sexta-feira, 5 de agosto de 2022

Fernando Gabeira - Uma carta e algumas notas pela democracia

O Estado de S. Paulo

É ilusão pensar que a política poderá ser conduzida como a conduzimos desde o movimento das Diretas até a captura do poder pela extrema-direita

Uma carta pela democracia será lida no dia 11 de agosto em São Paulo, e nesse dia, provavelmente, já terá 1 milhão de assinaturas. Nada mais importante neste momento em que Jair Bolsonaro chama embaixadores para atacar as urnas eletrônicas, numa indicação de que não aceitará sua provável derrota.

Um dos aspectos interessantes do documento é que, além da assinatura, ele pede uma vigília permanente pelo Estado de Direito, e isso é fundamental diante das ameaças.

Apesar de minha total concordância, gostaria de acrescentar algumas notas. É essencial defender o que temos de democracia no Brasil. Mas é ilusório supor que ela tenha atingido um estágio superior.

Em 2013, ela foi sacudida por manifestações que até hoje não conseguimos interpretar bem. Mas a intensidade e a extensão do movimento apontavam para grandes deficiências, que não foram satisfeitas; ao contrário, minha sensação é de que se agravaram com a escolha de Bolsonaro.

Eliane Cantanhêde - Oração nacional pela democracia

O Estado de S. Paulo

11 de agosto, dia da democracia, com leitura do manifesto em universidades de todo o País

Alguém precisa explicar para o presidente Jair Bolsonaro que eleição não é igual à Mega Sena, não é (só) questão de sorte e azar, muito menos guerra, vida ou morte, liberdade ou prisão. Talvez assim ele possa dormir um pouco melhor e parar de fazer ameaças, dia sim, dia não, e de cometer atos falhos, como ontem.

Do presidente, num evento evangélico: “Estou buscando impor, via Forças Armadas, que foram convidadas, a nós termos eleições... É a transparência”. É confuso, como sempre, mas a palavra-chave é o verbo “impor”. Ele admitiu que usa Exército, Marinha e Aeronáutica para impor suas certezas e crenças sobre o processo eleitoral.

É assim que o maior adversário de Jair Bolsonaro é Jair Bolsonaro. É por esticar demais a corda que ele vem perdendo eleitores de 2018, setores do empresariado e do mundo financeiro, a ponto de ter de cancelar uma visita à Fiesp e um jantar com endinheirados na próxima quinta-feira, em São Paulo. Além de dividir a Polícia Federal, Abin, Itamaraty e as próprias Forças Armadas. Ou seja, as carreiras de Estado.

Vera Magalhães - Nunca o debate foi tão importante

O Globo

A cobertura da campanha está refém de ameaças intoleráveis à democracia e de propostas programáticas superficiais

A menos de dois meses das eleições mais importantes desde a redemocratização, ainda não há, da parte dos dois principais candidatos, a confirmação da participação em debates e nas sabatinas realizadas por veículos de imprensa de circulação nacional.

Justamente o pleito com um inédito confronto entre um presidente e um ex-presidente é aquele em que, até aqui, não se teve oportunidade de questionar ambos a respeito das principais contradições e lacunas de seus discursos, de ouvir e assistir a um confronto direto entre eles, em que possam expor e responder às críticas que fazem pelas redes sociais, nos palanques e diante de seu próprio público.

Era compreensível a queixa, por parte dos candidatos, à profusão de encontros pretendidos pela imprensa — assim como é plenamente justificável que cada veículo deseje promover suas próprias entrevistas e seus debates.

Pois bem: a mídia aquiesceu ao pleito pela realização de pools para assegurar que haja a participação dos dois primeiros colocados nas pesquisas no encontro entre os postulantes ao Planalto.

