sábado, 10 de maio de 2014

Opinião do dia: Fernando Gabeira

Não sei como Dilma e Lula vão se apresentar na campanha. Ele vai precisar de uma lente de contatos para mudar a cor dos olhos, em caso de necessidade. Dilma não poderá repetir apenas o que escrevem os marqueteiros. Ela apenas registrou que os ratos abandonavam o barco, mas não se perguntou em nenhum momento por que o barco começa a afundar.

No debate, os dois, cada um com seu estilo, vão ter de explicar o que fizeram do Brasil, que se vê agora sugado pela corrupção, gastando fortunas com as obras de uma Copa trazida pela visão megalomaníaca de Lula. Na África do Sul, ele até convidou atletas estrangeiros para se mudarem para o Brasil porque haveria tanta competição esportiva que nossas equipes não seriam capazes de disputar todas.

Nada como esperar a campanha presidencial de 2014. Por enquanto, o discurso do governo é 80% mentira e 20% malandragem.

Fernando Gabeira, jornalista. A volta do retorno, O Estado de S. Paulo, 9 de maio de 2014.

Vitrine eleitoral de Dilma e Padilha terá R$ 45 milhões para propaganda

Julia Duailibi – O Estado de S. Paulo

O governo federal gastou R$ 28,6 milhões para veicular o programa Mais Médicos em 2013. Foram destinados R$ 2,6 milhões para publicidade na internet, R$ 3,2 milhões no rádio, R$ 4,6 milhões nos jornais, R$ 284 mil em revistas e R$ 16,4 milhões na TV. O Mais Médicos será usado pela presidente Dilma Rousseff, pré-candidata à reeleição, e por Alexandre Padilha, pré-candidato do PT ao governo paulista, como a principal marca na área da saúde na eleição de outubro. Ao todo, foram 553.659.351 inserções com propaganda do programa em 58 portais, mais de 400 jornais e 500 rádios, além de 48 canais de TV, segundo resposta do Ministério da Saúde a requerimento de informação do deputado Raimundo Gomes de Matos (PSDB-CE).

Ao todo, a propaganda do Mais Médicos custou R$ 36,9 milhões em 2013. O plano de mídia também incluiu a contratação de carros de som, por R$ 549 mil, para promover o programa pelo interior do País. De acordo com prestação de contas enviada à Câmara dos Deputados por Padilha, enquanto ele ainda era ministro, em dezembro do ano passado, esse tipo de ação de divulgação foi feito 4.479 vezes em cidades pelo interior do Brasil.

“Atenção, atenção para esse importante comunicado que o Ministério da Saúde tem para você: tem médico novo na cidade. Com o programa Mais Médicos para o Brasil, do governo federal, a nossa região recebeu mais médicos. Isso vai ampliar e melhorar o atendimento para a população, trazendo mais saúde e bem estar para você e sua família”, diz a propaganda em um dos auto-falantes que rodaram o interior.

Neste ano, estão previstos R$ 45 milhões para a propaganda do Mais Médicos, que já começou a ser veiculada. A primeira etapa da campanha ocorreu em fevereiro. Foi nacional, com os mesmos filmes e spots veiculados em todo País. No mês passado, a campanha passou a ser regionalizada, mostrando os resultados obtidos com a implementação do programa em cada Estado. Em São Paulo, por exemplo, foram divulgados spots nas rádios falando sobre o crescimento do número de médicos no sistema público do Estado após a implementação do programa.

No ano passado, o Ministério da Saúde gastou cerca de R$ 224 milhões com publicidade de utilidade pública, a que engloba o Mais Médicos e que serve para divulgar informações e serviços de interesse dos cidadãos. A previsão orçamentária para este ano é de R$ 215 milhões. Em 2013, segundo o jornalista Fernando Rodrigues, da Folha, o governo federal, incluindo estatais, gastou ao todo R$ 2,3 bilhões para veicular propaganda.

Petrobrás sabia de suspeitas sobre propina desde 2012, diz executivo

• Embora representantes da empresa holandesa SBM tenham citado caso, auditoria interna só foi aberta no início deste ano

Erich Decat - O Estado de S. Paulo

BRASÍLIA - Em depoimento ao Ministério Público Federal do Rio, o representante da SBM Offshore no Brasil, Philippe Jacques Levy, afirmou que integrantes da Petrobrás sabiam das suspeitas de pagamento de suborno a funcionários da estatal desde 2012.

Apesar do alerta de integrantes da cúpula da própria empresa holandesa, a presidente da Petrobrás, Graça Foster, só determinou a instalação de auditoria interna para apurar o caso quase um ano e meio depois, em 18 de fevereiro, seis dias após o vazamento da denúncia pelo Wikipédia. Concluída em 45 dias, a apuração interna avaliou que não houve pagamento de propina. A Petrobrás não quis comentar.

O depoimento, a que o Broadcast Político teve acesso, durou cerca de três horas e foi dado em 3 de abril, na sede do Ministério Público do Rio. Nele, Levy, que é francês, diz que anualmente o CEO da SBM tem reuniões com a diretoria da Petrobrás.

Levy disse ter testemunhado o encontro de 2012, no qual foram abordadas as suspeitas de suborno com alguns executivos, entre eles o diretor de Exploração e Produção da Petrobrás, José Miranda Formigli, o gerente executivo da área, Erardo Barbosa, e o gerente executivo Osmond Coelho, da área Internacional.

"(...)Perguntado quando e a quem a SBM informou a Petrobrás acerca das suspeitas de pagamentos indevidos, respondeu que anualmente o CEO da SBM tem reunião com a diretoria da Petrobrás, e, na reunião de 2012, salvo engano em agosto, o declarante estava presente quando o assunto foi abordado, estando presentes, pela Petrobrás, Formigli, Osmond Coelho e Erardo e, pela SBM, além do declarante, Bruno Chabas e Oliver Kassam", diz o documento.

Num segundo encontro, no primeiro semestre de 2013, o assunto voltou a ser comentado "sempre brevemente, porque as apurações ainda estavam em andamento", segundo Levy.

De acordo com o depoimento, a SBM contratou a holandesa Debrauw e a norte-americana Paul Hastings para investigar possíveis pagamentos indevidos. De acordo com as duas empresas, não foram encontradas provas de corrupção.

Contratos. Levy citou aos procuradores o papel de Julio Faerman, suposto representante da empresa SBM no Brasil que, segundo a denúncia, seria o responsável pelo pagamento da propina a funcionários da Petrobrás, em troca de contratos de fornecimento de plataformas.
Segundo Levy, Faerman era o "rosto" da empresa no Brasil e "atuava em todas as fases, como único agente comercial da SBM no Brasil, agindo de forma muito competente desde a elaboração dos contratos, colaborando com especificações técnicas, na qualidade de engenheiro, além dos aspectos comerciais".

O francês não soube responder, no entanto, quais os porcentuais de comissão e os valores que Faerman receberia por projeto. Atualmente, ele não faz mais parte do quadro de funcionários da SBM. Há suspeitas de que, no suposto esquema, uma comissão de 3% em propinas era dividida em 1% para ele e 2% para funcionários da Petrobrás.

Prazo. Responsável pela condução das investigações sobre o caso, o procurador da República Renato Silva de Oliveira considera que a conclusão do caso "possivelmente" fique para 2015. A avaliação consta dos autos do processo, no oficio n.º 5662, de 25 de abril.

No documento, o procurador informa que o procedimento investigatório criminal, aberto em 14 de março, continua em andamento, dentro do prazo inicial de 90 dias. Na sequência, porém, Oliveira faz a ressalva: "Sendo previsível que se terá de prorrogá-lo, e provável que não se encerre neste ano, pela complexidade dos fatos investigados".

Eduardo Campos culpa Dilma pela crise no setor energético

• Durante seminário sobre o tema, pré-candidato do PSB ao Planalto lembrou que, como ministra de Minas e Energia e presidente, petista comanda o setor há 12 anos

Isadora Peron e Ana Fernandes - O Estado de S. Paulo

SÃO PAULO - O pré-candidato do PSB à Presidência da República, Eduardo Campos, culpou diretamente a presidente Dilma Rousseff pela crise no setor energético do País, após participar de um seminário sobre o tema nesta sexta-feira, 9, em São Paulo. Segundo Campos, como Dilma foi ministra de Minas e Energia durante o primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ela seria a responsável pelos atuais problemas no setor.

"Quem conduz essa política há 12 anos no País? A Vossa Excelência presidenta da República. Ela toma conta há 12 anos desse setor e ele vive o seu pior momento nos últimos 40 anos", disse.

Segundo Campos, a crise atual é pior do que a do apagão de 2001, durante o governo do tucano Fernando Henrique Cardoso, pois engloba um conjunto maior de aspectos, como as denúncias que surgiram contra a Petrobrás e a falta de investimentos no setor do etanol.

O pré-candidato afirmou ainda que levantamentos de entidades da área indicam que existe hoje 46% de chance de haver problemas no abastecimento de energia até o fim do ano. "É quase um cara ou coroa", disse.

Ele também acusou o governo de esconder a existência do problema da sociedade por interesse eleitoral. 

"O governo endividou em bilhões o cidadão brasileiro para postergar aumentos de energia e agora esconde a situação. É como se um médico não dissesse à família do paciente a gravidade da situação que ele está vivendo."

Ao lado da sua pré-candidata a vice, a ex-ministra Marina Silva, Campos afirmou que a questão energética será um dos pontos principais do programa de governo do PSB que está em elaboração e que será dado ênfase ao compromisso com uma matriz sustentável, que invista em fontes renováveis de energia.

Para cientistas políticos, momento é favorável a pré-candidatos de oposição

• Pesquisa Datafolha revela que chance de Dilma vencer no primeiro turno diminuiu

Demétrio Weber e Adriana Mendes – O Globo

BRASÍLIA – O resultado da pesquisa Datafolha foi analisado por cientistas políticos a pedido do GLOBO. A pesquisa revela que a chance da presidente Dilma Rousseff vencer no primeiro turno em outubro diminui. A petista teria hoje 37% dos votos contra 38% dos outros candidatos.]

David Fleischer , professor emérito da Universidade de Brasília (UnB), disse nesta sexta-feira que a subida de 4 pontos percentuais do pré-candidato Aécio Neves (PSDB) está ligada à maior exposição do tucano nos telejornais, nas últimas semanas, devido à disputa pela instalação da CPI da Petrobras no Congresso

- A exibição do programa do PSDB estrelado por Aécio pode ter ajudado. Mas o mais importante é o espaço que ele ganha nos telejornais nacionais, pegando carona na Petrobras - diz o cientista político.

Para Fleischer, a ascensão de Aécio coincide com um mau momento da presidente Dilma Rousseff e sinaliza que é alta a possibilidade de haver segundo turno na eleição. Ele chama a atenção para o fato de que Dilma perde ponto e seus adversários sobem na simulação de segundo turno seja contra Aécio ou Eduardo Campos, do PSB.

- Os dois sobem no segundo turno. Isso significa que a presidente está cada vez mais enfraquecida e vulnerável. E há indícios de que vamos ter apagão, com rodízio, em junho. Ela tem algumas nuvens bem escuras no horizonte.

Fleischer afirma que Campos ainda não decolou, porque não consegue a mesma exposição nacional que Aécio. Ele aposta também que as intenções de voto no ex-governador de Pernambuco subiriam, se a pergunta feita aos entrevistados pelo Datafolha incluísse o nome do candidato a vice - no caso de Campos, a ex-senadora e ex-ministra Marina Silva.

Para o cientista político, já está em 90% a probabilidade haver segundo turno, dada a queda de Dilma nos últimos levantamentos. Ele diz que esse índice chegará a 100% de certeza se Dilma cair abaixo de 34% das intenções de voto. Na pesquisa divulgada hoje, a presidente aparece com 37%.
Fleischer observa que a presidente está na vitrine e, em que pese a força da caneta, acaba mais exposta a críticas e cobranças. Mais cedo ou mais tarde, porém, isso acabará ocorrendo também com Aécio e Campos, já que os dois foram governadores e também responderão pelos erros e acertos de seus governos.

- O Aécio tem um esqueleto muito pesado no armário, porque ele se vangloria muito do choque de gestão. E o choque foi contratar 98 mil funcionários sem concurso no governo de Minas Gerais. Faz duas semanas que o Supremo Tribunal Federal mandou demitir todo mundo. Isso o torna muito vulnerável às críticas - diz o cientista político da UnB.

Para o cientista político Ricardo Caldas, da Universidade de Brasília(UnB), Aécio Neves pode crescer mais nas pesquisas de opinião por ser o principal candidato da oposição. Mas a dúvida ainda é se vai crescer o bastante para competir com chances reais de vitória. Já Eduardo Campos (PSB) deve subir menos.

- A partir de julho, com mais exposição e com os programas eleitorais Dilma pode recuperar os pontos perdidos e a tendência dela é estabilizar. Ela tem mais tempo de TV que os outros candidatos e pode estancar a sangria – avaliou Caldas.

Na avaliação de Leonardo Barreto, doutor em Ciências Políticas pela UnB, o dado mais importante da pesquisa é a aprovação de 35% do governo de Dilma Rousseff, que ele considera um limite mínimo para a presidente. Há um mês a aprovação era de 36%.

- Existe a criação de um cenário que é favorável para oposição. Mas a pesquisa tem uma importância relativa porque a eleição não está na agenda na maior parte dos brasileiros – disse Barreto, destacando que tudo depende mesmo quando a campanha começar pra valer com maior exposição dos candidatos no horário eleitoral gratuito.

Barreto aposta em um crescimento do tucano Aécio Neves.

- Existe uma área de crescimento do PSDB que seria independente se fosse o Aécio o candidato. Ainda se fala muito pouco do Aécio, que é conhecido apenas pela metade da população. Quem tem a memória do PSDB começa a se posicionar – avalia.

No entanto ele destaca que Dilma ainda tem uma base muito sólida, tem crédito de um governo de 12 anos do PT mesmo com os atuais problemas enfrentados. Na pesquisa 58% do entrevistados declararam que Lula deveria ser o candidato.

Barreto acredita que o pré-candidato Eduardo Campos deve ficar estagnado já que o partido, na avaliação dele, não tem muita densidade eleitoral mesmo tendo Marina Silva como vice na chapa.

Aécio diz que crescimento em pesquisa demonstra ‘fragilidade do atual governo’

• Eduardo Campos acredita em mudança de desempenho só depois do início do horário eleitoral

Odilon Rios e Anselmo Carvalho Pinto, Germano Oliveira e Sergio Roxo - O Globo

SÃO PAULO, MACEIÓ e CUIABÁ - O pré-candidato à Presidência pelo PSDB, senador Aécio Neves, afirmou nesta sexta-feira, durante encontro com empresários em Maceió, que o resultado da pesquisa Datafolha demonstra ‘fragilidade do atual governo’. O tucano teve um crescimento de quatro pontos percentuais, o que indicaria a realização de segundo turno. Dilma Rousseff aparece com 37% das intenções de voto enquanto os demais pré-candidatos somam 38%.

Em São Paulo, o pré-candidato do PSB, Eduardo Campos, disse que não acredita em possibilidade de mudança de seu desempenho nas pesquisas eleitorais - ele está com 11% das intenções de voto - antes do início do horário eleitoral, em 19 de agosto. Para o presidenciável, a pesquisa Datafolha "consolida o desejo de mudança" ao apontar uma disputa em segundo turno.

- Ninguém gosta de estar mal nas pesquisas. Mas, este crescimento da nossa candidatura, acho que é a demonstração da fragilidade do atual Governo e em todas as áreas, a incapacidade de cumprir com os compromissos assumidos com a sociedade. A segurança vai muito mal, na educação estamos nos últimos lugares nos principais rankings, na economia paramos de crescer. Infelizmente, a inflação voltou. O conjunto da obra é muito mal feito pelo atual governo, é a razão do indicar desta pesquisa.

Continuar com serenidade, pé no chão, tem uma larga estrada a percorrer e sempre dizendo a verdade, dizendo aquilo que acreditamos - disse Aécio.

Campos, que tem percorrido o país desde o dia 4 de abril quando deixou o governo de Pernambuco, minimizou o impacto desse tipo de agenda para elevar o grau de conhecimento da população do seu nome. A pesquisa mostrou que 40% dos eleitores não sabem quem é o pré-candidato do PSB.

- Você não imagina que em 30 dias em um país com 200 milhões de pessoas, sem cobertura das pré-campanhas das televisões abertas, sem início do horário eleitoral, sem os debates, (que será possível se tornar conhecido). Entre os que já tomaram conhecimento, o próprio Datafolha fez o recorte e viu que a gente se posiciona em primeiro lugar.

