Quase uma semana após a Justiça suspender a nomeação de Moreira Franco, citado na Lava-Jato, para a Secretaria Geral, o presidente Michel Temer disse que o governo “não quer blindar ninguém”. Afirmou ainda que ministros que forem denunciados à Justiça pelo Ministério Público serão afastados dos cargos. Cinco ministros são citados em delações.
Linha de corte
Após críticas de blindagem a aliados, Temer promete afastar ministros denunciados ou réus
Simone Iglesias, Eduardo Barretto | O Globo
-BRASÍLIA- Para tentar rebater as críticas de que seu governo busca blindar peemedebistas envolvidos na Operação Lava-Jato, o presidente Michel Temer afirmou ontem que ministros que forem formalmente denunciados pelo Ministério Público Federal serão afastados temporariamente e, caso a Justiça aceite o pedido e os torne réus, perderão o cargo de forma definitiva. Em declaração à imprensa, Temer buscou afastar as críticas de que ao nomear Moreira Franco para ministro da SecretariaGeral da Presidência quis dar a ele foro privilegiado, já que o peemedebista foi citado em delações de executivos da Odebrecht.
— Se houver denúncia, o ministro que estiver denunciado será afastado provisoriamente. Depois, se acolhida a denúncia, o afastamento é definitivo. Portanto, eu faço essa declaração para dizer que o governo não quer blindar ninguém. E não vai blindar. Apenas não pode aceitar que a simples menção inauguradora de um inquérito, para depois inaugurar uma denúncia, para depois inaugurar um processo, já seja uma incriminação definitiva — argumentou o presidente.
Em meio à série de críticas, Temer repetiu o discurso de que não pretende influenciar o resultado da operação: