sexta-feira, 27 de julho de 2018

Opinião do dia: Roberto Freire

Fatos recentes mostram claramente que nós precisamos lutar, manter e preservar as instituições democráticas. Isso porque existem forças políticas no Brasil que trabalham contra a democracia. Pela direita, o Bolsonaro que já é conhecido por não respeitar as liberdades, defender ditaduras, tortura e torturadores. Agora surge pela esquerda uma força política que não respeita a República. Que não respeita nossa liberdade e instituições. Vejam agora o que fizeram os militantes translocados do PT que agrediram a instituição STF. Você pode ter a crítica que tiver das decisões do Supremo e com ela não concordar, mas tem que respeitar. Faz parte da nossa democracia.
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Roberto Freire é presidente nacional do PPS

Centro Democrático declara apoio à pré-candidatura de Alckmin à Presidência da República

- Portal do PSDB

Os partidos do Centro Democrático – PP, PR, PRB, DEM e Solidariedade – oficializaram na manhã desta quinta-feira (26), em Brasília, seu apoio à pré-candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência da República. Em discurso, Alckmin destacou o “esforço conciliatório” em torno de sua pré-candidatura e o seu compromisso com o país.

“Fico muito feliz de hoje aqui nos reunirmos com o centro democrático. Primeiro, porque o caminho não é nem autoritarismo, nem populismo, mas é democracia, a boa política que leva ao bom convívio social, ao diálogo, ao entendimento. E estamos aqui, para minha honra, recebendo o apoio de cinco grandes partidos, que têm responsabilidade para com o povo brasileiro e para com o nosso país”, reiterou o presidente do PSDB.

Alckmin salientou a crise econômica vivida pelo Brasil e ressaltou que o momento pede um “esforço coletivo” para promover o desenvolvimento do país.

“O nosso foco é melhorar a vida dos brasileiros e das brasileiras. Para mudar, precisamos ter organização, ação conjunta, time, votos. Não é uma pessoa. Não tem ninguém com uma fórmula mágica, não tem um salvador da pátria, tem um esforço coletivo para que a gente possa avançar. Nós temos um causa urgente. O Brasil tem pressa e por isso estamos aqui hoje unidos”, disse.

O pré-candidato adiantou ainda que irá investir no pós-sal para gerar emprego e renda ao país.

“Quero trazer uma palavra muito especial ao Nordeste, nós vamos investir muito com a Petrobrás e com a iniciativa privada no pós-sal, nos chamados campos maduros, em terra e no mar, e isso vai gerar emprego, oportunidade, riqueza. Uma agricultura que é a mais próspera, com a melhor tecnologia, competitividade do mundo. O Brasil vai ser o grande celeiro do mundo. Os desafios das logísticas que vamos trabalhar muito para poder avançar. É isso que nos motiva”.

Em seu discurso, o presidente nacional do DEM e prefeito de Salvador, ACM Neto, também ressaltou a importância dessa união: “O espírito público e o sentimento de brasilidade caracterizaram o avanço dessa aliança dos partidos do Centro Democrático”, disse. “Sempre pensamos numa agenda para o Brasil. Fomos capazes de deixar de lado os interesses individuais, as questões internas dos partidos, para promover esta aliança”, ressaltou. “O melhor nome é o nome de Geraldo Alckmin”, disse ACM Neto.

Participaram do evento, além do próprio ex-governador e dos presidentes dos partidos que formam o grupo, líderes partidários do bloco.

Unidos em apoio a Alckmin, partidos do Centrão e PSDB são rivais em 12 Estados

Siglas do Centrão e PSDB são rivais em 12 Estados

Eleições. Bloco partidário formado por PR, PRB, PP, DEM e Solidariedade confirma aliança com Alckmin; tucano terá, porém, de administrar disputas em campanhas regionais

Renan Truffi, Vera Rosa, Camila Turtelli | O Estado de S. Paulo.

BRASÍLIA - O Centrão, grupo que reúne PR, PRB, PP, DEM e Solidariedade, oficializou ontem o apoio à pré-candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) à Presidência, encerrando uma negociação que durou meses. A aliança, com dez legendas no total, dará ao tucano cerca de 4 minutos e 40 segundos em cada bloco no horário eleitoral – o que representa cerca de 38% dos 12 minutos e 30 segundos de propaganda presidencial em cada bloco –, mas ainda deixou pendente a escolha de um vice na chapa após a recusa do empresário Josué Gomes da Silva.

Alckmin terá, porém, de administrar conflitos em ao menos 12 Estados onde partidos do bloco rivalizam com o PSDB ou com siglas que já apoiavam o pré-candidato tucano (PSD, PTB, PPS e PV) em campanhas regionais, segundo levantamento do Estadão/Broadcast. Estagnado com 7% nas intenções de voto, o précandidato terá de conciliar palanques importantes para alavancar sua campanha, como o caso de Minas, segundo maior colégio eleitoral do País. Em sete Estados, os tucanos são adversários diretos de pré-candidatos do DEM, por exemplo.

Em Minas, onde os tucanos lançaram o senador Antonio Anastasia ao governo, o DEM insiste em manter a candidatura do deputado Rodrigo Pacheco. Ainda ontem, deputados do Centrão procuraram a campanha tucana para pedir interferência na disputa entre os dois. Segundo um dos parlamentares do bloco, por influência do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), Pacheco se recusa a abrir mão da candidatura, o que tem atrasado a formação da chapa.

A situação teria complicado depois que Anastasia escolheu o deputado Marcos Montes (PSD-MG) como vice. Parlamentares temem não se reeleger por causa do racha.

Questionado sobre como resolveria esse tipo de entrave, Alckmin contemporizou. “Cada um tem sua singularidade, onde puder juntar todo mundo, estamos fazendo um esforço.”

Terceiro maior colégio eleitoral, o Rio também tem um imbróglio entre os partidos. No Estado, dois aliados devem ter candidatos próprios ao governo: o DEM, com Eduardo Paes, que oficializou a candidatura ontem, e o PSD, que deve lançar Indio da Costa. Nesse caso, os tucanos estudam ficar ao lado de Paes, mas com o consentimento do ministro Gilberto Kassab, dirigente do PSD, que não teria exigido apoio obrigatório ao nome do partido.

‘Conciliação’. No ato em Brasília, que selou o apoio do Centrão, Alckmin se posicionou no meio da mesa na qual estavam dirigentes de cada um dos partidos – todos eles citados em delação de executivos da Odebrecht ou alvos de investigação, incluindo o tucano. Comandante do PR, Valdemar Costa Neto não participou do ato; ele foi representado pelo deputado Milton Monti (PR-SP).

Pregando “conciliação” contra o “extremismo e o populismo”, Alckmin disse que o bloco foi para sua campanha por “convicção”. “Seria fácil vir para minha pré-candidatura se eu estivesse em primeiro lugar.”

No mesmo tom, o presidente do DEM, ACM Neto (BA), afirmou que as legendas tiveram que abrir mão de “interesses pessoais” para fazer a aliança.