O presidenciável argumenta que entre os mais jovens há um aumento do conhecimento de seu nome e esses são os que, segundo ele, "tem mais acesso à informação e que se interessam pelo debate eleitoral neste momento".

- Coisa que só vai acontecer com outra fração da população depois da Copa do Mundo.

Mesmo com a expectativa de ter um tempo de televisão bem inferior aos seus principais adversários, Campos acha que o horário eleitoral terá impacto na intenção de voto a seu favor.

- Mesmo a gente não tendo um tempo semelhante ao que a presidenta Dilma vai ter, (a população) quando começa a ver que chegou o tempo da propaganda, passa a conversar em casa, no ônibus, metrô, na igreja, e a buscar quem são candidatos. Até 19 de agosto não deve haver grandes mudanças nas pesquisas.

Eduardo Campos também aposta que estará em 19 de agosto num patamar de votos semelhante ao que a vice de sua chapa, a ex-senadora Marina Silva, obteve na eleição presidencial de 2010.

- Vamos começar o dia 19 de agosto como ela terminou a eleição em outubro de 2010. Em votos válidos, a a gente já tem está bem perto. Vamos largar da onde ela chegou.

Carvalho diz que nunca acreditou que Dilma seja eleita no 1º turno
Já o ministro-chefe da Secretaria Geral da Presidência da República, Gilberto Carvalho, afirmou, em Cuiabá (MT), que nunca acreditou que a presidente Dilma seria reeleita no primeiro turno em outubro.

- Não ganhamos (no primeiro turno) em 2002, não ganhamos em 2006, não ganhamos em 2010. Seria muito estranho que agora, com três candidatos de maior potencial, isso ocorresse – disse o ministro, durante um evento em defesa do legado da Copa, na Associação Mato-grossense dos Municípios (AMM).

Carvalho reconheceu que o cenário econômico pode estar contribuindo para uma avaliação negativa do governo federal.

- Mas não tenho dúvida, com todo respeito aos adversários, que quando a eleição começar e nós conseguirmos mostrar nossa obra nos últimos 12 anos, nos últimos quatro anos, venceremos a eleição – afirmou.

Líder do PT na Câmara, o deputado Vicente Vicentinho disse que viu os números com “alívio”. Ele está confiante numa vitória da presidente Dilma Rousseff no primeiro turno.

Mesmo com a subida de Aécio Neves nas pesquisas, de 16% em abril para 20% em maio, Dilma se manteve dentro da margem de erro: em abril a presidente tinha 38% das intenções de voto, hoje tem 37%. Isso é motivo de otimismo entre os petistas, disse Vicentinho, que não comentou sobre a ascensão de Aécio.

- Vejo os números com alívio pois eles estão consolidando Dilma num patamar que deve lhe dar uma vitória ainda no primeiro turno. Considerando que o PT é o único partido que tem militância, acredito em vitória ainda no primeiro turno. A militância do PT vai fazer a diferença - disse Vicentinho.

Apesar de sua proximidade com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Vicentinho descarta o movimento do volta Lula manifestado por 75% dos petistas ouvidos na pesquisa Datafolha.

- Respeitamos o pensamento dos petistas, mas essa questão já foi resolvida no último encontro nacional do PT, que lançou Dilma como pré-candidata do partido. Isso mostra, contudo, que o nosso principal cabo eleitoral é muito querido, ao contrário dos nossos adversários. O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso não é bem avaliado pelos eleitores - mostrou Vicentinho.

Durante a entrevista coletiva em Cuiabá, Gilberto Carvalho foi questionado sobre o atraso nas obras da Copa do Mundo em Cuiabá, onde o aeroporto e o VLT (Veículo Leve sobre Trilhos) não deverão estar prontos até junho.

- Não quero ser leviano para apontar responsabilidades. Mas o governo lamenta que não esteja tudo pronto – disse.

O líder do PSDB no Senado, o senador Aloysio Nunes Ferreira (SP) disse que o resultado da pesquisa Datafolha divulgada hoje comprova movimento lento e seguro de declínio das intenções de votos e aprovação da presidente Dilma Rousseff. Ele diz que ainda não é o caso de rir de orelha a orelha com o crescimento de quatro pontos do candidato tucano Aécio Neves (MG) mas que é um bom resultado.

- O resultado do Datafolha é a demonstração de que o "lero lero" da presidente Dilma na TV, no 1º de maio, não surtiu o efeito esperado . Realmente há um movimento lento e seguro de declínio da avaliação e intenção de voto da candidata do PT. Foi um bom resultado pra nós - comemorou Aloysio Nunes.

Ele concorda que a atuação do PSDB e do candidato Aécio Neves na defesa da instalação de uma CPI para investigar denúncias de corrupção na Petrobras está tendo um impacto positivo no crescimento da candidatura tucana. As pesquisas indicam que a população, maciçamente, apoia as investigações.

- Nossa insistência está tendo resultados positivos. Água mole em pedra dura tanto bate até que fura. Conseguimos vencer as barreiras do governo no Senado e no Supremo. E quanto mais o governo tentar barrar a investigação, mais a presidente Dilma vai sangrar - disse Aloysio Nunes.

Aécio diz que representa a 'mudança segura' para o País

• Senador e pré-candidato do PSDB trata com cautela números da pesquisa Datafolha, mas ressalta o fato de 74% dos eleitores afirmarem que querem mudanças na forma como o País é governado

- O Estado de S. Paulo

MACEIÓ - O pré-candidato do PSDB à Presidência, senador Aécio Neves (MG), foi cauteloso ao comentar hoje os números da mais recente pesquisa Datafolha - na qual ele subiu quatro pontos porcentuais, de 16% das intenções de voto para 20%. Aécio está atrás de Dilma, que lidera com 37%. O levantamento mostra que aumentou a chance de segundo turno.

"O que tenho dito em relação a pesquisas é que há um indicador nesse momento que é relevante. Os (índices) das pesquisas, é claro que quando você sobe, você acha melhor do que quando você cai", disse Aécio, durante visita a Maceió (AL).

O senador tucano destacou o fato de 74% dos eleitores afirmarem que querem mudanças na forma como o País é governado. "O dado relevante é que em todas as pesquisas isso é apontado, mais de 70% da população quer mudanças. E mudanças profundas", disse Aécio, que classificou sua futura candidatura como a "mudança segura que o Brasil precisa viver". "Mudança com responsabilidade, com quadros extremamente qualificados e uma mudança que incorpora algo que para mim, pela minha formação, pelas minhas origens, é essencial: ética na vida pública. Precisamos de um governo que concilie ética com eficiência. Essa é a proposta do PSDB."

Corrupção na Petrobras influenciou crescimento em pesquisa, diz Aécio

Ricardo Rodrigues – Folha de S. Paulo

MACEIÓ (AL) - O presidenciável tucano, Aécio Neves, afirmou nesta sexta-feira (9) que seu crescimento nas pesquisas se deve às provas que estão aparecendo contra o governo petista de Dilma Rousseff. Ele se referiu às denúncias sobre a Petrobras.

O candidato do PSDB falou sobre a pesquisa Datafolha divulgada hoje na qual o tucano cresceu quatro pontos percentuais (de 16% para 20%) e a presidente oscilou negativamente (de 38% para 37%) entre abril e maio. O quadro aumenta as chances de haver segundo turno nas eleições presidenciais deste ano.

"As denúncias de corrupção influenciaram [no resultado da pesquisa]. Afinal, uma quadrilha estava levando a Petrobras à situação de insolvência e a população está vendo isso", afirmou ele, que participou de uma sabatina na manhã de hoje no auditório do Hotel Jatiúca, feita por empresários ligados às Fiea (federação das indústrias de Alagoas), Feal (agricultura), Fecomércio e ACM (Associação Comercial de Maceió).

"Mais do que um pré-candidato da oposição subir em pesquisa é o desejo de mudança que isso representa no seio do eleitorado", completou o senador tucano.

O dado relevante da pesquisa, disse Aécio, é que mais de 70% da população quer mudanças profundas. "E nós estamos caminhando para mostrar aos brasileiros que nós temos as propostas e que somos a mudança segura que o Brasil precisa ter", afirmou.

