Ataques de Trump à aliança atlântica geram instabilidade
O Globo
Ao lançar diatribes contra a Otan, virtual
candidato republicano sabota principal pilar da paz global
Desde que se lançou na corrida para a eleição
presidencial deste ano, Donald Trump retomou
suas provocações contumazes. O último alvo foi a Organização do Tratado do
Atlântico Norte (Otan),
acordo militar entre Estados Unidos, Canadá e países europeus. Em comício de
campanha, ele relembrou a pergunta do líder de “um grande país” da Europa
quando era presidente: “Se não pagarmos e formos atacados pela Rússia, você nos
protegerá?”. Trump disse que respondeu: “Não, eu não os protegeria. Na verdade,
eu os encorajaria a fazer o que diabos quisessem”.
A declaração de Trump é lastimável por colocar em dúvida o artigo número 5 do tratado, segundo o qual um ataque a qualquer integrante da aliança deve ser encarado como ataque a todos. Isso significa que os países mais fortes se comprometem a defender os mais fracos quando agredidos. Esse poder de dissuasão tem evitado há décadas uma guerra entre países da Otan e a Rússia.