Luiz Carlos Azedo - MDB do Rio “cristianiza” Simone e apoia Lula

Correio Braziliense

Moreira trabalha para que Michel Temer também declare apoio a Lula. Mas não houve nenhum sinal efetivo de reaproximação entre ambos. O petista simplesmente o esnobou o ex-presidente

Em 15 de maio de 1950, os dirigentes do PSD, reunidos na casa de Cirilo Júnior (presidente do partido), decidiram lançar a candidatura de Cristiano Machado à Presidência da República. O general Góis Monteiro transmitiu a decisão ao presidente Eurico Gaspar Dutra, seu velho amigo, enquanto o próprio Cristiano procuraria Getúlio Vargas e Ademar de Barros, o governador de São Paulo, para oferecer ao Partido Trabalhista Brasileiro (PTB) a vice-presidência.

Vargas não objetou a escolha, mas o PSD do Rio Grande do Sul (favorável à indicação de Nereu Ramos) rejeitou a candidatura. O Partido Social Progressista (PSP), de Ademar de Barros, também decidiu não apoiar Cristiano. Sabia que a candidatura de Vargas, apoiada por Ademar, seria lançada em 17 de junho. O próprio tentava adiar a convenção e remover o candidato do PSD, mas não teve sucesso. Cristiano foi aclamado no dia 9 de julho, ou seja, se antecipou a Vargas. Para neutralizar Ademar, Cristiano fez ainda uma aliança com Hugo Borghi, candidato ao governo de São Paulo pelo Partido Trabalhista Nacional (PTN).

Reinaldo Azevedo - O preço da liberdade é a vigilância

Folha de S. Paulo

Veja por que mobilização em favor da democracia tornou-se ainda mais necessária

Digamos que um manto de bom senso se desdobrasse desde o empíreo e cobrisse o Ministério da Defesa, muito especialmente o general Paulo Sérgio Nogueira, seu titular, num evento verdadeiramente maravilhoso, sobrenatural e solene. Pronto! No dia 12 próximo, tudo estaria resolvido. Restaria a Jair Bolsonaro vociferar entre lunáticos, alegando supostas fragilidades no sistema de votação em caso de derrota. Não será assim. Logo, você sabe qual é o preço da liberdade.

Os nove militares escalados por Nogueira já estão examinando o código-fonte das urnas, depois de um ofício "urgentíssimo" por ele enviado ao TSE solicitando a inspeção do dito-cujo —"haja vista o exíguo tempo disponível até o dia da eleição", escreveu. Não há erro de concordância, haja vista que "haja vista" é expressão invariável. Quando os que dispõem de tanques recorrem a uma linguagem empolada, quase sempre o que se tem é truculência disfarçada de formalidade burocrática.

Bruno Boghossian – A ampulheta de Bolsonaro

Folha de S. Paulo

Com antibolsonarismo, só dois grupos dão vantagem ao presidente em embate direto com petista

A principal missão da campanha de Jair Bolsonaro agora é ganhar tempo. A aposta final do presidente é empurrar a corrida para o segundo turno e conseguir mais quatro semanas para um enfrentamento com Lula. Nesse período, a turma da reeleição espera ver os efeitos de mais uma parcela do Auxílio Brasil e fazer uma ofensiva pesada para tentar aumentar a rejeição ao petista.

Hoje, Bolsonaro corre o risco de perder a disputa no primeiro turno porque, para boa parte do eleitorado, a corrida se consolidou como um plebiscito sobre sua gestão. Uma quantidade razoável de brasileiros vai às urnas no dia 2 de outubro para evitar que ele continue no poder.

Ruy Castro - Matar ou morrer por ele

Folha de S. Paulo

Bolsonaro prega guerra civil abertamente em seus discursos

Leitores me perguntam sobre a coluna desta quinta-feira (4), em que descrevo a última saída de Bolsonaro para evitar sua derrota certa na eleição, com subsequente perda de imunidade, um tsunami de processos e 600 anos de cadeia. Essa saída seria criar uma situação que o impedisse de concorrer e lhe permitisse dizer-se vítima de golpe, levantar seus seguidores armados e levar o país à guerra civil. Alguns querem saber se tenho informações privilegiadas para afirmar isso. A resposta é não, mas é claro que tenho: do próprio Bolsonaro.

