

Esses dois objetivos contraditórios produzem estresse econômico e político. A forte onda de calor e de incêndios que se espraia pela França, Espanha, Portugal, Itália e Inglaterra exige ação imediata dos governos para combater a exacerbação do efeito estufa e a promoção da substituição mais rápida da energia de fonte fóssil pela energia de fonte limpa e sustentável.

No entanto, a guerra na Ucrânia e as sanções contra a Rússia são fatores que aumentam a dependência de gás natural russo.

Ao mesmo tempo, tornam inevitável a reativação das usinas térmicas a carvão e a outros derivados de petróleo.

Pedro Cavalcanti Ferreira / Renato Fragelli Cardoso* - Reformas, contrarreformas e não reformas

Valor Econômico

A destruição do arcabouço fiscal, construído a duras penas, terá graves e duradoras consequências

Economistas do governo apontam, com razão, o grande número de reformas implantadas nos últimos três anos e meio, que terão um impacto positivo permanente sobre a taxa de crescimento da economia. Entretanto, contrapondo-se a elas, houve várias “contrarreformas” e retrocessos institucionais com efeitos na direção contrária. Além disso, há muitas “não reformas”, aquelas prometidas no início do governo que não saíram do papel. Só se conhecerá o resultado final no futuro, mas não há razões para otimismo.

A teoria econômica ensina que distorções, principalmente microeconômicas, afetam negativamente a alocação de recursos, os investimentos e, consequentemente, o crescimento e a renda de longo prazo. Ao canalizar fundos para firmas e empresas pouco produtivas, e dificultar a operação de outras mais eficientes, concentrando desproporcionalmente recursos nas “piores” empresas e agentes econômicos, as distorções reduzem o produto agregado. Má regulação, barreiras comerciais, tributação cumulativa, subsídios mal direcionados são exemplos de distorções que prejudicam o funcionamento dos mercados, desincentivam o investimento e a entrada de novas firmas mais eficientes.

Lu Aiko Otta - Orçamento muda para favorecer “gol de mão”

Valor Econômico

O desgaste silencioso do arcabouço fiscal, que veio de mãos dadas com o ataque à isonomia entre candidatos na eleição, deveria acender todos os sinais de alerta

A arrecadação de impostos federais seguiu “bombando” em junho e o time do ministro da Economia, Paulo Guedes, anuncia nesta sexta-feira novas projeções para receitas e despesas que mostrarão um quadro bem mais favorável para as contas federais este ano. Tem gente otimista com a perspectiva de obter saldo primário positivo, algo que não se vê desde 2013. É uma notícia positiva, sim, mas isso não quer dizer que o Brasil não enfrente outros problemas em relação à gestão do Orçamento.

O saldo anual no azul não deve ser anunciado esta semana. A expectativa é que isso ocorra mais para o fim do ano, mantidas as atuais condições de temperatura e pressão.

Há aí pelo menos dois fatos com potencial de animar o debate eleitoral pelo lado do governo: a superação da “herança maldita” de quase uma década de saldos negativos e o fato de o governo de Jair Bolsonaro terminar com um nível de gastos inferior ao de seu início. A projeção atual é terminar o ano com despesas primárias equivalentes a 18,7% do Produto Interno Bruto (PIB), ante 19,5% do PIB em 2019.

O que a mídia pensa - Editoriais / Opiniões

Editoriais / Opiniões

Resposta vigorosa à ofensa de Bolsonaro

O Estado de S. Paulo

Ante o ataque de Bolsonaro ao País, a reação brotou forte. Instituições públicas, entidades civis e governos estrangeiros expressam incondicional apoio ao sistema eleitoral brasileiro

Na segunda-feira, Jair Bolsonaro disse ao mundo que o Brasil não era uma democracia confiável. Desde então, o Brasil e o mundo têm dado uma impressionante resposta rechaçando as teorias conspiratórias. Instituições públicas, entidades da sociedade civil, lideranças políticas, governos estrangeiros e muitíssimos cidadãos, das mais diversas áreas, reafirmaram sua confiança no sistema eleitoral brasileiro: na sua eficiência e na sua segurança. A falsa tese bolsonarista contra as urnas eletrônicas é apenas isso: uma falsa tese bolsonarista, à qual ninguém fora da patota dá crédito.

Nada poderia ter sido mais acachapante para a credibilidade de Jair Bolsonaro do que a nota do governo dos Estados Unidos. Um dia depois de o presidente da República dizer que a apuração das urnas eletrônicas no Brasil era uma farsa, os Estados Unidos afirmaram o exato oposto, reiterando sua confiança em nosso sistema eleitoral. “As eleições brasileiras conduzidas e testadas ao longo do tempo pelo sistema eleitoral e instituições democráticas servem como modelo para as nações do hemisfério e do mundo”, disse o governo americano.

Poesia | Dalcídio Jurandir - Aleluia

 

Música | Teresa Cristina - Canta Noel Rosa