Supremo tem o dever de preservar a Lei das
Estatais
O Globo
Na volta do recesso, ministros precisam
rejeitar decisão que abriu brecha a indicações políticas
Quando voltarem do recesso, os ministros do
Supremo Tribunal Federal (STF)
terão de enfrentar uma agenda crucial no relacionamento entre governos e
empresas públicas. Ao retomar o julgamento da Lei das Estatais, o STF precisará
decidir se mantém filtros na escolha de nomes para diretores e conselheiros
dessas empresas, com o objetivo de preservá-las de interferência política. O
ideal é que mantenha.
Está em questão, além de experiência profissional comprovada exigida do candidato a dirigente, a quarentena de três anos, cumprida por quem tenha atuado como dirigente partidário ou exercido papel de destaque em campanha eleitoral. A contestação da constitucionalidade desses pré-requisitos foi feita no Supremo pelo PCdoB, aliado do PT. Escolhido relator do processo, o ainda ministro Ricardo Lewandowski, hoje aposentado, concedeu liminar em março retirando tais requisitos das condições exigidas para cargos de comando, mantendo apenas a proibição de vínculo partidário enquanto o diretor ou conselheiro estiver no cargo. A principal alegação daqueles que contestam a lei é que as exigências impostas retiram autonomia do governo e equivalem a criminalizar a atividade política. Tal alegação não faz sentido.