sexta-feira, 28 de setembro de 2018

José Eduardo Faria*: Política judicializada

- O Estado de S.Paulo

Ministros de tribunais superiores insistem em decisões monocráticas segundo agenda própria

Com a sucessão de críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF), no sentido de que vem julgando situações iguais de modo diferente e de que seus ministros estariam usurpando o poder democrático por meio de decisões monocráticas, o tema da judicialização voltou com força à agenda. Veja-se, por exemplo, o discurso de posse do novo presidente da Suprema Corte, que falou menos como magistrado e mais como político. Veja-se, também, a estratégia adotada pelo PT na campanha presidencial. Tendo durante meses desqualificado o pleito por causa da inelegibilidade de seu verdadeiro candidato, o partido optou por inundar os tribunais com recursos judiciais, para tirar todos os dividendos eleitorais possíveis dessa iniciativa. Só no caso da tentativa de registro de seu real candidato foram protocolados 17 recursos.

A judicialização da política surgiu em muitos países a partir da segunda metade do século 20. No Brasil, ganhou impulso com o surgimento da ação civil pública. Criada em 1985, ela permite que um grupo ou uma instituição possa apresentar-se como representante de uma coletividade, substituindo-a processualmente. Utilizado em larga escala em decorrência da multiplicação dos movimentos sociais e entidades de defesa de direitos humanos empenhados em assegurar o acesso de segmentos desprotegidos aos tribunais, esse instrumento processual deu visibilidade a diversas reivindicações, como as que a pedem a concretização dos direitos sociais assegurados pela Constituição.

Eliane Cantanhêde: Morrendo pela boca

- O Estado de S.Paulo

PT constrói a vitória, Bolsonaro e PSDB armam as suas próprias derrotas

Depois vão dizer que é implicância da imprensa, mas como não publicar e não comentar essa profusão de notícias negativas para a candidatura de Jair Bolsonaro (PSL) à Presidência? Quem cria os fatos, as notícias e os vexames não é a imprensa, é ele e a própria campanha.

Depois de admitir que não entende nada de nada, muito menos de economia, Bolsonaro saiu-se com uma gracinha: “Chama o Posto Ipiranga!”. Depois, esfaqueado brutalmente e internado no hospital, foi poupado de debates e entrevistas, mas toda hora dá uma bronca, ora no vice, ora no próprio Posto Ipiranga.

O economista Paulo Guedes, que é o tal posto (não poste, hein?), já teve de dizer que a ideia de recriar a CPMF não era bem assim e cancelou a ida a todos os debates, um atrás do outro. Já o vice, general Hamilton Mourão, não se emenda. Famoso por ter defendido a hipótese de intervenção militar quando ainda estava na ativa, ele é uma festa para repórteres ávidos por notícias, deslizes e manchetes.

Tem a história da “indolência” dos índios e da “malandragem” dos negros, que deram nisso aqui, o Brasil. Depois, a proposta de mudar a Constituição passando por cima do Congresso eleito por voto direto. Agora essa contra o que chamou de “jabuticabas brasileiras”: o 13.º salário e o adicional de férias para o trabalhador.

Merval Pereira: O perigo das palavras

- O Globo

Mourão não sabe esconder o que pensa, e o que pensa muito frequentemente é, no mínimo, polêmico, quando não inaceitável

A mais nova polêmica provocada pelo vice de Bolsonaro, general Mourão, mostra como são pedregosos os caminhos da política, especialmente em tempos de campanha presidencial. As barbaridades que o candidato do PS L diz tocam num nervo sensível da população, como o combate à violência com violência, ou a defesa de uma intervenção militar, e até a tortura como meio de obter confissões supostamente para salvar vidas.

Essa é uma pegadinha frequente: o que você faria se um filho fosse sequestrado e um preso soubesse onde está o cativeiro? Uma situação hipotética que leva a uma resposta emocional que na datem a ver como que está em discussão d efundo, que é a prevalência dos direitos humanos como valor democrático.

Grande parte dos que votam nele aprova essas atitudes, por simplificação ou ingenuidade, quando não por ideologia mesmo. Mas acabar com o 13º salário, não há quem defenda sem pagar um preço político alto.

O general, definitivamente, não sabe esconder o que pensa, e o que pensa muito frequentemente é, no mínimo, polêmico, quando não inaceitável, como foi o caso do autogolpe. Não foi ele quem lançou acartado autogolpe, mas o admitiu em meio a uma discussão sobre intervenção militar, abrindo caminho para dúvidas sobres eu compromisso coma democracia. A alegação de que, se defendesse uma intervenção milita restaria conspirando, e não se candidatando em eleições democráticas, temo mesmo peso de líderes do PT que afirmam sempre que a atuação do partido tem sido dentro do campo democrático.

Bernardo Mello Franco: A candidata que encolheu

- O Globo

Marina Silva começou o mês em segundo lugar na corrida presidencial. Agora desabou para o quinto, com 6%. Ela tenta culpar a falta de dinheiro e de tempo de TV

No início de setembro, Marina Silva estava em segundo lugar na corrida presidencial. Em menos de um mês, desabou para o quinto. A ex-senadora tinha 12% no Ibope. Agora caiu para a metade: 6%.

O encolhimento de Marina não chega a ser uma surpresa. Ela se isolou após a derrota de 2014, quando chegou a liderar as projeções de segundo turno. Seu partido, a Rede, nasceu pequeno e ficou ainda menor. Hoje tem apenas dois deputados e um senador.

A candidata também perdeu aliados que ajudavam a bancar suas campanhas. O empresário Guilherme Leal, da Natura, e a educadora Neca Setúbal, uma das herdeiras do Itaú, escolheram se afastar. Marina esperava arrecadar cerca de R$ 9 milhões em doações. Até aqui, recolheu pouco mais de R$ 1 milhão.

A ex-senadora atribui suas dificuldades à escassez de dinheiro e tempo de TV. É um problema, mas não é uma explicação. Ela tem 21 segundos a cada bloco de propaganda. O candidato Jair Bolsonaro tem apenas oito e está na liderança das pesquisas.

Até o fim de agosto, Marina contava com um trunfo. Apesar de ter rompido com o PT em 2009, ela era quem mais herdava votos de Lula. No cenário sem o ex-presidente, chegava a liderar entre os mais pobres e no Nordeste. Quando o petismo lançou Fernando Haddad, a campanha da ex-senadora se dissolveu.

José de Souza Martins: Nosso binarismo ideológico

- Eu & Fim de Semana | Valor Econômico

Os resultados das pesquisas eleitorais, nestes dias finais da campanha, vão confirmando uma tendência histórica da política brasileira: a do binarismo ideológico. A dispersão de votos pelas dezenas de partidos encobre a tendência binária que sob eles resiste como reguladora oculta da nossa mentalidade política.

Ainda estamos divididos entre os que foram subjugados pelo mandonismo local e a dominação pessoal e os residualmente esclarecidos que podem exercer a crítica dos projetos políticos na perspectiva da esperança e do possível. A ideologia pendular PT x PSDB revitalizou o binarismo e limitou gravemente nosso horizonte político.

No interior dos próprios partidos políticos essa polaridade é visível. É o caso do Partido dos Trabalhadores. Está no desencontro das opções eleitorais entre sua figura simbólica mais expressiva, a do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e o partido. Nas consultas, os números em favor de Lula são muito maiores do que os números em favor do PT. Não só agora.

O PT vai bem quando os eleitores reconhecem a convergência dos dois. Vai mal quando se separam, quando os eleitores que se identificam com Lula não se identificam com os candidatos do partido. Dá certo quando o partido pega carona no carisma de Lula. Ou seja, o PT dá certo quando não é partido, quando é apenas agrupamento de acólitos do líder, mas não agentes de afirmação de uma doutrina e de uma teoria de superação das contradições sociais. As que afligem aqueles que esperam ter suas carências devidamente consideradas pelo partido num ideário de desenvolvimento social como condição do desenvolvimento econômico.

Fernando Abrucio: O papel do centro no futuro do país

- Eu & Fim de Semana | Valar Econômico

A disputa eleitoral ainda não acabou, mas os candidatos de centro estão, por ora, bem mais distantes do segundo turno do que Jair Bolsonaro e Fernando Haddad. Sempre é possível que o imponderável apareça numa eleição, como ocorreu no caso da morte de Eduardo Campos em 2014 e no atentado recente contra o candidato do PSL, que inegavelmente o fortaleceu nas pesquisas.

Mas, se nada de muito surpreendente acontecer, a polarização vai ser o signo definidor do pleito presidencial de 2018. Só que vencer é uma coisa, governar, outra. Indo mais direto ao ponto: o centrismo tende a ser uma peça-chave num país dividido, quem quer que seja o eleito.

Ressaltar a importância do centro na política brasileira contemporânea não quer dizer que seus partidos e líderes estão sendo agora injustiçados pelo eleitor. O centrismo cometeu um erro atrás do outro nos últimos anos. Sem dúvida, foi importante no período do presidente Fernando Henrique Cardoso e quando uma parte dele foi atraída para o governo de Lula, cumpriu um papel importante para a governabilidade e para moderar certas correntes radicais do petismo. No entanto, a partir de 2014, o centro perdeu o rumo.

O primeiro passo em falso do centro ocorreu quando Aécio Neves questionou judicialmente a vitória de Dilma - e soubemos depois, pela própria fala do tucano, que ele fizera aquilo "só para encher o saco".

A saga continuou com o caminho tortuoso adotado no processo de impeachment. O fato é que o PSDB e os centristas sérios e não corruptos de outros partidos foram comandados pelo deputado Eduardo Cunha e por uma voz difusa das ruas que já namorava com a antipolítica e o autoritarismo. Continuaram essa trilha apoiando o presidente Temer nos momentos mais constrangedores, como as duas votações que o salvaram da perda do mandato, e não tiveram a atitude adequada quando Aécio mostrou que não tão diferente daqueles que acusara. Com esse comportamento, não conseguiram descolar a sua imagem de um governo cuja popularidade está no subsolo.

O enredo centrista continuou com a apresentação de várias candidaturas para a eleição presidencial. Essa fragmentação dificulta a chegada ao segundo turno. A divisão de forças atrapalha, porém, não explica por completo o fraco desempenho até agora dos candidatos de centro. Tem-lhes faltado a capacidade de perceber quais são as maiores angústias da população, seja da classe média, seja, sobretudo, dos segmentos mais pobres da população. Eis aí uma lição fundamental da democracia: não se pode vencer sem entender o que o povo soberano quer.

César Felício: O choque cultural

- Valor Econômico

Haddad no polo oposto a Bolsonaro explica o #Elenão

Talvez seja a primeira vez em uma campanha eleitoral que manifestações de grande porte são convocadas contra um candidato, e não a favor. A campanha #Elenão, claro está, é a primeira ação em bloco com sentido eleitoral que o feminismo faz no Brasil. São 13 concentrações neste sábado em São Paulo, 7 no Rio Grande do Sul, 5 no Rio de Janeiro, 4 em Minas Gerais. Um dos atos está convocado para a Praça Halfeld, em Juiz de Fora (MG), a dois quarteirões do local do atentado contra o líder das pesquisas de intenção de voto para a Presidência.

O "gap" na questão de gênero era um desafio para Jair Bolsonaro desde o início da sua campanha. O candidato do PSL é uma espécie de arquétipo do macho-alfa, quase uma caricatura do homem opressor. No momento mais decisivo de sua carreira política, Bolsonaro optou por não fazer concessões e forjar sua candidatura sob a consigna de um só povo, uma só vontade, um só líder: dar espaço para mulheres, negros, gays, nordestinos etc seria dividir o que deve estar unido.

Negar a diversidade social e política, portanto, está no espírito da candidatura de Bolsonaro. Ela só faz sentido se não apresentar nenhuma transigência neste tema. Dos candidatos com alguma relevância, ninguém foi tão longe quanto ele. É certo que o tempo hoje não é de conciliação, mas das chapas que concorrem à presidência a encabeçada pelo deputado do PSL é a única que não conta com mulher como candidato a presidente ou a vice.

O embate gerado pelo #Elenão, contudo, vai além da questão da gênero. Ele ganha outro alcance quando a perspectiva de polarização anti-Bolsonaro está pendendo mais para Fernando Haddad do que para Ciro Gomes.

Ciro é um político convencional de centro-esquerda, dentro da tradição de alianças que marca a prática partidária do Nordeste nos últimos anos. Transita em vários nichos.

Haddad personifica uma esquerda muito centrada na questão de valores, que é ortodoxa na economia e arrojada em temas identitários.

A relativização cultural, tanto no Brasil como afora, não se dá sem fricções. Condutas que faziam parte dos usos e costumes estão à beira da criminalização e o reacionarismo vive um despertar. Bolsonaro se tornou relevante quando viveu sua epifania nos idos de 2010, ao se deparar com um seminário LGBT nas dependências do Congresso.

Hélio Schwartsman: Uma eleição anormal

- Folha de S. Paulo

O que aconteceu que fez com que a disputa rompesse uma tendência observada nos últimos pleitos?

Em eleições normais, as candidaturas mais radicais pela esquerda e pela direita se anulam, favorecendo postulantes mais ao centro. A julgar pelas últimas pesquisas, o pleito presidencial da próxima semana não será normal.

Se não houver mudanças de última hora, teremos um segundo turno entre Jair Bolsonaro (PSL), um genuíno representante da extrema direita, e Fernando Haddad, que concorre por um partido mainstream, o PT, mas que chega com um discurso radicalizado, declarando-se vítima de um complô imaginário.

Por que? O que aconteceu que fez com que a disputa deste ano rompesse uma tendência observada nas quatro últimas eleições brasileiras e em centenas de outros pleitos majoritários ao redor do mundo?

Talvez tenhamos sucumbido ao que a literatura psicológica chama de patologias do pensamento de grupo, que ocorrem quando o desejo de uma dada comunidade por harmonia e entendimento deixa de ser avaliado criticamente e degenera em decisões coletivas disfuncionais.

Essas patologias assumem várias formas. Uma é a polarização. Junte um punhado de gente com opiniões semelhantes, deixe-os conversando por um tempo e o grupo sairá com convicções mais parecidas e mais radicais.

Outra manifestação é a animosidade. Se você puser um corintiano e um palmeirense para discutir futebol numa sala, eles discordarão, mas se tratarão com civilidade. Entretanto, se você colocar cem de cada lado, aumentam as chances de que se troquem socos, pontapés e até facadas.

Há, ainda, a conformidade. Grupos tendem a suprimir o dissenso. Censuram dúvidas que membros possam nutrir e ignoram evidências que contrariem seus dogmas. Esse elemento transforma nosso debate eleitoral numa sucessão de monólogos imunes a quaisquer evidências.