Segundo ele, porém, as pesquisas não são a eleição. O tucano afirmou que toda vez que vem a Alagoas, ele sobe nas pesquisas. Aécio lembrou que há 30 anos esteve em Maceió com Tancredo Neves, seu avô, poucos dias antes de derrotar Paulo Maluf no Colégio Eleitoral e se eleger presidente.

A sabatina é a primeira de uma série que os setores industrial e comercial, representado pela ACI, realizam em Alagoas com os candidatos à Presidência.

Com alta, Aécio vira alvo de Dilma e Campos

• Após resultado do Datafolha e risco de segundo turno, campanha petista decide intensificar ataques ao tucano

• No PSB, Campos e Marina vão reforçar estratégia de se distanciar de Aécio, sepultando trégua

Valdo Cruz, Natuza Nery – Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - O resultado da pesquisa Datafolha vai aumentar o embate entre os três principais candidatos à Presidência, sendo que o tucano Aécio Neves pode se transformar no principal alvo na disputa.

Segundo a Folha apurou, a cúpula da campanha petista vai intensificar o ataque ao tucano depois que ele diminuiu a distância para a presidente Dilma Rousseff.

Já a equipe do ex-governador Eduardo Campos (PSB), diante da alta mais acentuada do tucano na pesquisa, vai reforçar a estratégia de tentar se diferenciar de Aécio, sepultando o pacto de não agressão entre os dois.

Pelo último Datafolha, Dilma tem 37% das intenções de voto, um a menos do que o levantamento de abril. Aécio subiu de 16% para 20%. Campos oscilou de 10% para 11%.

A equipe de Dilma Rousseff já elegeu o principal ponto a ser explorado contra o tucano: suas declarações de que não terá medo de tomar medidas impopulares caso seja eleito presidente. Na avaliação petista, Aécio cresceu nos últimos meses porque explorou o discurso de tentar vincular a presidente Dilma a irregularidades na Petrobras.

Ontem, ao comentar o resultado do Datafolha, Aécio voltou a atacar a gestão da estatal. Segundo ele, as suspeitas de corrupção na empresa tiveram influência na avaliação da presidente.

"As denúncias de corrupção influenciaram [o resultado]. Afinal, uma quadrilha estava levando a Petrobras à situação de insolvência", afirmou em Maceió (AL).

A equipe de Dilma avaliou como positivo o fato de a presidente ter ficado estável após registrar quedas nas últimas pesquisas. Foi comemorado ainda o fato de a preocupação dos eleitores com a inflação ter diminuído de 65% para 58%. A alta de preços é apontada como o principal ponto negativo de Dilma.

Os petistas contam ainda com o programa do partido, agendado para o fim de maio, para que Dilma não só estanque sua queda como registre algum tipo de recuperação.

O tucano comemorou sua subida na pesquisa, principalmente o fato de ter aumentado a distância para Eduardo Campos, avaliando que se consolida cada vez mais como a alternativa a Dilma.

"O dado relevante é que, em todas as pesquisas, mais de 70% da população quer mudanças. E mudanças profundas", afirmou Aécio. No campo tucano, a tática será elevar ainda mais o tom de críticas contra a petista, mas não há intenção de comprar brigas com Campos, cuja campanha passou a criticar o tucano nas últimas semanas.

À Folha Marina Silva, vice do pessebista, disse que a candidatura de Aécio "cheira a derrota". Ontem, em São Paulo, Campos alegou que ainda é o candidato menos conhecido. "Se 25% da população diz que nos conhece, a gente já chega em simulação a 11% ou 14%. Imagine quando chegar a 100%."

Colaboraram Ricardo Rodrigues, de Maceió, e Gustavo Uribe, de São Paulo

Segundo turno cada vez mais consolidado

• Nova pesquisa mostra estagnação nas intenções de voto de Dilma e crescimento de Aécio, além da margem de erro. Tucanos comemoram e creditam resultado à crise da Petrobras

Paulo de Tarso Lyra, Grasielle Castro – Correio Braziliense

Pela terceira vez em menos de 15 dias, uma pesquisa de intenção de voto — desta vez, do Datafolha — consolida a possibilidade de um segundo turno nas eleições presidenciais de outubro. E, mais uma vez, os números apontam um crescimento do pré-candidato do PSDB, Aécio Neves, que repete o resultado dos levantamentos anteriores, cristalizando-se nos 20% e abrindo vantagem sobre o terceiro colocado, o pré-candidato do PSB, Eduardo Campos (11%). Divulgado ontem, o levantamento mostrou estagnação da presidente Dilma Rousseff (PT), que oscilou negativamente dentro da margem de erro de 2 pontos percentuais, caindo de 38% para 37%.

Somados, Aécio, Eduardo e os outros oito candidatos, eles atingem o patamar de 38%, 1 ponto percentual acima do resultado obtido pela presidente. Em relação à pesquisa anterior, Aécio apresentou um avanço de 4 pontos percentuais (tinha 16%), enquanto o pré-candidato Eduardo Campos teve uma oscilação tímida de 1 ponto positivo (antes, ele tinha 10% das intenções de votos).

Os resultados sepultam de vez o planejamento do PT de resolver a questão em primeiro turno, evitando o desgaste de levar o pleito para uma segunda análise dos eleitores. Mostrou também que o Planalto ainda não encontrou o tom certo para mudar o humor dos brasileiros, apesar do pronunciamento da presidente Dilma no Primeiro de Maio, quando sinalizou que seu governo — e um eventual segundo mandato — não abandonaria os trabalhadores e não provocaria arrochos salariais.

Pesou também no desgaste do governo a sucessão de denúncias envolvendo a principal estatal brasileira, a Petrobras. Na quinta-feira, a Justiça Federal do Paraná decretou a quebra de sigilo bancário da empresa nas relações com o Consórcio Nacional Camargo Corrêa (CNCC) nas obras de construção da refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco. Em ascensão nas pesquisas, o senador Aécio Neves (PSDB-MG) credita a mudança no cenário político justamente à crise da Petrobras.

Na avaliação dele, a presidente está se complicando com o caso. "As denúncias de corrupção influenciaram no resultado da pesquisa. Afinal, uma quadrilha estava levando a Petrobras à situação de insolvência, e a população está vendo isso", justificou o pré-candidato, após reunião com empresários em Maceió. Para Aécio, a conjuntura deve continuar a mudar. Ele destaca que a presidente é conhecida por quase todo eleitorado, enquanto os demais candidatos, por não terem disputado uma eleição nacional, têm índices muito menores.

O argumento é o mesmo usado pelo terceiro pré-candidato com mais intenções de votos, o ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, para justificar sua colocação. Preferido de 11% dos entrevistados, o socialista espera mudanças quando o horário eleitoral começar, em 19 de agosto. "Se 25% da população diz que nos conhece, a gente já chega em simulação em 11% ou 14%. Imagine quando chegar a 100%. Estou confiante, e nunca tive dúvidas de que essa eleição é em dois turnos e está aberta", disse. "Entre os que já tomaram conhecimento, o próprio Datafolha fez o recorte e viu que a gente se posiciona em primeiro lugar", reforçou.

Expectativa
Mesmo com o cenário rumo ao segundo turno se afunilando, aliados da presidente Dilma Rousseff não viram com maus olhos o novo levantamento eleitoral. A primeira análise é de que ela estancou o ritmo de queda apontado nos últimos meses. Em fevereiro, a intenção de votos para a petista era de 44%, foi para 38% em abril e ficou em 37% em maio. Além disso, o medo do desemprego diminuiu e a expectativa sobre o futuro da economia, segundo uma fonte governista, também apresentou ligeira melhora.
O bom humor não foi abalado nem pelo movimento "Volta, Lula", reforçado pela indicação na pesquisa de que mais de 70% dos brasileiros querem mudanças e que a maioria desses acredita que o mais indicado para a tarefa é o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. "Quem estará ao lado de Dilma na propaganda eleitoral?", indagou um aliado presidencial. Em Cuiabá, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, disse nunca ter esperado que a eleição fosse decidida no primeiro turno.

Maré favorável
O crescimento da candidatura de Aécio Neves (PSDB-MG) ao Palácio do Planalto, verificado nas últimas três pesquisas de intenção de votos, vem embalado em alguns fatores essenciais. O primeiro foi o fato de o tucano ter servido-se da propaganda partidária para apresentar-se como alternativa ao modelo petista de governar.