Manifesto - Em Defesa da Democracia e da Justiça"

Leia, a seguir, a íntegra da carta assinadas pelas entidades:

"Em Defesa da Democracia e da Justiça"

No ano do bicentenário da Independência, reiteramos nosso compromisso inarredável com a soberania do povo brasileiro expressa pelo voto e exercida em conformidade com a Constituição.

Quando do transcurso do centenário, os modernistas lançaram, com a Semana de 22, um movimento cultural que, apontando caminhos para uma arte com características brasileiras, ajudou a moldar uma identidade genuinamente nacional.

Hoje, mais uma vez, somos instigados a identificar caminhos que consolidem nossa jornada em direção à vontade de nossa gente, que é a independência suprema que uma nação pode alcançar. A estabilidade democrática, o respeito ao Estado de Direito e o desenvolvimento são condições indispensáveis para o Brasil superar os seus principais desafios. Esse é o sentido maior do Sete de Setembro neste ano.

Nossa democracia tem dado provas seguidas de robustez. Em menos de quatro décadas, enfrentou crises profundas, tanto econômicas, com períodos de recessão e hiperinflação, quanto políticas, superando essas mazelas pela força de nossas instituições.

Flávia Oliveira - Passado e futuro em disputa

O Globo

Não é trivial que uma nação assentada na escravidão e no patriarcado encontre tempo, espaço e gente disposta a passar a limpo a História

No mesmo fim de semana em que o presidente da República anunciou a celebração militar do Bicentenário da Independência na Praia de Copacabana, mulheres negras voltaram a marchar, após dois anos, contra o racismo e pelo bem viver na famosa pista à beira do Atlântico. O calçadão foi delas. Hoje, o Instituto Marielle Franco e o movimento Mulheres Negras Decidem realizam o primeiro encontro nacional de candidatas afro-brasileiras às assembleias legislativas nas eleições 2022. E um par de podcasts reivindica o protagonismo negro e o feminino na emancipação do Brasil. No país, o futuro está em construção, e o passado em disputa.

Bernardo Mello Franco - O país do Carandiru

O Globo

Comissão da Câmara aprova anistia a responsáveis pelo massacre, que nunca foram presos; um dos primeiros defensores da chacina hoje veste a faixa presidencial

Em 2 de outubro de 1992, a Polícia Militar de São Paulo invadiu o presídio do Carandiru para reprimir uma rebelião. A ação durou cerca de 20 minutos e deixou 111 mortos. As imagens dos corpos empilhados chocaram o mundo. Viraram símbolo instantâneo da barbárie brasileira.

Três semanas depois, um deputado subiu à tribuna da Câmara para defender os responsáveis pelo banho de sangue. Disse que o massacre teria sido apenas um “ato enérgico”. “Não se pode determinar que policiais entrem numa prisão com um buquê de rosas”, ironizou.

Com o tempo, o Carandiru também virou sinônimo de impunidade. Até hoje, nenhum responsável pela chacina foi preso. O comandante da invasão, coronel Ubiratan Guimarães, ainda conseguiu se eleger deputado estadual. Num deboche com as famílias das vítimas, fez campanha com o número 111.

José de Souza Martins*- Os protestantes e o poder

Valor Econômico / Eu Fim de Semana

No Brasil, o Estado é legalmente separado da religião. Um conjunto de irregularidades, no entanto, vem sendo praticado por várias igrejas e denominações na violação desse preceito

Bolsonaro desencadeou crises profundas nas igrejas cristãs nascidas das reformas protestantes. Crises que estimularam abandono das igrejas, especialmente pelos jovens e pelos membros mais conscientes da gravidade da situação social e dos riscos representados por um governo que ameaça a frágil democracia brasileira.

A notícia de que o Supremo Concílio da Igreja Presbiteriana do Brasil desistiu de “vetar cristão de esquerda” trata de uma ocorrência da maior importância política. A igreja reagiu a uma proposta que seria levada ao seu Supremo Concílio por um de seus pastores, que já havia se pronunciado no templo pelo apoio à candidatura de Bolsonaro.

No Brasil, o Estado é legalmente separado da religião. Um conjunto de irregularidades, no entanto, vem sendo praticado por várias igrejas e denominações na violação desse preceito.

