Ao TSE, delator diz que deu R$ 300 milhões ao PT de 2008 a 2014
Empresário afirmou que foram três os encontros para repasse ao PMDB, em 2014, e revelou ainda o pagamento de R$ 15 milhões à campanha do tucano; governo achou que teor não compromete
Em depoimento ao TSE na investigação sobre a chapa Dilma-Temer, o empresário Marcelo Odebrecht revelou ter posto R$ 300 milhões à disposição do PT de 2008 a 2014, nos governos Lula e Dilma. Parte desse montante não foi registrada oficialmente, segundo ele. E o dinheiro era liberado após conversas com os então ministros Palocci e Mantega. O clima no Planalto foi de alívio, porque Odebrecht disse que, com Temer, tratou de ajuda para campanhas, não de valores. Contou ter tido dois encontros posteriormente com o ministro Eliseu Padilha para falar de doações. E afirmou ter repassado R$ 15 milhões à campanha de Aécio Neves (PSDB), sem dizer se por caixa 1 ou 2. Benedito Júnior, outro delator da empreiteira, disse que o PSDB recebeu R$ 9 milhões no caixa 2 a pedido de Aécio.
Delações perigosas
Marcelo Odebrecht cita Dilma, Temer e Aécio, mas Planalto vê alívio; outro executivo diz que pagou caixa 2 a tucano l
Simone Iglesias | O Globo
-BRASÍLIA- Numa prévia do impacto a ser desencadeado no mundo político com a divulgação da delação premiada da Odebrecht na próxima semana, os primeiros depoimentos de ex-executivos no processo do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) reforçaram as suspeitas sobre doações em caixa 2 para a chapa Dilma-Temer. O testemunho do empreiteiro Marcelo Odebrecht, anteontem, em Curitiba, envolveu o nome da ex-presidente da República, revelou mais detalhes sobre repasses ao PMDB do atual presidente Michel Temer e atingiu o senador Aécio Neves, do PSDB, partido autor do processo que pede a punição da chapa vencedora na disputa presidencial em 2014.