É tênue a linha que separa a sabedoria das multidões da alucinação coletiva.

Bruno Boghossian: O custo do 13º

- Folha de S. Paulo

Declaração de vice de Bolsonaro deve cimentar divisão de classes no 2º turno

Com pouco espaço na propaganda eleitoral, a campanha de Jair Bolsonaro começou a exportar matéria-prima para marqueteiros rivais. Uma sucessão de declarações desastradas sobre economia deixa o candidato do PSL vulnerável a ataques dos adversários e pode cimentar a tradicional divisão de classes que favoreceu o PT em disputas recentes.

Ideias defendidas por aliados de Bolsonaro nos últimos dias passam a impressão de que o deputado prepara um pacote de maldades. Mal explicadas, a proposta de criar um tributo nos moldes da CPMF para substituir outros impostos e a pancada de seu vice no 13º salárioassustam a classe média, a população mais pobre e os trabalhadores em geral.

O risco de contaminação é grande e ameaça aprofundar a oposição entre Bolsonaro e seu provável adversário no segundo turno, Fernando Haddad. O PT se beneficiou por anos de um discurso voltado ao eleitorado de baixa renda e dá sinais de que pretende investir novamente nesse segmento para vencer a disputa.

O ataque de Hamilton Mourão ao 13º ajuda os petistas a surfarem na fratura entre ricos e pobres. Os empresários brasileiros podem até aplaudir alguma mudança no pagamento, mas o vice de Bolsonaro aproxima Haddad dos 46% que recebem o valor extra: assalariados, funcionários públicos e aposentados.

Vinicius Torres Freire: Os planos fantásticos de Bolsonaro

- Folha de S. Paulo

Nomes maiores da campanha levam enquadradas. Mas qual é o programa, afinal?

Militar padrão detesta indisciplina e desleixo. No entanto, a campanha de um capitão candidato a presidente que tem como vice um general é uma série de insubordinações, enquadradas à matroca.

Militar gosta de planejamento. O programa de governo de Jair Bolsonaro, ao menos na economia, ainda parece um conjunto esvaziado por negativas, cala-bocas que o candidato publica em forma de tuítes.

Se não se trata de insubordinação, se os assessores não tomam liberdades indevidas ao divulgar planos de governo, Bolsonaro então ignoraria o programa que seus ajudantes de ordem elaboram em sua cozinha de campanha?

Não é pergunta retórica.

Considere-se a negativa das ideias aventadas pelo seu chefe da Casa Civil, digamos, Paulo Guedes, o responsável pelo programa econômico.

Considere-se a traulitada que levou nesta quinta-feira (27) o chefe da Casa Militar e vice de Bolsonaro, Hamilton Mourão, que coordena os trabalhos de um grupo de generais engajados na campanha.

Em palestra para lojistas de Uruguaiana (RS), Mourão criticou o 13º salário e o adicional de férias, embora não tenha afirmado que Bolsonaro pretenda dar cabo disso. Mas o general disse muito mais e, também, muito menos.

Mourão disse que parte da contenção de despesas do governo virá de alguma “renegociação dos juros da dívida pública”, o que costumava ser um plano da “esquerda jurássica”.

Steven Levitsky: Três mitos sobre uma presidência de Bolsonaro

- Folha de S. Paulo

Há quem vote no candidato acreditando que o Congresso e o Judiciário irão controlá-lo

A polarização nubla nossas percepções. À medida que um segundo turno entre Jair Bolsonaro e Fernando Haddad se torna cada vez mais provável, os brasileiros de centro e de centro-direita encaram uma escolha entre um candidato democrático cujas políticas eles desaprovam (Haddad) e um candidato abertamente autoritário (Bolsonaro).

Alguns abrirão mão de seus princípios democráticos por Bolsonaro. Isso é um erro histórico semelhante ao cometido pelos conservadores alemães em 1932 e pelos venezuelanos progressistas em 1998.

Para justificar seu apoio a um autoritário, muita gente diz que Bolsonaro talvez não seja tão ruim. Três argumentos são especialmente comuns. Como Daniel Ziblatt e eu descobrimos ao pesquisar para o nosso livro “Como As Democracias Morrem”, argumentos semelhantes foram propostos para candidatos autoritários em outros países. E eles foram um erro em quase todos os casos.

1. ELE NÃO FARÁ O QUE DIZ
Bolsonaro e Hamilton Mourão fizeram declarações abertamente antidemocráticas —expressando apoio a golpes de Estado, ditadura, tortura e execuções extrajudiciais. Muitos dos partidários de Bolsonaro afirmam que ele não está falando sério sobre essas coisas e que não as faria, como presidente. São “só palavras”.

Esse é um erro grave. Candidatos autoritários em sua maioria se tornam líderes autoritários. Hitler, Mussolini, Perón, Chávez, Correa, Morales, Duterte nas Filipinas e Erdogan na Turquia —todos adotaram discursos autoritários em campanha e atacaram as instituições democráticas quando chegaram ao poder. Palavras em geral se tornam atos, isso é especialmente verdadeiro quanto aos populistas como Bolsonaro.

Populistas são eleitos sob a promessa de que atacarão o sistema. Conquistam um mandato para sepultar a elite política. Aqueles que não executam essa missão perdem apoio rapidamente. Os populistas sabem disso. E, assim, a maioria deles faz o que disse que faria.

2. ELE É INCOMPETENTE DEMAIS PARA AMEAÇAR A DEMOCRACIA
Muitos eleitores relutantes de Bolsonaro imaginam que faltaria a ele a capacidade e o poder necessários para solapar as instituições democráticas brasileiras. O Congresso ou os tribunais o deteriam. Isso é igualmente falso. Mesmo políticos aparentemente fracos e inexperientes, vindos de fora do sistema, são capazes de destruir a democracia.

Luiz Carlos Azedo: Haddad repete Dilma

- Correio Braziliense

“O cardápio de medidas populistas e o discurso fácil do petista pode fazer o crédito simplesmente desaparecer e provocar uma crise de financiamento dos negócios, como na Venezuela”

Uma piada de mineiro sobre as diferenças de comportamento entre cariocas, paulistas e gaúchos ilustra o que pensa o candidato do PT, Fernando Haddad, em termos de condução da economia. O carioca costuma valorizar a isonomia nos negócios: “Quanto é que nós vamos ganhar?” O paulista, sua participação nos lucros: “Quanto é que eu vou ganhar?” O gaúcho, porém, estaria mais preocupado com os rendimentos do sócio: “Quanto tu vais ganhar?” A piada fez muito sucesso nos bastidores do governo de Dilma Rousseff, porque a então presidente da República estava mais interessada em arbitrar o lucro das empresas do que com o equilíbrio das contas públicas e os ganhos de produtividade do país. Com perdão da injustiça com os gaúchos, principalmente meus amigos queridos, o candidato do PT repete o comportamento em campanha.

Recentemente, em entrevista na tevê, disse que os bancos ganham muito e que vai reduzir os spreads bancários, que vêm a ser a diferença entre a remuneração que o banco paga ao aplicador para captar um recurso e quanto esse banco cobra para emprestar o mesmo dinheiro. O cliente que deposita dinheiro em conta-corrente, poupança ou outra aplicação faz um empréstimo ao banco, que remunera esses depósitos com juros chamados de taxa de captação; entretanto, quando o banco empresta dinheiro a alguém, cobra uma taxa pelo empréstimo superior à taxa de captação. Haddad quer reduzir os juros a fórceps, como fez Dilma Rousseff, baixando na marra os spreads bancários, cujo valor os bancos atribuem à alta inadimplência e ao depósito compulsório.