Além disso, Aécio tem aproveitado para capitalizar a crise política e ética vivida pelo governo federal com a sucessão de denúncias envolvendo a Petrobras. O senador mineiro já falava em problemas da eficiência administrativa na maior estatal brasileira desde 2013 — o assunto foi tema central do primeiro seminário organizado pelo PSDB na Câmara quando as queixas se limitavam à manobra contábil. Quando a compra da refinaria de Pasadena veio à tona e a Operação Lava-Jato foi deflagrada pela Polícia Federal, Aécio aproveitou para surfar à vontade, inclusive mobilizando a oposição para a instalação de CPIs — mistas ou exclusivamente composta por senadores.

Por fim, a presidente Dilma também enfrenta uma rebelião em sua base de apoio. O blocão da Câmara, composto por 250 parlamentares, foi o primeiro a aprovar uma comissão externa para investigar a Petrobras. Os deputados do PR defendem o "Volta, Lula"; o PMDB fluminense apoia Aécio. O tucano, inclusive, sonha em subir ainda mais nas pesquisas para descolar o PP de Ana Amélia (RS) e Francisco Dornelles (RJ) das asas petistas. (PTL)

José Roberto de Toledo: Dilma se aproxima da inelegibilidade no centro-sul do Brasil

- O Estado de S. Paulo

A pesquisa Datafolha desta sexta-feira mostra a presidente Dilma Rousseff com saldo potencialmente negativo nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste. Nas três, as opiniões de que seu governo é ruim ou péssimo superam as avaliações de ótimo e bom em um ponto porcentual. Está dentro da margem de erro, mas é um limiar perigoso: o histórico mostra que governantes com mais eleitores críticos do que apoiadores são praticamente inelegíveis.

O que salva a popularidade de Dilma é seu saldo amplamente positivo no Nordeste (26 pontos) e no Norte (31 pontos). Na média nacional, a presidente ainda tem nove pontos a mais de ótimo em bom (35%) do que de ruim e péssimo (26%). E é por isso que ainda é vista como a favorita a vencer a eleição em outubro pela maior parte do eleitorado nacional: 37%.

Por seu peso no total do eleitorado, o Nordeste é muito mais importante para Dilma. E é lá que o Datafolha mostra outro indicador preocupante para os petistas: a taxa de ótimo e bom do governo federal caiu 7 pontos, e a de ruim e péssimo subiu 6 no último mês. Como resultado, o saldo positivo, embora ainda alto, caiu 13 pontos. Ainda não é uma tendência, porque foi a primeira perda de popularidade da presidente na região desde novembro.

Essa divisão geográfica da avaliação do governo se reflete diretamente na corrida eleitoral. No Sudeste, Dilma está tecnicamente empatada com Aécio Neves (PSDB), segundo o Datafolha: tem 30% das intenções de voto, contra 27% do tucano. Já no Nordeste, tem quatro vezes mais que o tucano: 52% a 12%.

Entre os nordestinos, o pernambucano Eduardo Campos (PSB) aparece ligeiramente à frente do tucano, com 16% dos votos. É no Sul (19% a 8%) e, principalmente, no Sudeste (27% a 7%) que Aécio livra sua vantagem sobre o candidato do PSB. Foi esse crescimento que aumentou em 50% a distância de Aécio sobre Campos no total do eleitorado nacional.

A geografia do voto mostra ainda que caiu a vantagem de Dilma no interior do País, onde sua avaliação e intenção de voto são historicamente maiores. Nessas cidades, o saldo de avaliação que chegou a ser de 30 pontos em novembro, caiu para 12 pontos em maio – apesar de todas as suas entrevistas para rádios do interior e dos programas de entrega de máquinas às prefeituras.

A presidente continua vulnerável nas metrópoles e capitais, onde a taxa de ótimo e bom (33%) está tecnicamente empatada coma de ruim e péssimo (29%). Mas nas maiores cidades Dilma pelo menos parou de cair.

Fernando Rodrigues: A miragem de Dilma

O Datafolha acaba de fazer uma nova sondagem eleitoral e também sobre a popularidade do governo de Dilma Rousseff.

Quando se observa a curva de aprovação de Dilma, nota-se que a petista foi vítima de uma miragem depois dos protestos de rua em junho do ano passado. Sua popularidade caiu de 65% para 30%.

Dilma fez então uma série de movimentos, inclusive alguns que não melhoram em nada sua aprovação popular --como a polêmica proposta de Constituinte exclusiva para a reforma política. Em novembro passado a popularidade da presidente foi a 41%. Era uma miragem. Só que o Planalto enxergou as coisas entrando nos eixos. Nessa crença, mais popularidade viria por decantação.

A avaliação resultou completamente errada. Na realidade, os 30% de junho de 2013 estavam contaminados pelo momento. Passados os protestos, Dilma apenas voltou para onde já estivera na fase pré-marchas. Ocorre que os seus 40% eram corroídos por uma erosão silenciosa.

Feliz com a recuperação postiça de popularidade, Dilma sumiu do mapa. Quando fevereiro chegou, os magos do governo acordaram novamente. As coisas não estavam tão bem assim. No começo de abril, a presidente derrapou para 36% de aprovação. Agora, está em 35%.

Nas últimas semanas, Dilma mergulhou em ações midiáticas. Falou mais com jornalistas, numa abordagem curiosa sobre como se dá o relacionamento de um presidente com a mídia. O contato só existe como um favor ou se há uma crise --quando deveria ser um ato republicano constante de quem exerce o poder.

E qual foi o efeito da investida de marketing? Nulo (ela ficou no mesmo lugar) ou Dilma estaria pior se não tivesse feito nada? Difícil saber.

Uma coisa é certa. As reações da presidente sempre parecem pouco estudadas, tardias e com consequências aquém do que desejariam os seus aliados, dentro e fora do PT.

Rolf Kuntz: A economia repetida como farsa

- O Estado de S. Paulo

Bem-vindos de volta aos anos 50, ou, melhor, bem-vindos ao arremedo dos anos 50, a história repetida como farsa. As professoras do curso primário ainda apresentavam o Brasil, naquele tempo, como "um país essencialmente agrícola", apesar da onda de mudanças – a criação recente da grande siderurgia, a fundação da Petrobrás, a organização do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico, a expansão das fábricas de bens de consumo e a bandeira da industrialização acelerada. Hoje, como há seis décadas, a exportação depende dos produtos básicos. De janeiro a abril deste ano, só essa categoria proporcionou uma receita maior que a de um ano antes. Esse faturamento, US$ 33,91 bilhões, foi 4,2% superior ao dos primeiros quatro meses de 2013. Ao mesmo tempo, recuaram as vendas de industrializados. Também como nos tempos de Getúlio e JK, incentivos especiais e esquemas de proteção comercial são usados para favorecer a indústria local. Mas essa indústria há muito tempo deixou de ser nascente, a substituição de importações perdeu sentido e muitos países naquele tempo subdesenvolvidos tornaram-se potências dinâmicas e competitivas.

Na repetição farsesca dos anos 50, o governo atribui à oposição o desejo de privatizar a Petrobrás, quando a privatização de fato é promovida pelo grupo no poder, ao aparelhar, lotear e submeter as estatais a interesses partidários e pessoais dos governantes e de seus aliados. Esse mesmo padrão de comando levou a Petrobrás a negócios desastrosos, prejudicou sua receita, dificultou seus investimentos, converteu-a na empresa mais endividada do mundo – como noticiou a imprensa internacional – e corroeu seu valor de mercado. Tudo isso bastaria para compor uma história de incompetência, irresponsabilidade e abuso, mesmo sem o complemento das suspeitas de pilhagem, das prisões e da investigação criminal.

Na farsa do retorno aos anos 50, a sexta ou sétima economia mundial aparece em 22.º lugar entre os exportadores e só escapa de uma posição mais humilhante graças ao agronegócio e a um setor de mineração ainda com sinais de vitalidade. A nova pesquisa da indústria, recém apresentada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), com universo mais amplo e ponderação atualizada, serviu principalmente para confirmar as más condições do setor. Pelas novas contas, a produção industrial cresceu 2,3% em 2013, quase o dobro da taxa indicada pelo velho critério, 1,2%. Mas esse crescimento mal bastou para compensar o recuo do ano anterior, 2,3%.