ACM Neto também admitiu que o bloco teve “dúvidas”, em referência indireta às negociações com o candidato Ciro Gomes (PDT), mas emendou dizendo que pesou o “coração”. “Todos os partidos tinham précandidatos e fomos capazes de deixar de lado as questões internas para promover uma aliança encarada por muitos com ceticismo e desconfiança.”

Na cerimônia, ACM Neto leu uma carta do presidente da Câmara abrindo mão de sua candidatura ao Palácio do Planalto. Maia, que está fora do País para não ficar inelegível com a viagem de Michel Temer (MDB) (mais informações na pág. A8), já havia dito internamente que não concorreria à sucessão do presidente para ser candidato à reeleição. Faz parte do acordo com o Centrão o apoio à recondução do deputado para o comando da Casa em 2019.

Colaborou Mariana Haubert

Maia desiste de candidatura, e centrão oficializa apoio a Alckmin

Grupo diz que união será chave para eleição deste ano e procura opção a Josué Alencar

Daniel Carvalho, Marina Dias | Folha de S. Paulo

BRASÍLIA - Ainda sem definição sobre quem indicar para o posto de vice, o centrão formalizou nesta quinta-feira (26) o apoio à pré-candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) na disputa pelo Planalto.

Os dirigentes dos partidos que compõem o bloco —DEM, PP, PR, PRB e Solidariedade— se reuniram em um hotel em Brasília, ao lado do ex-governador tucano, para chancelar o apoio à chapa do PSDB, decisão que já havia sido tomada na semana passada, mas prolongada até esta quinta para que o vice fosse definido e anunciado oficialmente.

Em carta lida no evento, o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), desistiu oficialmente de concorrer ao Planalto e confirmou que será candidato a deputado federal pelo Rio, para tentar se reeleger ao comando da Casa.

Segundo Maia, a aliança de seu partido em torno da pré-candidatura de Geraldo Alckmin (PSDB) fez com que ele "arquivasse momentaneamente" sua pretensão presidencial.

De Miami, o deputado enviou uma carta para comunicar sua decisão, que foi lida pelo presidente de seu partido, ACM Neto.

A pré-candidatura de Maia ao Planalto nunca foi levada a sério, nem mesmo por seus aliados mais próximos. A pretensão serviu, segundo dirigentes, para cacifar o DEM nas negociações para uma aliança mais vantajosa.

No acordo com Alckmin, Maia negociou o apoio do PSDB e dos integrantes do bloco para uma eventual reeleição ao comando da Câmara, em 2019.

O deputado está em viagem ao exterior enquanto Temer participa de encontro do Brics na África do Sul. Primeiro da linha sucessória do governo do emedebista, o deputado não pode assumir a Presidência da República para não ficar inelegível na disputa de outubro.

Centrão dá a Alckmin o maior arco de alianças

Por Vandson Lima, Raphael Di Cunto, Fabio Murakawa, Raymundo Costa e Fábio Graner | Valor Econômico

BRASÍLIA E JOANESBURGO - Estacionado nas pesquisas com um dígito nas intenções de voto, Geraldo Alckmin (PSDB) consolidou ontem o maior arco de alianças da eleição presidencial de 2018. A adesão dos partidos que compõem o Centrão (DEM, PP, PR, SD e PRB) se soma à aliança já anunciada com o PTB, e outras com boa probabilidade de ocorrer, casos do PSD, PPS e, em menor medida, com o PV.

O impasse sobre o vice da chapa permanece. Após a confirmação da recusa do empresário Josué Gomes (PR), uma profusão de nomes começaram a ser especulados, indo desde o senador Alvaro Dias (Podemos), que é pré-candidato a presidente, a pelo menos quatro mulheres filiadas a legendas do Centrão: do PP a senadora Ana Amélia (RS) e a vice-governadora do Piauí, Margareth Coelho. Do DEM a deputada federal Tereza Cristina (MS). Ainda se fala da empresária Luana Baldy, mulher do ministro das Cidades, Alexandre Baldy, filiado ao PP.

Alvaro Dias é o objeto de desejo do entorno de Alckmin para a vice. Alvaro tem resistido às abordagens dos tucanos, mas uma nova tentativa será feita. O desempenho do senador no Sul, região que tradicionalmente vota no PSDB, é superior ao de Alckmin. Entre os tucanos é o nome considerado como o que mais somaria para a chapa.

Na relação de vices possíveis, o nome seguinte é o de Ana Amélia. Também estão em alta o ex-deputado e ex-ministro do governo Lula Aldo Rebelo (SD-SP) e o empresário Flavio Rocha (PRB), que retiraram suas pré-candidaturas a presidente. O empresário Benjamin Steinbruch (PP) vem em seguida. O ex-ministro da Educação Mendonça Filho (DEM-PE) também é citado.

O presidenciável tucano afirmou que a definição sai até 4 de agosto, data da convenção do PSDB que vai consolidar a candidatura ao Palácio do Planalto.

Em seu discurso, Alckmin buscou marcar posição em relação ao deputado federal Jair Bolsonaro (PSL-RJ), que lidera as pesquisas, mas está isolado e sem alianças, e ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que é líder nas pesquisas quando seu nome é incluído, mas está inelegível.

O tucano insistiu que o país não pode se enredar pelo caminho nem do "autoritarismo" nem do "populismo". "Fico feliz de nos reunirmos com o centro democrático. O caminho não é nem autoritarismo nem populismo", disse o tucano. Alckmin afirmou que sempre que o Brasil buscou a "conciliação e a pacificação", o país avançou, e citou como exemplos a redemocratização, o pacto pela Constituição cidadã e o Plano Real.

Frente partidária pode induzir à polarização tradicional

Por Raymundo Costa | Valor Econômico

BRASÍLIA - A adesão do "Blocão", agora rebatizado de Centro Democrático, dá um novo ânimo à candidatura de Geraldo Alckmin ao Planalto e - no limite - pode reviver a polarização PT-PSDB das eleições presidenciais brasileiras, desde 1994, que já era dada por morta e enterrada. Ao todo, dez partidos vão compor a coligação do tucano, o que deve lhe assegurar um tempo de cerca de seis minutos no rádio e na televisão. O maior de todos os candidatos.

Alckmin tem quase 50% do tempo de televisão, mas poucos votos identificados nas pesquisas. O PT não tem tanto tempo de TV (um minuto e trinta e dois segundos, se não agregar outros partidos à esquerda), mas tem os votos de Lula, que giram em torno dos 30%. Cientistas políticos, em geral, acreditam que o ex-presidente da República detém o poder de transferir algo em torno dos 12% desses votos, em todo o país.

O saldo das negociações para a composição das alianças é altamente favorável ao tucano, mas traz embutido também pequenos e grandes revezes.

Primeiro a coluna positiva: Segundo levantamento da consultoria LCA a união dos dez partidos deve reforçar substancialmente o poder de força da candidatura do tucano - que já detém a maior fatia do tempo de rádio e TV - nos Estados e municípios.