A proposta é sedutora, faz parte de um cardápio de medidas populistas e do discurso fácil de campanha, mas pode fazer o crédito simplesmente desaparecer e provocar uma crise de financiamento dos negócios, como a da Venezuela. A reação dos bancos para reduzir a inadimplência será arrochar o crédito de risco, a não ser que o governo reduza os compulsórios e os impostos, que acabam repassados aos clientes, mas isso não faz parte do programa de governo de Haddad, que é expansionista e intervencionista. Ontem, na Serra Gaúcha, por exemplo, anunciou que pretende usar o poder de compra da máquina federal para estimular a indústria nacional. Disse que vai reativar o polo naval gaúcho, localizado em Rio Grande, que na gestão do então presidente Luiz Inácio Lula da Silva criou mais de 20 mil postos de trabalho, o que somente será possível com uma nova farra com recursos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Esqueceu-se de dizer que essa foi a gênese do escândalo da Petrobras, que deu origem à Operação Lava-Jato.

Corrupção e desperdício
A menina dos olhos da política de estímulo à indústria nacional dos governos Lula e Dilma foi a empresa Sete de Abril, criada com recursos públicos para fabricação de sondas para a Petrobras. Seu presidente, Pedro Barusco, deu início à série de delações premiadas de executivos e diretores da Petrobras ligados ao escândalo. Espontaneamente, devolveu US$ 100 milhões que havia arrecado de propina, para espanto até dos investigadores. Segundo a Lava-Jato, aproximadamente US$ 70 milhões em propina foram arrecadados pelo PT, agentes públicos da Petrobras e executivos da Sete Brasil em contratos bilionários com os estaleiros Jurong (Aracruz, ES), Brasfels (Angra dos Reis, RJ), Enseada do Paraguaçu (Maragogipe, BA), Ecovix (Rio Grande, RS) e Atlântico Sul (Fortaleza), a maioria hoje em recuperação judicial. O cálculo teve por base 1% de desvios nos contratos dos 21 navios-sondas encomendados pela Sete Brasil a serem fornecidos à Petrobras.

Dora Kramer: No figurino do Andrade

- Revista Veja

Para virar Lula, Haddad abandona o melhor de sua personalidade

Haddad ou Andrade, para o PT tanto faz, desde que o pobre eleitor caia na impostura de que o candidato do partido à Presidência é Lula. Até aí, vamos, habituados que estamos com a boa receptividade dos engodos produzidos pelo ex-presidente cujo sucesso deriva exatamente da disposição de multidões a se entregar de bom grado ao logro. A troca de nomes não aflige os petistas. Não altera a escolha da opção “13” na urna eletrônica onde está a fotografia do ungido; até populariza e facilita a identificação com o personagem. Portanto, eleitores não petistas, parem de rir da confusão porque, de seu canto no comitê eleitoral da Polícia Federal em Curitiba, Lula anda rindo por último.

Haddad ou Andrade, do ponto de vista do eleitor do PT, não é essa a questão. O busílis reside no próprio em sua jornada de incorporação do impróprio. Isso, Fernando Haddad. Homem de formação acadêmica, por estilo pessoal e profissional comprometido com a responsabilidade social, a consciência, o intelecto e a lógica, agora se vê na contingência de incorporar o seu contrário. Abre mão do melhor de sua personalidade para mostrar-se ao país como uma encarnação do chefe.

Tem feito isso, não obstante careça de atributos naturais para tal. Pode até dar certo nesse breve período de campanha, mas não dará caso precise assumir a Presidência. Já adotou a orientação da chefia de responder ignorando o conteúdo das perguntas. Diz o que bem entende, independentemente do que foi perguntado, como fazia Paulo Maluf. Já adotou a prática de nunca assumir culpas, transferindo toda responsabilidade aos adversários, por mais que isso signifique mandar às favas os fatos e contradizer o que outro dia mesmo disse.

Já incorporou a prática da desonestidade de transformar qualquer ato ou fala do oponente em grave temporal, enquanto trata como meras brisas os escândalos efetivos de sua companhia. Já aprendeu a conveniência de esquecer o passado, ainda que recente. Dilma Rousseff, o desastre criado pelo celebrado “instinto” de Lula? Foi apagada da foto da história contada na propaganda eleitoral. Falta ainda bastante para completar a encarnação: jamais reconhecer qualidade alguma no adversário (ao passo que, se o oponente não exaltar as suas, é sinal de que se trata de intolerante incurável), entregar-se à indolência, à aversão a atividades do intelecto, à indisciplina e aos atrasos em quaisquer compromissos.

Ricardo Noblat: Deixe o general falar!

- Blog do Noblat

Um vírus chamado Mourão

Uma infecção adiou a alta hospitalar do deputado Jair Bolsonaro (PSL) prevista para hoje. Ele embarcaria para o Rio de Janeiro em grande estilo – aos cuidados da Polícia Federal, na companhia de pelo menos 12 pessoas, e em avião de carreira. Seria aclamado à partida e à chegada. Glória a Deus!

Segundo o boletim médico, é normal que a retirada de um cateter provoque leve infecção a ser superada em questão de dias. O que ele talvez não supere até o fim da eleição e mesmo depois dela será o efeito corrosivo da infecção que atende pelo nome de Mourão. Ela é muito mais perigosa.

Quando o general da reserva, seu vice, fala alguma coisa – qualquer coisa -, é certeza de encrenca, e das brabas. Mourão não entende de nada – nem de economia, mas isso Bolsonaro também não entende, nem de política, e isso Bolsonaro razoavelmente entende.

O enfermo do Hospital Albert Einstein foi obrigado a postar uma nota nas redes sociais desautorizando Mourão pelo o que ele havia dito em palestra para empresários gaúchos. Mourão investiu contra o pagamento do 13º salário e de férias remuneradas, “jabuticabas brasileiras”, segundo ele. Coisa somente nossa.

Os adversários de Bolsonaro agradeceram a Mourão pela ajuda. A cizânia instalada em uma campanha sem comando alastrou-se como um vírus. O general inimigo dos trabalhadores brilhou à noite nos programas de propaganda eleitoral no rádio e na televisão. Bolsonaro arrisca-se a ir para o segundo turno em segundo lugar.

A higienização petista: Editorial | O Estado de S. Paulo

O ex-presidente Lula da Silva disse diversas vezes que “sempre” aceitou o resultado das várias eleições que perdeu. “Quando perdi, nunca fui para rua reclamar. Voltava para casa e discutia com minha mulher e com meu partido. Depois, me preparei para disputar uma nova eleição”, declarou em 2016 o demiurgo petista, repetindo pela enésima vez essa fábula na expectativa de enganar os inocentes. Pois Lula e o PT nunca aceitaram o resultado das eleições presidenciais que perderam e jamais enxergaram legitimidade nos presidentes aos quais faziam oposição - basta lembrar que o partido pediu o impeachment de Fernando Collor, de Itamar Franco e de Fernando Henrique, além de liderar uma campanha pela destituição do presidente Michel Temer.