Pelas novas contas, a produção de bens de capital – máquinas e equipamentos – também continuou em crise, com redução de 11,2% em 2012 e expansão de 11,3% no ano passado. No primeiro trimestre deste ano, as fábricas desses bens produziram 0,9% menos que entre janeiro e março de 2013. Esses dados confirmam a pouca disposição dos empresários de ampliar e modernizar a capacidade produtiva e tornam risível, mais uma vez, a promessa oficial de avanço econômico puxado pelo investimento.

Nos anos 50 o presidente Juscelino Kubitschek instalou uma administração paralela – os grupos executivos – para cuidar da implementação do Plano de Metas. A alternativa, segundo a avaliação da equipe de governo, seria atrasar o plano para reformar a máquina federal. Pode-se discutir se um caminho intermediário seria possível, mas um dado é inegável. No fim de cinco anos, a maior parte das metas havia sido alcançada: a industrialização havia avançado e uma nova capital havia sido plantada no centro do País.

Sobraram custos importantes e pressões inflacionárias, mas o governo seguinte, com alguma competência, poderia ter realizado os ajustes. Não se pode culpar JK nem pela renúncia de Jânio nem pelo desperdício de oportunidades na gestão de João Goulart, incapaz de sustentar politicamente a dupla Celso Furtado-San Tiago Dantas e garantir a execução do Plano Trienal.

Na reprodução em forma de farsa, o planejamento foi alardeado na retórica e abandonado na prática. Nem se planejou, nem se reformou a administração, nem se buscaram alternativas para maior eficiência. Falar em produtividade do setor público foi estigmatizado como discurso neoliberal. Escolheu-se como política a distribuição de postos a companheiros e aliados, tanto na administração direta quanto nas autarquias e empresas. Ao ocupar o Palácio do Planalto, em 2011, a presidente Dilma Rousseff prometeu cuidar da qualidade da gestão federal. Nunca deu um passo para isso.

A farsa da repetição teve improvisação no lugar do planejamento, distribuição arbitrária de benefícios, excesso de gastos, promiscuidade entre Tesouro e bancos oficiais, interferência desastrada na formação de preços e muito mais estímulo ao consumo do que à produção. Um déficit em conta corrente próximo de 3,5% do PIB, bem maior que o investimento estrangeiro direto, foi uma das consequências. Outro resultado importante, além, é claro, da estagnação industrial, foi uma inflação sempre na vizinhança de 6% ao ano, muito acima da meta, 4,5%.

Em abril, o Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) subiu 0,67%. O governo pode apontar uma melhora, depois da taxa de 0,92% em março. Mas uma alta de 0,67% ao mês corresponderia, em um ano, a 8,34%. O acumulado efetivo em 12 meses ficou em 6,28%, muito perto do limite de tolerância (6,5%). Em outras economias emergentes, bem mais dinâmicas, a alta de preços tem raramente superado 3%. Mas o quadro da inflação brasileira pode piorar, com a descompressão de preços contidos politicamente e nenhum esforço do governo para conter seus gastos.

Há, no entanto, pelo menos uma boa notícia. Segundo o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, os torcedores ingleses podem vir tranquilos para a Copa da Fifa. Não haverá, garantiu, perigo maior que o enfrentado pelos soldados britânicos no Iraque. Faltou explicar se os torcedores deverão vir armados, como os militares enviados à guerra.

*Jornalista

Diário do Poder – Cláudio Humberto

- Jornal do Commercio (PE)

• Fretes são cobiçados por políticos na Petrobras
A Polícia Federal investiga o que seria uma das principais fontes de propina para políticos na Petrobras e sua subsidiária Transpetro: intermediadores (“shipbrokers”) de fretamento de navios, tanqueiros etc. A intermediação do “aluguel” de embarcações pela estatal rende entre 1% e 5% (até US$ 15 mil) por dia de contratos que podem durar 20 anos, se o fretamento é por toda vida útil do navio, o que é habitual.

• É habitual
Uma comissão de praxe, a “address comission”, é estipulada pelo fretador (a Petrobras) e é paga em fatura oficial ao shipbroker.

• Valores
A Petrobras opta pelo frete, já que um navio-tanque de grande porte (Very Large Crude Carrier) custa no mínimo US$ 100 milhões.

• Rentabilidade
O frete de apenas um navio-tanque (tanqueiro), por 20 anos, pode render US$ 70 milhões aos intermediadores (shipbrokers) do negócio.

• Duplo
Por levar o negócio ao estaleiro, o shipbroker recebe comissão da empresa, estipulada em adendo, além da comissão da Petrobras.

• Renan articula para manter o comando do Senado
Conhecido por sua célebre esperteza política, o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), antecipou-se aos fatos e já encomendou pesquisa do Ibope em todos os Estados para saber os candidatos mais fortes ao Senado. A pesquisa permitirá ao cacique mapear os possíveis eleitores, em seu projeto de manter-se à frente do comando do Senado em 2015, agora que lançou Renan Filho ao governo de Alagoas.

• Assunto encerrado
Aécio Neves (MG) e Eduardo Campos (PE) liberaram PSDB e PSB a apoiar a candidatura de Henrique Alves (PMDB) ao governo potiguar.

• Desembarcando
O PSD de Gilberto Kassab enfrenta dificuldades para manter o acordo com o PT pela reeleição de Dilma. São dez diretórios contra a aliança.

• Bahia no TST
O deputado Daniel Almeida (PCdoB-BA) coleta assinaturas apoiando a desembargadora Luiza Lombar ao Tribunal Superior do Trabalho.

• Sem analfabetos
Foi um dia histórico para os brasilienses, ontem. O Distrito Federal é a primeira unidade da Federação a receber o selo Território Livre de Analfabetismo. No DF, mais de 98% da população é alfabetizada.

• Sub com sub
Após o escândalo da espionagem americana a autoridades e empresas brasileiras, a presidenta Dilma esperneou, cancelou visita de Estado e exigiu desculpas. Agora o clima esfriou e ela se reunirá com o vice dos EUA, Joe Biden, na Copa. Alguns falam em “encontro de iguais”.

• Engana que gostam
Lula prometeu ajudar a infraestrutura de Gana, durante o Fórum Econômico Mundial da África, na Nigéria, mas não usou seu “prestígio” para apelar à libertação de 200 meninas sequestradas por uma seita.

• Viagem arriscada
Ignora-se o que Jorge Viana (PT-AC) fará com outros senadores no final do mês em Taiwan, inimiga da China, e sem relação oficial com o governo brasileiro. Além de esquisito, isso não dá sorte. Ex-presidente do PL, Valdemar Costa Neto foi lá em 2005. E acabou na Papuda.

• Constrangedor
O presidente Carlos Lupi (PDT) e o ministro Manoel Dias (Trabalho) saíram com cara de tacho da homenagem a Getúlio Vargas na terça, onde o ator Tony Ramos, a estrela do evento, não deu as caras.

• Više Doktori
O Ministério da Saúde acaba de aceitar no “Mais Médicos” um bósnio, o dr. Ahmed Shehada. Ele ao menos já aprendeu que o programa do governo brasileiro, em sua língua, é chamado de “Više Doktori”.

• Mancada
O programa do PCdoB no rádio e na TV errou o nome de sua principal estrela. Produzido pelo publicitário Marcelo Brandão e dirigido pelo secretário nacional do partido, José Reinaldo Carvalho, o programa chamou de Aldo “Rabelo” (e não Rebelo) o ministro do Esporte.

• Febre brasileira
O secretário-geral Jerôme Valcke, que encheu as burras da Fifa, agora critica o despreparo do Brasil na Copa, tirando o corpo fora. O francês deve ter sido contaminado pela conhecida síndrome lulista “não sabia”.

• More Nurses
A Inglaterra admitiu um déficit de 20 mil enfermeiros em seu Serviço de Saúde (NHS). Poderiam criar por lá um programa “Mais Enfermeiros”.

Brasília-DF - Denise Rothenburg

- Correio Braziliense

O homem "anticarteirada"
Desembarcou ontem em Brasília o austríaco Will Van Rhee, o oficial de segurança da Fifa. Ele tem a espinhosa missão de evitar as costumeiras "carteiradas" de autoridades nos jogos da Copa do Mundo marcados para a capital da República. E se alguém quiser enrolar o elegante e distinto Van Rhee terá trabalho. O austríaco já foi avisado de que, por aqui, muitos tentam burlar os portões de incontáveis eventos dizendo ser "presidente não sei de onde, ministro ou assessor fulano de tal", chefe de gabinete do e por aí vai.
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Desta vez, tudo indica que essa turma da carteirada está perdida. Até porque o discretíssimo Van Rhee, olhos azuis, cabelos grisalhos, se hospedou ontem num luxuoso hotel da cidade e só sairá depois da Copa. Isso significa que, entrar no estádio sem ingresso ou credencial devidamente concedida pela Fifa, só mesmo o papa Francisco, convidado pela presidente Dilma Rousseff. O papa, aliás, avisou que não virá.