Juntos, PSDB, PSD, PTB, PPS, PV, DEM, PP, PR, SD e PRB têm acesso a 50% dos recursos do fundo eleitoral, detêm 55% das prefeituras de todo o país, 53% das cadeiras da Câmara dos Deputados e 44% do Senado. Sem contar os sete ministérios que ocupam no governo Temer. Tudo conta, sobretudo se a eleição voltar a ser polarizada como foi nas últimas seis vezes - e muito acirrada, como foi em 2014. PT e PSDB só não disputaram o segundo turno da eleição de 1989.

Desde então, a chamada terceira via só chegou perto de passar para o segundo turno na eleição de 2002, com Anthony Garotinho, e a de 2014, liderada em grande parte por Marina Silva, a candidata que substituiu Eduardo Campos, morto em um acidente aéreo durante a campanha eleitoral. Este ano, a terceira via tem mais opções: além da própria Marina (Rede Sustentabilidade), tem Ciro Gomes (PDT) e Jair Bolsonaro (PSL), o candidato que lidera as pesquisas, quando o nome de Lula não é citado.

Cercado por investigados, Alckmin formaliza aliança com centrão

Coligação traz vantagens e também ônus para o tucano

Em solenidade realizada em Brasília, o pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, anunciou que contará com o apoio do centrão, formado por DEM, PP, PR, PRB e SD, siglas que reúnem diversos políticos investigados em escândalos de corrupção, alguns deles presentes à cerimônia de ontem. O bônus é que, ao se aliar ao bloco, o tucano soma agora dez partidos na coligação, o que lhe garante mais de um terço do tempo total do horário eleitoral gratuito. Cotado para vice da chapa, o empresário Josué Gomes recusou o convite.

Aliança de investigados

Cercado por políticos envolvidos em casos de corrupção, Alckmin recebe apoio do centrão

Bruno Góes, Cristiane Jungblut, Eduardo Bresciani e Leticia Fernandes | O Globo

BRASÍLIA- O pré-candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, anunciou ontem, em Brasília, a aliança com o bloco de partidos do centrão (DEM, PP, PR, PRB e SD). Cercado por políticos investigados em diferentes escândalos de corrupção, o tucano prometeu colocar mulheres em seu Ministério, empolgou-se ao dizer que o seu eventual governo transformaria o Brasil numa Abu Dhabi — em referência à rica capital dos Emirados Árabes Unidos —, mas não se pronunciou sobre o prontuário de seus apoiadores. O evento de Alckmin com seus novos aliados terminou sem a definição de um vice. O empresário Josué Gomes, cotado para o cargo, anunciou oficialmente a recusa ao convite, alegando “motivos pessoais”. O vice na chapa deverá sair de um dos partidos do centrão, e o mais cotado é o PP, maior legenda do bloco.

Dono de uma coligação que já chega a dez partidos, o tucano terá o maior tempo de TV no horário eleitoral (4 minutos e 46 segundos). Bem encaminhado entre os políticos, Alckmin terá de convencer os eleitores de que o seu projeto, repleto de velhos conhecidos da crônica policial, deve ser o escolhido para comandar o país. O próprio Alckmin tem pendência a esclarecer em uma investigação decorrente da Lava-Jato que foi enviada à Justiça Eleitoral sobre acusação de prática de caixa dois.

Cientes desse desafio, os novos aliados de Alckmin no centrão começaram ontem mesmo a tentar reduzir eventuais impactos negativos da aliança. O presidente do DEM, ACM Neto, fez questão de chamar o bloco de “centro democrático”.

PPS de São Paulo oficializa na Convenção Eleitoral Estadual apoio a Márcio França para o governo

O PPS oficializou, nesta quinta-feira (26), em sua Convenção Eleitoral, o apoio ao pré-candidato e atual governador de São Paulo (PSB), Márcio França, nas eleições para o governo do estado. O partido também apoio a candidatura de Mário Covas Neto (Podemos) ao Senado e aprovou o nome de 13 candidatos a deputado estadual, além de 12 candidatos a deputado federal, em coligação com o PSB, PTB, PSC, Podemos, PV e partidos que ainda serão definidos.

O secretário-geral do PPS e deputado estadual de São Paulo, Davi Zaia, afirmou que o partido está “animado” e tem trabalhado arduamente para a ampliação da bancada de deputados e consolidar o trabalho que já estava sendo construído.

“O PPS de SP está animado. Estamos trabalhando muito aqui para ver se ampliamos a bancada e ao mesmo tempo consolidar o trabalho que já estava sendo construído. Ontem nós reafirmamos aquilo que já tínhamos encaminhado que é o nosso apoio ao Márcio França para o governo de São Paulo numa coligação que envolve vários partidos. Vamos participar na chapa de deputados federais e estaduais. Ainda tem o restante da composição da chapa que ainda está em aberto como a indicação do vice-governador, mas isso está sendo debatido entre os partidos”, disse.

Geraldo Alckmim
Davi Zaia também destacou que a Convenção aprovou por unanimidade a indicação de Geraldo Alckmim (PSDB-SP) para a disputa da presidência da República.

“Nós também decidimos na Convenção Estadual que reafirmaremos na Convenção Nacional o nosso apoio para o [Geraldo] Alckmim como candidato à presidente da República. Isso foi referendado por unanimidade pelos presentes no encontro”, adiantou.

Fernando Gabeira: Sísifo e o Centrão

- O Estado de S.Paulo

Eleitores podem colocar a pedra lá em cima para vê-la, de novo, rolar montanha abaixo

Algumas coisas que deveriam estar juntas correm em dimensões ainda diferentes no Brasil, realidades paralelas: o aumento do índice de mortalidade infantil, como sintoma de decadência, e a campanha eleitoral no Brasil. O desencontro da vida real com a política se deve também ao momento em que campanha significa muito arranjo entre partidos, composições, definições de tempo de TV, escolha de vices. É como se o jogo ainda estivesse sendo discutido no vestiário, antes que saia para o campo aberto, diante da plateia.

Mas as notícias que vêm pelo túnel já nos dão matéria para pensar. O famoso bloco parlamentar chamado Centrão é uma das referências do quebra-cabeças. Esta semana, o Centrão decidiu apoiar Geraldo Alckmin. E o mercado reagiu positivamente à notícia.

Uma aliança com o Centrão significa a continuidade do que está aí: ocupação política dos cargos, troca de votos por verbas, enfim, um roteiro que não é necessário relembrar.

O mercado, que aparentemente almejava mudanças, acabou se conformando com a continuidade. Seria isso a manifestação de um senso comum? Não sei bem o que seria um senso comum. Aliás, Leonardo da Vinci tem um belo desenho de crânio em que apontou uma pequena cavidade onde seria o senso comum, o espaço para onde convergem todas as sensações.

Transplantado da fantasia física de Da Vinci para o campo social, o senso comum também poderia estar em outra manifestação: a das pessoas que dão as costas para a política porque rejeitam seus sórdidos métodos. Estas querem mudança, certamente, mas provocam a continuidade. O oposto do que desejam.

A rigor, continuidade dificilmente haverá. Se o mesmo esquema for mantido, as coisas vão piorar. O Congresso já armou uma bomba fiscal que certamente tornará um novo presidente mais vulnerável.