Essa reiterada demonstração do espírito antidemocrático do PT e de Lula precisa ser relembrada no momento em que está em curso uma tentativa de higienizar a trajetória flagrantemente autoritária do partido e de seu líder para, com isso, marcar diferença em relação ao candidato Jair Bolsonaro (PSL). Segundo essa versão imaginosa, somente o truculento ex-capitão representaria uma ameaça real à democracia, enquanto o PT, malgrado seus eventuais arroubos, sempre se pautou pelas “regras do jogo”.

Provas disso, segue a lenda, seriam não somente a alegada disposição de Lula da Silva de aceitar os resultados das eleições que perdeu, como também o suposto comportamento exemplar do partido quando esteve no poder. Segundo se diz, o PT passou 14 anos no poder sem ameaçar a ordem institucional e a Constituição, razão pela qual não haveria nenhum motivo para temer uma ruptura se o lulopetismo voltar ao governo.

Universo paralelo: Editorial | Folha de S. Paulo

Presidenciáveis ainda prometem obras e empregos como se para tanto bastasse vontade

Com o líder da corrida presidencial hospitalizado e longe das ruas, seus principais adversários tiveram na quarta (26) mais uma oportunidade para expor aos eleitores as diferenças entre suas propostas.

No entanto, na maior parte do debate realizado por esta Folha em parceria com o UOL e o SBT, eles optaram por se dedicar a seu esporte predileto, trocando farpas e acusações na esperança de tirar pontos dos rivais nas pesquisas.

Sem Jair Bolsonaro (PSL) no palco, as atenções se voltaram para Fernando Haddad (PT), que os levantamentos mais recentes apontam como mais provável adversário do capitão reformado do Exército no segundo turno da eleição.

O petista foi alvejado por todos os lados —de Ciro Gomes (PDT), que perdeu terreno para ele no campo da esquerda, a Geraldo Alckmin(PSDB), abandonado por apoiadores que preferiram trocar a camisa dos tucanos pela de Bolsonaro.

Ciro, que aparece em terceiro lugar nas pesquisas, tenta convencer o eleitorado de que teria mais condições do que Haddad de derrotar o direitista no segundo turno. Alckmin se apresenta como a opção mais segura para barrar o PT.

Museu requer administração especializada: Editorial | O Globo

Também não precisa de bravatas, mas de engajamento e participação da sociedade

No rescaldo do incêndio que destruiu o Museu Nacional e, consequentemente, um dos acervos históricos e naturais mais importantes do mundo, transcorre um amplo debate que tem o condão de iluminar o problema da gestão, no Brasil, de instituições como esta, que, por diferentes razões, se encontram vinculadas a entidades que não têm dentro de sua missão principal a sua administração —situação agravada pelas diversas amarras dos regramentos excessivos ou da própria burocracia pública.

O museu da Quinta da Boa Vista, como também era conhecido, padece de um dualismo. Está subordinado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), muito acertadamente, por ser inequivocamente um braço da academia, voltado ao ensino, estudo e pesquisa. Mas também se constitui num espaço cultural, aberto a grandes fluxos de visitação, de guarda de diversas memória sede produção de exposições as mais variadas—em torno da história do país. Trata-se de um acervo que começou a ser reunido pela família real, de registros de etnias representativas dos mais diversos aspectos da identidade brasileira e assim por diante. Tudo isso abrigado num prédio histórico, tombado pelos órgãos de patrimônio público. Um contexto que exige uma gestão especializada e vocacionada para sua boa operação, seja esta gestão vinculada a entes públicos com o perfil adequado como o Iphan ou outros no âmbito estadual ou municipal, ou mesmo instituições da sociedade civil sem fins lucrativos, vide o caso das Organizações Sociais da Cultura, com bons exemplos em vários lugares do país.

Acordo da Argentina com o FMI traz duro ajuste recessivo: Editorial | Valor Econômico

O primeiro acordo da Argentina com o Fundo Monetário Internacional não durou um par de meses. O segundo, anunciado ontem, pode durar mais, à custa de uma recessão severa e de uma drástica redução da margem de manobra da equipe econômica do governo de Mauricio Macri. Em 2019 haverá eleições presidenciais e o duro plano acertado com o FMI, se não produzir resultados rapidamente - o que não é certo - pode significar o beijo da morte nas pretensões de Macri de permanecer na Casa Rosada.

A Argentina se enredou em tal encrenca, por herança da política econômica dos Kirchner e por novos erros genuínos da gestão de Macri, que o Fundo recomendou que sua política monetária viajasse pelo túnel do tempo: volta-se à era do controle dos agregados monetários, abandonada por muitos países em prol das metas de inflação.

O eixo do acordo é o controle monetário. A base monetária (dinheiro em poder do público mais depósitos dos bancos no Banco Central) não poderá crescer nada, nas médias mensais, de 1 de outubro até junho do ano que vem. A grosso modo, isso significa que o governo não poderá mais emitir pesos, nem monetizar déficits fiscais, como fez até junho, e terá de controlar a oferta manejando compulsórios bancários. O BCA calibrará a taxa de juros com Letras de Liquidez, de curto prazo, com as quais os bancos tomam dinheiro entre si e ajustam suas posições.

Lamounier e Eliana Cardoso alertam para a ‘perigosa polarização’

Em carta aberta, cientista político e economista criticam Jair Bolsonaro e Fernando Haddad, a quem atribuem radicalismos, e fazem apelo aos 'candidatos do centro democrático para que coloquem seus votos a favor de Alckmin'

Redação | O Estado de S. Paulo

O cientista político e sociólogo Bolívar Lamounier e a economista Eliana Cardoso, professora titular da FGV, divulgaram nesta quinta, 27, carta aberta em que fazem ‘um apelo aos candidatos que compõem o centro democrático para que se unam em torno de um nome com potencial de passar ao segundo turno e quebrar a perigosa polarização que está se configurando entre Bolsonaro e o PT’.

Bolsonaro e Haddad lideram todas as pesquisas de intenção de voto no primeiro turno da corrida presidencial.

A carta de Lamounier e Eliana, a dez dias das eleições presidenciais, diz que ‘a tarefa exige que os candidatos do centro, Alckmin, Marina, Álvaro Dias, Amoedo e Meirelles se encontrem e coloquem seus votos a favor do candidato que entre eles tem a maior chance de evitar uma tragédia’.

“No momento este nome é Alckmin”, avaliam.

“Apelamos a todos vocês, intelectuais, professores, profissionais liberais, cidadãos em geral, para que se unam a esse nosso esforço, endossando-o e ajudando a divulgá-lo. É nossa intenção enviá-lo com urgência à imprensa”, diz o texto.

Lamounier e Eliana sustentam que ’em momentos dramáticos da história, os homens dedicados ao bem público se unem para evitar tragédias’. Para eles, o País atravessa um desses períodos ’em que os líderes precisam se colocar acima de suas ambições pessoais e pensar no bem público’

“Esta carta pede a união do centro político.”

Eles apontam a raiz do populismo que avança. “Nosso país se encontra diante de uma grave ameaça. Os eleitores, polarizados entre dois apelos radicais, parecem decididos a pautar seu voto pelo medo. A decisão do eleitor se explica. Os empregos faltam. As finanças públicas estão sob pressão e a política, podre. Sete cidades brasileiras estão entre as 20 mais violentas do mundo. Neste quadro o apelo populista é forte.”

“Bolsonaro e Haddad conseguem explorar a indignação do eleitor brasileiro”, afirmam. Eles classificam os dois oponentes de ‘candidatos radicais’.