Pequenos gestos, grandes recados
O que tirou o deputado Luiz Sérgio (PT-RJ) da vaga de primeiro vice da Câmara foi o simples fato de acompanhar André Vargas (sem partido) na reunião com Rui Falcão, quando foi discutida a renúncia ao mandato e/ou saída do PT. Ficou explícito que Sérgio era o candidato de Vargas e, assim, a cúpula do PT atuou forte para não deixar que o paranaense fizesse o sucessor.

Marco Aurélio polemizando com Lula?
Diametralmente opostas as considerações do ex-presidente Lula e as do presidente do Tribunal Superior Eleitoral, ministro Marco Aurélio Mello, sobre o papel da imprensa. Lula, na semana passada, classificou a mídia como o maior partido de oposição. Marco Aurélio, por sua vez, em sua última entrevista como presidente da Suprema Corte eleitoral, ressaltou o papel da imprensa. "Não me refiro ao sensacionalismo, mas ao papel de revelar as mazelas do Brasil. O cidadão tem direito à informação, à crítica construtiva", disse ele.

Ele responde que não
Mais tarde, à coluna, o ministro jurou que não fizera ali um contraponto ao que dissera Lula. "Não me referi a ele. Atribuo o que fez o presidente Lula a arroubo de retórica, a uma visão apaixonada, afinal, todos sabem que o papel da imprensa é fundamental. A tônica é a busca da verdade", diz o ministro. Está posto o contraditório.

O jeitão da pesquisa
Todos comemoraram a pesquisa Datafolha divulgada ontem. Até... O governo. "Ela está no núcleo duro daquilo que o PT tem de eleitores. Portanto, não tem mais como cair", aposta um dos mais fiéis escudeiros da presidente Dilma Rousseff no parlamento.

Assediado/ O ministro Marco Aurélio Mello, do Supremo Tribunal Federal, tem vários convites para ser comentarista das partidas da Copa do Mundo. Ainda não decidiu se aceitará ou não. Mas está prestes a entrar num bolão de autoridades com palpites sobre os jogos.

Os herdeiros petistas/ Três petistas que eram deputados federais e que estão fora das eleições deste ano já escolheram para quem passarão o bastão: Jilmar Tatto, secretário de Transportes da Prefeitura de São Paulo, será subsituído pelo irmão, Nilton Tatto. O secretário de governo, José de Fillipi Júnior, por Mário Reale e o ex-deputado João Paulo Cunha, que cumpre pena no Centro de Progressão Penitenciária, terá Valmir Prascidelli, vice-prefeito de Osasco.

O puxador nas urnas/ Como nenhum dos substitutos é lá essas coisas em termos de voto, a aposta do PT paulista será Andrés Sanches, ex-presidente do Corinthians, que sairá candidato a pedido de Lula.

Briga boa/ O Tribunal de Justiça do Distrito Federal é palco de uma disputa entre grandes advogados da cidade. Stephania Viveiros, ex-presidente da OAB-DF, defende o PRTB na ação movida contra o partido pelo presidente do diretório de Minas Gerais, Jorge Periquito, que tem como advogado Esdras Dantas, que também comandou a Ordem no DF. O presidente do PRTB, Levy Fidelix, é acusado de nomear a própria mãe tesoureira do partido sem que ela fosse filiada. Documentos da acusação indicam que, realmente, a filiação só ocorreu depois que houve reclamações a respeito.

Painel - Vera Magalhães

- Folha de S. Paulo

Cada um por si
A nova estratégia de demarcar diferenças com Aécio Neves (PSDB) e o veto de Marina Silva levaram Eduardo Campos (PSB) a reavaliar a aliança com o PSDB em Minas Gerais. Na quinta-feira, quando visitou Uberaba e Uberlândia, o pessebista deflagrou conversas para lançar candidato próprio no Estado, base política do presidenciável tucano. O eventual rompimento do pacto de não agressão, no entanto, levaria o PSDB a abandonar o palanque de Campos em Pernambuco.

Sonho meu A ala paulista do PSB espera que, se Campos atender Marina e lançar candidato em Minas, ela possa aceitar o apoio do partido a Geraldo Alckmin (PSDB) em São Paulo. O candidato e a vice conversariam ontem.

Território A vantagem de Aécio na região Sudeste, onde empata tecnicamente com Dilma Rousseff, também encorajou a equipe de Campos, que apresenta desempenho pífio (7%), a considerar a mudança de tática na região mais populosa do país.

Alfabeto O QG de Dilma comemorou a recuperação da presidente nas grandes cidades, mostrada pelo Datafolha, como um dos principais dados de que ela estancou a queda nas pesquisas. A avaliação é que a curva da intenção de voto na petista descreverá um "U", voltando a subir nos próximos levantamentos.

Aos poucos O comando da campanha de Aécio creditou o crescimento do tucano à propaganda do partido, em abril, centrada na imagem do candidato. A expectativa é que ele suba em ritmo mais lento até agosto, quando começa o horário eleitoral.

Fatiado No discurso que fez a empresários do setor de varejo, na quinta-feira, Dilma disse que a eficiência do Estado deve ser atingida em etapas. "Uma reforma do Estado é por partes. Como diria o esquartejador, tem que ser por partes", afirmou, provocando risos ao se confundir na citação a Jack, o Estripador.

No bolso 1 Dilma perdeu quatros pontos no eleitorado de renda mais baixa. A presidente, que tinha 47% nesse grupo na pesquisa anterior, agora aparece com 43%. Já Aécio foi de 10% para 16% entre os mais pobres.

No bolso 2 Na classe média (de 5 a 10 salários mínimos), o tucano agora aparece na frente da presidente: subiu de 23% na pesquisa de abril para 30%. Dilma oscilou de 25% para 26%.

Das ruas Campos foi o candidato que mais cresceu entre os jovens: passou de 10% para 14% no grupo de eleitores de 16 a 24 anos. Dilma caiu de 43% para 39% e Aécio passou de 14% para 16%, na margem de erro.

Do contra Dos eleitores que declaram voto em branco ou nulo, 47% dizem que não votariam em Dilma "de jeito nenhum". Aécio e Campos são rejeitados por menor parcela desse grupo: 27%.

O cara Dois em cada três eleitores de Aécio e Campos dizem rejeitar voto em Dilma, mas só 39% dos tucanos e 33% dos pessebistas dizem que não votariam em Lula.

DNA Metade dos eleitores que consideram Lula o mais apto a fazer mudanças declaram voto em Dilma. Ela tem 52% no grupo, contra 9% de Aécio e 8% de Campos.

Órfãos Outros 15% dos admiradores da capacidade de Lula declaram voto em branco ou nulo no cenário em que ele não é candidato.

Uni-duni-tê Eleitores de Dilma demonstram mais convicção no voto: 59% dos seus eleitores dizem que ela é a candidata "ideal". Já 52% dos aecistas e 62% dos partidários de Campos declaram voto nos oposicionistas porque "não há opção melhor".

Tiroteio
"A decisão é compatível com seu estilo. Como deputado do PT, vou apoiar todas as decisões que ele tomar, ainda que não concorde."
DE CANDIDO VACCAREZZA (PT-SP), que se opôs a Arlindo Chinaglia na eleição à vice-presidência da Câmara, sobre a exoneração de funcionários do gabinete.

Contraponto
Nos olhos de quem vê

Em cerimônia no Palácio dos Bandeirantes, em março, a deputada estadual tucana Célia Leão fazia elogios ao governador Geraldo Alckmin (PSDB) em seu discurso.

--O senhor é tão bom que não precisa mexer um fio de cabelo! --brincou.

Diante das risadas pela calvície do aliado, ela corrigiu:

--Ops, tão bom que não precisa mudar nada!

Na sua vez de discursar, Alckmin não perdeu a chance de responder à correligionária.

--Obrigado, deputada Célia Leão, mas preciso registrar que é dos carecas que elas gostam mais.