Humberto Saccomandi - Turbulência global neste 2º semestre

Valor Econômico

As manobras militares chineses ao redor de Taiwan acrescentaram mais um fator de risco a um semestre que promete ser tenso em boa parte do mundo

As manobras militares chineses ao redor de Taiwan acrescentaram mais um fator de risco a um semestre que promete ser tenso em boa parte do mundo. Riscos políticos, econômicos e de segurança se acumulam neste final de ano. Isso gera incertezas e deverá deixar os mercados sob pressão.

O denominador comum deste semestre tenso é a desaceleração da economia global, com países importantes em dificuldades. Os EUA tiveram contração do PIB nos dois primeiros trimestres, o que caracteriza recessão pela definição mais comum. Mesmo pela metodologia americana, muitos economistas veem como provável uma recessão entre o final deste ano e o início de 2023.

Na Europa, a maior economia, a Alemanha, não cresceu no segundo trimestre, e espera-se queda até o fim do ano. A confiança econômica está caindo em toda a União Europeia (UE).

Na China, as projeções são de crescimento de 4,1% do PIB chinês neste ano, o menor em mais de quatro décadas (excluindo 2020, ano de início da pandemia) e bem abaixo da meta oficial, que era de 5,5% e que já foi abandonada pelo governo.

Claudia Safatle - A economia pode virar o jogo eleitoral

Valor Econômico

Se Bolsonaro conseguir ser reeleito, Guedes continuará ministro da Economia

A economia vai virar o jogo nas eleições de 2 de outubro, acreditam fontes oficiais. Paulo Guedes, ministro da Economia, estava certo quando disse a interlocutores internacionais, durante a reunião do Fórum Econômico Mundial, em Davos (Suíça), em junho, que eles teriam que rever os números da economia para baixo enquanto o Brasil faria a revisão para cima, dizem essas mesmas fontes. De fato, enquanto o mundo desenvolvido se avizinha da recessão, o Brasil deverá crescer algo próximo a 2%, ao invés do 1,5% estimado anteriormente, sustentam os economistas do governo.

Mas aqui tem um porém: um maior crescimento da atividade em 2022 está reduzindo o tamanho da recuperação da economia para 2023.

A pesquisa Focus, do Banco Central, aponta esse fenômeno tanto para o PIB quanto para a inflação, medida pelo IPCA. A mediana das expectativas para o PIB deste ano era de 1,93% na semana anterior e hoje é de 1,97%. Para 2023, a expectativa é de uma variação de 0,40%, em comparação com 0,49% na semana anterior.

Armando Castelar* - A política econômica em 2023

Valor Econômico

Inflação e juros devem seguir altos em 2023, independentemente de quem vencer as eleições de outubro

O ano de 2023 promete ser bastante desafiador, em que pese o recente otimismo do mercado financeiro com a possibilidade de se trazer a inflação nas economias avançadas, próxima de atingir os dois dígitos, de volta à meta de 2% ao ano sem um forte aperto monetário e sem uma recessão. A realidade é que, ou os bancos centrais (BCs) sobem os juros bem mais do que ora precificado nos mercados futuros, e os mantêm lá por mais tempo do que hoje se prevê, ou o mundo irá retornar a um período de estagflação.

No cenário mais provável em que os BCs, ainda que a contragosto, apertam bem mais a política monetária, o quadro que se colocará para as economias emergentes não será fácil, com o dólar se valorizando, a liquidez internacional diminuindo e o comércio internacional em queda. Isso significará inflação e juros mais altos e uma atividade econômica mais retraída nessas economias. Em alguns casos, isso resultará em instabilidade política e crises de financiamento externo. O que estamos vendo na Argentina atualmente já é, em parte, um resultado desse quadro global mais desafiador.

Rogério F. Werneck - Farra federal com impostos estaduais

O Globo

Chegou a conta da redução arbitrária do ICMS para controlar a aceleração inflacionária

Quem quer que tenha testemunhado o penoso esforço de construção — e reconstrução — do complexo arcabouço de controle fiscal montado no país ao longo das últimas três décadas não tem como evitar um sentimento de desolação diante da derrubada institucional que o governo e o Centrão têm promovido, para tentar viabilizar a qualquer custo a reeleição de Jair Bolsonaro.