“Jair Bolsonaro, um populista de direita, aparece como resposta ao populismo de esquer da Lula. Ambos representam um ameaça para o Brasil e para a América Latina. Bolsonaro segue a recente parada de populistas, de Donald Trump nos Estados Unidos a Rodrigo Duterte, nas Filipinas. Sua vitória colocaria em risco a sobrevivência da democracia no Brasil.”

O documento segue apontando para Bolsonaro. “Ele apela para a rejeição do eleitor à catástrofe produzida por Dilma-Temer. Nosso PIB por pessoa encolheu 10% em 2014-16 e dezenas de políticos estão sob investigação. Lula, preso por corrupção, consegue transferir votos para o candidato que apresenta um programa econômico catastrófico.”

“Para os brasileiros desesperados por se verem livres de traficantes de drogas, assassinos e políticos corruptos, Bolsonaro se apresenta como o anti-Lula. Se enfrentar Fernando Haddad, muitos eleitores de classe média e alta, que culpam Lula e o PT acima de tudo pelos problemas do Brasil, podem ser convencidos por suas visões autoritárias.”

O texto aponta para o vice de Bolsonaro. “Hamilton Mourão, um general aposentado, que no ano passado, enquanto estava de uniforme, pensou que o exército poderia intervir para resolver os problemas do Brasil. A resposta do sr. Bolsonaro ao crime é, na verdade, matar mais criminosos.”

“Já sofremos muito com políticas autoritárias. O senhor Bolsonaro tem poucos aliados políticos e, para governar, poderia degradar ainda mais a política. Para que o eleitor não caia nas mãos de políticos extremistas, os candidatos do centro precisam se unir.”

Leia a carta de Bolívar Lamounier e Eliana Cardoso

Mais da metade dos eleitores admite que ainda pode mudar voto

Saiba quem é o eleitor que ainda pode mudar voto para presidente a 10 dias da eleição

Convicção é menor entre mulheres, mais pobres e mais jovens, diz Ibope/CNI


Júlia Cople | O Globo

RIO — A dez dias do primeiro turno da eleição, mais da metade dos eleitores (53%) admite que ainda pode mudar seu voto à Presidência no primeiro turno: cerca de 78 milhões de pessoas. Segundo a pesquisa Ibope/CNI divulgada nesta quarta-feira, a certeza do voto aumenta conforme sobem a renda e a idade. A possibilidade de mudança de voto é maior entre as mulheres e os mais jovens. São também os votantes de escolaridade da 5ª à 8ª série do Ensino Fundamental e do Ensino Médio os mais propensos a alterar a decisão. As escolhas menos convictas estão na região Norte/Centro-Oeste, na faixa dos eleitores que ganham mais de um até dois salários-mínimos e na periferia. No Sudeste, permanecem em disputa 52% dos votos - mais de 33 milhões de pessoas a convencer.

Os atuais apoiadores de Marina Silva (Rede) e de Geraldo Alckmin (PSDB) são os mais propensos a mudar de ideia. Segundo a pesquisa, do total de eleitores, 18% têm decisão firme de candidato, mas podem reavaliá-la conforme o decorrer da campanha. Outros 18% consideram que a opção declarada é apenas "escolha do momento" e 17% dizem ser mera "preferência inicial". Os presidenciáveis que sonham em reverter o cenário de segundo turno — previsto, no momento, entre Jair Bolsonaro (PSL) e Fernando Haddad (PT) — têm o desafio de converter os não-convictos dos rivais e fidelizar os seus próprios.

O Ibope/CNI estima que 55% do eleitorado feminino não tem candidato absolutamente definido. Uma em cada cinco delas revela ter apenas "escolha do momento" (20%) e 18% possuem mera "preferência inicial". Entre os homens, o percentual de não-convictos é de 49% - 19% têm decisão firme, mas sujeita a mudanças. O número de eleitores sem escolha convicta pode ser ainda maior se considerados os entrevistados que não sabem ou não responderam sobre a certeza de sua tendência de voto (5%).

De acordo com o levantamento, 65% dos eleitores de 16 a 24 anos admitem que pode mudar de voto. Neste segmento, 23% partem de uma decisão firme e 42% guardam ainda uma "escolha de momento" ou "preferência inicial". O percentual de convicção aumenta conforme a faixa etária sobe. Metade dos votantes de 35 a 44 anos não escolheram candidato de vez. Já os de 55 anos ou mais são os mais decididos: apenas 42% dizem estar suscetíveis a mudanças de opinião na campanha.

Quanto à escolaridade, a volatilidade do voto é maior nos eleitores letrados de 5ª a 8ª série e no Ensino Médio - nos dois segmentos, 54% revelam possível mudança de apoio eleitoral. Nos votantes que estudaram até a 4ª série, os mais convictos, 48% admitem que ainda podem alterar seu candidato. Pouco mais da metade dos com Ensino Superior diz o mesmo (51%).

SUDESTE TEM 52% DOS VOTOS EM DISPUTA
A região Sul abriga o maior percentual de eleitores que não mudarão "de jeito nenhum" seu voto. Lá, 49% ainda podem ser convertidos - 15% têm "decisão firme" e 19% declaram uma "escolha de momento", diz o Ibope/CNI. No Sudeste - onde ficam os três maiores colégios eleitores do país, São Paulo, Minas Gerais e Rio (juntos, 41,5% do eleitorado brasileiro, fora o Espírito Santo) - a proporção de não-convictos corresponde a 52%. Nesta região, 19% revelam decisão firme, mas 17% dizem ter apenas "preferência inicial".

Vice de Bolsonaro critica 13º salário e vira alvo de rivais

General Mourão é desautorizado pelo cabeça de chapa, que tem alta hospitalar adiada devido a infecção

O general Hamilton Mourão, candidato a vice-presidente na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), deflagrou uma crise na campanha ao atacar publicamente o décimo-terceiro salário e o abono de férias, qualificando os benefícios como “jabuticabas brasileiras” e “uma mochila nas costas de todo empresário”. Os candidatos rivais condenaram a fala de Mourão. Nas redes sociais, o general foi desautorizado pelo cabeça de chapa. No fim da tarde, Mourão divulgou nota amenizando o tom das críticas. A alta hospitalar de Bolsonaro, prevista para hoje, foi adiada devido a uma infecção bacteriana.

MAIS UMA CRISE

Mourão critica 13º salário, e Bolsonaro vai à internet para desautorizá-lo

Jussara Soares | O Globo

SÃO PAULO - Uma nova crise se instalou na campanha do candidato à Presidência do PSL, Jair Bolsonaro, após mais uma declaração polêmica de seu vice, general Hamilton Mourão (PRTB). Dessa vez, o militar da reserva criticou o pagamento de 13º salário e do abono de férias aos trabalhadores. Ele já havia dito que casas com apenas mães e avós seriam uma “fábrica de desajustados”, assim como defendeu uma nova Constituição, elaborada apenas por notáveis.

O mais recente episódio envolvendo Mourão na campanha presidencial deixou Bolsonaro contrariado. Interlocutores do PSL afirmam que o general já havia sido advertido outras três vezes pelo cabeça de chapa para que fosse mais comedido em suas palestras e evitasse temas controversos para poupar a candidatura.