A experiência recente do Congresso foi a de tratar com dois presidentes fracos que precisavam dele para sobreviver no cargo. Dilma caiu, mesmo tentando negociar. Temer teve êxito na negociação para escapar. A correlação de forças entre presidente e Congresso foi alterada por essas experiências recentes. E isso, é claro, vai repercutir no ano que vem. Não importa o presidente vitorioso, de qualquer forma, ele terá de atravessar essa barreira de troca de votos por cargos e verbas.

O mundo real continuará em perigosa decadência. Até gripe se tornou mais letal, num país onde o sarampo reaparece.

Cristian Klein: Bolsonaro contra a história que se repete

- Valor Econômico

PSDB pode "salvar" PT e colocá-lo no segundo turno

O mundo deu muitas voltas para a formação do cenário à Presidência da República. Os partidos, diante do desencanto do eleitorado, flertaram com outsiders, supostos salvadores da pátria e radicais. Teve a onda JB (Joaquim Barbosa), duas marolas JD (João Doria e José Datena), ensaiou-se a JG (Josué Gomes) e esvaziou-se a LH (Luciano Huck). Tudo para culminar - nestes dias de convenções - num movimento que reforça o padrão de competição que vigora há mais de duas décadas no Brasil.

E no isolamento do líder das pesquisas na ausência do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Sem coligação, Jair Bolsonaro (PSL), o deputado de extrema-direita, chega ao início da disputa para valer menor do que entrou na pré-campanha e com tendência ao declínio. As seguidas recusas de pessoas ou partidos (senador Magno Malta e PR; o inexpressivo PRP do general Heleno; e até a correligionária Janaína Paschoal, com quem já esperava formar a dupla Ja-Ja) mostram apenas parte da fragilidade e da dificuldade com que Jair terá que se acostumar para chegar ao segundo turno.

Em 2018, nada de repetir 1989, como se imaginou, em sua extrema pulverização de 22 candidaturas. Serão em torno de 15, dos quais dois terços nanicos eleitorais, incluindo o representante do governo e do MDB, o ex-ministro da Fazenda Henrique Meirelles. O apoio do Centrão - ou, mais apropriadamente, Blocão ou Direitão, pelo perfil ideológico das legendas que reúne - ao ex-governador de São Paulo Geraldo Alckmin (PSDB), oficializado nesta quinta-feira, deixou para trás, de uma só tacada, quatro pré-candidatos. Na hora da decisão, os partidos de estratégia tipicamente parlamentar abriram mão do Executivo para quem sempre liderou o campo na disputa majoritária à Presidência.

Com a adesão ao tucano, o Blocão dá condições para o PSDB decolar o voo de Alckmin. É muito tempo de TV, muita capilaridade nos cinco milhares de municípios e muita estrutura à disposição do ex-governador. Alckmin terá cerca de 42,5% dos 12 minutos e meio de propaganda em rádio e televisão, exibidos em dois blocos por dia, três vezes por semana (terça, quinta e sábado). No melhor cenário - com o PT sem alianças - seu programa eleitoral será 3,5 vezes maior do que o tradicional adversário. No pior cenário - com uma improvável coligação entre PT, PSB, PCdoB e Pros -, Alckmin ainda teria o dobro do tempo.

É muita vantagem, que se repete na quantidade de inserções de 30 segundos ou nas menos utilizadas de um minuto de duração. São os chamados "spots", que pegam o eleitor de surpresa durante a programação e têm sido cada vez mais voltados para a campanha negativa. Se partir, no primeiro momento, para o ataque a Bolsonaro - como é se de esperar, para conquistar o campo conservador - Alckmin terá em sua artilharia 60 inserções a cada dois dias de propaganda em rádio ou TV. O deputado contará com apenas um spot. No horário eleitoral, enquanto o tucano terá mais de cinco minutos, Bolsonaro mal terá tempo de dizer seu nome e pedir voto em estimados sete, oito segundos. Será metade dos 15 segundos de que dispunha o folclórico Enéas Carneiro (Prona) na campanha de 1989.

É o processo de demolição de Bolsonaro pela ampla aliança tucana que pode abrir espaço para o crescimento tanto de Alckmin quanto do candidato do PT. O PSDB pode "salvar" o maior rival e ajudar a colocá-lo no segundo turno do mesmo modo que o PT, ao desconstruir Marina Silva em 2014, colaborou indiretamente para a arrancada de Aécio Neves. Essa é apenas uma das maneiras com que os partidos que formam o duopólio nas eleições presidenciais desde 1994 se reforçam mutuamente.

Além de Bolsonaro, há, claro, Marina e Ciro Gomes, ambos igualmente com pouco tempo de TV e estrutura partidária. A situação da líder do Rede Sustentabilidade é quase tão ruim quanto a do ex-capitão e também terá menos segundos de propaganda do que Enéas em 1989. O candidato do PDT, caso feche aliança com o PSB, é quem representa uma ameaça maior ao PT no campo da esquerda, mas já demonstrou não ter se curado da incontinência verbal.
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Merval Pereira: Mudanças em risco

- O Globo

A formalização do apoio dos partidos do centrão à pré-candidatura do tucano Geraldo Alckmin deu uma clareada na disputa presidencial, sem entrar no mérito se esse fato é bom ou mau para o futuro do país. Não se trata aqui de analisar conceitualmente essa união, que para muitos é um abraço de afogados. Outros acham que a candidatura tucana ganha substância e passa a ser competitiva.

O fato é que a adesão do centrão (ou será adesão ao centrão?) passará agora pelo crivo dos eleitores, e as pesquisas eleitorais mostrarão mais adiante as consequências dessa decisão.

Muitos eleitores tucanos rejeitarão esse conchavo partidário com legendas que abrigam investigados e indiciados na Lava-Jato, dando destaque ao inquérito a que o próprio Alckmin está submetido. Se bem que os tucanos há muito tempo lidam com as incongruências do partido, que se recusou a punir o ex-candidato à Presidência Aécio Neves, o que contaminou todo o resto.

Dependendo da intensidade dessa rejeição, quem pode se beneficiar é a pré-candidata da Rede, Marina Silva, que, no entanto, mais uma vez dá a sensação de não controlar seu próprio partido.

Delegar às direções regionais a decisão sobre acordos eleitorais, e ser surpreendida, como foi no Rio, com a aliança com o partido de Romário, que a própria Marina rejeitou, repete o voto do representante da Rede no impeachment de Dilma.

A Rede, depois de uma infindável discussão, resolveu apoiar a destituição da então presidente, mas seu representante na comissão votou contra.

Se, no entanto, a máquina eleitoral dos partidos que formam o centrão superar as eventuais rejeições do eleitorado, que pode reagir com pragmatismo diante da possibilidade de vitória de Bolsonaro ou do candidato da esquerda, o tucano Alckmin poderá se beneficiar do chamado voto útil antecipado, recuperando os votos que foram para Bolsonaro, especialmente no campo, e para Alvaro Dias nas regiões Sul e Sudeste.

A incógnita é a candidatura do PT que, de tanto ser retardada pelo projeto pessoal de Lula, não se sabe se será exitosa, pois os candidatos apresentados até agora não mobilizam o eleitorado.