Notícias recentes dão conta de que, em reação à imposição arbitrária e eleitoreira de alíquotas máximas de ICMS sobre combustíveis, energia elétrica e serviços de telecomunicação, vários estados já conseguiram respaldo do Supremo Tribunal Federal a seus pleitos de redução do pagamento dos serviços de suas dívidas com a União, em face da perspectiva de perda de receita tributária com que terão de lidar.

Trata-se de um desabamento institucional que qualquer pessoa com um mínimo de conhecimento do federalismo fiscal brasileiro teria sido capaz de prever. E, no entanto, não há registro de que, em Brasília, as autoridades fazendárias tenham feito chegar ao Planalto e ao Centrão suas apreensões, para não dizer seu alarme, quanto à inevitabilidade de tal desabamento.

Pedro Doria - O fim das redes sociais

O Globo

Elas vão mostrando cada vez mais o conteúdo que o algoritmo escolhe em detrimento das pessoas que nós escolhemos

Você lembra quando entrou no Facebook pela primeira vez? Ou no Instagram? No Twitter? Essas são experiências que nunca mais voltarão. Hoje, a vida com as redes sociais é francamente ruim. O Facebook é um grande vazio, o Twitter deixa de mau humor, e o Instagram é pura ansiedade. Mas não era assim. Aliás, era bem o contrário: eram ambientes realmente agradáveis. Ambientes que nos arrancavam sorrisos com facilidade. O veterano analista desse mundo digital Scott Rosenberg sugere que a Era das Redes Sociais tenha, com as últimas mudanças no Insta, acabado. Passou como a Era dos Blogs ou, antes, a Era dos Sites Pessoais. Rosenberg está possivelmente certo.

O que a mídia pensa - Editoriais / Opiniões

Editoriais / Opiniões

Quando é necessário dizer o óbvio

O Estado de S. Paulo

A campanha de Bolsonaro contra as urnas é gravíssima. Mas, como lembrou o presidente do Senado, quem for eleito em outubro tomará posse em 2023. A democracia prevalecerá

Perante a campanha golpista de Jair Bolsonaro contra as urnas eletrônicas e a Justiça Eleitoral, é muito oportuno que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, recorde a realidade. “No dia 1.º de janeiro, aqui estaremos, no Congresso Nacional, a dar posse ao presidente da República eleito pelas urnas eletrônicas do nosso país, seja qual for o eleito”, disse o senador na abertura dos trabalhos legislativos no segundo semestre.

É desalentador que as circunstâncias políticas atuais exijam dizer um aspecto óbvio do regime democrático – quem vencer nas urnas tomará posse –, mas o fato é que, perante a insistência do presidente da República em desacreditar o sistema eleitoral, é necessário que o País tenha a tranquilidade de saber que o resultado das eleições será respeitado. O presidente do Senado faz muito bem em transmitir essa segurança à população.

As ações de Jair Bolsonaro contra a Justiça Eleitoral são gravíssimas, podendo ser enquadradas como crimes de responsabilidade e crimes eleitorais. Para piorar, em sua campanha contra a realização pacífica das eleições, o presidente da República tenta envolver o bom nome das Forças Armadas. A Lei 1.079/50 lista, entre os crimes de responsabilidade contra os direitos políticos (art. 7.º), “utilizar o poder federal para impedir a livre execução da lei eleitoral” (inciso 4), “incitar militares à desobediência à lei ou infração à disciplina” (inciso 7) e “provocar animosidade entre as classes armadas ou contra elas, ou delas contra as instituições civis” (inciso 8). De toda forma, sem minimizar em nada a gravidade das ações de Jair Bolsonaro, é preciso reconhecer o que Rodrigo Pacheco destacou: o presidente da República eleito pelas urnas, seja quem for, tomará posse no dia 1.º de janeiro de 2023.

Poesia | Charles Baudelaire - A Beleza

 

Música | Boca Livre - Quem tem a viola