Panorama político – Ilimar Franco

- O Globo

Efeito ioiô
Os aliados de Aécio Neves estão preocupados com a consistência de seu discurso. Após criticar incentivos fiscais do BNDES, ele prometeu mantê-los, diante da reação dos industriais na Abimaq. “Ele não pode adotar o discurso da Casa das Garças”, resume um aliado. Ontem, foi a vez da presidente Dilma: “Tenho ouvido certas pessoas falarem contra (os subsídios), mas a agricultura sem crédito a custo adequado não se viabiliza”.

Eleições e dinheiro público
Proibida pelo STF a doação de empresas para as eleições, os políticos se perguntam como serão financiadas as campanhas. Hoje, 95% dos gastos são bancados pelas empresas. E é romântico, segundo especialistas, imaginar que pessoas comuns sustentem esses gastos. Em 2012, foram R$ 4,6 bilhões. Os candidatos vão bater no “caixa dois” ou será adotado o financiamento público? E a população? Qual sua reação com campanhas pagas com dinheiro que poderia ir para a Saúde ou Segurança? Quem pagará a conta na opinião pública? Só os políticos? Ou também os ministros do STF? Ou ainda a OAB, que patrocina a Adin para mudar a regra do financiamento eleitoral?
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“Propaganda na TV é relevante quando feita com densidade (horário eleitoral). Inserções, programas dos partidos e pronunciamentos não explicam oscilações nas pesquisas”
João Francisco, Cientista político do Instituto Vox Populi
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O aperitivo
O financiamento público não foi adotado. Mas o Orçamento da União destinou, só em 2013, R$ 294,1 milhões para o Fundo Partidário. O horário eleitoral na TV gerou renúncia de impostos de R$ 4 bilhões em dez anos. Em 2012, R$ 606 milhões.

Agora vai
O ex-governador do Rio Sérgio Cabral (PMDB) decidiu, em almoço ontem com o senador Francisco Dornelles (PP), que vai concorrer ao Senado. A avaliação foi a de que a candidatura Cabral fortalece o governador Luiz Fernando Pezão e une os partidos do chapão. Sobre seu futuro político, Dornelles resumiu: “Já concorri a cargo demais”

Centralismo eclético
Depois de receber o presidenciável Eduardo Campos (PSB), ontem o candidato do PCdoB ao governo do Maranhão, Flávio Dino, recebeu em São Luís o presidenciável Aécio Neves (PSDB). O PCdoB apoia a reeleição da presidente Dilma.

O resultado da Copa e as eleições
Em 1994, o Brasil ganhou a Copa, e foi eleito o ex-presidente Fernando Henrique. Em 1998, o Brasil perdeu, e FH foi reeleito. Em ambos os pleitos, ele era da situação. O Brasil levou em 2002, e o ex-presidente Lula, da oposição, ganhou. Em 2006 e 2010, o Brasil dançou, e a situação foi vitoriosa com Lula e com a presidente Dilma.

Porque essa é a minha natureza!
Melhor separados do que unidos e brigando. Os presidentes do PT, Rui Falcão, e do PSD, Gilberto Kassab, definiram que, devido ao contencioso histórico, o PT terá candidato próprio em vez de apoiar o governador Raimundo Colombo (SC).

Remando contra a maré
Está marcada a primeira Assembleia do Partido Pirata. Será em Curitiba, de 23 a 25 de maio. Sua plataforma defende: inclusão digital; eutanásia; legalização das drogas; legalização do aborto; e, profissionalização da atividade sexual.

PESQUISAS feitas em Brasília revelam que Eduardo Campos, do PSB, é o candidato a presidente preferido dos entrevistados no Plano Piloto

Delícias do poder: O Estado de S. Paulo - Editorial

O poder tem suas vantagens. Em 2013 o PT bateu novo recorde de arrecadação de doações de empresas privadas, chegando a quase R$ 80 milhões. É uma marca particularmente notável pelo fato de não ter sido um ano eleitoral, em que as doações se destinam, basicamente, ao custeio das atividades partidárias. Segundo revelou o jornal Valor, com base na prestação anual de contas apresentada pela legenda de Lula & Cia. ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE), em 2013 essas doações foram 57,3% maiores do que no primeiro ano do governo Dilma Rousseff (2011).

Os principais doadores do PT- geralmente os mesmos que dão dinheiro para todas as outras legendas partidárias - são empreiteiras de obras públicas e grandes empresas que dependem fortemente da boa vontade do poder público para o desenvolvimento de seus negócios. Isso evidencia, desde logo, a distorção representada pela indevida influência que a força do dinheiro empresarial passa a ter na política e, consequentemente, na administração pública, a partir do instante em que as corporações fazem "doações" aos partidos.

Justiça seja feita, essa distorção - que o STF está na iminência de erradicar - não é uma invenção do PT. Há mais de uma década no poder, a companheirada que não quer largar o osso só fez "aperfeiçoar" a distorção, enquanto jura devoção à exclusividade do financiamento público.

Mas não deixa de ser muito revelador de seu verdadeiro propósito - a permanência no poder a qualquer custo - os petistas se deixarem tranquilamente financiar pela elite que tão ferozmente combatem. Afinal, quem são os donos das maiores empresas do País? E bota elite nisso, porque 74,3% das doações de empresas recebidas pelo Diretório Nacional do PT no ano passado (R$ 59,27 milhões) saíram do bolso de um grupo de apenas 10 delas. À frente desse grupo está uma empreiteira que contribuiu com generosos R$ 12,3 milhões, despesa contabilizada que representa apenas 2% dos mais de R$ 590 milhões que faturou em contratos com o governo federal em 2013.

A lógica desse processo de financiamento partidário - que transforma governantes e aspirantes a essa condição em reféns do poder econômico - por si só demonstra que o modelo é incompatível com os fundamentos de uma sociedade democrática, na qual o voto de cada cidadão é o único instrumento legítimo para a eleição de mandatários. Empresas não votam. E seu objetivo é, primeiro, o lucro e, depois, a maximização do lucro - o que não é nenhum pecado ou demérito no capitalismo.

A receita total do diretório nacional do PT em 2013, ainda segundo a prestação de contas apresentada ao TSE, foi de R$ 170 milhões. Depois dos R$ 79,7 milhões em doações de empresas (57,3% do total), a segunda maior parcela é constituída pelos recursos públicos provenientes do Fundo Partidário: R$ 58 milhões (34%). E ainda R$ 32 milhões (18,8%) em contribuições de filiados que ocupam cargos na administração pública. As doações de pessoas físicas foram de apenas R$ 2,9 mil, equivalentes a menos de 0,05% da receita total.

A aparente má notícia é que, daqueles R$ 170 milhões, o saldo remanescente para o ano eleitoral de 2014 foi de modesto R$ 1,6 milhão. Isso deveria preocupar a cúpula do partido, que terá de enfrentar milionários compromissos financeiros na campanha eleitoral deste ano. Financiar candidaturas ao Planalto, ao Congresso, às governanças e assembleias estaduais, com os requintes tecnológicos determinados pelos marqueteiros, demanda recursos astronômicos. Mas a elite política não está preocupada com isso. A máquina arrecadadora petista - e a dos demais partidos também - tem um longo, ameno e proveitoso convívio com a elite que é dona do dinheiro.

Fique também tranquilo o cidadão-contribuinte. No final, será ele o verdadeiro financiador das campanhas políticas milionárias, pois as obras públicas que forem feitas e os serviços que forem prestados certamente virão generosamente majorados para proporcionar o reembolso daquilo que, para uns, é financiamento de uma atividade cívica, mas, para outros, é um investimento altamente lucrativo.

Charge - Pesquisa

Charge do Miguel (Jornal do Commercio (PE)

Gal Costa & Banda Mantiqueira - Canta Brasil

Clarice Lispector: Sonhe

Seja o que você quer ser,
porque você possui apenas uma vida e nela
só se tem uma chance
de fazer aquilo que quer

Tenha felicidade bastante para fazê-la doce.
Dificuldades para fazê-la forte.
Tristeza para fazê-la humana.
E esperança suficiente para fazê-la feliz.

As pessoas mais felizes não têm as melhores coisas.
Elas sabem fazer o melhor das oportunidades que
aparecem em seus caminhos.

A felicidade aparece para aqueles que choram.
Para aqueles que se machucam.
Para aqueles que buscam e tentam sempre.
E para aqueles que reconhecem a importância das
pessoas que passam por suas vidas.