Eliane Cantanhêde: Coisa de lunático

- O Estado de S.Paulo

No mundo político, só se fala em vices; no mundo real, nem se fala nos presidenciáveis

Os eleitores demonstram profunda indiferença pela eleição e não estão nem aí para os próprios candidatos à Presidência da República, quanto mais para aqueles que disputam as vagas de vice. Mas, no mundo político, só se fala nisso, freneticamente: quem vai ser vice de quem?

As pesquisas em São Paulo – São Paulo! – mostram que muita gente ainda nem sabe que Geraldo Alckmin, ex-governador do Estado por três vezes, é candidato novamente à Presidência. E elas vão se preocupar com o vice? Sem Josué Gomes da Silva, que nove entre dez presidenciáveis disputavam, está aberta a disputa entre PP, PR, DEM, Solidariedade e PRB para indicar o (ou a) vice. Sem esquecer o PSD.

Já o caso do PT de Lula e do PSL de Jair Bolsonaro é ainda pior. Oficialmente, o PT nem candidato a presidente tem, com Lula preso em Curitiba e Fernando Haddad rouco de tanto dar entrevistas, mas só como “coordenador do programa”. As opções para vice dependem do cabeça de chapa e de alianças que, até agora, não vieram.

Já Bolsonaro convive com uma profusão de nomes para a vice, um mais engraçado do que o outro. Os últimos são o do “príncipe” Luiz Philippe de Orleans e Bragança e do astronauta Marcos Pontes. Os marechais Deodoro da Fonseca e Floriano Peixoto devem estar se remoendo no céu, ou na cova, diante desse namoro de um capitão reformado do Exército com a monarquia, derrubada a duras penas. E o que dizer de um astronauta na vice? É piada pronta, ou coisa de lunático.

Bruno Boghossian: Um MDB na oposição?

- Folha de S. Paulo

Sigla é ofuscada pelo centrão e cogita independência diante de futuro presidente

Depois de fincar bandeira ao lado dos últimos cinco presidentes da República, o MDB pode ser levado a um exercício de desapego em 2019. Isolado na disputa e confrontado pela massa de partidos do centrão, a sigla incluiu em suas contas a possibilidade de adotar postura independente ou até integrar a oposição no início do próximo governo.

O movimento seria mais uma migração forçada do que um autoexílio purificador. O partido foi ofuscado nas negociações eleitorais com o fortalecimento do bloco liderado por DEM, PP e PR. Para dirigentes dos dois campos, o MDB perdeu poder de barganha e chegará mais frágil à posse do próximo presidente.

Ainda que o centrão não seja um bloco monolítico, os 164 deputados do grupo representam um pilar atraente para a sustentação do futuro governo. Com 51 parlamentares na Câmara, o MDB poderia oferecer sua fidelidade ao Planalto, mas certamente seria tratado como coadjuvante.

Caso Geraldo Alckmin (PSDB) se torne presidente com a ajuda do centrão, os pontos mais vistosos do mercado imobiliário de Brasília já estarão prometidos a eles. Restaria aos chefes do MDB dois caminhos: entrar na fila das negociatas ou exercer o poder pela pressão.

Dora Kramer: Redondamente enganados

- Revista Veja

Atordoados, candidatos se apoiam em crenças infundadas

Jair Bolsonaro desdenha de alianças, manifesta indiferença quanto a fontes de financiamento de campanha, dá de ombros a espaço no horário eleitoral, faz da ignorância de forma e conteúdo um ativo. O isolamento político ele busca tornar uma vantagem comparativa junto ao eleitorado cansado da tradicional guerra entre profissionais do ramo.

Parece convencido de que está, assim, capacitado a repetir o candidato que em 1989 saiu do nada e chegou ao Planalto a bordo de um partido insignificante e de um discurso tão inflamado quanto simplista o suficiente para fazer o eleitor acreditar na figura do heroico salvador. Além do malfadado desfecho, conviria a Bolsonaro prestar atenção em outros detalhes antes de se espelhar no exemplo de Fernando Collor de Mello.

Dois, em especial: o marketing e o dinheiro. Collor praticamente inaugurou uma nova fase nesse quesito. Durante todo o tempo, dos preparativos da candidatura à eleição, foi totalmente orientado pelo cientista político Marcos Coimbra, cujo instituto Vox Populi media as demandas do eleitorado para que Collor se adequasse passo a passo a elas. Do dinheiro cuidava desde os tempos do governo de Alagoas o notório tesoureiro Paulo César Farias, de habilidades conhecidas.

Luiz Carlos Azedo: A frente ampla

- Correio Braziliense

O instinto de sobrevivência das elites políticas leva ao caminho do meio, no caso o tucano Geraldo Alckmin, testado e aprovado pelo establishment como governador de São Paulo

Durante o regime militar, nunca houve consenso entre as elites do país. Sempre houve uma resistência política organizada, institucional, nos espaços legais, o que, no decorrer do processo, se demonstrou mais eficiente e produtiva — e capaz de conquistar adesão popular —, do que a agitação pura e simples ou a desastrada luta armada. Antes da consolidação do antigo MDB como frente eleitoral das oposições, o que somente se deu após as eleições de 1974, essa elite dissidente foi representada pela chamada Frente Ampla, formada em 1966. Reunia a oposição trabalhista liderada por João Goulart e dois políticos que haviam apoiado o golpe, o ex-presidente Juscelino Kubitschek, do antigo PSD, e, para espanto de muitos, o ex-governador carioca Carlos Lacerda, líder inconteste da UDN, além do líder comunista Luiz Carlos Prestes (PCB), na clandestinidade.

O programa da Frente Ampla era essencialmente democrático: retorno às eleições diretas, anistia, pluripartidarismo e direito de greve. A aliança de Lacerda com Jango, JK e Prestes foi uma decorrência óbvia da suspensão das eleições diretas à Presidência da República, que estavam marcadas para 1965, na qual o udenista seria candidato. A edição do AI-1 anulou as esperanças de Lacerda, que passou à oposição, embora fosse um dos líderes civis do golpe. Com um manifesto no jornal Tribuna de Imprensa, do qual era fundador e diretor, o ex-governador exigia eleições diretas, desenvolvimento econômico, reforma partidária e uma política externa soberana.

Com comícios e mobilizações, a Frente Ampla conquistou adesão popular e promoveu grandes manifestações no ABC Paulista, em Londrina e em Maringá, assustando o presidente Costa e Silva, o general que havia substituído o marechal Castelo Branco no Palácio do Planalto. Ainda mais após a morte do estudante Edson Luiz, em 28 de março daquele ano, que provocou grandes manifestações estudantis e levou o alto clero católico à oposição. Em abril, a Frente Ampla foi cassada; na sequência, motivado também pelas ações armadas da esquerda radical, que optou pelas guerrilhas urbana e rural, Costa e Silva editou o AI-5, em 13 de dezembro daquele ano. Lacerda teve os direitos políticos cassados e acabou preso, porém, após uma semana de greve de fome, foi libertado.

Ricardo Noblat: A arma do PT para tocar fogo no país

- Blog do Noblat | Veja

O perigo do caos institucional

Uma coisa é o PT, ante a possível decisão do Tribunal Superior Eleitoral de barrar a candidatura de Lula, lançar de imediato outro candidato a presidente para substituí-lo. Ou apoiar um nome de outro partido, o que parece improvável.