Acrítica de Mourão ao pagamento do 13º salário e do abono das férias ocorreu na última quarta-feira, durante uma palestra na Câmara de Dirigentes Lojistas de Uruguaiana (RS). Na ocasião, o militar comparou os benefícios trabalhistas a “jabuticabas brasileiras.” Ou seja, algo que só existe no Brasil.

Mourão também afirmou que é preciso enxugar o tamanho do Estado e fazer um ajuste nas contas públicas, hoje deficitárias. Para isso, defendeu, é preciso “procurarmos formas de renegociarmos os juros da dívida pública”.

—Temos algumas jabuticabas que agentes abeque são uma mochila nas costas de todo empresário. Jabuticabas brasileiras: 13º salário. Se a gente arrecada 12 (meses), como é que nós pagamos 14? É complicado. E (o Brasil) é o único lugar em que a pessoa entra de férias e ganha mais —disse Mourão, no evento.

Logo que a notícia foi divulgada, o presidenciável ligou para seu companheiro para repreendê-lo. Em seguida, foi ao Twitter para desautorizá-lo e expor publicamente sua contrariedade. “O 13° salário do trabalhadores tá previsto no art .7° da Constituição em capítulo das cláusulas pétreas (não passível de ser suprimido sequer por proposta de emenda à Constituição). Criticá-lo, além de uma ofensa a quem trabalha, confessa desconhecera Constituição”, escreveu o presidenciável, que pela primeira vez manifestou contrariedade publicamente com o vice.

Adversários reagem à declaração de candidato a vice

‘Imperdoável’, ‘inacreditável’, ‘ataque à Constituição’, dizem candidatos; Alckmin faz ajuste de última hora e leva polêmica para a TV

- O Globo

Os adversários de Jair Bolsonaro na disputa presidencial reagiram às declarações do general Hamilton Mourão no Rio Grande do Sul, quando defendeu o fim do 13º salário e do abono de férias. Ontem à noite, Geraldo Alckmin (PSDB) levou ao programa de TV uma referência ao tema, inserida de última hora: “Ele não, 13º sim”. A partir de hoje, a fala do general passará a ser explorada em inserções ao longo da programação no rádio e na TV. Pela manhã, Alckmin já havia dito que a proposta não era “razoável”.

— Não é possível achar que o trabalhador que sua a camisa e muitas vezes é até explorado não tenha direito a um 13º salário. Não é razoável — afirmou Alckmin, após deixar um evento evangélico em São Paulo em que foi hostilizado por eleitores de Bolsonaro.

Em nota, a Comissão Executiva Nacional do PT afirmou que o 13º “é uma conquista histórica da classe trabalhadora, assim como a gratificação de férias”. O partido disse que é “inacreditável que alguém se candidate a governar o país propondo massacrar ainda mais os trabalhadores”. O candidato da legenda, Fernando Haddad, é o segundo colocado nas pesquisas, atrás de Bolsonaro.

Ciro Gomes (PDT), que está em terceiro, afirmou que quem não tinha motivos para não votar no candidato do PSL agora ganhou, e destacou a possibilidade de Mourão vir a ser presidente.

—Imagine que esse homem pode virar presidente da República, como acabou acontecendo com três vices na História recente do Brasil, entre eles Sarney e Temer. Se você ainda não tinha um motivo para não votar no Bolsonaro, agora tem — disse Ciro, em vídeo divulgado nas duas redes sociais.

Marina Silva (Rede) escreveu em sua conta no Twitter que Mourão “atacou a Constituição” e afirmou que os eleitores precisam ter atenção com os vices de cada chapa.

“Vice do Bolsonaro, Mourão atacou a Constituição quando ‘jabuticabou’ a importância do 13º salário e férias. Além de analisar os candidatos, PRESTEM MUITA ATENÇÃO NO VICE. Já sabemos o que a escolha mal feita de um vice pode fazer ao país”, disse Marina.

Para Álvaro Dias (Podemos), que também se pronunciou pelo Twitter, a “fala de Mourão contra 13º e férias é imperdoável, porque defende um retrocesso, especialmente para o trabalhador, que tem sofrido demais com uma política draconiana do governo, que esmaga o setor produtivo com extorsão tributária que impede os cidadãos de ganharem o que merecem”.

Para preservar campanha, Bolsonaro silencia seu vice

Candidato do PSL foi aconselhado a desautorizar publicamente declaração de Mourão sobre 13º salário

As declarações do general Hamilton Mourão (PRTB), candidato a vice na chapa de Jair Bolsonaro (PSL), com críticas ao pagamento de 13.º salário e de adicional de férias aos trabalhadores, causaram uma crise na campanha. Bolsonaro usou o Twitter para rifar o vice: “Além de uma ofensa à (sic) quem trabalha”, a crítica aos direitos trabalhistas é de alguém que “confessa desconhecer a Constituição”. Bolsonaro determinou o cancelamento de agendas públicas de Mourão até a eleição. No entorno de Bolsonaro, a conclusão foi de que a prioridade era estancar uma crise com potencial de custar a liderança nas pesquisas. Mourão negou que tenha defendido o fim do 13.º. O general perdeu apoio entre militares, informa a Coluna do Estadão. Na alta cúpula, cogitou-se até em pedir que ele renuncie à vice.

Mourão critica 13º salário e Bolsonaro impõe silêncio

Leonencio Nossa, Constança Rezende, Tânia Monteiro, Fernando Nakagawa e Filipe Strazzer | O Estado de S. Paulo

A declaração do general Hamilton Mourão, vice na chapa de Jair Bolsonaro, sobre o 13.º salário e o pagamento de adicional de férias no País, causou uma crise na campanha do candidato do PSL. Anteontem, em palestra na Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) de Uruguaiana, no Rio Grande do Sul, Mourão criticou os benefícios previstos na lei trabalhista, que foram classificados por ele como “jabuticabas” – ou seja, só ocorrem no Brasil.

Filiado ao PRTB (legenda que se coligou com o PSL), o candidato a vice de Bolsonaro coleciona declarações polêmicas na disputa presidencial. Após a divulgação do vídeo, Bolsonaro, líder nas pesquisas de intenção de voto, usou o Twitter para contestar o próprio vice afirmando que criticar o 13.º salário, “além de uma ofensa à (sic) quem trabalha”, é de alguém que “confessa desconhecer a Constituição”.

Vice de Bolsonaro critica 13º e é reprendido pelo candidato

Mourão gera nova crise na campanha de Bolsonaro, que quer silenciá-lo

General, que disse ter sido mal-interpretado, não deve ir aos debates entre candidatos a vice

Igor Gielow | Folha de S. Paulo

SÃO PAULO - A nova polêmica disparada pelo candidato a vice na chapa deJair Bolsonaro (PSL), o general Hamilton Mourão (PRTB), gerou uma nova crise na campanha do líder das pesquisas de intenção de voto à Presidência. O entorno do candidato quer silenciar o militar da reserva.

Em palestra no Rio Grande do Sul, Mourão chamou o 13º salário de "jabuticaba brasileira". Ato contínuo, Bolsonaro fez publicar em sua conta no Twitter uma reprimenda a quem critica o direito trabalhista, que seriam pessoas que desconhecem a Constituição. Em suma, desautorizando o vice.

Mourão não deverá ir, segundo informou o PSL, a dois debates entre vice-presidentes previstos para a semana que vem, um na TV Cultura e outro promovido pela Folha, UOL e SBT.

