Ministério Público não pode defender regalias
Folha de S. Paulo
Conselho que deveria fiscalizar e disciplinar
age como órgão corporativo em temas como o do auxílio-moradia
Toda atenção é pouca quando um órgão com o
histórico do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) edita portarias e
resoluções que versam sobre pagamentos a promotores e procuradores.
No papel, a instituição surgiu para
incrementar a fiscalização administrativa e disciplinar do Ministério Público;
na prática, sua conduta se distingue pouco daquela esperada de uma entidade
corporativa.
Em novembro passado, por exemplo, o conselho
lutou contra a transparência e dificultou a busca de dados sobre remuneração de
membros do Ministério Público.
Anos antes, fez ainda pior: autorizou que a licença-prêmio fosse convertida em pecúnia, uma medida que, de 2019 a 2022, custou R$ 439 milhões aos cofres públicos.