Outra, bem diferente, será o PT travar a partir daí uma batalha de recursos judiciais que poderá levar Lula a ser candidato, para que só depois das eleições se saiba se os votos colhidos por ele serão considerados válidos ou nulos.

O primeiro caminho é razoável, seja para dar conforto ao próprio Lula, condenado a 12 anos de prisão e encarcerado em Curitiba, seja para reforçar suas chances de transferir o maior número de votos para o candidato que venha a merecer sua benção.

O segundo caminho seria uma aposta no caos institucional. Imagine que Lula dispute a eleição e que se eleja. O que aconteceria mais tarde se a Justiça, em última instância, anulasse seus votos? Tomaria posse o candidato derrotado por ele. Que tal?

Há uma fatia grande do PT que investe no quanto pior, melhor. A prevalecer, é o que acontecerá. Salvo se a Justiça der um jeito de liquidar a situação no prazo mais curto possível. Por lenta e sujeita a injunções políticas, não será tão simples assim.

A estabilidade política do país – ou o risco de uma ruptura – está nas mãos do PT

Maria Cristina Fernandes: 'Centrão' repagina o mapa da mina

- Eu & Fim de Semana | Valor Econômico

A Odebrecht já estava na mira, mas a prisão de seus principais dirigentes ainda era uma fantasia tresloucada do Ministério Público ao longo de toda a campanha presidencial de 2014. Num almoço informal em julho daquele ano, Marcelo Odebrecht, ao comentar possíveis mudanças no financiamento de campanha, rechaçou o fim das doações empresariais:

- "Cê tá louca? Se isso acontecer serei achacado a cada votação no Congresso. A vantagem de você fazer uma bancada é que isso lhe dá mais tranquilidade pra trabalhar".

Naquele ano, a tranquilidade do empresário custaria R$ 1,7 bilhão. Menos de um ano depois daquele almoço, Marcelo seria preso. Sua delação provocou um terremoto na Lava-Jato. Espalhou por todo o sistema partidário as suspeitas de ilicitude até então mais concentradas no PT. Principal motor do impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff, a tentativa de se livrar da delação da Odebrecht ainda move Brasília, a começar pelos partidos do Centrão, cujo apoio pende para o ex-governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB à Presidência, Geraldo Alckmin.

As doações empresariais não resistiriam à Lava-Jato. A eleição presidencial de outubro será a primeira, em quase três décadas, sem aportes oficiais de grandes empresas. Políticos, marqueteiros e estrategistas de campanha apostam em um caixa 2 mais vigoroso, mas é o resultado ainda incerto dessa arrecadação eleitoral que, paradoxalmente, pode explicar a lógica parlamentar que move o Centrão na disputa presidencial.

Ficou claro, a partir das delações da Odebrecht, que os políticos são os únicos a diferenciar caixa 2 de propina. É a partir desta linha divisória que os partidos têm a expectativa de traçar a linha que há de salvá-los. Para quem está na boca do caixa, pouca diferença faz, como demonstrou Fernando Miglaccio, diretor do setor de operações estruturadas da Odebrecht, em depoimento ao Tribunal Superior Eleitoral: "Eu não sei nem o que dizer o que era caixa 2 e o que era propina. Eu não sei nem, desculpe, a definição de vossas senhorias do que é a distinção entre um e outro, porque, para mim, é uma coisa só".

José de Souza Martins: A corrupção lúdica

- Eu & Fim de Semana | Valor Econômico

Em 1994, participei, na Universidade de Londres, de um seminário sobre corrupção política com uma exposição sobre "clientelismo e corrupção no Brasil contemporâneo". Foi interessante descobrir que a preocupação com o assunto era uma preocupação disseminada entre os cientistas sociais da nova geração. Os organizadores, W. Little e E. Posada-Carbó, reuniriam as palestras do evento no livro "Political Corruption in Europe and Latin America", publicado pela Macmillan Press, em 1996. Um panorama da esquisita função da corrupção nos rumos que estavam tomando a economia e a política da pós-modernidade.

Os trabalhos e os debates prenunciaram que o que era deslize ocasional de políticos se tornava instrumento regular de uma aliança incestuosa entre riqueza e poder. O novo capitalismo do pós-guerra e da era pós-colonial abria mão da ética que fora constitutiva da economia na sociedade pós-feudal. A corrupção se tornaria o que posso chamar de "corruptismo", um sistema de ganhos moralmente ilícitos e de poder ilícito neles baseado. Um sistema de democracia bloqueada e limitada, apoiado em cidadania relativa, não mais a cidadania dos princípios e valores da Revolução Francesa. Um mundo mais rentável e menos decente está nascendo.

A disseminação política da corrupção não veio do nada. Diferentes sociedades, a partir de práticas já condenadas pelos respectivos valores tradicionais tinham brechas culturais e práticas geralmente dissimuladas que permitiam a multiplicação privada da riqueza à custa do que era público e do Estado. Em todas as partes, e aqui no Brasil também, o que contribuiu para a aceitação da corrupção como algo tolerável foi a progressiva reeducação da população para aceitar a precedência do lucro sobre a vida, que disseminou a irrelevância dos valores morais em relação aos valores materiais.

Não é surpresa que, no Brasil, muitos dos apanhados com a boca na botija da corrupção não sejam pobres que, eventualmente, tenham descoberto caminhos alternativos e ilícitos para enriquecer. Os de maior visibilidade no cenário das condenações e dos aprisionamentos são ricos e poderosos ou gente de classe média que se tornou poderosa e, por isso, rica.

Nos detalhes de cada caso, vê-se que a corrupção é aqui uma prática lúdica, uma diversão, um jogo de quem tem tudo e ainda quer ter mais. Neste momento, os corruptos locais querem também ser reconhecidos como honestos e santos, pretendem passar por presos políticos, por inocentes de crimes que entendem não ser crimes porque são deles. Tentam criminalizar a prática da Justiça, os juízes e os tribunais, a ação dos funcionários da lei e da Constituição. Querem com isso descriminalizar o crime e incriminar os honestos.

Roberto Freire critica vandalismo praticado por manifestantes do PT na porta do STF

O presidente do PPS, Roberto Freire (SP), condenou manifestantes do PT que jogaram tinta vermelha em protesto, na última terça-feira, na porta do STF (Supremo Tribunal Federal). Para Freire, além de vandalismo o ato representa um desrespeito a liberdade e um ataque às instituições brasileiras. O dirigente reafirmou a necessidade de lutar contra extremos políticos para preservar os valores democráticos.

“Fatos recentes mostram claramente que nós precisamos lutar, manter e preservar as instituições democráticas. Isso porque existem forças políticas no Brasil que trabalham contra a democracia. Pela direita, o Bolsonaro que já é conhecido por não respeitar as liberdades, defender ditaduras, tortura e torturadores. Agora surge pela esquerda uma força política que não respeita a República. Que não respeita nossa liberdade e instituições. Vejam agora o que fizeram os militantes translocados do PT que agrediram a instituição STF. Você pode ter a critica que tiver das decisões do Supremo e com ela não concordar, mas tem que respeitar. Faz parte da nossa democracia”, disse.