Mourão só ficou sabendo da confusão na estrada, voltando a Porto Alegre. A um amigo, disse que não é contra o 13º, e que sua fala havia sido tirada de contexto. Afirmou que apenas pintava o quadro geral dos elementos de custo-Brasil com os quais o empresariado tem de lidar, sem dizer que é a favor de acabar com o benefício. Depois, concedeu entrevistas repetindo o argumento, mas o estrago estava feito.

Era PT: Corrupção custa R$ 20 bi à Petrobras

Por Maria Cristina Fernandes, Cristiano Romero, Renato Rostás e Fernando Torres | Valor Econômico 

SÃO PAULO- Após três anos de negociação, a Petrobras fechou, na quarta-feira, acordo com autoridades americanas para evitar possível condenação judicial e pagamento de multas que poderiam até provocar a falência da empresa por seu envolvimento nos casos de corrupção investigados na Operação Lava-Jato.

Pelo acordo, a estatal aceitou pagar multa de US$ 853 milhões (cerca de R$ 3,5 bilhões), dos quais, 80% (US$ 682 milhões) serão desembolsados no Brasil. O restante dos recursos será destinado, em partes iguais, à Securities and Exchange Commission (SEC), xerife do mercado acionário americano, e ao Departamento de Justiça dos EUA (DOJ).

A conta da corrupção que a estatal está sendo obrigada a pagar já está em US$ 6,73 bilhões (cerca de R$ 27 bilhões, considerando-se a taxa de câmbio de ontem). O valor cai para R$ 20,5 bilhões por duas razões: até o momento, a companhia conseguiu ser ressarcida em US$ 625 milhões pelos prejuízos causadas a ela por funcionários e empresas privadas; além disso, no acordo fechado nesta semana, as autoridades americanas permitiram que a empresa abata US$ 933 milhões do total da multa referente ao acordo firmado com a Justiça americana, em dezembro do ano passado, para suspender ação coletiva movida por grupos de investidores.

O montante devido diz respeito a multas para ressarcir, parcialmente, prejuízos sofridos por investidores da bolsa de Nova York; às indenizações devidas a órgãos públicos dos EUA e da Suíça; e à baixa contábil realizada em 2014 por causa de propinas pagas a políticos.

Legalmente, o acordo firmado pela Petrobras se encaixa na modalidade de "Non-Prosecution Agreement (NPA)", o mais suave da legislação americana para casos como este. Sob o NPA, o governo dos Estados Unidos abre mão de processar judicialmente a companhia envolvida em irregularidades desde que todas as malfeitorias sejam confessadas e que a empresa comprove, ao longo do tempo, que mudou efetivamente sua conduta.

O acordo foi bem recebido pelos investidores. As ações ordinárias da Petrobras subiram 4,88% na B3 e as preferenciais, 6,29%.

Petrobras fecha acordo nos EUA com autoridades para evitar processos
A Petrobras fechou ontem um acordo com autoridades americanas para encerrar a investigação que recaía sobre a estatal e aceitou pagar uma multa de US$ 853 milhões, menor do que o mercado esperava. Essa operação fecha um capítulo de incertezas na história da companhia, já que a livra de potenciais ações que enfrentaria nos Estados Unidos, decorrentes do escândalo de corrupção deflagrado pela Operação Lava-Jato no Brasil.

Tesoureiro de Haddad é réu em ação por caixa 2 na campanha de 2012

Francisco Macena foi denunciado em maio pelo recebimento de R$ 2,6 milhões de empreiteira para pagar dívidas eleitorais

Silvia Amorim | O Globo

SÃO PAULO - Francisco Macena, tesoureiro de Haddad, é réu e mação sobre caixa dois de empreitei rapara cobrir dívida de campanha do petista. Escalado há duas semanas como tesoureiro do candidato à Presidência Fernando Haddad( PT),Francisco Macena é réu desde junho deste ano em uma ação na Justiça Eleitoral de São Paulo por caixa dois na eleição de 2012. Naquele ano, Haddad foi eleito prefeito de São Paulo, e Macena atuou como seu tesoureiro. Ele foi denunciado em maio passado pelo recebimento de R$ 2,6 milhões de caixa dois da empreiteira UTC para pagar dívidas da campanha de 2012 de Haddad.

A acusação foi do Ministério Público Eleitoral. Na mesma ação foram denunciados Haddad, o ex-tesoureiro nacional do PT João Vaccari Neto e o dono de gráficas Francisco Carlos de Souza.

Em junho, o juiz eleitoral Francisco Shintate aceitou a denúncia. Uma audiência para tentar um acordo que poderá levar ao arquivamento da ação foi marcada para novembro.

Alckmin: “A arma de Bolsonaro não para de dar tiro contra o povo”

“A arma de Bolsonaro não para de dar tiro contra o povo”. Assim o candidato à Presidência Geraldo Alckmin (PSDB) definiu a ameaça da campanha Jair Bolsonaro (PSL) a direitos trabalhistas como o 13º salário e adicional de férias. O tucano também citou outras propostas de Bolsonaro que oneram os mais pobres e a classe média, como recriação da CPMF veja aqui) e a unificação da alíquota de Imposto de Renda.

“Acabar com o 13º, com direitos trabalhistas, é um retrocesso total. A nossa prioridade é melhorar a vida da população”, afirmou o tucano.

Em palestra na Câmara de Dirigentes Lojistas de Uruguaiana (RS), nesta quarta-feira (20), o vice de Bolsanaro, general Hamilton Mourão, criticou os benefícios previstos na lei trabalhista, que foram classificados por ele como “jabuticabas”, ou seja, só existem no Brasil ((veja aqui o vídeo ).
Infraestrutura e logística

Em visita à cidade de São José do Rio Preto (SP), Geraldo Alckmin falou da importância dos investimentos em infraestrutura e logística, além do apoio ao agronegócio. Quando governador, Geraldo Alckmin concluiu 11.088 km de obras em todas as regiões. Foram 868 km de rodovias duplicadas e 351 km de faixas adicionais.

Seu plano de governo prevê tirar do papel e ou concluir as ferrovias: Transnordestina, Fiol, Fico, Ferrogrão [MT-PA], Ferrovia Paraense [PA] e Ferrovia do Frango [SC], além de colocar a ferrovia Norte-Sul para operar plenamente.

“Rio Preto é uma das melhores cidades brasileiras. Aqui temos a ferrovia, esse importante modal. Vamos fazer o contorno de Rio Preto e colocar a Norte-Sul finalmente em operação. Ela foi inaugurada há 4 anos e até hoje não está funcionando”, disse o tucano ((veja aqui  o programa de governo do candidato).

O PPS integra a coligação “Para Unir o Brasil” (PSDB, PTB, PP, PR, DEM, SOLIDARIEDADE, PPS, PRB e PSD) que apoia à candidatura do ex-governador de São Paulo.

Marisa Monte: Preciso Me Encontrar (Candeia

Cruz e Sousa: Coração confiante

O coração que sente vai sozinho,
Arrebatado, sem pavor, sem medo...
Leva dentro de si raro segredo
Que lhe serve de guia no Caminho.

Vai no alvoroço, no celeste vinho
Da luz os bosques acordando cedo,
Quando de cada trêmulo arvoredo
Parte o sonoro e matinal carinho.

E o Coração vai nobre e vai confiante,
Festivo como a flâmula radiante
Agitada bizarra pelos ventos...

Vai palpitando, ardente, emocionado
O velho Coração arrebatado,
Preso por loucos arrebatamentos!