Clareza
Freire destacou que é preciso “ter clareza” sobre a situação política no País e eleger para presidente da República, nas eleições de outubro, um candidato que tenha a capacidade de garantir as conquistas brasileiras.

“Precisamos ter clareza em outubro. Precisamos derrotar essas forças antidemocráticas populistas e eleger alguém com capacidade e que faça com que o Brasil caminhe para um futuro melhor e evitar situações atentatórias contra a democracia como vimos nessa história do STF”, defendeu.

Vandalismo
Um grupo de cerca de vinte pessoas que praticaram o vandalismo pedia a liberdade de Lula, condenado em segunda instância e preso desde o dia 7 de abril na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. O ato ocorreu no período da manha de terça-feira (24) e durou um pouco mais de vinte minutos. A Polícia Federal chegou ser acionada, mas ninguém foi preso.

Aposta na ignorância: Editorial | Folha de S. Paulo

Declarações descabidas de Ciro Gomes revelam seus impulsos de truculência

Não deixou de chamar a atenção, em fase anterior da corrida presidencial, o empenho demonstrado por Ciro Gomes (PDT) em mostrar atitude mais controlada e civil nos seus pronunciamentos públicos.

Em junho deste ano, ele se mostrava disposto a não repetir os episódios de insulto e aspereza que tantas vezes pontuaram sua carreira. “O povo precisa saber que, sob estresse, o seu futuro presidente sabe se comportar”, disse.

Mal fora pronunciada, a frase se desmentiu com as considerações, de óbvio teor racista, com que o candidato pedetista quis atingir Fernando Holiday, vereador negro do DEM paulistano.

Chamou-o de “capitãozinho do mato”, associando suas opiniões contra as cotas raciais à subserviência daqueles afrodescendentes que, antes da Abolição, perseguiam escravos fugitivos.

Brutal, a declaração nem sequer surgira em razão de algum “estresse” notável a pesar sobre o presidenciável. O aspecto gratuito das ofensas é o que parece haver de mais preocupante, com efeito, na neuropsicologia do postulante.

Não foi menos intempestiva e grosseira sua famosa resposta, em 2002, sobre o papel que sua mulher estaria desempenhando na campanha presidencial: o de, declarou, dormir com ele.

Ciro Gomes viria a qualificar a frase como o maior erro de sua vida. Nada o impede, contudo, de avançar em novas modalidades de disparate e prepotência. A propósito de Marina Silva (Rede), por exemplo, afirmou que o momento exigiria candidato com mais testosterona —que ele possuiria em profusão.

Abandonando provisoriamente o campo do machismo e do preconceito —em que Jair Bolsonaro (PSL) se mostra um rival de peso—, o pedetista ataca agora o âmbito da lei e das instituições jurídicas.

Os bilhões gastos por falta de controle: Editorial | O Globo

Pente-fino em programas ditos sociais encontra grande desperdício de dinheiro, prova consistente de que o Estado de fato não gerencia bem as despesas

O déficit gigantesco e crescente da Previdência não é o único sinal de que há algo errado nos gastos públicos. No caso, transparece a leniência com que políticos, há muito tempo, administram o uso do dinheiro do contribuinte, massacrado por uma carga tributária na faixa de 35% do PIB, a mais elevada entre os países emergentes. Mesmo assim, deixa-se que o país, ainda relativamente jovem, gaste 10% do PIB com aposentadorias, tanto quanto o Japão, conhecido também por seus nonagenários.

Governantes e parlamentares preferem empurrar para frente a sempre amarga, mas imperiosa, atualização de regras para que os gastos caibam nas receitas. Na Previdência, como tantos países fazem, é crucial atualizar o sistema, à medida que a população envelhece e faz aumentar a despesa com benefícios. É preciso, então, contê-la, pela manutenção por mais tempo no mercado de trabalho de um trabalhador cuja expectativa de vida está em ascensão.

Esta atualização não foi executada, como deveria, devido a resistências políticas de cunho demagógico nas gestões FH, Lula, Dilma e Temer. Assim, este problema, muito agravado, está à espera do próximo presidente.

É antiga no Brasil a visão de que cabe ao Estado tutelar a sociedade. Foi por aí que, principalmente a partir da Constituição de 88, criou-se uma rede de assistência social que, além de grande, não é controlada de forma eficiente.

O que permite, por óbvio, que seja usada com fins eleitoreiros, para sustentar projetos de poder. É exemplar a reação de petistas, no primeiro governo Lula, contrária à fiscalização do Bolsa Família.

Censo mostra progressos e atrasos no meio rural: Editorial | Valor Econômico

As grandes propriedades foram responsáveis pelo aumento da área de uso da agropecuária entre 2006 e o ano passado, segundo o censo do setor divulgado ontem pelo IBGE. Apenas o acréscimo de 3,2 mil grandes estabelecimentos, com mais de 1 mil hectares, elevaram a área ocupada em 16,3 milhões de hectares, quase a totalidade dos 16,5 milhões que foram acrescidos à exploração no período. A participação das maiores propriedades subiu de 45% para 47,6% da área total. Os estabelecimentos médios - entre 100 e mil hectares - tiveram sua fatia reduzida de 33,8% a 32%, com encolhimento de área de 814 mil hectares. No total, 41% do território brasileiro serve à produção de alimentos, entre lavouras, pastagens, matas naturais e plantadas - ou 350 milhões de hectares.

Ao longo da história dos censos, iniciada em 1975, porém, o aumento da participação das grandes propriedades não se deu em função do crescimento da área explorada, que ocorreu até 1985. A área usada chegou a cair depois, até 2006, para voltar a crescer 5% até o ano passado. Em pouco mais de 40 anos, as lavouras permanentes ocupam praticamente a mesma área (8,3 milhões antes e 7,9 milhões de hectares agora), enquanto que as lavouras temporárias, nas quais se inclui o avanço extraordinário da soja, quase duplicaram de área (de 31,1 para 55,3 milhões de hectares).

A expansão agropecuária foi mais intensiva do que extensiva, como se nota também na evolução das pastagens. Na última década considerada (2006-17), as pastagens naturais retrocedem em mais de 9 milhões de hectares, enquanto que área praticamente equivalente é acrescentada à destinada às pastagens plantadas. Já as matas naturais cresceram mais de 10%, para 106,2 milhões de hectares, e as plantadas quase dobraram de extensão, para 8,5 milhões de hectares.

Ressocialização pelo trabalho: Editorial | O Estado de S. Paulo

A presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministra Cármen Lúcia, no exercício da Presidência da República durante viagem internacional do presidente Michel Temer, assinou o Decreto n.º 9.450/2018, que institui a Política Nacional do Trabalho no Âmbito do Sistema Prisional (Pnat).

Trata-se de uma boa medida do governo federal com vista à ressocialização de milhares de presos em regime fechado, semiaberto ou aberto e egressos do sistema prisional, sobretudo diante de uma estimativa apresentada pelo Ministério da Segurança Pública que indica que o País terá 1,5 milhão de presos até 2025, o dobro da população carcerária atual. Caso seja bem executada, a Pnat terá grande potencial para ajudar a reduzir o número de reincidentes, uma parte expressiva do contingente prisional, por meio da ressocialização pelo trabalho.

Pelo disposto no decreto, que está em vigor desde a quarta-feira passada, órgãos e entidades da administração pública federal direta, autárquica e fundacional deverão exigir das empresas que desejam participar de licitações públicas o emprego de mão de obra formada por pessoas presas ou egressas do sistema prisional sempre que os contratos tenham valor anual acima de R$ 330 mil.

A medida está em linha com uma mudança na Lei n.º 8.666/1993 – Lei de Licitações –, sancionada pelo presidente Michel Temer em outubro do ano passado. O artigo 40 do referido diploma legal passou a vigorar com um parágrafo que autoriza órgãos e entidades da administração pública a exigirem, em seus editais de licitação, que as empresas que pretendem prestar serviços ao Estado contratem um porcentual de mão de obra composto por presos e egressos do sistema prisional.

Rogério Furquim Werneck: As regras do jogo

- O Globo

Temos de saber conter nossas expectativas sobre o próximo mandato presidencial dentro dos limites do possível

A configuração da disputa presidencial começa, afinal, a se enquadrar nas regras do jogo instituídas pelo establishment político do país. Os partidos mais importantes — e, hoje, há muitos, da esquerda à direita do espectro político, que podem ser classificados como tal — contam com bem mais do que boa estrutura e capilaridade. Beneficiam-se de regras concebidas para lhes garantir dotações privilegiadas dos dois principais recursos escassos que costumam determinar o desfecho das eleições: fundos para financiamento de campanha eleitoral e acesso a tempo de propaganda no rádio e na televisão. Tanto num caso como noutro, a legislação vigente determina que a distribuição de tais recursos aos partidos seja feita por critérios que dão peso preponderante ao tamanho da bancada de cada legenda na Câmara de Deputados.

A formatação dada ao financiamento público de campanha, no ano passado, representou reforço substancial das barreiras que tais regras impõem à concorrência política, ao dificultar ainda mais a contestabilidade dos que ocupam cargos eletivos, especialmente na esfera federal. O que agora se prevê é que, com tal reforço das barreiras à entrada, a taxa de renovação do Congresso será bem menor do que a que vinha sendo observada em eleições anteriores. Sobretudo na Câmara.

Não há como alimentar ilusões. A composição da próxima legislatura será muito parecida com a atual. E esse é um dado de realidade que tanto os candidatos a presidente como seus eleitores terão de ter em mente. O partido com maior bancada da Câmara tem hoje menos de 12% das cadeiras. Seis outros partidos, supostamente importantes, entre 8% e 10%. É com uma legislatura tão fragmentada como essa que o próximo presidente terá de dar governabilidade ao país.

Os partidos que integram o que agora passou a ser chamado de blocão — PP, DEM, PR, PRB e Solidariedade — detêm atualmente, em conjunto, cerca de um terço da Câmara e mais de um quinto do Senado. De uma forma ou de outra, estão fadados a desempenhar papel crucial no próximo mandato presidencial.

Celso Ming: Reservas para infraestrutura?

- O Estado de S.Paulo

Alguns dos pré-candidatos à Presidência da República encasquetaram que 10% das reservas internacionais do Brasil, equivalentes hoje a US$ 380 bilhões, devem ser usadas para financiar obras de infraestrutura.

Uma das justificativas apresentadas por economistas encarregados do programa do PT é a de que essas reservas são mais do que suficientes para defender a moeda brasileira contra um ataque especulativo no mercado de câmbio, pois correspondem a 2,5 vezes as importações nacionais em um ano. Por isso, não seria errado aproveitar recursos ociosos para alavancar o emprego.

No entanto, além de exigir uma espécie de pedalada para disfarçar uma proibição constitucional, se executada, essa ideia teria curtíssimo alcance.

É preciso ver que tais recursos são do Banco Central, são parte do arsenal destinado a defender a moeda nacional. Usá-los para financiar obras de infraestrutura implica operar o Banco Central como banco de fomento ou para fins fiscais, o que é expressamente proibido pela Constituição (art. 164, § 1.º).

No seu tempo, a presidente Dilma chegou a sugerir que devessem ser usadas para abater dívida externa e o candidato do PDT, Ciro Gomes, já afirmou que pretende aproveitá-las para capitalizar o BNDES e, por essa via, canalizá-las para empréstimos a empresas.

Míriam Leitão: Combate múltiplo

- O Globo

Esta é a primeira eleição geral no país após o grande impacto da Lava-Jato. Apesar de as prisões terem começado em 2014, as delações ocorreram em 2015. De lá para cá, as investigações mostraram a dimensão multipartidária da corrupção. Tendo isso em mente, um grupo de pesquisadores de áreas diversas e tendências diferentes formulou o mais amplo pacote de medidas anticorrupção.

Na visão de um dos organizadores do “Unidos contra a Corrupção”, o professor de Direito Michael Mohallem, da FGV, “o resultado das urnas pode mandar sinais para todos, para os que são investigados e os que eventualmente têm condenações”. Este é o momento ideal de discutir tecnicamente essa questão e enviar os sinais. As 10 medidas contra a corrupção foram formuladas basicamente pelo Ministério Público e algumas das medidas foram criticadas, apesar das boas ideias que estavam lá. Desta vez, são 70 medidas que foram definidas após discussão numa plataforma que reunia várias visões do problema. Elas serão encaminhadas em forma de projeto de lei ao Congresso, com ideias que vão desde a regulamentação do lobby, à proteção da pessoa que reporta o caso de corrupção, até uma nova forma de fiscalização dos partidos.

A reação da sociedade precisa ser ampla, porque o problema também é disseminado, diz Bruno Brandão, da Transparência Internacional Brasil.

— A Lava-Jato mexeu com interesses de poderosos de todos os lados do país. Da esquerda, da direita, do poder econômico, do poder político. E ela vem sob ataque desde o dia um. Em quatro anos, a Lava-Jato está constantemente sob ataque, sob uma guerra de comunicação, desinformação, que tenta deslegitimar a operação. Alguns candidatos já se manifestaram contra ela, e outros defendem a sua continuidade e avanço. Alguns se posicionam a favor e têm propostas que contradizem esse apoio. O professor Joaquim Falcão fala que a Lava Jato é uma atitude, mais do que uma operação — diz Bruno.

30/7/2018: Encontro com Luiz Werneck Vianna


Demônios da Garoa: Vai no Bexiga pra ver

Graziela Melo: Palavras

Palavras...
podem ser
cheias de
sentimento,
de arrependimento,

Algumas!!!

Outras
carregadas
de dor,

símbolos

ou talvez,

expressão
de amor!!!

Palavras...

elas são
filosofia

para pensar
de noite

e...

escrever
de dia!!!

Palavras

que mexem,
aterrorizam
o mundo,

como guerra,
vendaval,
tremor
de terra!!!

Palavras
que humilham
o homem

e doem
muito
no coração!!!

violência,
preconceito,
discriminação!!!